Vitor Artur Miyahara Kondo

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Transcrição:

Influência da atividade não-funcional neuromuscular sobre a temperatura dos músculos masseter e temporal em pacientes atendidos no Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP como parte dos requisitos para obtenção do Título de Bacharel em Odontologia da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Orientadora:Profª.Adj.Maria Cristina Rosifini Alves-Rezende Araçatuba SP 2013

P á g i n a 2 Dedicatória

P á g i n a 3 Dedicatória Dedico este trabalho à minha família; aos meus avós e parentes; à minha namorada; aos meus amigos; à todos os professores e, em especial, a minha orientadora, à Instituição e à Deus por terem me dado todo o amor, carinho, suporte, forças, pela fé, confiança e oportunidade.

P á g i n a 4 Agradecimentos

P á g i n a 5 Agradecimentos Agradeço aos meus pais : Sérgio e Cristina; à minha Irmã: Karina; aos meus avós : Seizi e Diná; à todos os meus parentes; à minha namorada : Larissa; aos meus amigos e irmãos; à todos os professores e, em especial, minha orientadora : Maria Cristina; à Instituição : Faculdade de Odontologia de Araçatuba UNESP; à Deus.

P á g i n a 6 A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive. (Gandhi)

P á g i n a 7 Resumo

P á g i n a 8 Kondo VAM; Alves-Rezende MCR. Influência da atividade não-funcional neuromuscular sobre a temperatura dos músculos masseter e temporal em pacientes atendidos no Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP. 2013. 64p. (Trabalho de Conclusão de Curso Graduação). Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba. RESUMO A temperatura da pele ou da mucosa depende tanto do fluxo dos líquidos corporais como também da produção e perda de calor pelo organismo. A temperatura do tecido muscular está na dependência da produção de energia e do fluxo sangüíneo, diretamente relacionado com a concentração de oxigênio no tecido. Os hábitos parafuncionais, definidos como toda atividade neuromuscular não funcional do sistema estomatognático, geralmente agradável para o indivíduo, podem gerar hiperatividade de grupos musculares craniomandibulares, além do aumento da pressão interna da articulação temporomandibular. Resposta a necessidades emocionais, quando excede o nível de tolerância fisiológica individual podem trazer comprometimentos oclusais, musculares e/ ou articulares, culminado no desenvolvimento de desordens temporomandibulares. Tem sido sugerido que pacientes portadores de DTMs apresentam aumento da temperatura do músculo masseter. Isto parece ter grande valor no diagnóstico já que permite a diferenciação entre os quadros inflamatório e isquêmico. O propósito deste trabalho é avaliar Influência da atividade não-funcional neuromuscular sobre a temperatura dos músculos masseter e temporal em pacientes atendidos no Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP no ano de 2011. A amostragem foi composta por 50 pacientes de ambos os gêneros, com idade entre 15 a 75 anos. Questionário sobre desenvolvimento de atividade parafuncional foi apresentado a todos os participantes a fim de separá-los em Grupo I (Com Hábitos) e Grupo II (Sem Hábitos). Em ambos os grupos foi medida a temperatura da pele sobre o músculo masseter e temporal, após 30 minutos de repouso a uma temperatura ambiente de 22ºC,

P á g i n a 9 utilizando termômetro digital com sistema de leitura por irradiação infravermelha. Os resultados obtidos permitiram concluir que as atividades não-funcionais neuromusculares aumentam a temperatura da pele sobre os músculos masseter e temporal. Palavras Chave: Articulação temporomandibular; Hábitos; Saúde Bucal

P á g i n a 10 Abstract

P á g i n a 11 Kondo VAM; Alves-Rezende MCR. Influência da atividade não-funcional neuromuscular sobre a temperatura dos músculos masseter e temporal em pacientes atendidos no Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP. (Academic Paper). Araçatuba: Faculty of Dentistry São Paulo State University; 2013. 64p ABSTRACT The temperature of the skin or mucosa depends on both flow of body fluids as well as production and heat loss by the body. The temperature of muscle tissue in dependent on energy production and blood flow, directly related to the concentration of oxygen in tissue. The deleterious habits, defined as all non-functional neuromuscular activity of the stomatognathic system, generally pleasant for the individual, can lead to hyperactivity of craniomandibular muscle groups, and increasing the internal pressure of the temporomandibular joint. Responding to emotional needs, when it exceeds the tolerance level can bring individual physiological occlusal compromises, muscle and/or joint pain, culminating in the development of temporomandibular disorders. It has been suggested that patients with TMD have an increased temperature of the masseter. This seems to have important diagnostic value since it allows the differentiation between inflammatory and ischemic. The purpose of this study is to evaluate influence of non-functional neuromuscular activity on the temperature of the masseter and temporal muscles in patients treated at the Center for Diagnosis and Treatment of TMD, School of Dentistry Araçatuba / UNESP in 2011. The sample comprised 50 patients of both genders, aged 19-75 years. Questionnaire development of parafunctional activity was presented to all participants in order to separate them into Group I (With Habits) and Group II (No Habits). In both groups was measured skin temperature of the masseter and temporal muscle after 30 minutes of rest at an ambient temperature of 22 C, using a digital thermometer reading system with infrared radiation. The results showed that parafunctional habits increase the temperature of the skin over the masseter and temporal muscles. Keywords: Temporomandibular Joint; Habits; Oral Health.

P á g i n a 12 Lista de Tabelas

P á g i n a 13 Lista de Tabelas Tabela 1 Idade da amostra 43 Tabela 2 Distribuição da amostra quanto ao estado civil 45 Tabela 3 Distribuição da amostra quanto à atividade profissional 45 Tabela 4 Distribuição da Amostra quanto ao grau de instrução 46 Tabela 5 Temperatura Média dos Músculos Masseter e Temporal 49 Tabela 6 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal 49 (Gênero Feminino) Tabela 7 Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal 49 (Gênero Masculino) Tabela 8 - Hábitos Parafuncionais de acordo com o Gênero 49 Tabela 9 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal na 50 presença ou não de Hábitos Parafuncionais (Gênero Feminino) Tabela 10 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal 50 na presença ou não de Hábitos Parafuncionais (Gênero Masculino) Tabela 11 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal 50 na presença ou não de Hábitos Parafuncionais (Ambos os Gêneros) Tabela 12 Uso de medicamentos pela amostra estudada 51 Tabela 13 - Uso de medicamentos de acordo com gênero 51

P á g i n a 14 Lista de Gráficos

P á g i n a 15 Lista de Gráficos Gráfico 1 Distribuição da amostra quanto à idade 43 Gráfico 2 Distribuição da amostra quanto ao gênero 44 Gráfico 3 Distribuição da amostra quanto ao estado civil 44 Gráfico 4 Distribuição da amostra quanto à atividade profissional 46 Gráfico 5 Distribuição da Amostra quanto ao grau de instrução 47 Gráfico 6 Presença de Hábitos Parafuncionais na amostra 47 Gráfico 7 Distribuição dos Hábitos Parafuncionais quanto à faixa etária 48 Gráfico 8 Distribuição dos Hábitos Parafuncionais quanto ao gênero 48

P á g i n a 16 Lista de Figuras

P á g i n a 17 Lista de Figuras Figura 1. Termômetro digital ICEL TD-971 (Icel Instrs e componentes 39 eletrônicos Ltda/Curitiba,PR) com capacidade de análise de -50 a 750 graus Celsius e sistema de leitura por irradiação de luz infravermelha. Figura 2. Visor de LCD 40 Figura 3. Aferição da temperatura da pele da superfície do músculo 40 masseter Figura 4. Aferição da temperatura da pele da superfície do músculo 41 temporal

P á g i n a 18 Sumário

P á g i n a 19 Sumário Introdução 20 Revisão da Literatura 23 Proposição 35 Material e Método 37 Resultados 42 Discussão 52 Conclusão 56 Referências 58

P á g i n a 20 Introdução

P á g i n a 21 Introdução As desordens temporomandibulares (distúrbios ou perturbações da articulação temporomandibular) podem ser definidas como um conjunto de condições dolorosas e/ou disfuncionais, que envolvem os músculos da mastigação e/ou as articulações temporomandibulares 41-45. Estas condições não possuem etiologia ou justificativa biológica comum e, desta forma, caracterizam um grupo heterogêneo de problemas de saúde. Seus sintomas característicos são: dor à palpação muscular e/ou articular, função mandibular limitada e ruídos articulares, com a prevalência total destes sintomas atingindo mais de 75% da população adulta 1. A temperatura da pele ou da mucosa depende tanto do fluxo dos líquidos corporais como também da produção e perda de calor pelo organismo. A temperatura do tecido muscular está na dependência da produção de energia e do fluxo sangüíneo, diretamente relacionado com a concentração de oxigênio no tecido. Segundo Izumi 26, o fluxo sangüíneo dos tecidos bucofaciais é regulado pelo sistema nervoso autônomo (simpático e parassimpático). Essa temperatura pode ser medida por meio de sensor termoelétrico; por termômetros ou termografia com infravermelho para diagnóstico de doenças nos músculos e na articulação. Segundo Gallo et al 20, aumento da temperatura muscular é observada em situações de maior atividade metabólica, graças ao aumento do suprimento sanguíneo na região. Cabe lembrar que 20% da energia produzida pelas células musculares é utilizada na contração ou relaxamento muscular, enquanto que os 80%restantes são utilizados na manutenção da homeostasia. Devido a constante variação nos índices metabólicos e no fluxo sangüíneo de um músculo saudável, na posição de descanso, a temperatura intramuscular tende ser estável numa faixa de variação de 33 a 35ºC. Estudos têm indicado que a temperatura da pele sobre a ATM e músculo masseter aumenta com a idade. A microcirculação dos

P á g i n a 22 tecidos aumenta com o crescimento sendo mais acentuado no grupo mais adulto jovem, especialmente no músculo masseter 28. Os hábitos parafuncionais, definidos como toda atividade neuromuscular não funcional do sistema estomatognático, geralmente agradável para o indivíduo, podem gerar hiperatividade de grupos musculares craniomandibulares, além do aumento da pressão interna da articulação temporomandibular. Resposta a necessidades emocionais, quando excede o nível de tolerância fisiológica individual podem trazer comprometimentos oclusais, musculares e/ ou articulares, culminado no desenvolvimento de desordens temporomandibulares 1, 47-49. Tem sido sugerido que pacientes portadores de DTMs apresentam aumento da temperatura do músculo masseter. Isto parece ter grande valor no diagnóstico já que permite a diferenciação entre os quadros inflamatório e isquêmico. Gallo et al. 20 não observaram diferença na temperatura do músculo masseter entre pacientes com ou sem apertamento dentário.

P á g i n a 23 Revisão da Literatura

P á g i n a 24 Revisão da Literatura A articulação têmporo-mandibular (ATM) se localiza entre o osso temporal (parte escamosa) e o côndilo mandibular. Douglas 15 classifica a ATM como diartrose sinovial bicondílea complexa, pois ela é dupla bilateral móvel em um osso único (a mandíbula), o que possibilita seu deslocamento amplo e sinérgico. Já Okeson 37 define a ATM como a região onde ocorre a união da mandíbula com o osso temporal (crânio) e acredita que esta é a articulação mais complexa do corpo humano, permitindo movimentos de rotação (dobradiça em um só plano) e de translação (deslizamentos). A ATM possui como estruturas anatômicas a superfície articular do osso temporal, o côndilo mandibular, o disco articular, a membrana sinovial, a cápsula articular e ligamentos. A superfície articular do osso temporal é formada pela fossa mandibular (área posterior côncava, onde o côndilo deve permanecer) e pela eminência articular (área anterior e convexa, que projeta-se do fundo da fossa mandibular e também mantém relação com o côndilo quando a mandíbula se direciona para a frente). Estas estruturas são revestidas por tecido conjuntivo fibroso e entre o osso temporal e o côndilo mandibular está interposto um disco 38. A mandíbula é um osso único, em forma de arco, que apóia os dentes inferiores, sendo sustentada por músculos, ligamentos e outros tecidos moles que também auxiliam a sua movimentação em vários planos do espaço. Ela pode ser dividida em corpo e ramo mandibular, sendo que no primeiro, encontra-se a base da mandíbula e o processo alveolar. Já o ramo é constituído pelo côndilo, processo coronóide e ângulo da mandíbula. O côndilo é a parte mais superior do ramo ascendente da mandíbula e tem uma dimensão látero-mediana total de 15 a 20 centímetros e ântero-posterior de aproximadamente 8 a 10 milímetros 38. Ele possui dois pólos, um lateral e outro medial - este geralmente é mais proeminente. Ambos têm uma forma elíptica e são recobertos por uma capa fibrocartilaginosa.

P á g i n a 25 As superfícies articulares do osso temporal (fossa mandibular) e do côndilo são revestidas por tecido conjuntivo denso fibroso que, devido a sua composição, sofre menos desgaste com o envelhecimento e possui maior capacidade de regeneração. Quando há solicitação exagerada da ATM podem ocorrer modificações em sua forma. Por estas superfícies serem incongruentes, há entre elas um disco articular que possibilita a sua adaptação, distribui a pressão, aumenta a superfície efetiva - permitindo a mobilidade da ATM - e separa os espaços articulares em compartimentos isolados (o superior e o inferior). O disco articular é uma placa fibrosa com células cartilaginosas e fibras elásticas em seu interior. Apresenta-se como uma lente bicôncava e sua superfície superior convexa se encaixa na fossa mandibular do osso temporal, enquanto sua superfície inferior é côncava e amolda-se no côndilo da mandíbula. Autores como Rocabado 40, Mohl 34 e Okeson 37 dividem este disco em três partes: borda anterior, zona intermediária (central) e borda posterior. A espessura da borda anterior é de aproximadamente três a quatro milímetros, ao passo que a posterior é um pouco mais espessa. Na zona central ele mede um pouco mais de um milímetro. A borda posterior do disco possui duas áreas, uma superior e outra inferior, constituídas por tecido conjuntivo. A primeira possui muitas fibras elásticas que se inserem na face temporal da articulação. Já a inferior é altamente vascularizada e inervada, inserindo-se na face posterior do côndilo. Como essa região é composta por duas áreas, tem sido chamada de zona bilaminar 34,37 e não se destina a suportar cargas de qualquer tipo justamente por ser muito vascularizada. A zona intermediária do disco articular não tem vasos sangüíneos ou fibras nervosas e é o local de maior superfície articular do côndilo. A borda anterior do disco articular liga-se à parte anterior da cápsula e o feixe superior do músculo pterigóideo lateral, que auxilia na estabilização da ATM.

P á g i n a 26 Existe uma fixação do disco articular nas porções medial e lateral do côndilo, juntamente com a cápsula articular, garantindo o movimento simultâneo da mandíbula e dos discos articulares. Na articulação têmporo-mandibular há uma cápsula articular fina e fibrosa, que define os seus limites anatômicos e funcionais. Suas faces envolvem toda a articulação e fixam-se em várias estruturas, tais como a parte temporal da articulação (porção superior), processo pós-glenóide (parte posterior), eminência articular (parte anterior), fossa mandibular (porções interna e externa) e côndilo da mandíbula (parte inferior). A cápsula é revestida por uma delgada membrana sinovial, responsável pela produção do líquido sinovial (lubrificante desta região). Existem vários receptores sensoriais nos tecidos da cápsula articular que informam sobre as mudanças de posição da ATM 34,37. O líquido sinovial possui uma consistência viscosa (alto teor de hialurônico) e lubrifica a região da articulação, auxiliando a diminuir a fricção (amortecimento), além de transportar nutrientes e catabólitos para tecidos avasculares que cobrem o côndilo, a fossa mandibular e o disco articular. A ATM possui ligamentos preeminentes para proteger as estruturas, pois são constituídos de tecido cartilaginoso, que não se esticam e limitam a amplitude dos movimentos articulares. Os ligamentos mandibulares possuem importantes receptores de dor e mecânicos, que informam sobre os movimentos e a posição das estruturas da articulação. Não há concordância entre os autores sobre a nomenclatura e a quantidade de ligamentos existentes. Okeson 37 descreve três ligamentos principais (colaterais, capsular e têmporo-mandibular) e dois acessórios (esfenomandibular e estilomandibular). Já Wijer 47 cita dois ligamentos da região da ATM: o esfenomandibular e o estilomandibular. Oliveira 36, assim como Bianchini 6 fazem referência aos ligamentos têmporo-mandibular, esfenomandibular e estilomandibular. Os músculos são responsáveis pela precisa direção dos movimentos da articulação, dentro dos limites impostos pelos ligamentos, e os mesmos dependem do estímulo do Sistema Nervoso Central para iniciarem o seu trabalho (contração).

P á g i n a 27 Para Okeson 37 cada movimento é coordenado para aperfeiçoar a função e ao mesmo tempo minimizar o dano à estrutura e para haver movimentos na ATM é necessário a ação dos músculos mastigatórios, auxiliados por outros da cabeça e pescoço. As funções estomatognáticas como a fala, deglutição e mastigação dependem também de comportamentos funcionais destes músculos e da ATM. São eles: temporal, masseter, pterigóideos medial e lateral, digástrico, milohióideo, geniohióideo e estilohihóideo Shillinburg et al. 44 afirmam que os movimentos mandibulares ocorrem ao redor de três eixos: horizontal, vertical e sagital. O deslocamento horizontal ocorre quando a mandíbula retraída realiza a abertura e o fechamento, girando ao redor do eixo que passa pelos côndilos. O vertical ocorre quando a mandíbula se lateraliza e o centro desta rotação está num eixo que passa através do côndilo do lado de trabalho. O deslocamento sagital ocorre quando a mandíbula vai para um lado e o côndilo do lado oposto ao da direção do movimento se desloca anteriormente, indo em direção à eminência articular e movendo-se simultaneamente para baixo. Os deslocamentos mandibulares ocorrem a partir da combinação de rotações ao redor de vários eixos. Para Douglas 15 a ATM pode realizar movimentos de rotação (côndilos girando em torno de seu próprio eixo) e de translação (o côndilo deslizando na cavidade articular). Okeson 37 lembra que é raro haver movimentos mandibulares puros, pois a rotação e a translação ocorrem ao mesmo tempo, isto quer dizer que enquanto o côndilo rotaciona sobre um ou mais eixos, cada um destes está transladando. A mandíbula pode se abrir com um movimento de rotação puro, mas para isso acontecer os côndilos devem estar estabilizados, para não transladarem. Padrões alterados no funcionamento da articulação temporomandibular estão presentes em situações de disfunção das estruturas articulares ou sistema neuromuscular do aparelho estomatognático. As disfunções têmporo-mandibulares (DTM) constituem um grupo de distúrbios orofaciais crônicos que podem ser observados frequentemente por vários profissionais da

P á g i n a 28 saúde, como dentistas, médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, entre outros. Os distúrbios têmporo-mandibulares têm sido caracterizados como alterações envolvendo a musculatura mastigatória, as articulações têmporomandibulares e estruturas relacionadas à estes. O indivíduo com DTM possui vários sinais e sintomas que são comuns nesta patologia, como a dor e sensibilidade nos músculos mastigatórios e na ATM, a presença de ruídos e limitação nos movimentos mandibulares 1,37. Okeson 37 (1998) acredita que, embora a DTM tenha sido ao longo dos anos considerada uma síndrome, atualmente acredita-se que as disfunções têmporomandibulares sejam um conjunto de disfunções do sistema mastigatório que possuem muitos sintomas em comum. Costen 13 foi o primeiro a descrever esse conjunto de sinais e sintomas que ocorriam nas articulações têmporo-mandibulares com disfunção e essa alteração ficou conhecida como Síndrome de Costen. Outros autores deram nomenclaturas diferentes, de acordo com a forma que os mesmos compreendiam essa patologia, como síndrome de disfunção dolorosa da articulação têmporomandibular 7, disfunções craniomandibulares 25 e disfunção da articulação têmporomandibular 6. Os sinais e sintomas clássicos de uma disfunção na articulação têmporomandibular são: dor e sensibilidade nos músculos mastigatórios e/ou na ATM, ruídos articulares (estalidos, rangidos ou crepitações), limitação e/ou assimetria nos movimentos mandibulares 17,49. Sensações auditivas como zumbidos, otalgia e vertigem também têm sido citadas pelos pacientes que possuem DTM 39. Muitos estudos relatam a associação entre os sinais e sintomas da DTM com a presença de hábitos parafuncionais 1. Os hábitos são resultantes da repetição de um ato que possui uma finalidade. Geralmente são agradáveis, aparecem de necessidades psicológicas e trazem satisfação pessoal para o indivíduo que o realiza. A parafunção pode ser definida como todas as atividades neuromusculares não funcionais do sistema estomatognático, que produzem hiperatividade de grupos musculares craniomandibulares e aumentam a pressão interna

P á g i n a 29 da ATM, levando a repetitivos microtraumas nas superfícies articulares, podendo contribuir no aparecimento das disfunções têmporo-mandibulares 1. Dawson 14 também concorda que a hiperatividade e desvios oclusais interferentes podem provocar ou contribuir para a hipersensibilidade, alteração nos músculos mastigatórios, disfunções têmporo-mandibulares e desenvolvimento de hábitos parafuncionais. Tomé et al. 45 analisaram a influência dos hábitos bucais na determinação direta ou indireta de desvios na morfologia dentária e salientaram que os maus hábitos bucais podem estar relacionados com um crescimento ósseo anormal, má posicionamento dos dentes, problemas na respiração e fonação, alterações na motricidade oral e problemas psicológicos. Vários pesquisadores descrevem que as parafunções podem alterar o desenvolvimento craniofacial, levando a maloclusões como mordidas cruzadas ou mordidas abertas e salientam a importância da prevenção destes hábitos e das consequências desencadeadas pelo mesmo, tendo em vista que algumas alterações podem tornarem-se difíceis de resolverem ou até mesmo irreversíveis. Se os hábitos ocorrerem durante o período de crescimento da face, podem gerar forças musculares anormais e persistentes com o risco de distorção da correta forma das estruturas do sistema mastigatório. Okeson 37 descreve que as atividades do sistema mastigatório podem ser funcionais ou parafuncionais. As atividades funcionais são a mastigação, deglutição e fala, que possibilitam ao sistema realizar as funções necessárias com um dano mínimo às estruturas, enquanto as atividades parafuncionais podem ser o bruxismo, o apertamento, a onicofagia e outros maus hábitos bucais. As atividades parafuncionais podem ser diurnas (acontecem durante o dia) ou noturnas (ocorrem durante o sono). As diurnas incluem o apertamento dentário, morder lábio, bochecha ou outros objetos, sucção digital, hábitos inadequados de postura, assim como outros hábitos que o indivíduo realiza, na maioria das vezes, inconscientemente. A atividade parafuncional noturna é muito freqüente e se denomina bruxismo.

P á g i n a 30 Os hábitos bucais deletérios desencadeiam uma contração muscular do tipo isométrica, demorada e por longos períodos, que inibe o fluxo sanguíneo normal para os tecidos musculares, levando a um aumento de dióxido de carbono e resíduos metabólicos nos tecidos musculares que pode causar fadiga, espasmos e dor. Por estes fatores há maior probabilidade das atividades parafuncionais ocasionarem alterações no sistema muscular e na ATM, pois as estruturas do sistema mastigatório toleram uma certa quantidade de forças geradas pela hiperatividade e após esse nível pode ocorrer um colapso nos tecidos 49. Bianchini 6 cita que os hábitos parafuncionais bucais podem prejudicar a estabilidade do sistema estomatognático. Alguns pesquisadores, como Dawson 14 e Durso 16 pensam que essas atividades não funcionais acontecem sem que a pessoa saiba o que está fazendo. Entretanto, Bianchini 6 relata que a maioria dos pacientes entrevistados por ela tinham consciência da realização dos hábitos parafuncionais, embora não soubessem os malefícios que eles provocam. Attanasio 3 cita que algumas das atividades não funcionais dos músculos do sistema mastigatório são conscientes (como mascar chicletes, mastigação unilateral, roer unhas ou morder objetos) enquanto outras são inconscientes (como o apertamento dentário, bruxismo e alinhamento incorreto de cabeça e pescoço). Há muita discordância sobre a influência ou não dos hábitos parafuncionais nas DTMs. Barone et al. 4 sugerem eles são comuns em populações de indivíduos normais e que na maior parte dos casos não resultam em sintomas de DTM. Contudo, outros concluem que as parafunções têm um papel significativo na etiologia das DTMs 6,48. Para Okeson 37 o papel exato dos hábitos parafuncionais na DTM ainda permanece obscuro, pois poucos estudos avaliaram diretamente estes comportamentos. Figueiredo et al. 18 estudaram os hábitos bucais nocivos em indivíduos portadores de DTM e observaram que todos os sujeitos pesquisados possuíam, no mínimo, um hábito parafuncional e 83% dos pacientes praticavam cinco ou mais destas atividades parafuncionais associadas, o que nos faz pensar que o tipo, duração, frequência, intensidade, assim como a quantidade de hábitos existentes são fatores importantes.

P á g i n a 31 Neste estudo, o hábito deletério de maior incidência foi a mastigação unilateral (86%), seguida pelo bruxismo (85%). Schiffman et al. 43 analisaram os principais fatores etiológicos da DTM em vários grupos de indivíduos (normais, com disfunção na ATM e/ou com disfunção na musculatura) e encontraram como resultado de sua pesquisa que a presença de hábitos parafuncionais foi significativamente menor em indivíduos normais do que naqueles com alteração muscular e/ou na ATM. Wijer 47 estudou a relação de indivíduos com DTM (de origem muscular e/ou articular) e com disfunção na coluna cervical (DCC) e concluiu que os pacientes com DTM muscular relatavam uma ocorrência maior de hábitos viciosos do que aqueles com DCC. A retirada do hábito parafuncional é uma tarefa não muito fácil, pois, segundo Porter 39 e Moresca e Feres 35 grande parte dos pacientes em que se retira o mau hábito oral acaba desenvolvendo hábitos de compensação, isto é, substituem um ato vicioso por outro. Muitas vezes, eles ocorrem sem que a pessoa tenha consciência do que está fazendo e, por isso, são difíceis de serem combatidos. Para Leite e Tollendal 29 a continuação de um hábito oral, como o de sucção, pode ser a conseqüência de um deficiente desenvolvimento da fase oral, que na idade adulta, poderá vir a ser compensado por outros vícios, como o fumo. Tomé et al. 45 comentam que muitas vezes um hábito deletério desencadeia outro hábito, que, por sua vez, piora o primeiro, formando um círculo vicioso que deve ser interrompido para o sucesso do tratamento. Para Rugh e Harlan 42 os hábitos parafuncionais muitas vezes permanecem, mesmo quando sua etiologia já foi solucionada. Alguns hábitos de postura inadequada da mandíbula estão relacionados com fatores ocupacionais, como violinistas e mergulhadores ou telefonistas sem o equipamento adequado. Um fator importante que não podemos esquecer é que as conseqüências de um hábito oral vicioso dependem da frequência, intensidade, duração e predisposição individual. O estresse, a ansiedade,

P á g i n a 32 dificuldades no sono e algumas medicações são muito citados como fatores que podem aumentar a intensidade e frequência das atividades parafuncionais da mandíbula. Bianchini 6 ressalta a importância dos aspectos emocionais no aparecimento dos hábitos deletérios e do difícil tratamento dos mesmos sem um profissional especializado. Os hábitos parafuncionais descritos na literatura são: bruxismo (é o mais citado na literatura brasileira e estrangeira), apertamento dentário, roer unhas, apoio das mãos na cabeça ao dormir ou durante o dia, mascagem de chicletes, morder lábios, língua bochechas ou objetos, mastigação unilateral e fumo. Dawson 14 descreve o bruxismo como sendo uma fricção não fisiológica dos dentes inferiores contra os dentes superiores, que pode provocar um desgaste importante nas superfícies oclusais e causar mudanças adaptativas nas ATMs (remodelação). O autor comenta que não existe um fator etiológico definido para o aparecimento desta parafunção e que possivelmente exista mais de um fator responsável pelo início dos sintomas. Encontram-se referências quanto a dois tipos de bruxismo, o excêntrico (existem padrões horizontais de fricção) e o cêntrico (apertamento dentário durante o sono). Contudo, Okeson 37 e Rugh e Harlan 42 acreditam que o indivíduo que possui bruxismo passe por períodos de desgaste dentário rítmicos e períodos de apertamento dos dentes. Durso 16 cita que a frequência com que ocorre o bruxismo varia a cada noite e há relação com o estado físico e emocional. Moresca e Feres 35 relatam que a onicofagia aparece como substituição da sucção do polegar, por volta dos quatro ou cinco anos de idade, uma fase de grande mudanças e exigências para com as crianças. Os mesmos sugerem que esse hábito seja um mecanismo para liberar as tensões e que ele aparece quando a criança é muito exigida. Schiffman et al. 43, em sua pesquisa, constataram que 47,6% dos entrevistados roíam unhas pelo menos uma vez por semana e 10,1% realizavam este mau hábito pelo menos uma vez ao dia. A postura inadequada durante as atividades diurnas ou noturnas geralmente está associada ao apoio das mãos segurando o queixo ou o rosto e pode aparecer em decorrência da respiração bucal e causar alterações oclusais e/ou na ATM devido as pressões anormais produzidas pela

P á g i n a 33 posição incorreta no leito ou em sala de aula 35. Tomé et al. 45 acreditam que esses hábitos acarretam a mordida cruzada unilateral, tendo em vista que o apoio é geralmente feito somente de um lado. No Brasil, 8 bilhões de gomas de mascar são consumidas anualmente 1,19. Esse número, mostra que o uso do chiclete é bem significativo em nosso meio e possui um impacto considerável na boca dos pacientes, com relação a mastigação, oclusão, função salivar e conseqüentemente na manutenção da saúde dentária. A autora ressalta que algumas pessoas tentam abandonar vícios como o cigarro ou roer unhas com o auxílio da mascagem do chiclete, substituindo um hábito pelo outro. Friedman 19 cita a mascagem de chicletes como sendo um fator etiológico para a disfunção na ATM. Schiffman et al. 43 relatam que 7,2% dos indivíduos entrevistados atribuíam os sinais e sintomas da DTM que possuíam ao hábito de mastigar chicletes. Muitas vezes a sucção ou mordida do lábio aparece em indivíduos que possuem mordida aberta ou sobremordida e devido a esta maloclusão ele acaba realizando uma compensação com o lábio para auxiliar no vedamento labial. O grande problema nestes casos é que este atividade deletéria prejudica cada vez mais a oclusão destes pacientes. Na pesquisa de Schiffman et al. 43, 60% dos entrevistados realiza este mau hábito uma vez na semana e 19,8% o produz, no mínimo, uma vez por dia. É significativo o índice de sujeitos portadores de DTM e que possuem mastigação unilateral. Panhoca et al. 38 observaram em 100% dos pacientes com grau severo de DTM este tipo de mastigação. Alguns autores sugerem que os indivíduos preferem mastigar no lado da ATM que está com alterações para evitar maiores movimentos deste lado. Sugerem ainda que a mastigação unilateral está positivamente associada com a severidade das desordens craniomandibulares. Além destas atividades parafuncionais já comentadas, o fumo também é um hábito parafuncional que traz prejuízos para a ATM. No momento em que o indivíduo põe o cigarro (charuto ou assemelhado) na boca e traga, ele realiza uma protrusão mandibular que pode interferir na harmonia do sistema. Rugh e Harlan 42 citam que o uso do cachimbo entre os dentes causa uma pressão crônica, que pode ocasionar abrasão e/ou

P á g i n a 34 intrusão dos dentes pressionados. Figueiredo et al. 18 realizaram um estudo e relataram que 23% dos pacientes com DTM possuíam o hábito de fumar. Esses pesquisadores ressaltam que os hábitos parafuncionais podem ser determinantes na ruptura da harmonia fisiológica do sistema estomatognático, uma vez que sobrecarregam a musculatura envolvida e a própria articulação.

P á g i n a 35 Proposição

P á g i n a 36 Proposição O propósito deste trabalho é avaliar Influência da atividade não-funcional neuromuscular sobre a temperatura dos músculos masseter e temporal em pacientes atendidos no Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP no ano de 2011.

P á g i n a 37 Material e Método

P á g i n a 38 Material e Método O presente estudo trata-se de pesquisa quantitativa de caráter exploratório, descritivo (já que expõe características de população específica) e de campo (uma vez que incluiu aplicação de questionário no local onde ocorre o fenômeno). O universo e a amostra foram compostos por 50 pacientes atendidos no Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP no ano de 2011, de ambos os gêneros, com idade entre 15 a 75 anos. Todos os pacientes receberam instrução a respeito da pesquisa quanto à preservação de sua identidade e prestação de esclarecimentos em caso de dúvida. Ademais, foi solicitado que assinassem o termo de consentimento esclarecido, a fim de viabilizar sua participação. A fonte de dados foi primária, por meio de preenchimento do instrumento de coleta de dados e Termo de Consentimento Esclarecido por todos os indivíduos envolvidos na pesquisa. Após a identificação dos indivíduos portadores de hábitos parafuncionais a amostra foi dividida em dois grupos: Grupo I (Com Hábitos) e Grupo II (Sem Hábitos). Todos os sujeitos da Pesquisa, portadores ou não de hábitos parafuncionais, foram submetidos à mensuração da temperatura dos músculos masseter e temporal. Para tanto, foi solicitado aos indivíduos para não realizar nenhuma atividade mastigatória nas duas horas que antecederam ao exame. A seguir, os mesmos foram instalados em sala com temperatura ambiente de 22º C, sentados, por pelo menos 30 minutos antes da realização dos exames. A temperatura da superfície dos músculos masseter e temporal anterior de ambos os lados do indivíduo foi medida com o auxílio de termômetro digital da marca ICEL TD-971 (Icel Instrs e componentes eletrônicos Ltda Curitiba/PR) com capacidade de análise de -50 a 750 graus Celsius. Este instrumento (Figura 1) utiliza um sistema de leitura por irradiação de infravermelha cujo resultado pode ser visualizado em um visor de LCD (Figura 2). O registro da temperatura superficial do músculo masseter foi realizado sobre o ventre do feixe superficial na porção intermediária entre a origem e

P á g i n a 39 inserção do músculo masseter, na altura de uma linha imaginária correspondente ao plano oclusal. Para tanto, o termômetro foi mantido a cerca de 10-20mm da superfície do músculo. Também foi registrada a temperatura no feixe anterior do músculo temporal, em um ponto distando 15 mm da margem supra-orbital posterior de ambos os lados (Figuras 3 e 4). Os valores de temperatura registrados para ambos os músculos nos lados direito e esquerdo dos indivíduos dos dois grupos foram submetidos a tratamento estatístico. Figura 1 - Termômetro digital ICEL TD-971 (Icel Instrs e componentes eletrônicos Ltda/Curitiba,PR) com capacidade de análise de -50 a 750 graus Celsius e sistema de leitura por irradiação de luz infravermelha.

P á g i n a 40 Figura 2 Visor de LCD Figura 3 Aferição da temperatura da pele da superfície do músculo masseter

P á g i n a 41 Figura 4 - Aferição da temperatura da pele da superfície do músculo temporal

P á g i n a 42 Resultados

P á g i n a 43 Resultados Os resultados obtidos foram submetidos a estatística descritiva e estão apresentados nas Tabelas 1 a 16 e Gráficos 1 a 8. Tabela 1 Idade da amostra Idade 15 19 20 21 22 23 24 25 28 31 33 34 36 37 41 Frequência 1 1 5 2 1 2 1 2 1 1 1 1 1 1 1 Idade 42 43 44 46 47 49 50 51 52 54 55 56 57 69 75 Frequência 1 2 4 2 1 2 2 1 2 2 1 1 1 1 2 Gráfico 1 Distribuição da amostra quanto à idade 24% 22% 26% 28% 20-28 anos 41-49 anos 50-58 anos Outros

P á g i n a 44 Gráfico 2 Distribuição da amostra quanto ao gênero 26% 74% Masculino Feminino Gráfico 3 Distribuição da amostra quanto ao estado civil

P á g i n a 45 Tabela 2 Distribuição da amostra quanto ao estado civil Estado Civil Frequência Frequência Absoluta Relativa(%) Solteiro 16 32 Casado 31 62 Divorciado 3 6 Tabela 3 Distribuição da amostra quanto à atividade profissional Profissão Frequência Absoluta Frequência Relativa(%) Aposentado 4 8 Desempregado 1 2 Estudante 9 18 Funcionário Doméstico 11 22 Funcionário Público 3 6 Outros 3 6 Professores 4 8 Trabalho Direto com o Público 11 22 Trabalho Pesado 4 8

P á g i n a 46 Gráfico 4 Distribuição da amostra quanto à atividade profissional Tabela 4 Distribuição da Amostra quanto ao grau de instrução Grau de Instrução Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Analfabeto (a) 1 2 Fundamental Completo 7 14 Fundamental Incompleto 12 24 Médio Completo 8 16 Médio Incompleto 4 8 Superior Completo 10 20 Superior Incompleto 8 16

P á g i n a 47 Gráfico 5 Distribuição da Amostra quanto ao grau de instrução Gráfico 6 Presença de atividades não-funcionais neuromusculares ( Hábitos Parafuncionais) na amostra 28% 72% SIM NÃO

P á g i n a 48 Gráfico 7 Distribuição das atividades não-funcionais neuromusculares (Hábitos Parafuncionais) quanto à faixa etária Gráfico 8 Distribuição das atividades não-funcionais neuromusculares (Hábitos Parafuncionais) quanto ao gênero 19,5% 80,5% Feminino Masculino

P á g i n a 49 Tabela 5 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal Músculo/Lado Temperatura Média Masseter Direito 31,79 Masseter Esquerdo 31,78 Temporal Direito 32,50 Temporal Esquerdo 32,43 Tabela 6 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal (Gênero Feminino) Músculo/Lado Temperatura Média Masseter Direito 31,33 Masseter Esquerdo 31,39 Temporal Direito 32,30 Temporal Esquerdo 32,20 Tabela 7 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal (Gênero Masculino) Músculo/Lado Temperatura Média Masseter Direito 33,03 Masseter Esquerdo 32,91 Temporal Direito 33,04 Temporal Esquerdo 33,08 Tabela 8 - Atividades não-funcionais neuromusculares (Hábitos Parafuncionais) de acordo com o Gênero Gênero Feminino Gênero Masculino 29 (80,5%) 7 (53,8%)

P á g i n a 50 Tabela 9 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal na presença ou não de atividades não-funcionais neuromusculares/hábitos Parafuncionais (Gênero Feminino) Músculo/Lado Temperatura Média com Hábitos Temperatura Média sem Hábitos Masseter Direito 31,48 30,77 Masseter Esquerdo 31,54 30,96 Temporal Direito 32,35 31,26 Temporal Esquerdo 32,44 31,23 Tabela 10 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal na presença ou não de atividades não-funcionais neuromusculares/hábitos Parafuncionais (Gênero Masculino) Músculo/Lado Temperatura Média com Hábitos Temperatura Média sem Hábitos Masseter Direito 32,91 32,20 Masseter Esquerdo 32,42 33,83 Temporal Direito 32,52 32,25 Temporal Esquerdo 33,00 32,93 Tabela 11 - Temperatura Média dos músculos Masseter e Temporal na presença ou não de atividades não-funcionais neuromusculares/hábitos Parafuncionais (Ambos os Gêneros) Músculo/Lado Temperatura Média com Hábitos Temperatura Média sem Hábitos Masseter Direito 31,79 31,00 Masseter Esquerdo 31,78 31,40 Temporal Direito 32,50 32,20 Temporal Esquerdo 32,43 32,10

P á g i n a 51 Tabela 12 Uso de medicamentos pela amostra estudada Medicamentos Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) 17 34 Anticincepcional 8 16 Antibiótico 5 10 Antinflamatório 7 14 Hipotensor 9 18 Antireumático 1 2 Reposição 1 2 Hormonal Hormônio 3 6 Tireoidiano Ansiolítico 2 4 Antidepressivo 6 12 Controle da 1 2 obesidade Antialérgico 1 2 Controle do 1 2 diabetes Reposição de 1 2 cálcio Homeopatia 1 2 Corticosteróide 1 2 Tabela 13 - Uso de medicamentos de acordo com gênero Masculino Feminino Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Frequência Absoluta Frequência Relativa (%) Anticoncepcional - - 17 42,5 Analgésico 3 30 5 12,5 Antibiótico 2 20 3 7,5 Antinflamatório 0 0 7 17,5 Hipotensor 3 30 6 15 Antireumático 0 0 1 2,5 Reposição 0 0 1 2,5 Hormonal Hormônio 1 10 2 5 Tireoidiano Ansiolítico 2 20 0 0 Antidepressivo 1 10 5 12,5 Controle da 0 0 1 2,5 Obesidade Antialérgico 0 0 1 2,5 Controle do 1 10-0 Diabetes Reposição de 0 0 1 2,5 Cálcio Homeopatia 0 0 1 2,5 Corticosteróides 0 0 1 2,5

P á g i n a 52 Discussão

P á g i n a 53 Discussão Todo movimento do corpo é produzido por um conjunto complexo de alavancas sendo os músculos os responsáveis pela dinâmica das estruturas. Os músculos podem ser considerados uma máquina que transforma energia química em trabalho. A obtenção energética para a contração ou relaxamento do músculo pode ser realizada por meios aeróbicos e anaeróbicos. No primeiro caso, o resultado quantitativo de produção de energia (ATP) é mais vantajoso a partir da metabolização de uma molécula de glicose. Esta energia acumulada nos músculos é importante para a realização das atividades musculares de contração e relaxamento. Durante a transformação da energia química em trabalho, cerca de 80% dela é liberada em forma de calor, responsável em manter o nível de temperatura adequada à estrutura para que as reações enzimáticas possam ser realizadas. Somente 20% resultam em trabalho mecânico 4. As atividades não-funcionais neuromusculares, também denominadas hábitos parafuncionais, jogam papel importante no desenvolvimento dos distúrbios da articulação temporomandibular. Vários autores concordam sobre seu potencial dinâmico na gênese das desordens, principalmente quando associado ao estresse psicossocial 17-20. Nossos resultados apontaram maior prevalência de mulheres com hábitos parafuncionais (80,5%). Este achado parece estar justificado no fato de que nenhuma das pacientes fazia uso de ansiolíticos. No entanto eram usuárias de antidepressivos. Estes resultados corroboram aqueles encontrados por Cerqueira et al. 10 e Alves-Rezende et al. 1 que encontraram no gênero feminino o maior desenvolvimento das parafunções. Em nosso estudo as faixas etárias que mais procuraram o serviço oferecido pelo Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP no ano de 2011 situouse entre 20 a 30 anos e 50 a 60 anos. 62% dos pacientes eram casados. Também o gênero feminino mostrou-se mais prevalente, respondendo por 74% da amostra.

P á g i n a 54 No presente trabalho 72% dos pacientes apresentavam hábitos parafuncionais. Destes, 38% apresentavam idade média entre 20 a 28 anos. Cerqueira et al. 10 observaram maior incidência de hábitos parafuncionais entre universitários com idade média de 21,6 anos. Cauás et al. 9 em estudo em portadores de desordem temporomandibular atendidos pelo Centro de Diagnóstico e Tratamento da Dor Orofacial da Faculdade de Odontologia de Pernambuco (FOP UPE) encontrou a maior prevalência de hábitos parafuncionais entre indivíduos de 21 a 30 anos. Alves-Rezende et al. 1 encontraram resultados que corroboraram aqueles encontrados por Cerqueira et al. 10 e Cauás et al. 9. Com relação à temperatura da pele sobre os músculos mastigatórios observou-se que a temperatura média do músculo masseter dos pacientes atendidos no Núcleo de Diagnóstico e Tratamento das DTMs da FOA/UNESP no ano de 2011 foi de 31,78ºC. Para o músculo temporal a média foi de 32,47ºC. Na presença de hábitos parafuncionais estas mesmas médias atingiram valores de 31,78ªC para o músculo masseter e 32,46ºC para o músculo temporal. Na ausência de atividade não-funcional neuromuscular os valores obtidos foram 31,20ºC e 32,10ºC, respectivamente para os músculos masseter e temporal. Quando aferidas as médias para o gênero feminino o músculo masseter mostrou valores de 31,36ªC enquanto o músculo temporal alcançou valores médios de 32,25ºC. Para o gênero masculino os valores médios para os músculos masseter e temporal foram 32,98ºC e 33,06ºC, respectivamente. Quando considerados os pacientes do gênero feminino com hábitos parfuncionais a média para o músculo masseter foi 31,51ºC e para o músculo temporal 32,39º. Para o mesmo gênero, na ausência de atividades não-funcionais neuromusculares as médias atingiram valores de 30,86ºC e 31,24ºC, respectivamente para os músculos masseter e temporal. Para os pacientes do gênero masculino com hábitos parfuncionais a média para o músculo masseter foi 32,66ºC e para o músculo temporal 32,76ºC para o músculo

P á g i n a 55 temporal. Para o mesmo gênero, na ausência de atividades não-funcionais neuromusculares as médias atingiram valores de 33,01ºC e 32,59ºC, respectivamente para os músculos masseter e temporal. Estes achados vêm de encontro àqueles encontrados por Berry e Yemm 5 e Gallo et al. 20. Estes observaram temperaturas superiores dos músculos temporal e masseter em pacientes com apertamento dentário. Koop e Haraldson 28, no entanto, mostraram diminuição da temperatura sobre o músculo masseter em pacientes com desordens temporomandibulares de origem muscular. Vale também destacar que as médias das temperaturas dos músculos masseter e temporal nos pacientes do gênero feminino sem hábitos parece estar relacionada com uso de antiinflamatórios. Torna-se importante destacar que as atividades não-funcionais neuromusculares podem predispor ao surgimento das desordens temporomandibulares isoladamente ou associadas a alterações psicocomportamentais, oclusais ou neuromusculares. No entanto, o papel desempenhado por cada fator isoladamente é uma característica que pode variar de indivíduo para indivíduo.

P á g i n a 56 Conclusão

P á g i n a 57 Conclusão Com base na metodologia empregada e nos resultados encontrados é possível concluir que: - as atividades não-funcionais neuromusculares aumentaram a temperatura da pele sobre os músculos masseter e temporal; - as atividades não-funcionais neuromusculares mostraram maior ocorrência no gênero feminino; - a faixa etária de maior ocorrência das atividades não-funcionais neuromusculares ou hábitos parafuncionais foi 20-28 anos.

P á g i n a 58 Referências

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