FACESI EM REVISTA Ano 3 Volume 3, N. 2 2011 - - ISSN 2177-6636



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Transcrição:

FACESI EM REVISTA Ano 3 Volume 3, N. 2 2011 - - ISSN 2177-6636 CONTABILIDADE AMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS Everaldo Veres Zahaikevitch - UTFPR Pós Graduando (everaldo.veres@bol.com.br) Marcos Nicácio Fascina UTFPR Pós Graduando - (nfascina@hotmail.com) Dante Luiz Pereira UTFPR Pós Graduando (dantepelego@hotmail.com) José Carlos da Cruz - UTFPR Pós Graduando (jokruz@yahoo.com.br) RESUMO Este artigo aborda a importância da utilização das práticas de Contabilidade Ambiental nas Indústrias, como também a contextualização teórica da contabilidade ambiental, bem como ativos e passivos ambientais e o sistema de gestão ambiental a identificação e reconhecimentos dos custos, despesas, ativos, passivos e receitas ambientais. Será demonstrado a responsabilidade social das empresas no cenário socioeconômico, o desenvolvimento sustentável das indústrias conciliando-se com a preservação do meio ambiente, os sistemas de gestão ambientais, e terce-a comentários sobre as normas ISSO 14000 e também qual a importância do balanço social para as industrias de modo geral, os procedimentos são bibliográficos. Palavras chave: Meio ambiente; Indústria; Contabilidade Ambiental. 1. INTRODUÇÃO A preocupação com o meio ambiente se torna cada vez maior, pois é percebido que os recursos naturais são limitados e por isso não podem mais ser desperdiçados. De acordo com Demajorovic (2006, p.116) As últimas décadas assistiram a um grande crescimento mundial da preocupação com os impactos no meio ambiente. Em face da necessidade de um novo planejamento para a sociedade, que inclua medidas de proteção aos escassos recursos naturais do planeta e que promova uma melhor convivência entre as atividades econômicas do ser humano e o meio ambiente, tem surgido cada vez mais necessidade de controle e planejamento dessas atividades e a contabilidade enquanto ciência tem muito a oferecer nesse âmbito. (DAGOSTIM, 2010). De acordo com Tinoco e Kraemer (2004, p.9): A proteção ao meio ambiente vem tornando-se uma preocupação de muitas empresas, de formadores de opinião e de parcela significativa da população, em várias partes do mundo. Isso decorre do elevado nível de degradação do Patrimônio Ambiental da humanidade, e leva as organizações a se adaptarem para que haja uma convivência equilibrada com o meio ambiente. A importância da preservação do meio ambiente é um fato inquestionável, o desenvolvimento econômico e o crescimento constante da população estão ameaçando esse ambiente de várias formas. E não é apenas a sociedade que se preocupa com esse assunto, mas as empresas também, pois cabe à elas uma importante parcela dessa responsabilidade, prejudicando e poluindo o meio ambiente elas podem correr o risco de perder valor no mercado e também receber multas por falta de conscientização ambiental. Barbieri (2004, p.5) cita: É comum apontar a Revolução Industrial como um marco importante na intensificação dos problemas ambientais. As maiores parcelas de emissões ácidas, de gases de estufa e de substâncias tóxicas resultam das atividades industriais em todo o mundo.

Toda empresa tem total responsabilidade por aquilo que consome, devendo então repor ao meio ambiente tudo aquilo que dele retirou, e essa reposição pode ser de várias formas como atividades de reciclagem, incentivo à diminuição do consumo, controle de resíduo, capacitação permanentes dos quadros profissionais em diferentes níveis e escalas de conhecimento, estimular o trabalho em equipe e às ações criativas que contribuem de alguma forma com a preservação ambiental. (KRAEMER, 2006). Mas não basta apenas exercer atividades que contribuam para a preservação do meio ambiente, é preciso que haja uma administração eficaz nos gastos provenientes dessa preservação, e cabe a contabilidade ambiental esse papel, pois ela irá mostrar o relacionamento entre as empresas e o meio ambiente, evidenciando como o patrimônio é afetado pelos danos ambientais, e como esta empresa deve agir para eliminar ou reduzir as agressões ao meio ambiente, promovendo assim, um desenvolvimento sustentável para a entidade. A Contabilidade Ambiental possui potencial para auxiliar os gestores no Sistema de Gestão Ambiental, porque pode ser usada para demonstrar a responsabilidade ambiental da empresa, através de relatórios contábeis onde deverão ser evidenciados, de forma transparente e fidedigna, os gastos com o controle ambiental. (KRAEMER, 2006, p. 23) A conscientização não vêm apenas da sociedade, mas principalmente das empresas, pois sendo ela, de grande ou pequeno porte, é certo que em seus processos de fabricação ocorram atos que prejudicam o meio ambiente. É importante ressaltar que para utilizar a contabilidade ambiental, é preciso que os gestores das empresas tenham conhecimento de custos, despesas e receitas ambientais, pois são valores significativos e precisam ser bem administrados como por exemplo, se uma empresa opta pela reciclagem de matéria prima, é necessário que essa saiba o custo que essa atividade terá, e quais serão os benefícios adquiridos. Uma indústria quando decide instalar sistemas que irão proporcionar uma melhoria da qualidade ambiental, como, por exemplo, estações de recuperação de níquel ou de cromo, sistemas de filtragem, há a necessidade de desenvolver ou encomendar projetos, adquirir equipamentos, realizar construções civis (prédios, tubulações etc.), ter a montagem dos equipamentos e o seu funcionamento, com a realização de testes de desempenho. Todas essas atividades geram custos e são analisadas com cuidado, até mesmo porque esses custos ficam bastante visíveis. (ROBLES et al, 2006, p.13) Uma empresa que evidencia seus gastos com o meio ambiente, além de estar ajudando a sociedade, está aumentando sua responsabilidade social para com seus clientes, toda empresa precisa se preocupar com o meio ambiente, evitando poluições, reciclando restos de matéria prima, entre outras atividades que são de grande importância e não devem ser ignoradas, sendo assim este artigo tem o objetivo de levantar as informações através da revisão bibliográficas. 2. REVISÃO DA LITERATURA Nesta seção é apresentado o referencial teórico, contemplando dados socioeconômicos das empresas e sua definição de responsabilidade; desenvolvimento sustentável, contabilidade, contabilidade ambiental, custos ambientais, identificação e reconhecimento dos custos ambientais, sistema de gestão ambiental (SGA), definição de ativos, passivos, receitas 2

e despesas ambientais, o esclarecimentos das normas ISO 14.000 e a evidenciação do Balanço Social na empresas. 2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS. Pode-se entender responsabilidade social como ações tomadas por cidadões e também por empresas que contribuem de alguma forma para o desenvolvimento social,ou seja, são obrigações que a empresa assume perante a sociedade. A inclusão da proteção ao meio ambiente no planejamento estratégico de uma organização faz parte dessa responsabilidade social, pois faz-se necessário integrar conhecimentos econômicos aos ecológicos, como cita Tachizawa (2008, p.24): [...] quanto antes as organizações começarem a enxergar o meio ambiente como seu principal desafio e como oportunidade competitiva, maior será a chance de que sobrevivam. Uma empresa que tem responsabilidade social divulga suas informações gerenciais e decisões de maneira clara e acessível a todas as pessoas que se relacionam e interagem com ela. É preciso que a organização envolva todos os seus funcionários e fornecedores na gestão de responsabilidade social, e assim demonstrar equivalência em seus compromissos. Com gestões socialmente responsáveis, as empresas evitam conflitos, valorizam a imagem institucional da marca, estabelecem uma relação de lealdade com o consumidor e redobram sua capacidade de recrutar e manter talentos. (GUIA SUST. MEIO AMBIENTE, 2008, p. 105) A Responsabilidade social abrange o governo, universidades, hospitais, associações religiosas, etc. ou seja, as organizações em geral. É uma área de grande importância estratégica dentro da empresa, pois além de contribuir nas relações com todos os grupos interessados, ajuda a alcançar melhores resultados em termos de qualidade de vida e qualidade ambiental. De acordo com Reis e Medeiros ( 2007, p.43): A responsabilidade social das empresas, em seu sentido mais amplo, é a consciência ética, o agir corretamente, o compromisso de ser responsável a não tomar decisões, cujas conseqüências possam ferir quaisquer interesses sociais [...]. 2.2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O termo desenvolvimento sustentável surgiu no ano de 1987, com o relatório de Brundtland e logo após foi adotado pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. O desenvolvimento sustentável aparece quando as Indústrias buscam conciliar o desenvolvimento sustentável com a preservação do meio ambiente. De acordo com Ribeiro (2005, p. 6): [...] desenvolvimento sustentável corresponde à satisfação das necessidades sociais, sem o prejuízo das gerações futuras. Segundo Fernandes (2000) citado por Trindade et al ( 2005, p. 231): A conceituação de desenvolvimento sustentável, foi apresentada ao mundo em 1987 pela ex-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, que definia este como sendo aquele desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem suas próprias necessidades, como também, uma forma de otimizar o uso racional dos recursos naturais e a garantia de conservação e do bem estar para as próximas gerações. 3

Atualmente a idéia de desenvolvimento sustentável alcançou proporções amplas. É possível atingir uma harmonia entre trabalho, qualidade e meio ambiente. Além da dimensão ambiental, econômica e tecnológica, o desenvolvimento sustentável possui grande dimensão cultural e política. Sustentabilidade não diz respeito somente à questões ambientais, mas também à questões sociais, como redução da pobreza e da fome e também a busca pela igualdade internacional. Hoje, o desafio das empresas que buscam o Desenvolvimento Sustentável é desenvolver novas formas de atuar em harmonia com a sociedade, clientes, governo, fornecedores e as demais partes interessadas, como também os concorrentes e o ambiente em que atua. (COELHO et al, 2009) 2.3 CONTABILIDADE Há vários motivos para que uma empresa possua uma contabilidade eficaz, mas a principal é acompanhar as diversas atividades realizadas dentro dela, como vendas, compras, pagamentos, etc. São montados relatórios, os quais evidenciam a situação da empresa, ajudando os administradores na tomada de decisões tanto no presente como no futuro, possui, também, a função de auxiliar o governo na arrecadação de impostos. Fornece informações sobre a posição patrimonial e financeira, o desempenho da empresa e as mudanças na estrutura financeira. ( CPC Pronunciamento Conceitual Básico) Marion (2006, p.26) cita: A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa. A contabilidade não é utilizada somente pelo gerente da empresa, mas também pelos investidores, pois são eles que aplicam dinheiro na empresa e basicamente se preocupam com o lucro que é evidenciado nas demonstrações contábeis. Os fornecedores também são usuários da contabilidade, eles precisam saber se a empresa tem condições de quitar suas dívidas; os bancos somente disponibilizarão dinheiro desde que a empresa tenha condições de pagamento. Já o governo quer saber quanto de impostos foi gerado para os cofres públicos. Ou seja, são vários os usuários da contabilidade.(marion, 2006) As informações contábeis, bem como os relatórios financeiros devem oferecer informações úteis para todos os investidores e administradores das empresas, para que esses possam tomar decisões cabíveis sobre crédito e investimentos, porém tais informações devem ser compreensíveis, claras e objetivas para todas as pessoas interessadas. (LOPES, et al., 2007). Atualmente, percebe-se que as informações contábeis passaram a ser de interesse de grupos cada vez mais amplos, não somente acionistas, mas também fornecedores, financiadores, banqueiros, poderes públicos, empregados que participam do lucro ou resultados da empresa, e também a sociedade. (FRANCO; 1997) 2.4 CONTABILIDADE AMBIENTAL O meio ambiente é um assunto de grande importância para todos. A conscientização não vêm apenas da sociedade, mas principalmente das empresas, pois sendo ela, de grande ou pequeno porte, é certo que em seus processos de fabricação ocorram atos que prejudicam o meio em que vivemos. Como a maioria das empresas utilizam-se de recursos ambientais diariamente, é necessário que os gastos dessa constante utilização façam parte da contabilidade da empresa, como cita Barbieri ( 2004, p.99): A solução dos problemas ambientais, ou sua minimização, exige uma nova atitude dos empresários e administradores, que devem passar a considerar o meio ambiente em suas decisões e adotar concepções administrativas e tecnológicas que contribuam 4

para ampliar a capacidade de suporte do planeta. Em outras palavras, espera-se que as empresas deixem de ser problemas e sejam parte das soluções. A contabilidade ambiental é essencial para a empresa, para que haja um equilíbrio entre as atividades econômicas e a constante exploração ambiental. A preservação do meio ambiente vendo sendo um fator determinante para a sobrevivência e continuidade de uma entidade. Rosa e Lunkes (2005, p. 13) definem contabilidade ambiental como: A contabilidade ambiental pode ser considerada como a contabilização dos benefícios e prejuízos que o desenvolvimento de um produto ou serviço pode trazer ao meio ambiente,tendo por objetivo, portanto, demonstrar as ações da empresa quanto à sua preocupação com o meio ambiente. Pois tão importante quanto cuidar do meio ambiente é demonstrar o que é feito. O objetivo da contabilidade ambiental é identificar, mensurar e esclarecer os eventos e transações econômico-financeiros que estejam relacionados com a proteção, preservação e recuperação ambiental, ocorridos em um determinado período, evidenciando a situação patrimonial ambiental da Indústria. (RIBEIRO, 2005) Apesar da sua importância, a contabilidade ambiental é pouco conhecida pela sociedade, a maioria das pessoas não tem conhecimento sobre quais aspectos a contabilidade ambiental atua dentro da organização. A conscientização não vêm apenas da sociedade, mas principalmente das empresas, pois sendo ela, de grande ou pequeno porte, é certo que em seus processos de fabricação ocorram atos que prejudicam o meio ambiente. Como a maioria das empresas utilizam-se de recursos ambientais diariamente, é necessário que os gastos dessa constante utilização façam parte da contabilidade da empresa. Define-se Contabilidade Ambiental como o conjunto de procedimentos visando evidenciar a situação e as modificações do patrimônio ambiental, cumprindo as funções de registro, orientação e controle dos atos e fatos relevantes, coletando, registrando, acumulando, resumindo e interpretando os fenômenos que afetam essas situações patrimoniais (LIMA, 2001) As informações de caráter ambiental vão desde investimentos realizados, seja em nível de aquisição de bens permanentes, de proteção à danos ecológicos, de despesas com manutenção ou correção de efeitos ambientais ocorridos no período, obrigações contraídas em prol do meio ambiente, e até de medidas físicas, quantitativas e qualitativas empreendidas para sua recuperação e preservação. (MARTINS; DE LUCA, 1994) 2.4.1 Identificação e reconhecimento dos custos ambientais. Apesar de ser um tema pouco explícito, pode-se definir custos ambientais, como aqueles custos que são aplicados direta ou indiretamente em problemas relacionados com o meio ambiente. Câmara et al (2008) citado por Carvalho et al. (2000, p. 15) define custos ambientais como: [...] são os custos que compreendem todos aqueles gastos relacionados com a proteção do meio ambiente e que serão ativados em função de sua vida útil, ou seja: Amortização, exaustão e depreciação; Aquisição de insumos e máquinas para controle, redução ou eliminação de poluentes; 5

Tratamento de resíduos de restos de matéria prima; Despejo dos resíduos poluentes; Tratamento de recuperação e restauração de áreas contaminadas; Mão de obra utilizada nas atividades de controle, preservação e recuperação do meio ambiente. Toda empresa produz poluindo o meio ambiente, e como uma questão de ética, devese controlar essa poluição com atividades capazes de diminuir os impactos que os resíduos trazem à natureza, essas ações tem um custo pra a empresa. As medidas de administração ambiental tomadas em relação ao meio ambiente, que visam reduzir o consumo de recursos naturais, e assim preservando - o, como também a recuperação dos locais degradados pelo lançamento de resíduos poluentes,ou a reciclagem dos restos de matéria prima ou de outros materiais utilizados no processo produtivo são tratados como custos ambientais. (BRONDANI et al.; 2009). A identificação dos custos ambientais é uma tarefa complexa, visto que muitos desses custos são intangíveis e de difícil mensuração. 2.4.2 Ativo ambiental Na contabilidade existem várias definições para ativo. Hermanson (1964), um dos primeiros pesquisadores da contabilidade citado por Tinoco e Kraemer (2004, p. 175) apresenta a definição de Ativo: Ativos são recursos escassos (definidos como serviços, mas agrupados e classificados como agentes) operando na entidade, capazes de serem transferidos por força da economia, reportados em termos financeiros, e que foram adquiridos como resultado de transações atuais ou realizadas no passado, e que possuem capacidade de gerar benefícios econômicos futuros. É importante, citar o ativo ambiental intangível, que são os bens difíceis de estipular valores, como por exemplo a certificação ISO 14.000, a qual traz valorização da imagem e da marca da empresa. Tinoco e Kraemer (2004, p. 177) citam: São ativos ambientais todos os bens e direitos destinados ou provenientes de atividades de gerenciamento ambiental, podendo estar na forma de capital circulante ou capital fixo. A seguir, o Quadro 01 define a classificação dos ativos ambientais: Ordem Especificação Descrição 01 Estoques 02 Imobilizado 03 Intangíveis Insumos adicionais ao processo produtivo de armazenamento e transporte para eliminar, reduzir e controlar os níveis de emissão de resíduos ou materiais para recuperação ou reparos de ambientes afetados; Investimentos realizados na aquisição de itens que viabilizem a redução de resíduos poluentes durante o processo de obtenção das receitas, e cuja vida útil se prolongue além do término do exercício social: máquinas, equipamentos, instalações, etc... Empregados no processo de controle ambiental; Despesas claramente relacionadas com receitas futuras de períodos específicos: gastos com pesquisas e desenvolvimento de tecnologias de preservação ambiental que tenham por objetivo a obtenção de receitas futuras; 6

04 Provisão para desvalorização Perda de valor econômico de ativos tangíveis e intangíveis em função de alteração do meio ambiente, um exemplo pode ser a construção uma usina nuclear ao lado de áreas urbanas ou industriais; 05 Depreciação acelerada Aceleração da depreciação em função da poluição ambiental: um exemplo clássico é o das usinas hidrelétricas, comumente destruidoras do meio ambiente; QUADRO 01: CLASSIFICAÇÃO DOS ATIVOS AMBIENTAIS FONTE: Adaptado. Frey (2001) citado por Pfitscher (2004, P. 41) Ativos ambientais são recursos que variam de empresa para empresa, de acordo com os seus processos de produção. 2.4.3 Passivo ambiental Os passivos ambientais, assim como o grupo de conta passivo circulante, são as obrigações que a empresa possui, e nesse caso, são obrigações decorrentes de problemas ambientais, que ocorreram no passado. Na opinião do IBRACON (1996, p.5): O passivo ambiental pode ser conceituado como toda agressão que se praticou/pratica contra o meio ambiente e consiste no valor de investimentos necessários para reabilitá-lo bem como multas e indenizações em potencial. Na maioria das vezes o passivo ambiental de uma empresa aparece como grandes agressões e desastres ambientais, os quais agridem significativamente o meio ambiente, e surgem assim, as multas e indenizações para recuperação das áreas atingidas. A seguir, o Quadro 02 apresenta exemplos de passivos ambientais: Ordem Especificação Descrição 01 Aquisição Ativos para contenção dos impactos ambientais (chaminé, depuradores de águas químicas, etc)... Insumos que serão inseridos no processo operacional que não produza resíduo tóxico; 02 Despesas Manutenção e operação do departamento de gerenciamento ambiental, inclusive mão-de-obra; 03 Gastos Recuperação e tratamento de áreas contaminadas (máquinas, equipamentos, mão-de-obra, insumos em geral, etc); Multas por infrações ambientais; Danos irreversíveis, inclusive os relacionados à tentativa de reduzir o desgaste da imagem da empresa perante a opinião publica, etc... QUADRO 02 EXEMPLOS DE PASSIVOS AMBIENTAIS FONTE: Nasario (2002) citado por Pfitscher (2004, P. 41) É importante citar que os passivos ambientais não possuem origem apenas negativas. Eles podem ser originários de atitudes ambientalmente responsáveis, como por exemplo: manutenção ou preservação de áreas de reflorestamento, etc. 7

2.4.4 Receita e Despesa Ambiental De acordo com Iúdicibus ( 2002, p.131) receita é: [...] valor monetário, em determinado momento na produção de bens e serviços da entidade, que provoca acréscimos no patrimônio liquido e simultâneo acréscimo de ativo, sem necessariamente provocar, ao mesmo tempo, um decréscimo do ativo e do patrimônio liquido, caracterizado pela despesa. Na contabilidade ambiental, como os ativos e passivos, a receita é um tema amplo em uma empresa. Pode-se citar como receita ambiental tudo aquilo que provém da atividade desenvolvida pela empresa, seja indústria, comércio ou uma empresa de prestação de serviços. (PFITSCHER, 2004) São receitas ambientais as que derivam de atitudes socialmente responsáveis, por exemplo: o aproveitamento ou venda de restos de matéria prima que não serão mais utilizados. As despesas ambientais, na maioria das vezes são despesas principalmente provenientes da prevenção ou adequação do processo produtivo para atender as exigências legais e também sociais. De acordo com Tinoco e Kraemer (2004, p.186), entende-se como despesa ambiental: - ocasionados pela prevenção de contaminação relacionada com as atividades operacionais atuais; - tratamento de resíduos e vertidos; - tratamento de emissões; - descontaminação; - restauração; - materiais auxiliares e de manutenção de serviços; - depreciação de equipamentos; - exaustões ambientais; - pessoal envolvido na produção; - gestão do meio ambiente; - investigação e desenvolvimento; - desenvolvimento de tecnologias mais limpas; - auditoria ambiental. As despesas ambientais são incorridas com o objetivo de verificar o atendimento às normas, padrões e legislação ambiental através do uso de instrumentos de medição, dispositivos de controle de processos, verificações periódicas por pessoal qualificado, auditorias ambientais, restauração de áreas contaminadas, como também na compra de materiais auxiliares específicos. (JUNIOR, 2008). 2.5 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) A definição de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é citado a seguir por Barbieri (2004, p. 37): Entende-se por gestão ambiental empresarial as diferentes atividades administrativas e operacionais realizadas pela empresa para abordar problemas ambientais decorrentes de sua atuação ou para evitar que eles ocorram no futuro. 8

São vários os benefícios que uma gestão ambiental traz para uma entidade, como a redução do consumo de água e energia, redução de multas provenientes de poluição, como também a reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos. E também auxilia a empresa em suas relações com consumidores, governos e sistemas governamentais. O processo de gestão ambiental leva em consideração todas aquelas variáveis de um processo de gestão, tais como o estabelecimento de políticas, planejamento, um plano de ação, alocação de recursos, determinação de responsabilidades, decisão, coordenação, controle, entre outros, visando principalmente ao desenvolvimento sustentável.( FERREIRA 2003, p. 33) É cada vez maior o número de empresas que aderem ao Sistema de Gestão Ambiental, percebe-se que fica muito mais caro não ter o sistema, frente aos diversos riscos que as empresas estão sujeitas, como multas por acidentes ambientais, processos na justiça, etc. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e pequenas empresas, (SEBRAE) : [...] a gestão ambiental é um ato de sobrevivência para as empresas, principalmente para as de pequeno porte, que devem visualizar o meio ambiente como um processo produtivo possibilitando sua renovação. Uma gestão ambiental correta é responsável pela preservação ambiental, redução e emissão de resíduos e auditoria ambiental. (FERREIRA, 2003.). A seguir, as vantagens de um sistema gerencial de qualidade dentro da empresa segundo: Antonius (1999) citado por Tinoco e Kraemer (2004, p. 109): - Controle e redução dos impactos no meio ambiente e também eliminação dos gastos, devido às operações ou produtos adquiridos para esse fim; - Cumprimento de leis e normas ambientais, como as leis da norma ISO 14000; - Desenvolvimento e uso de tecnologias apropriadas para minimizar ou eliminar resíduos industriais, como a utilização de programas para reciclagem, venda de sucatas, etc; - Monitoramento e avaliação dos processos e parâmetros ambientais; - Diminuição ou eliminação do passivo ambiental; - Eliminação ou redução dos riscos ao meio ambiente a à sociedade; - Utilização de tecnologias limpas, visando minimizar os gastos de energia e materiais; - Melhoria do relacionamento entre a comunidade e a empresa; e conseqüentemente o aumento da produção e das vendas, decorrente da boa impressão causada no mercado consumidor. - E também a antecipação de questões ambientais que possam causar problemas ao meio ambiente e, particularmente, à saúde humana. O principal objetivo da implantação de um Sistema de Gestão Ambiental na administração da empresa, não é gerar lucros, mas desenvolver um programa responsável acerca dos problemas relacionados ao meio ambiente. Para que possa se tornar eficaz, o Sistema de Gestão Ambiental deve administrar e acompanhar desde a fase de criação do projeto até a eliminação completa dos resíduos gerados por essa produção. E deve assegurar também, a melhoria na segurança, higiene e saúde de todos os empregados. O sucesso de um sistema de gestão ambiental está na capacidade da empresa em prevenir os possíveis impactos ambientais decorrentes de suas atividades, produtos e serviços. (JUNIOR, 2008) 2.6 NORMAS ISO 14.000 SOBRE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL. 9

As normas ISO 14.000 foram criadas pela International Organization for Standardization - ISO ( Organização Internacional para Padronização), com a finalidade de definir parâmetros e diretrizes que equilibrem a proteção ambiental dentro da empresa. Segundo Ferreira e D lsep ( 2004, p. 163): As normas preparadas pela ISO sobre as técnicas de gerenciamento ambiental propõem um modelo simples para organizar uma empresa que pretenda monitorar seus impacto sobre o meio ambiente, pois se aplica aqueles sob os quais ela possa controlar ou ao menos direcionar. Define um sistema de gerenciamento que é implantado e acompanhado por auditores que adaptam os objetivos e metas de desempenho ambiental. Quando uma empresa segue as normas ISO 14.000, os danos ambientais são reduzidos significativamente, pois essas normas foram criadas para diminuir o impacto que as entidades provocam ao meio ambiente. A ISO 14.000 comprova a responsabilidade ambiental dentro da empresa por meio de auditorias, para garantir assim, a manutenção do certificado. Reis e Medeiros (2007, p.25) definem os princípios das normas ISO 14.000: - Proporcionar meios ou condições para um melhor gerenciamento ambiental. - Ser aplicável a todos os países; - Promover, da forma mais abrangente possível, a harmonia entre o interesse público e os dos usuários das normas. - Possui uma base científica. - Ser prática, útil e utilizável. O principal uso da ISO 14.000 é a certificação junto a uma terceira entidade, embora ela possa ser usada internamente com finalidades de auto controle e para o atendimento a demandas específicas. O Quadro 03 a seguir, evidencia e descreve cada norma ISO: Ordem especificação Número básica 01 SGA 14.001 Descrição Especificação e Diretrizes para Uso determinação das políticas ambientais a serem adotadas, levando em conta os requisitos legais e os impactos ambientais significativos. Contém os requisitos a serem auditados para fins de certificação/registro e/ou auto declaração. Aplicam-se qualquer sistema de gestão ambiental. Sua implantação não oferece garantia satisfatória a todos que a utilizarem; 02 SGA 14.004 03 Auditoria Ambiental 04 Auditoria Ambiental 14.010 14.011 05 14.012 Diretrizes Gerais sobre Princípios, Sistemas e Técnicas de Apoio Fornece diretrizes para iniciar, manter e aprimorar um SGA, fortalecendo sua relação com a gestão global da organização, fornecendo orientação para o gerenciamento; Princípios Gerais Essa norma estabelece os princípios a serem aplicados nas auditorias ambientais. Recomendam-se objetivos definidos, determinando escopo, extensão e os limites dos trabalhos; Procedimento de Auditoria Auditoria de Sistemas de Gestão base para auditorias em todos os tipos de organizações; Critérios de Qualificação para Auditores Ambientais estabelece requisitos da qualificação do auditor ambiental e sua experiência profissional. 10

Auditoria Ambiental QUADRO 03 NORMAS ISO 14.000 FONTE: Raupp (2002) citado por Pfitscher (2004, P. 37) Segundo o Guia de sustentabilidade do Meio Ambiente (2008, p. 90): Essas normas fomentam a prevenção de processos de contaminações ambientais. Elas orientam a organização quanto a sua estrutura, forma de operação e de levantamento, armazenamento, recuperação e disponibilização de dados e resultados (sempre atendendo para as necessidades futuras e imediatas de mercados e, conseqüentemente, para a satisfação do cliente.), entre outras orientações. As normas ISO 14.000 são dirigidas para as empresas como também para os produtos, ou seja, as normas dirigidas para as empresas evidenciam um abrangente guia de manutenção e avaliação de um Sistema de Gestão Ambiental adequado. Já as normas direcionadas para os produtos, determinam os impactos ambientais e serviços sobre seus ciclos de vida, rotulagem e declarações ambientais. (REIS; MEDEIROS, 2007) 2.7 BALANÇO SOCIAL O balanço social é uma demonstração contábil que tem como finalidade evidenciar a preocupação da empresa com o meio ambiente e com a sociedade que está inserida, ou seja, é um jeito da organização tornar pública sua responsabilidade social. No Brasil, um número cada vez maior de entidades estão adotando esta prática. Tinoco (2001), citado por Pinto e Ribeiro (2008, p.4): Balanço Social é um instrumento de gestão e de informação que visa evidenciar, da forma mais transparente possível, informações econômicas e sociais, do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuários, entre estes os funcionários. No Brasil, a elaboração do Balanço Social surgiu na década de 70, mas somente nos anos 80 que algumas empresas passaram a adotá-lo. Independente da sua formatação e estrutura, o Balanço Social deve ter por objetivo demonstrar o resultado da interação da empresa com o meio ambiente em que está inserida, ressaltando-se os aspectos de recursos humanos, ambientais, contribuição para desenvolvimento econômico e social, e contribuições para a cidadania, mostrando, de forma transparente as suas contribuições para com a sociedade. (PINTO; RIBEIRO, 2008). De acordo com Tinoco e Kraemer (2004, p.88): O balanço social contempla, também, uma série de informações de caráter qualitativo: dentre as mais importantes, destacam-se as relativas à ecologia. As principais informações que ele deve conter são: qualidade de vida na organização e políticas visando a promoção humana; postura da empresa em relação ao meio ambiente; formação e distribuição da riqueza gerada pela empresa; políticas externas voltadas à educação, esporte, filantropia etc. 3. CONCLUSÃO Frente a realidade em que a qualidade de vida da população se agrava possivelmente pela falta de conscientização, as empresas se obrigam a intensificar a sua preocupação com o meio ambiente e fazer com que suas atividades não venham a agredir a natureza. Em relação ao Balanço Social, o qual tem como finalidade evidenciar a situação da empresa com o meio ambiente e com a sociedade que está inserida, ou seja, uma forma da organização tornar pública sua responsabilidade social. 11

As Normas ISO 14.000 auxiliam as Indústrias a modificarem sua forma de atuação em relação ao meio ambiente, em relação à evidenciação e identificação dos ativos ambientais, é difícil identificar quais ativos são de caráter ambiental, os mais comuns são os investimentos em máquinas, equipamentos e instalações, mais especificamente bens adquiridos ou construídos com o intuito de amenizar os impactos ambientais causados nas diversas fases de produção. A falta de orientação e de conhecimento sobre o tema contabilidade ambiental é um fator que dificulta a vinculação dessas práticas como um diferencial competitivo, o qual sendo aplicado corretamente pode trazer bons resultados do ponto de vista social para as Indústrias. Esta pesquisa buscou conhecer a contabilidade ambiental nas indústrias. REFERÊNCIAS BARBIERI, José Carlos. Gestão ambiental empresarial: Conceitos, Modelos e Instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2004. CARVALHO, Lucia. Contabilidade Ambiental. Congresso Interamericano de Professores da Área Contábil. III Uruguai, 2000. COELHO, B. de Lima; ALENCASTRO, M. S. Cunha. O papel das pequenas e médias empresas brasileiras no desenvolvimento sustentável. Revista das Faculdades Santa Cruz. Volume 7. N 1. Janeiro/Junho 2009. COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Conceitual Básico: Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentações das Demonstrações Contábeis. CCP, 2008. Disponível em: http://www.ccp.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf. Acesso em: 30/08/2011. DAGOSTIM, Salézio. Contabilidade ambiental: um assunto para reflexão. Disponível em: http://www.ojornalweb.com/2010/10/10/contabilidade-ambiental-um-assunto-para-reflexao-salezio-dagostim/. Acesso em: 30/08/2011. FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade ambiental: uma informação para o desenvolvimento sustentável. São Paulo: Atlas, 2003 FERREIRA, Clarissa; D LSEP, Macedo. Direito Ambiental Econômico e a ISO 14.000: Análise Jurídica do Modelo de Gestão Ambiental e Certificação ISO 14.000. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2004. FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 23 Edição. São Paulo: Atlas, 1997. IBRACON. Normas e procedimentos de auditoria. NPA 11 Balanço e Ecologia. 1996. Disponível em: https://www.ibracon.com.br. Acesso em: 30/08/2011. IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, J. Carlos. Introdução à teoria da Contabilidade Para o nível de graduação. 3 Edição. São Paulo: Atlas, 2002 JÚNIOR, Alcir V.; DEMAJOROVIC, Jacques. Modelos e ferramentas de Gestão Ambiental: Desafios e perspectivas para as organizações. São Paulo: Senac São Paulo, 2006. 12

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