Case: Hospital São José Área limpa amplia controle no processo de manipulação Em sua busca para se tornar referência em tratamentos oncológicos, o Hospital São José investe na criação de uma área limpa de mais de 50 metros quadrados para a manipulação de quimioterápicos Luciana Fleury Farmacêuticos analisam as prescrições e separam medicamentos 18 Materiais são recebidos na área de manipulação já higienizados Ambiente conta com duas cabines de biossegurança classe II B2 Tornar-se um centro de excelência Fotos: Gáucia Motta em oncologia voltado para o público de alto padrão é o objetivo para o qual o Hospital São José não tem poupado esforços e investimentos. Para deixar de ter uma atuação generalista e transformar-se em um local especializado, a instituição, que faz parte do complexo da Beneficência Portuguesa de São Paulo, destinou o 5º e o 6º andares para abrigar a área oncológica, realizou reformas, reestruturou seu corpo clínico, trazendo nomes de peso para seus quadros, e já tem planos para expansão (veja mais na pág. 22), passando a competir diretamente com os principais hospitais de referência pela preferência dos pacientes. Entre as iniciativas para este novo posicionamento está também a construção em suas dependências de uma área limpa voltada para a manipulação de quimioterápicos. A decisão de manter um local próprio, ao invés de terceirizar a dosagem de medicamentos ministrados aos pacientes em tratamento, foi baseada na busca por autonomia, maior agilidade e opção por maior controle no processo de manipulação. Antes de iniciar os estudos e projetos para concepção e instalação de uma sala limpa era preciso encontrar um local que abrigasse o espaço. Uma tarefa nada fácil, já que a reforma para a adequação à nova proposta previa proporcionar conforto de alta hotelaria aos pacientes, com quartos espaçosos e ambientes amplos e arejados. A solução foi utilizar uma parte localizada no subsolo, próxima de onde se encontra a farmácia central da instituição, comenta Luiz Celso Soares de Camargo, Superintendente de Infraestrutura do Complexo da Beneficência Portuguesa de São Paulo. O pé direito baixo, de 2,2 metros com entreforro de apenas 255 mm, transformou-se no principal desafio da instalação da área limpa e poderia
anuncio_camfil_08_07_11.pdf 1 7/8/11 3:33 PM Como parte do caminho para tornar-se um centro de excelência em oncologia, o Hospital São José construiu uma área limpa voltada para a manipulação de quimioterápicos inviabilizar o projeto, já que o padrão das caixas terminais usadas para a difusão do ar climatizado nesse tipo de instalação varia entre 350 e 400 mm. Era preciso atender a necessidade do cliente, respeitando seu limite orçamentário e, claro, garantindo que as soluções resultassem na classificação desejada, observa Francisco Lima, projetista técnico da Masstin, empresa responsável pela concepção do projeto, projeto executivo e todo o dimensionamento do sistema. A saída foi procurar no mercado um fornecedor que pudesse oferecer uma caixa terminal desenhada sob medida. A Linter aceitou o desafio de atender o que nós especificamos e produziu uma caixa com altura especial que não faz parte de sua linha de produtos, solucionando nosso problema, conta Lima. A caixa terminal, de apenas 250 mm de altura, tornou possível então a construção da sala limpa de manipulação de quimioterápicos de 52,6 metros quadrados, com Processo de manipulação do quimioterápico segue técnicas assépticas ambientes ISO classe 7 ou ISO classe 8, dependendo do tipo de atividade desenvolvida na área (paramentação, liberação e estocagem, higienização e manipulação).
Case: Hospital São José Prescrições e dados do paciente são duplamente verificados Formulações são preparadas de forma individualizada por paciente C M Y CM MY CY CMY K EXCELÊNCIA EM INSTALAÇÃO E MANUTENÇÃO Contando com uma equipe de profissionais altamente qualificados, realizamos trabalhos de engenharia, obras, gestão de contratos e serviços corretivos que contemplam os segmentos de: Especialidades: Ar Condicionado Refrigeração Ventilação Industrial Filtragem Salas Limpas Retrofit Áreas de Atuação: Engenharia Obras Gestão de Contratos Serviços Corretivos Masstin Engenharia e Instalações Ltda. Av. Sete de Setembro, 97 Jardim Recanto 09912-010 Diadema SP Fone/Fax: (11) 4055-8550 Site: www.masstin.com.br E-mail: comercial@masstin.com.br 20 Ambientes classificados O controle de contaminação é fundamental na manipulação de quimioterápicos, por ser uma formulação injetada diretamente na corrente sanguínea. A produção segue as mesmas regras da legislação das Boas Práticas da Fabricação de Medicamentos e ainda precisa atender exigências específicas, como a RDC 220, de 2004, e a RDC 67, de 2007, da ANVISA. Vários aspectos tornam o processo delicado e que exige uma rotina de cuidados e controles. Por ser uma prescrição sob demanda, feita de forma específica para cada paciente, não é possível trabalhar com produção em escala. O prazo ideal entre a efetiva preparação e o uso do medicamento é curto, apenas 24 horas. Além disso, algumas substâncias utilizadas são vesicantes (têm capacidade de provocar necrose, por exemplo) ou irritantes. Soma-se a tudo isso a necessidade de agilidade na manipulação para garantir o atendimento. Tudo isso é levado em conta na rotina de produção de quimioterápicos seguida no Hospital São José na preparação das atuais cerca de 40 bolsas por dia (capacidade máxima de 2.000 bolsas/mês). Ao receber uma prescrição, no ambiente de liberação, a Pé direito baixo foi o principal desafio da instalação da sala limpa e demandou caixa terminal feita sob medida
Farmacêuticos analisam prescrição de acordo com os dados do paciente e comparam com protocolos, antes de iniciar a produção equipe técnica acessa o prontuário do paciente e faz uma análise do pedido de acordo com os protocolos padrões da terapia. A solicitação aprovada segue para a área de armazenamento (ISO classe 8), na qual são separadas as matérias-primas e as bolsas assépticas que receberão o medicamento. Com as bolsas devidamente rotuladas com nome do paciente, indicação de via de administração, orientação de conservação e informação se há presença de contaminantes perigosos, tudo é direcionado via caixa de passagem para o setor de higienização (ambiente ISO classe 8). Por outra caixa de passagem, os materiais higienizados seguem para a área de manipulação, com classificação ISO 7; 100 trocas de ar por hora (100% exaustão), mantida a temperatura de 22 C, com pressão negativa em relação aos outros ambientes evitando assim possível contaminação cruzada. Nela, as formulações são trabalhadas em duas cabines de biossegurança classe II B2, com vazão de ar de 1.500 m³/h cada. Luiz Celso Camargo: iniciativas visam o atendimento diferenciado
Case: Hospital São José Condições de assepsia são mantidas por rotinas de limpeza e de descontaminação, realizadas de forma periódica e controlada As bolsas higienizadas e lacradas saem por outra caixa de passagem, voltando para a área de liberação. Os técnicos realizam uma nova avaliação, verificando as condições finais do produto e, uma vez aprovados, os medicamentos são enviados para administração aos pacientes. Para manter as condições de limpeza da área, diariamente, após o término do expediente, colaboradores do setor de higiene realizam a limpeza dos ambientes. Treinados e equipados com uniformes específicos para uso em área limpa, utilizam solução detergente e um agente antimicrobiano. Semanalmente, é feita a limpeza terminal da Sala de Manipulação usando, além das soluções utilizadas diariamente, mais um agente sanitizante e desinfetante. Para assegurar a descontaminação, são feitos controles microbiológicos do ambiente semanalmente (fluxos Apesar de ter sido inaugurado em 2007, o direcionamento do Hospital São José para a área de oncologia foi decidido apenas no final de 2009. Após esta definição, o 5º e o 6º andares foram destinados para abrigar o Centro de Oncologia, o primeiro passo de uma série de iniciativas que vêm sendo tomadas para criar as condições a fim de se apresentar ao mercado como um local especializado no tratamento de câncer. Para tanto, foram feitos investimentos significativos tanto em equipe quanto em infraestrutura. Para comandar o Centro de Oncologia foi contratado o renomado oncologista Ampliação já em projeto Antônio Carlos Buzaid, que durante os últimos 12 anos esteve à frente do serviço de oncologia do Hospital Sírio-Libanês. A equipe ainda conta com os oncologistas Fernando Cutait Maluf e Riad Younes, nomes de alta representatividade na especialidade. Além disso, promoveu-se uma reformulação total em seus quartos, transformando-os em ambientes exclusivos de alta hotelaria. O centro de oncologia do São José é interligado com o hospital, onde ficam os 55 leitos de internação. No atendimento geral serão 38 salas de quimioterapia com banheiro próprio, 17 consultórios, um pronto-socorro exclusivamente oncológico e salas de radioterapia. A expectativa é atender 9,6 mil pacientes por ano. E já está em marcha o plano de expansão. A perspectiva é que em dois anos, no local que hoje abriga o Banco de Sangue da instituição (que fica no mesmo terreno do hospital), seja erguido um novo prédio, totalmente direcionado ao atendimento oncológico. A sala limpa voltada para a manipulação de quimioterápicos também será migrada para o edifício novo e a previsão inicial é que ocupe todo o último andar, ampliando sua área e capacidade de produção. 22 Quartos reformados para receber pacientes seguem padrões de alta hotelaria
unidirecionais e salas de manipulação) e de superfícies (fluxos unidirecionais). A microbiologia do ambiente e das superfícies das antecâmaras e da sala de higienização é controlada mensalmente. Já uniformes (luva dedos e palma, antebraço e peito) são inspecionados semanalmente. Demais superfícies (como bancadas, carrinhos, computadores etc.) são verificadas quinzenalmente. Todas as ações são voltadas para o cumprimento da legislação vigente e também controles internos, com o objetivo de oferecermos um atendimento diferenciado, desde o diagnóstico e a definição de tratamento, passando por conforto, privacidade e alta qualidade na administração da medicação, finaliza Camargo. Construção Civil Projeto de ar condicionado Instalação do sistema de condicionamento de ar Dutos Caixa terminal Unidades de tratamento de ar Filtros HEPA Cabines de biossegurança Inversores Portas e divisórias Caixas de passagem Sensores Controladores Certificação Ficha Técnica Sala de Manipulação de Quimioterápicos do Hospital São José *Informações cedidas pelo Hospital São José F2 Engenharia e Construções Masstin Masstin Masstin Linter Newtork Camfil Veco Danfoss Dânica Dânica Brainset (Johnson Controls) Danfoss Somar