Participação de pequenas empresas nos parques tecnológicos Autor: Katia Melissa Bonilla Alves 1 Co-autores: Ricardo Wargas 2 e Tomas Stroke 3 1 Mestre em Economia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Analista Técnica do SEBRAE/RJ: Rua Santa Luzia, 685 7º andar Centro / RJ. (21) 2212-7847 - Kalves@rj.sebrae.com.br 2 Engenheiro Eletricista pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Gerente de Soluções e Inovação do SEBRAE/RJ: Rua Santa Luzia, 685 7º andar Centro / RJ. (21) 2212-7842 Wargas@sebraerj.com.br 3 Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consultor em Parques Tecnológicos e Incubadoras. Rua Santa Luzia, 685 7º andar Centro / RJ. (21) 2212-7847 - tstrokeconsultoria@hotmail.com
Resumo Dificuldades que as empresas de pequeno porte encontram para implantação nos parques tecnológicos, problemas como gestão empresarial e gestão da inovação são obstáculos para o processo de maturação dessas empresas e, além disso, o trabalho se propõe a identificar algumas características que precisam ser avaliadas para que essas empresas possam se estabelecer nesse ambiente. 1. Introdução As micro e pequenas empresas têm papel fundamental para alavancar o crescimento do País. Os pequenos negócios são de fundamental importância para fomentar o desenvolvimento do Brasil, pois essas empresas são responsáveis pela geração de emprego e renda. Mas empresas desse porte ainda enfrentam grandes dificuldades para atingir sua maturidade e se tornarem sólidas no mercado devido a fatores mais variados como gestão, processos tecnológicos, financeiros entre outros. Por outro lado, conforme estudo realizado pela Anprotec, um parque tecnológico é um lugar para fazer negócios, é um novo modelo de desenvolvimento. O papel dos parques é criar um ambiente que dê condições para que a indústria de inovação possa nascer, crescer e agregar valor a outros setores econômicos e à sociedade como um todo. Portanto, os parques tecnológicos brasileiros devem contribuir de forma relevante para consolidar a formação de uma forte e competitiva indústria do conhecimento bem como para agregar tecnologia e inovação ao setor industrial, agrícola e de serviços já estabelecidos, Nesse contexto, ao abordar a importância das empresas de pequeno porte e a importância de um parque tecnológico é necessário criar mecanismos e incentivos para instalação de empresas desse porte nos parques tecnológicos. Portanto, o objetivo desse trabalho será apresentar um conteúdo que retrate as dificuldades dessas empresas se inserirem nesse ambiente, em vista disso, levantam-se questões do tipo quais critérios devem ser considerados para escolher empresas
para atuação nos parques? Quais incentivos devem ser oferecidos a elas? Que problemas internos elas apresentam que ampliam essas dificuldades? 2. Dificuldades da Pequena Empresa de Base Tecnológica O cenário brasileiro com a descoberta do présal, nos levou a reflexão de que novos projetos seriam demandados às instituições tenológicas, devido ser esta área de exploração nova em termos mundiais, extremamente exigente quanto aos riscos ambientais, necessita grande quantidade de novos projetos estruturantes para o desenvolvimento de equipamentos, produtos e serviços, possíveis de operar nestas extremas condições. Por consequencia, os Centros de Tecnologia de empresas multinacionais estabelecidos e a estabelecer no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro convergem para esta temática e estes grandes projetos acabam subdivididos em subprojetos contratados nos diversos laboratórios competentes em suas áreas, sendo que, normalmente, são levados a provas de conceito conforme as especificações exigidas. Entendemos que pequenas empresas em conjunto com os pesquisadores, possam desenvolver os protótipos ou pré-séries de fabricação destes produtos para serem submetidos às certificações necessárias e estarem disponíveis para contratação. Sendo assim, estas pequenas empresas precisam ter características bem definidas que permeiam fortes condições teóricas e de laboratório (condição fácil de ser atingida sendo start-up ou ligadas aos próprios laboratórios), mas também profundos conhecimentos práticos de engenharia aplicada para satisfazer todas as condições necessárias de produção, de segurança e de qualidade, necessárias ao ambiente quase desconhecido em que funcionarão. Para realização desse trabalho, foram efetuadas visitas ao Parque Tecnológico da UFRJ e entrevista a pequena empresa PAM Membranas Selectivas que está instalada nesse parque para entender e identificar atuação da empresa nesse ambiente, além disso, com objetivo de maior embasamento, foi realizada entrevista com especialista na área de parques.
Com relação à empresa PAM- Membranas, por ter saído do laboratório da UFRJ e no momento posterior conseguiu ser empresa incubada da Incubadora COPPE, esses fatores contribuíram para a instalação da empresa, uma vez que já fazia parte desse ambiente. A empresa destacou que um dos problemas para o empresário se estabelecer no mercado é a questão de gargalos no fomento e financiamento existentes para as pequenas empresas, há riscos e poderia haver maior atuação governamental. Outro problema que é muito comum nas micro e pequenas empresas, problema recorrente nas MPE, em geral, é a questão de gestão empresarial e gestão da inovação, é muito comum que essas empresas tenham membros mais experientes na área técnica em relação aos aspectos empresarias como gestão, finanças, marketing entre outros. Em geral, esse assunto é visto como um gargalo em um momento posterior, mas que é de extrema importância para a saúde da empresa. Apesar da PAM-Membranas ter sido uma empresa incubada ela teve dificuldade em montar a equipe. Toda a equipe teve que passar por capacitações, pois há o comportamento de perfil universitário, para tanto, houve contratação de profissionais do mercado para conseguir construir um ambiente de mercado na empresa. Portanto, como há necessidade de pequenas empresas de base tecnológica servir de ponte entre laboratório e centro tecnológico em grandes projetos estruturantes, a questão de capacitação empresarial é um fator fundamental para o sucesso dessas empresas. No que diz respeito ao parque tecnológico, segundo a PAM-Membranas, está sendo muito importante por causa da interação com as demais empresas instaladas ao redor e networking. Ao escolher o perfil dessas empresas para atuarem nos parques deve-se analisar a equipe, a experiência prática delas, mapear as capacitações necessárias e aspectos primordiais de gestão para que estas empresas constantes da proposta possam de forma eficiente complementar os trabalhos dos laboratórios e seus resultados quanto a produtos e serviços tenham a máxima segurança de operação nos seus campos de atuação. Conforme salientado pela empresa entrevistada, ainda há o problema de gestão empresarial na empresa, logo, após o mapeamento, o Sebrae poderá apresentar os diversos produtos para apoiar essas empresas de
pequeno porte, através de consultoria tecnológica conforme regras do Programa Sebraetec, ferramentas do Sebrae Mais onde a empresa terá a oportunidade de implantar modelos avançados de gestão empresarial, ampliar sua rede de contatos, implantar estratégias para estimular a inovação na sua empresa, analisar os aspectos fundamentais da gestão financeira e melhorar o processo de tomada de decisões gerenciais. O programa é composto por conjunto de soluções que são aplicadas conforme as necessidades da empresa. Há também o programa na Namedida o qual oferece cursos, oficinas, palestras, consultorias e diálogos planejados de acordo com as principais necessidades do empresário, entre variados tipos de serviços. Desta forma, levará a empresas não propriamente fornecedoras de produtos e serviços para operação, mas complementos fundamentais aos trabalhos de laboratório, produzindo protótipos aptos a vencer as especificações técnicas e ambientais previstas para o pré sal e obedecendo às leis de conteúdo tecnológico local previstas. 3. Conclusão À guisa de conclusão, dada à necessidade de pequenas empresas servir de ponte entre laboratório e centro tecnológico em grandes projetos estruturantes, esse trabalho, inicialmente, teve como objetivo apresentar uma forma de identificar os pré-requisitos para que empresas de pequeno porte se instalassem nos parques tecnológicos, entretanto, como estamos trabalhando com tecnologia de ponta, no estado da arte como o Pré-sal, ao direcionar a análise para o Parque Tecnológico da UFRJ, constata-se que as MPE tem, atualmente, dificuldade em acompanhar essas novas tecnologias o que poderá ocasionar problemas nos laboratórios, não ocorrendo soluções práticas devido a questão temporária de maturação das pesquisas e pode, consequentemente, ser um empecilho para o desenvolvimento dos projetos. Além de incentivos que as empresas de pequeno porte devam obter para inserção nos parques tecnológicos, é de extrema importância que as empresas tenham um programa de capacitação e gestão empresarial bastante direcionado para a realidade da empresa, pois a equipe, de forma
geral, apresenta maior conhecimento técnico em relação a aspectos empresariais. Precisa, também, ampliar o escopo de engenharia aplicada e não apenas de pesquisa e desenvolvimento para obter sucesso na sua atuação 4. 4 Agradecemos o apoio do Alfredo Laufer e a Empresa PAM - Membranas Selectivas para realização desse trabalho.