Milho Período: 19 a 23/10/2015 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços médios semanais apresentados nas praças de Lucas do Rio Verde/MT, Londrina/PR e Passo Fundo/RS são referentes ao mercado disponível. 1 / 1
MERCADO EXTERNO As cotações de milho em Chicago começaram a semana em alta em virtude das compras técnicas dos fundos, além do acompanhamento da alta da soja. Entretanto, o bom ritmo de colheita da safra americana e o volume menor das exportações estadunidenses do cereal, seguraram o movimento de alta da Bolsa. Neste contexto, o pregão de sexta-feira fechou em US$ 3,79/bu (US$ 149,20/ton). A safra 2015/16 de milho nos Estados Unidos está com 59,0% da área já colhida. O bom andamento da colheita deve-se às boas condições climáticas que favoreceram os trabalhos no campo. As condições das lavouras boas e excelentes permanecem no patamar de 68,0%, fato que não tem causado, para o mercado, impacto em relação à alterações nos índices de produtividade, até então. O maior problema da safra de milho dos Estados Unidos está sendo o ritmo das exportações que segue bem mais fraco que no ano anterior. Isto deve-se, sobretudo, à competição com o produto oriundo da Ucrânia, Argentina e Brasil, que está, comparativamente, mais barato que o milho norte americano, devido à valorização do dólar perante outras moedas. Esta situação faz com que o produto permaneça estocado no país e, diante do maior volume de oferta interna, há uma pressão sobre os preços na Bolsa de Chicago. Apesar disso, acredita-se que o consumo do grão para produção de etanol está aumentando, visto que a produção do bicombustível nos Estados Unidos está mais elevada. 2 / 2
Na Argentina, cerca de 31,7% da área estimada para a safra 2015/16 já está plantada. Permanece o status de redução da área plantada para a safra nova, por enquanto, vez que o incremento da mesma deverá ser afetado pelo resultado das eleições presidenciais e ainda falta quase 70,0% da área a semear. MERCADO INTERNO A situação cambial continua sendo o fator preponderante para a definição dos preços internos. A paridade de exportação continua muito mais influenciada pela desvalorização do real frente ao dólar do que os preços do milho na Bolsa de Chicago. Neste contexto, o mercado exportador tem se mantido em um ritmo acelerado e com negociações ainda em andamento, permitindo que os embarques do milho nos portos comece atingir níveis recordes. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior Secex, no mês de outubro já foram embarcadas mais de 4,0 milhões de toneladas com uma média diária de 252,0 mil toneladas. Seguindo este ritmo, possivelmente, até o final deste mês poderá ser embarcadas mais de 5,2 milhões de toneladas, ou seja, um volume mensal recorde. Vale salientar, que os line-ups continuam bastante elevados, bem acima da média, indicando que o ritmo de embarques deve permanecer alto para os meses seguintes. É bom ressaltar que, para a safra 2015/16, já existe um razoável volume de milho comercializado de milho, onde a maior parte deverá ser destinada à exportação. No Mato Grosso, o Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária Imea estima um volume comercializado de 44,8% da produção estimada. No Mato Grosso do Sul, há informações que 16,0% da safra 2015/16 também já foi comercializado com preço ao produtor (balcão) em torno de R$ 24,50/60Kg 3 / 3
Assim, os preços internos, apesar de um pequeno recuo em algumas praças, seguem elevados. Em Londrina-PR, o milho está cotado a R$ 24,00/60Kg, uma leve queda em relação à duas semanas atrás, porém em Lucas do rio Verde MT, as cotações estão em R$ 17,70/60Kg, sendo este aumento favorecido pela diminuição do custo de frete que, de acordo com o Imea, estão 3,66 p.p abaixo da média do mês anterior. 4 / 4
Em relação ao plantio da safra atual, o Rio Grande do Sul encontra-se com 64,0% das lavouras de milho já semeadas e no Paraná com 82,0%, ambos Estados estão coma as áreas em bom desenvolvimento. - Engº Agrº Thomé Luiz Freire Guth Analista de Mercado E-mail: thome.guth@conab.gov.br Tel: (61) 3312-6295 5 / 5