ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS I



Documentos relacionados
FLUXO DE CAIXA. Entradas a) contas à receber b) empréstimos c) dinheiro dos sócios

Cursos Online EDUCA. Acredite no seu potencial, bons estudos! Curso Gratuito Administração de Finanças

Administrando o Fluxo de Caixa

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.


Princípios de Finanças

CENTRO DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA I CAPITAL DE GIRO

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

SUMÁRIO FLUXO DE CAIXA...3 FATORES QUE AFETAM O FLUXO DE CAIXA...4 DESEQUILÍBRIO FINANCEIRO...6 ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA...7

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 1.1

Gestão Financeira. Prof. Eduardo Pozzi

Gestão Capital de Giro

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

Ciclo Operacional. Venda

Prof. Cleber Oliveira Gestão Financeira

Unidade IV. A necessidade de capital de giro é a chave para a administração financeira de uma empresa (Matarazzo, 2008).

Administração Financeira

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

ANÁLISE FINANCEIRA VISÃO ESTRATÉGICA DA EMPRESA

SUCESSO EM ALGUMAS EM OUTRAS... XXXXX. Salário para boa condição de vida. Leva à PRODUTIVIDADE que é buscada continuamente

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO

Basicamente, o relatório de fluxo de caixa deve ser segmentado em três grandes áreas:

Auditor Federal de Controle Externo/TCU

Princípios de Finanças

UNIDADE I INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 1.1 NATUREZA E DEFINIÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

FLUXO DE CAIXA. Administração Financeira aplicação de recursos. distribuição CONCEITOS. Fluxo de caixa previsão de: ingressos desembolsos

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS» ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA «

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

CUSTO DE REPOSIÇÃO NA FORMAÇÃO DE PREÇOS

INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA. Prof. Eric Duarte Campos

ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA E TÍTULOS NEGOCIÁVEIS

FLUXO DE CAIXA. Dinâmica: O que faço de diferente ou estranho. (Objetivo: Conhecer um pouco cada participante)

ANÁLISE DE BALANÇO DAS SEGURADORAS. Contabilidade Atuarial 6º Período Curso de Ciências Contábeis

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

1 - Por que a empresa precisa organizar e manter sua contabilidade?

Capital de giro. Capital de giro. Administração. Índices Financeiros e Capital de Giro. Prof: Marcelo dos Santos

CIÊNCIAS CONTÁBEIS. A importância da profissão contábil para o mundo dos negócios

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Gestão do Fluxo de Caixa em Épocas de Crise

Curso. Administração de Finanças

INVESTIMENTO A LONGO PRAZO 1. Princípios de Fluxo de Caixa para Orçamento de Capital

Administração Financeira: princípios,

A Projeção de Investimento em Capital de Giro na Estimação do Fluxo de Caixa

Neste contexto, o Fluxo de Caixa torna-se ferramenta indispensável para planejamento e controle dos recursos financeiros de uma organização.

REALINHAMENTO DE EMPRESAS

GPME Prof. Marcelo Cruz

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS

Contabilidade Básica

COMO ANALISAR E TOMAR DECISÕES ESTRATÉGICAS COM BASE NA ALAVANCAGEM FINANCEIRA E OPERACIONAL DAS EMPRESAS

COMO CALCULAR E ANALISAR A CAPACIDADE DE

INSTRUMENTO DE APOIO GERENCIAL

CAPÍTULO 2. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS, IMPOSTOS, e FLUXO DE CAIXA. CONCEITOS PARA REVISÃO

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. Aula 12- Unidade III. Análise avançada das demonstrações contábeis. Prof.: Marcelo Valverde

GESTOR DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO

Graficamente, o Balanço Patrimonial se apresenta assim: ATIVO. - Realizável a Longo prazo - Investimento - Imobilizado - Intangível

Resumo Aula-tema 04: Dinâmica Funcional

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ A IMPORTÂNCIA DO CAPITAL DE GIRO NAS EMPRESAS

ANÁLISE DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Fluxo de Caixa O dia-a-dia das finanças em sua empresa!

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ORÇAMENTÁRIA EXEMPLO OLHANDO DE PERTO AULA 04: ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO

OS IMPACTOS DA FILOSOFIA JIT SOBRE A GESTÃO DO GIRO FINANCIADO POR CAPITAL DE TERCEIROS

Administração do Caixa

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA MATEMÁTICA FINANCEIRA MAT 191 PROFESSORES: ENALDO VERGASTA, GLÓRIA MÁRCIA, JODÁLIA ARLEGO

1-DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS BÁSICOS 1.1 OBJETIVO E CONTEÚDO

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES

Empresas de Capital Fechado, ou companhias fechadas, são aquelas que não podem negociar valores mobiliários no mercado.

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)

Determinação do Capital de Giro

O que é Patrimônio? O PATRIMÔNIO: CONCEITOS E INTERPRETAÇÕES 14/08/2015 O PATRIMÔNIO

Gerenciando o Fluxo de Caixa com Eficiência

Administração Financeira

COMO CRIAR UM PLANO DE AMORTIZAÇÃO

Aula 1 - Montagem de Fluxo de Caixa de Projetos

GLOSSÁRIO DE TERMOS CONTÁBEIS

Modelo para elaboração do Plano de Negócios

PESQUISA DE JUROS. Estas reduções podem ser atribuídas aos fatores abaixo:

Plataforma da Informação. Finanças

CONTABILIDADE GERAL E GERENCIAL

DESPESAS FIXAS. O que são Despesas Fixas?

ABERTURA DAS CONTAS DA PLANILHA DE RECLASSIFICAÇÃO DIGITAR TODOS OS VALORES POSITIVOS.

Quais estratégias de crédito e cobranças são necessárias para controlar e reduzir a inadimplência dos clientes, na Agroveterinária Santa Fé?

MANUAL GERENCIAMENTO DE RISCO DE MERCADO

Administração Financeira

CPF DO CANDIDATO (A): DATA: 17/11/2014. NOME DO CANDIDATO (A): PROVA ESCRITA

Relação entre Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro.

Olá, pessoal! Bons estudos! Ciclo Operacional e Ciclo Financeiro.

PDV: DE OLHO NA RENTABILIDADE

GESTÃO FINANCEIRA para FICAR NO Azul

O que é Finanças? instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos.

FAPAN Faculdade de Agronegócio de Paraíso do Norte

- Gestão Financeira 1 -

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

Administração Financeira II

Podemos encontrar uma figura interessante no PMBOK (Capítulo 7) sobre a necessidade de organizarmos o fluxo de caixa em um projeto.

Transcrição:

Administração de Finanças I Faculdades Senac - RS 1 ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS I

ÍNDICE I Administração de Finanças... 03 II Fluxo de Caixa... 09 III Exercícios Fluxo de Caixa... 15 IV Administração do Capital de Giro... 22 V Exercícios Capital de Giro... 41 VIII Fluxo de Caixa Descontado... 45 IX Exercícios Fluxo de Caixa Descontado... 51 X Taxa de Câmbio... 53 XI Intermediação Financeira e Mercado Financeiro... 58 XII Análise de Balanços... 74 XIII Exercícios de Análise de Balanços... 91 2 BIBLIOGRAFIA PADOVEZE, Clovis Luis Introdução à Administração Financeira. São Paulo: Thomson Pioneira, 2005. HOJI, M. Administração Financeira: uma abordagem prática.2ed. São Paulo: Atlas, 2006. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios de Administração Financeira. 2ed. São Paulo: Atlas, 2002. Complementar: BRIGHAM, E. F; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M.C. Administração Financeira: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2005. GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 10 ed. São Paulo: Harbra, 2004. HERRMANN JR, F. Analise De Balanços Para A Administração Financeira. 3ed. São Paulo: Atlas, 2003. NIKBAKHT, E; GROPPELLI, A.A. Administração Financeira Série Essencial. 3ª Ed.São Paulo: Saraiva, 2010. MEGLIORINI, E.; VALLIM, M.A., Administração Financeira Uma abordagem Brasileira. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009. DIVERSOS ARTIGOS NA INTERNET

3 I - ADMINISTRAÇÃO DE FINANÇAS

A Administração Financeira e o Papel do Administrador Financeiro 1. Conceitos Finanças É a arte e a ciência de se administrar fundos, isto é, aplicar princípios econômicos, contábeis e conceitos do valor do dinheiro no tempo às tomadas de decisões em negócios. A palavra arte implica que existem algumas oportunidades para ser criativo na administração de dinheiro. E a palavra ciência implica que existem alguns fatos comprovados subjacentes às decisões financeiras. De uma forma mais ampla, dizemos que ela trata do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos. Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. Em última análise, Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. 4 2. Principais Áreas em Finanças Existe uma tendência cada vez maior de executivos oriundos da área financeira ocupando os cargos mais altos nas organizações.nesse contexto, algumas áreas vêm se destacando e atraindo a atenção de estudantes e profissionais por serem excelentes oportunidades de carreira. São elas: Finanças Corporativas (ou Empresariais), Investimentos, Instituições Financeiras, Finanças Internacionais e, por último, Consultoria em Finanças Pessoais. Finanças Empresariais requer do profissional financeiro conhecimento para decisões vitais no âmbito empresarial, que podem envolver a estrutura de ativos, a estrutura financeira ou planejamento e controle da gestão e obtenção de resultado de empresas e órgãos governamentais. A área de Investimentos lida com ativos financeiros, tais como ações, debêntures, títulos públicos e privados, derivativos e outras obrigações. E sua atividade o profissional financeiro calcula preços desses ativos, determina os riscos envolvidos e o retorno possível, analisa o contexto para definição da melhor composição de carteiras para cada tipo de investidor. Esse profissional pode atuar como Operador de Bolsa de Valores, Administrador de Carteiras de Fundos ou ainda como Analista de títulos. As Instituições Financeiras são aquelas que lidam primeiramente com assuntos financeiros, como Bancos, Associações de Poupança e Empréstimo e Seguradoras. Essas instituições necessitam profissionais para uma grande variedade de tarefas relacionadas a finanças. Pode atuar na área de empréstimos, captação de recursos, seguros, previdência privada e capitalização entre outras. Finanças Internacionaispodem ser definidas como uma especialização que requer conhecimento em todas as áreas citadas, sua atuação envolve aspectos internacionais como taxa de câmbio e risco político, empréstimos internacionais, administração de carteira e análise de títulos de empresas sediadas em vários países. Consultoria em Finanças Pessoais é uma atividade com certa tradição nos Estados Unidos. No Brasil vem se desenvolvendo de forma crescente. O Consultor de Finanças Pessoais (CFP), conhecido também como Planejador de Finanças Pessoais, tem um foco de atuação muito forte no planejamento financeiro. Sua atividade básica consiste em gerir as finanças pessoais para facilitar o alcance de objetivos econômico-financeiros pretendidos pelos clientes.

Pode auxiliar na administração do orçamento doméstico, na análise e na busca de alternativas para endividamentos elevados, orientações sobre aplicação de recursos nas modalidades mais adequados para cada perfil de investidor. Orienta ainda, na escolha de seguros e planos de aposentadoria. 3. O Administrador Financeiro Em empresas de pequeno porte, a estrutura organizacional, muitas vezes, não comporta um setor ou um departamento financeiro, e o próprio proprietário desempenha a atividade de administrador financeiro. À medida que a empresa cresce, passa a ser necessária uma estrutura organizacional e, com isso, emerge a figura desse administrador, que pode ter diferentes denominações, como diretor financeiro, vice-presidente de finanças, gerente financeiro etc. Um exemplo de seu posicionamento na estrutura organizacional de uma empresa está representado no organograma abaixo: 5 Conforme ilustrado, o diretor financeiro coordena as atividades de tesouraria e controladoria. A controladoria lida com contabilidade de custos e financeira, pagamentos de impostos e sistemas de informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela administração do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento financeiro e pelas despesas de capital. 4. Áreas da Administração de Finanças Empresariais 4.1. ORÇAMENTO DE CAPITAL ou ANÁLISE DE INVESTIMENTOS Diz respeito aos investimentos a longoprazoda empresa, maisespecificamente, ao planejamento e gerência destes investimentos a longoprazo.nesta função, o administrador financeiro procura identificar oportunidades deinvestimentos que possuem valor superior a seu

custo de aquisição. Emtermos gerais, isso significa que o valor dos fluxos de caixa gerados peloativo excede o custo de tal ativo.independentemente do investimento em consideração, o administradorfinanceiro precisa preocupar-secom o montante de fluxo de caixa que esperareceber, quando irá recebê-loe qual a probabilidade de recebê-lo.a avaliaçãoda magnitude, da distribuição no tempo e do risco dos fluxos de caixa futurosé a essência do orçamento de capital. 4.2. ESTRUTURA DE CAPITAL Refere-seà combinação específica entre capital de terceiros a longoprazoecapital próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. Oadministrador financeiro possui duas preocupações nessa área. Primeiro, qualo montante que a empresa deve tomar emprestado? Segundo, qual a fontemais barata de fundos para a empresa? Adicionalmente à combinação de recursos, o administrador financeiro devedecidir exatamentesobre como e onde levantará os recursos. Cabe a ele entãoa tarefa de escolher as fontes e os tipos de empréstimos. 4.3. ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO Refere-seà administração dos ativos de curtoprazoda empresa, tais comoestoques, e aos passivosde curtoprazo,tais como pagamentos devidos afornecedores. É uma atividade cotidiana que assegura que os recursossejam suficientes para continuar a operação.as questões seguintes devem ser respondidas sobre o capital de giro: 1. Quais devem ser os volumes disponíveis de caixa e estoque? 2. Devemos vender a crédito para os nossos clientes? 3. Como obteremos os recursos financeiros a curto-prazoquevenham ser necessários? As três áreas que acabamos de descrever orçamento de capital, estrutura decapital eadministração de capital de giro são categorias amplas. Cada uma incluiuma variedade de tópicos. 6 5. Forma Jurídica de Organização das Empresas Quanto ao aspecto jurídico, as empresas podem ser classificadas de duas maneiras: individuais ou societárias. As empresas individuais são aquela que possuem umúnico dono. Geralmente, essa forma jurídica se aplica às pequenas empresas, cujos donos respondem sozinhos pela empresa e de forma ilimitada. A razão social de uma empresa individual é constituída pelo nome do proprietário, por extenso ou abreviado, e pode ser complementado com o ramo de atividade ao qual ela pertence. Já as empresas societárias são constituídas por duas ou mais pessoas. No Brasil, os tipos mais comuns dessas empresas são: Sociedades por cotas de responsabilidade limitada. Nesse tipo de sociedade, o capital, estabelecido em contrato social, é representado por cotas. Cada sócio é diretamente responsável pela integralização das suas e, indiretamente, pela integralização das cotas dos outros sócios. Cada umdeles é denominado 'cotista', e o nome ou a razão social dessas sociedades é seguido da palavra 'limitada', por extenso ou abreviada na forma LTDA. Sociedade anônima.nesse tipo de sociedade, o capital, estabelecido em contrato social, é dividido em parcelas, denominadas 'ações'. Os sócios ou os 'acionistas' têm a responsabilidade limitada ao valor de suas ações subscritas ou adquiridas. O nome ou a razão social dessas sociedades é seguido pela expressão 'sociedade anônima' ou da forma

abreviada 'S.A.'. A sociedade anônima pode ser classificada de duas maneiras: ABERTA, cujas ações e/ou debêntures são negociadas na bolsa de valores - e as empresas captam recursos junto ao público, via subscrição de novas ações ou lançamento de debêntures; FECHADA, cujas ações não são negociadas na bolsa de valores e a captação de recursos provém dos próprios acionistas. 6. O Papel do Administrador Financeiro As funções financeiras podem ser de curto e longo prazo. As de curto prazo envolvem a administração de caixa, do crédito, das contas a receber e a pagar, estoques e financiamentos de curto prazo. A administração financeira de curto prazo também é chamada de administração do capital circulante. O administrador financeiro no curto prazo também se preocupa com o planejamento financeiro e tributário. No longo prazo o administrador financeiro envolve-se com as decisões financeiras estratégicas, tais como orçamento de capital, estrutura de capital, custo de capital, relacionamento com investidores etc. As decisões financeiras no longo prazo envolvem a obtenção de recursos para projetos e investimentos e a definição dos critérios a serem adotados para a escolha entre investimentos alternativos. Os objetivos e as funções do Administrador Financeiro: O objetivo da empresa é maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes. Atendendo a um desejo específico dos acionistas: a remuneração de seu capital, sob a forma de distribuição de dividendos. O administrador financeiro procura conciliar a manutenção da liquidez e do capital de giro da empresa, para que a empresa possa honrar com as obrigações assumidas perante terceiros na data do vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre os investimentos realizados pelos acionistas. Resumindo as funções do administrador financeiro: - manter a empresa em permanente situação de liquidez; - maximizar o retorno sobre o investimento realizado; - administrar o capital de giro da empresa; - avaliar os investimentos realizados em itens do ativo permanente; - estimar o provável custo dos recursos de terceiros a serem captados; - analisar as aplicações financeiras mais interessantes para a empresa; - informar sobre as condições econômico-financeiras atuais e futuras da empresa; - interpretar as demonstrações financeiras; - manter-se atualizado em relação ao mercado e às linhas de crédito oferecidas palas instituições financeiras. 7 7. Responsabilidade Social da Empresa Aumentar a riqueza dos acionistas não quer dizer que a administração deva relegar para segundo plano as responsabilidades sociais, apesar de que o conflito entre maior riqueza e responsabilidade social seja normalmente uma constante.

Esta responsabilidade social poder ser resumidas em: proteção ao consumidor, segurança no trabalho, apoio à educação, participação ativa na comunidade, processos sustentáveis, inclusão social, dentre tantos outras. 8

9 II - FLUXO DE CAIXA

FLUXO DE CAIXA A administração da liquidez e da solvência é uma das atividades mais importantes do administrador financeiro. Para desempenhar esta função, o profissional de finanças utiliza um dos principais instrumentos de análise e controle financeiro: o FLUXO DE CAIXA. O caixa é importante porque representa poder de compra que pode ser transferido facilmente, em uma economia de troca, a qualquer indivíduo ou organização para satisfação de suas necessidades específicas por bens e serviços desejados e disponíveis na economia. Informações sobre fluxo de caixa são relevantes, à medida que permitem a investidores e credores projetar a capacidade que a empresa terá de distribuir dividendos, pagar juros e amortizar dívidas. Além desses pontos, a informação sobre o fluxo de caixa destaca-se, também, por auxiliar na determinação da liquidez e solvência empresarial (HENDRIKSEN E BREDA, 1999, p.177). Para Hendriksen e Breda (1999, p.177) liquidez é a capacidade relativa de conversão de ativos em caixa e solvência é a capacidade de pagamento das obrigações de uma empresa no momento de seus vencimentos. O conceito de solvência é mais amplo que o de liquidez. A capacidade de solvência da empresa é importante, pois indica a possibilidade de continuidade. Inicialmente destaca-se que a compreensão do termo caixa deve abranger não somente a conta contábil caixa, e sim todos os recursos disponíveis da empresa dos quais se possa fazer uso como se dinheiro fosse. Correspondem ao caixa, desta forma, as disponibilidades imediatas da empresa, ou seja, caixa, propriamente dito, depósitos bancários à vista, numerários em transito e aplicações de liquidez imediata. Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de dinheiro ao longo do tempo, podendo ser calculado mediante a construção de um mapa de fluxos de tesouraria. É um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a situação financeira da empresa. Pelo fato de proporcionar uma medida da capacidade da empresa em liberar meios monetários, o cash-flow torna-se um excelente indicador da capacidade de autofinanciamento da empresa, isto é, da sua capacidade para efetuar novos investimentos sem necessidade de recorrer a fontes de financiamento externas. 10 1. Fluxo de Caixa 1.1. Conceitos e Convenções Básicas A representação do fluxo de caixa é feita por meio de tabelas e quadros, ou esquematicamente, conforme abaixo: - + - + 0 1 2 3 n Tempo

A escala horizontal representa o tempo, divididos em períodos descontínuos. O ponto zero representa a data inicial, o ponto 1 indica o final do 1º período e assim por diante; Os intervalos de tempo de todos os períodos são iguais. Saídas de caixa correspondem aos pagamentos, tem sinais negativos e são representadas por setas apontadas para baixo. Entradas de caixa correspondem aos recebimentos, tem sinais positivos e são representados por setas apontadas para cima. Então para que servem os relatórios de fluxo de caixa? Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado. Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na empresa. Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período avaliado. Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio em determinado período ou se há necessidade de obtenção de capital de giro. Planejar melhores políticas de prazos de pagamentos e recebimentos. Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos. Conhecer previamente (planejamento estratégico) os grandes números do negócio e sua real importância no período considerado. Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no período considerado. Avaliar o melhor momento para efetuar as reposições de estoque em função dos prazos de pagamento e da disponibilidade de caixa. Avaliar o momento mais favorável para realizar promoções de vendas visando melhorar o caixa do negócio. 11 Fatores que afetam o Fluxo de Caixa: O fluxo de caixa de uma empresa é impactado por uma série de fatores, tanto internos como externos. O Administrador financeiro deve estar preparado através das indicações observadas no fluxo de caixa para tomar as medidas corretivas em tempo hábil, de forma a minimizar o impacto nas empresas. Fatores Internos: Expansão descontrolada das vendas, implicando em um volume maior de compras e custos operacionais; Aumento concedido no prazo de vendas como forma de aumentar o grau de competitividade da empresa e aumentar a sua participação no mercado; Capitalização inadequada com a conseqüente utilização de capital de terceiros de forma excessiva, aumentando o seu nível de endividamento; Compra em volume incompatível com as projeções de vendas; Diferenças acentuadas entre giro de contas a pagar e a receber em decorrência dos prazos médios de recebimento e pagamento;

Ciclo de produção extremamente longo e incompatível com o prazo médio concedido pelos fornecedores; Giro do estoque muito lento, significando o carregamento de produtos obsoletos ou de difícil venda, imobilizando recursos da empresa neste item; Baixa ocupação do ativo fixo; Distribuição de lucros incompatíveis com a capacidade de geração de caixa; Custos financeiros elevados em decorrência de um nível de endividamento incompatível com a estrutura de capital da empresa; Política salarial totalmente incompatível com o nível de receitas e demais despesas operacionais. Fatores Externos: 12 Redução das vendas causadas por uma retração do mercado; Aumento da concorrência em decorrência da entrada de novos concorrentes no mercado; Alteração nas alíquotas de impostos, sejam tributos sobre a venda interna como sobre a importação de produtos concorrentes; Aumento geral do nível de inadimplência causada por fatores como, por exemplo, o aumento da taxa de juros. Desequilíbrio Financeiro: A análise do fluxo de caixa permite determinar com precisão, uma empresa que se apresente em uma situação de desequilíbrio financeiro. Sintomas: Insuficiência crônica de caixa; Captação sistemática de recursos através de empréstimos. Causas Básicas: Excesso de investimento em estoque; Prazo médio de recebimento maior do que o prazo médio de pagamentos; Excesso de investimento em ativos fixos (imobilização); Alto giro de estoque e ciclo de produção elevado. Inflação; Recessão; Conseqüências: Maior grau de vulnerabilidade ante as flutuações nas condições do mercado em que a empresa atua; Atrasos nos pagamentos, aumentando as perspectivas de concordata e falência.

Medidas de Saneamento: Aumento do capital próprio através de aporte de novos recursos dos proprietários atuais ou através de novos sócios, ou emissão de papeis (SAs); Redução ou adequação do nível das atividades aos volumes de recursos disponíveis para o financiamento das operações; Controle rígido de custos e despesas operacionais; Desmobilização de ativos ociosos; Redução do ritmo das atividades operacionais; Adequação do nível de operações ao nível de recursos disponíveis. MODELO FLUXO DE CAIXA PREVISTO E REALIZADO 13 No relatório anterior foi adotado como modelo o período semanal, apenas como demonstração, sendo usual e recomendado o período diário. Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a elaboração do Fluxo. É composto pelo dinheiro na gaveta mais os saldos bancários disponíveis para saque. Entradas de Caixa: correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito etc., disponíveis como dinheiro na respectiva data. Saídas de Caixa: correspondem a pagamentos de fornecedores, pró labore (retiradas dos sócios), aluguéis, impostos, folha de pagamento, água, luz, telefone e outros, entre eles alguns descritos em nosso modelo. Saldo Operacional:representam o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos periodicamente, sem a influência dos saldos de caixa anteriores. Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do Saldo Inicialcom o Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e passa a ser o Saldo Inicial do próximo período. Um dos fatores mais importantes para o sucesso na gestão de uma empresa é o adequado PLANEJAMENTO. Portanto, a gestão financeira deve ser cuidadosamente planejada, executada, acompanhada e avaliada. Isso só é possível se estabelecermos metas (objetivos, previsões) que nos orientem a fim de evitar surpresas inesperadas. Se passarmos a projetar recebimentos e pagamentos com base em nossos conhecimentos anteriores e expectativas futuras quanto ao que esperamos do mercado, poderemos nos preparar para enfrentar dificuldades antes que elas ocorram. Assim, trabalhar com valores previstos e compará-los com o realizado (acontecido na data), além de mostrar futuras faltas ou sobras de caixa, permite tomar decisões antecipadas sobre aumento de compras, liquidações, racionalizações de custos, hora certa para fazer investimentos e até mesmo sobre a possibilidade de retirar mais pró-labore sem sangrar a empresa.

14

15 III - EXERCÍCIOS FLUXO DE CAIXA

EXERCÍCIOS DE FLUXO DE CAIXA EXERCÍCIO 1: A sapataria do Sapatu s abriu recentemente sua primeira sapataria (em junho) em uma das ruas mais exclusivas de Porto Alegre. Apesar de os negócios estarem indo muito bem, os sócios têm estado preocupados com possíveis falta de recursos no caixa. Para resolver este problema, resolveram montar o seu fluxo de caixa: 1) Na única loja da empresa, todas as vendas são feitas a vista; 2) No entanto a Sapatu s resolveu conceder um prazo de trinta dias para uma loja em Salvador que se interessou em distribuir seus sapatos. Hoje é responsável por 20% da receita; 3) O prazo para pagamento aos fornecedores de matéria-prima é de 30 dias para pagamento; 4) O valor do aluguel da loja é de R$ 2.100,00 mensais; 5) Os 2 sócios da empresas fazem retiradas mensais de R$ 2.000,00 cada um; 6) Está previsto o pagamento de uma parcela de luvas da loja, para o próximo mês de R$ 8.000,00; 7) As vendas do mês em curso foram de R$ 90.000,00. As vendas projetadas para o próximo trimestre são de R$ 90.000,00, R$ 110.000,00 e R$ 110.000,00; 8) As compras neste mês são de R$ 45.000,00, sendo projetadas para o trimestre seguinte, R$ 45.000,00, R$ 55.000,00 e R$ 55.000,00, nesta ordem; 9) As despesas comerciais equivalem a 5% da receitado mês; 10) Os impostos representam 20% das vendas, e são pagos no mesmo mês de sua competência; 11) As despesas administrativas e de pessoal são de R$ 7.000,00 mensais (fixas); 12) O saldo de caixa no início do período é de R$ 500,00; 16 Com base nas informações acima elabore o fluxo de caixa da empresa Sapatu s.

PROJEÇÕES VENDAS - FLUXO DE CAIXA 1 Conta jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 Vendas Recebidas Total Conta jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 Saldo Anterior Vendas Recebidas Total Créditos Fornecedores Aluguel Prólabore Luvas Custos Fixos Total de Débitos a - Receita Bruta para Impostos b - Impostos c - Receita Líquida d - Desp Comerciais e - Total dos Débitos f - Saldo Caixa 17

EXERCÍCIO 2: A empresa Perfume de Mulher é uma empresa líder no mercado de perfumes e fragrâncias, sendo considerada uma empresa modelo em termos de planejamento financeiro. Neste momento, os executivos da empresa estão revisando o fluxo de caixa da empresa para os próximos 9 meses de forma a detectar quaisquer problemas para os quais eles possam, de imediato, pró-agir. No processo de revisão foram projetadas as despesas e as receitas para o período, conforme segue: Meses Vendas de Mercadorias Despesas com Pessoal Aluguéis Compra de MP Venda de Veículos Usados Despesas Administrativas Despesas com Impostos Compra de MatErial de Consumo Compra de Equipamento Outubro 10.000,00 2.000,00 500,00 3.000,00-700,00 1.700,00 1.000,00-0,96% Novembro 12.000,00 2.500,00 500,00 5.000,00-750,00 2.040,00 1.100,00-1,23% Dezembro 15.000,00 3.000,00 500,00 4.000,00 3.000,00 800,00 2.550,00 1.200,00 - -0,41% Janeiro 8.000,00 3.000,00 875,00 3.600,00 3.000,00 900,00 1.360,00 1.000,00 5.000,00 0,48% Fevereiro 7.000,00 2.500,00 875,00 2.000,00 3.000,00 1.000,00 1.190,00 1.200,00 5.000,00 1,98% Março 10.000,00 3.000,00 875,00 3.000,00 3.000,00 1.000,00 1.700,00 1.100,00-2,63% Abril 15.000,00 3.500,00 875,00 4.000,00 3.000,00 1.200,00 2.550,00 1.050,00-1,98% Maio 20.000,00 4.000,00 875,00 5.000,00-1.100,00 3.400,00 1.250,00-0,56% Junho 25.000,00 4.000,00 875,00 5.000,00-1.300,00 4.250,00 1.300,00 - -0,12% MP Matéria Prima INFORMAÇÕES ADICIONAIS: 18 IGPM 1) A política de vendas da empresa, para os próximos meses foi definida da seguinte forma: 20% a vista, sendo o saldo devedor pago da seguinte forma (fora o mês): 50% com prazo de recebimento de 30 dias; 20% com prazo de recebimento de 60 dias; 30% com prazo de recebimento de 90 dias; 2) Os salários e os respectivos encargos sociais são pagos no primeiro dia do mês subseqüente; 3) As despesas com vendas correspondem a 10% das vendas ocorridas no mês, sendo pagas no mês seguinte; 4) As compras de matéria-prima são pagas da seguinte forma: 10% no mês da aquisição e o saldo restante em 4 parcelas iguais e mensais, fora o mês da compra; 5) Todas as demais contas serão pagas e recebidas no respectivo mês de competência; 6) O saldo inicial do caixa é de R$ 1.000,00; 7) Em assembléia geral extraordinária, ficou homologado o aumento de capital no valor de R$ 6.000,00, a ser integralizado no mês de março;

8) A empresa possui um imóvel alugado, estando previsto um fluxo de recebimentos a partir do mês de janeiro, no valor de R$ 400,00. O reajuste contratual foi previsto em 50% a partir de abril; 9) Está previsto, para o mês de fevereiro, a assinatura de um contrato de leasing de um prédio para a instalação de futura sede da empresa. A prestação mensal será de R$ 1.500,00, corrigida pela variação do IGPM do mesmo mês, sendo a 1ª parcela paga em 30 dias; Com base nas informações acima elabore o fluxo de caixa. Pergunta-se: A integralização de capital efetuada pelos sócios resolveu eventual deficiência de caixa da empresa? 19 PROJEÇÕES DAS VENDAS - FLUXO DE CAIXA 2 Conta outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho Vendas Recebidas Total Das Vendas PROJEÇÕES DE COMPRAS - FLUXO DE CAIXA 2 Conta outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho Fornecedores Total Dass Compras

FLUXO DE CAIXA 2 Conta outubro novembro dezembro janeiro fevereiro março abril maio junho Saldo Anterior Vendas Recebidas Integralização Cred Aluguel Vendas Veículos Total de Crédito Fornecedores Salários 20 Despesas com Vendas Alugueis Desp Administ Desp Impostos Compra MC Compra equipamento Leasing Total de Débitos Saldo de Caixa EXERCÍCIO 3: Dois empresários planejam abrir a empresa SCS Ltda e estão preparando em maio o orçamento de caixa para os meses de junho a outubro. Farão um aporte no caixa de R$ 100.000,00. Em setembro novo sócio fará aporte de capital de R$ 50.000,00. 1) São projetadas vendas: R$ 340.000,00 junho R$ 360.000,00 julho R$ 380.000,00 agosto R$ 400.000,00 setembro R$ 300.000,00 outubro 2) As vendas são recebidas 30% à vista e o restante em duas parcelas iguais; 3) As compras são projetadas da seguinte forma: R$ 200.000,00 junho R$ 220.000,00 julho R$ 250.000,00 agosto R$ 240.000,00 setembro R$ 300.000,00 outubro 4) O pagamento aos fornecedores são efetuados em 0, 30 e 60 dias, em parcelas iguais; 5) Os salários são pagos no mês seguinte, no valor de R$ 50.000,00 por mês; 6) A empresa paga o aluguel no mês de competência, projetado em R$ 15.000,00. Em setembro haverá reajuste passando para R$ 25.000,00 7) Os impostos sobre vendas representam 20%, pagos no mês seguinte;

8) Em janeiro do mesmo ano, a empresa havia buscado em uma instituição financeira recurso de capital de giro, com pagamento da primeira parcela em 30 dias, sendo 7 parcelas iguais e consecutivas no valor de R$ 25.000,00; 9) Por política da empresa, deve o gestor financeiro manter o saldo ideal de caixa de R$ 30.000,00. Eventual sobra deve aplicar em títulos de alta liquidez e havendo necessidade de caixa deve comunicar ao gerente do banco, para aprovar as linhas de crédito necessárias. O gerente do banco pediu à empresa que orçasse eventual necessidade de recursos, pois o mercado estava recessivo e possivelmente necessitaria de maior prazo para aprovar as linhas de crédito. 10) Monte o orçamento de caixa, apontando os meses e o valor que será feitas aplicações e comunicar o gerente do banco da eventual necessidade de crédito, desconsiderando os juros remuneratórios, em ambos os casos. 21 PROJEÇÕES DAS VENDAS - FLUXO DE CAIXA 3 Conta Junho Julho Agosto Setembro Outubro Vendas Recebidas Total Das Vendas 200.000,00 220.000,00 250.000,00 240.000,00 300000 PROJEÇÕES DE COMPRAS - FLUXO DE CAIXA 3 Conta Junho Julho Agosto Setembro Outubro Fornecedores Total Das Compras FLUXO DE CAIXA 3 Conta Junho Julho Agosto Setembro Outubro Saldo Anterior Vendas Recebidas Aporte de Capital Total de Crédito Fornecedores Salários Despesas com Vendas Alugueis Empréstimos Desp Impostos Total de Débitos Saldo de Caixa Saldo Mínimo de Caixa Valor à Investir Valor à Financiar

22 IV - ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO

ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO As empresas, para realizarem suas atividades, precisam de recursos financeiros. Dessa forma, é essencial que toda empresa, independentemente do seu ramo de negócio, procure controlar os seus ciclos operacional e financeiro, para que possam honrar seus compromissos, diminuir sua dependência financeira e aumentar o seu lucro. A gestão do capital de giro é extremamente dinâmica exigindo a atenção diária dos executivos financeiros, pois qualquer falha nesta área de atuação poderá comprometer a capacidade de solvência da empresa e prejudicar a sua rentabilidade. 23 Dolabella (1995, p. 102), oferece a seguinte definição de capital de giro: são os recursos financeiros aplicados pela empresa na execução do ciclo operacional de seus produtos, recursos estes que serão recuperados financeiramente ao final deste ciclo. Os ciclos dividem-se em Ciclo Econômico, Ciclo Financeiro e o Ciclo Operacional que compõe todo o sistema. CICLO ECONÔMICO É o período em que a mercadoria permanece nas dependências da empresa, ou seja, inicia-se com a compra da mercadoria e encerra-se com a venda da mesma. Este ciclo é o giro de estoques, ele nos diz quanto tempo à empresa está demorando para girar o seu estoque. Quanto maior for o estoque, mais lento será o giro do mesmo, ocasionando, inclusive, numa possível insuficiência crônica de caixa, forçando-a a captação sistemática de recursos de terceiros comprometendo a saúde financeira da empresa. CICLO FINANCEIRO Tem início com o desembolso de numerários para a aquisição da mercadoria que será revendida pela empresa e encerra-se com o recebimento relativo à venda da mesma. Este é o ciclo de caixa. O reflexo do Ciclo Econômico se dará neste ciclo. Se o giro do estoque é lento, primeiro a empresa pagará para após receber, ocasionando em desembolso desnecessário. Cabe salientar que além de compromissos com fornecedores a empresa também deve honrar outros compromissos mensais, que são os Custos Fixos ou Despesas Operacionais. São gastos necessários para que a empresa possa operar. CICLO OPERACIONAL Representa os dois ciclos juntos, iniciando-se quando da compra da mercadoria e encerrando-se quando da venda ou do recebimento dos recursos da venda. Segundo Hoji, o Ciclo Operacional inicia-se junto com o Ciclo Econômico ou Ciclo Financeiro, o que ocorrer primeiro, e encerra-se junto com o encerramento do Ciclo Econômico ou Financeiro, o que ocorrer por último.