Tribunal de Contas da União. Número do documento: AC-0208-34/00-P. Identidade do documento: Acórdão 208/2000 - Plenário



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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Número do documento: AC-0208-34/00-P Identidade do documento: Acórdão 208/2000 - Plenário Ementa: Representação formulada por Equipe de Auditoria do TCU. Possíveis irregularidades praticadas pela Superintendência do Desenvolvimento da Zona Franca de Manaus. Pagamento de contribuição previdenciária em decorrência do inadimplemento de empresas prestadoras de serviços junto à Autarquia, na qualidade responsável solidária, por negligência dos responsáveis da SUFRAMA. Conhecimento. Procedência. Determinação. Multa. Juntada às contas. Grupo/Classe/Colegiado: Grupo II - CLASSE VII - Plenário Processo: 225.148/1998-6 Natureza: Representação Entidade: Superintendência da Zona Franca de Manaus - Suframa Interessados: INTERESSADA: Secex/AM Dados materiais: ATA 34/2000 DOU de 11/09/2000 INDEXAÇÃO Representação; TCU, SUFRAMA; Contribuição Previdenciária; Pagamento Indevido; Multa; Empresa; Contrato; INSS; Prejuízo; Prestação de Serviços; Sumário: Representação. Procedência. Incúria do gestor que levou a assunção pela autarquia de obrigações previdenciárias de empresas prestadoras de serviços. Danos aos cofres da entidade. Multa. Juntada deste processo às contas da entidade.

Relatório: Adoto como relatório a instrução fls. 169/72, da AFCE Lúcia de Fátima R. Magalhães, in verbis: "Tratam os autos de Representação formulada por equipe de auditoria desta Unidade Técnica, nos termos do art. 209 do RITCU, contra atos praticados pela Superintendência da Zona Franca de Manaus. No percurso dos trabalhos realizados na Superintendência Regional do INSS/AM, os analistas verificaram que a SUFRAMA, na qualidade de responsável solidária, efetuou pagamentos de contribuição previdenciária em decorrência do inadimplemento de empresas prestadoras de serviço contratadas pela Autarquia. 2. A Entidade foi diligenciada para: a) verificação das medidas legais adotadas com vistas ao ressarcimento dos valores pagos ao INSS, vez que a obrigação principal era das empresas contratadas (Ofício SECEX/AM n.º 115/98, fls. 66); b) identificação de outros recolhimentos, por ventura, efetuados em virtude daquele fato (Ofício SECEX/AM n.º 115/98, fls. 66); e c) identificação da data de pagamento das faturas de prestação dos serviço, que geraram os pagamentos das contribuições previdenciárias e do responsável pela entidade, à época (Ofício SECEX/AM n.º 223/99, fls. 122). 3. As instruções de fls. 118/20 e 152/4 analisaram os esclarecimentos apresentados, por intermédio dos Ofícios n.º 3921/GAB.SUP de 07/07/98 (fls. 67/68) e 5636/GAB.SUP de 27/07/99 (fls. 67/68 e 134/41), concluindo, em síntese, que: a) a SUFRAMA pagou ao INSS, na qualidade de responsável solidária, R$ 769.414,62 (fls. 69); b) houve negligência da SUFRAMA ao efetuar pagamentos às empresas pelos serviços prestados, sem verificar o recolhimento dos encargos previdenciários resultantes da execução dos contratos, nos termos do art. 195, 3º da Constituição Federal e da Decisão TCU n.º 705/94-Plenário, Ata 54 e sem reter, das importâncias devidas, o valor da contribuição previdenciária correspondente, conforme previsto no 1º do art. 31 da Lei n.º 8.212/91; c) foi cobrado indevidamente da Autarquia o valor de R$ 13.532,00,

relativo às NFLD's 32.338.074-3 e 32.338.075-1. Segundo o responsável seriam adotadas providências administrativas e judiciais junto ao INSS para ressarcimento destes valores (fls. 136); d) as liquidações das faturas ocorreram nos exercícios de 1995 e 1996. Das ocorrências levantadas, apenas uma foi na gestão do ex-superintendente da Suframa Mauro Ricardo Machado Costa, todas as demais foram sob a administração do ex-superintendente Manuel da Silva Rodrigues; e) fato de haver uma ocorrência de fatura liquidada sem que fosse comprovado o recolhimento da contribuição previdenciária não desabona a gestão do Sr. Mauro Ricardo Machado Costa, pois nos demais casos, pelos dados acostados nos autos, foram adotadas medidas de controle sobre os contratados a partir do segundo semestre de 1996; e f) a constância de liquidação das faturas sem observar se as contratadas estavam recolhendo as contribuições previdenciárias devidas foi uma característica da administração do ex-superintendente Manuel da Silva Rodrigues, tendo em vista o grande número de pagamentos efetuados, conforme demonstram os quadros de fls. 69 e 137/41. 4. Em despacho de fls. 156, o Ministro Relator Walton A. Rodrigues autorizou a audiência prévia do ex-superintendente da SUFRAMA, Sr. Manuel da Silva Rodrigues, para que apresentasse justificativas a respeito da não solicitação dos comprovantes de recolhimento das contribuições previdenciárias das empresas contratadas nos exercícios de 1995 e 1996, ensejando essa omissão no pagamento de dívida junto ao INSS, como responsável solidária, por inadimplemento das contratadas (Ofício SECEX/AM n.º 376/99, fls. 157). 5. Em atendimento, o responsável se manifestou, por intermédio de seu procurador regularmente nomeado, conforme procuração de fls. 159 e documentos de fls. 163/8. As justificativas apresentadas podem ser assim resumidas: a) todos os atos administrativos foram fartamente documentados, devendo referida documentação estar arquivada na SUFRAMA; b) atento ao princípio da especialização de competências, o responsável alega, com base no Regimento Interno da Autarquia aprovado pela Portaria n.º 301/93, que a atribuição financeiro-contábil da entidade é competência do Departamento Financeiro, diretamente subordinado ao Superintende Adjunto de Administração;

c) setor de auditoria deveria verificar o cumprimento das normas contábeis, financeiras e administrativas; d) a principal, senão exclusiva função do Superintendente é de organizar todas as ações da autarquia, para captação de investimentos privados, que viabilizem a integração econômica da região ao território nacional; e e) por fim, acrescenta que o Superintendente não poderia afastar-se de suas funções técnico-políticas essenciais para ficar conciliando contas, ajustando atos contábeis e conferir cálculo das remunerações. 6. Não nos parece razoável, que o responsável queira se eximir de sua responsabilidade como gestor da SUFRAMA alegando que suas funções eram apenas de gerenciamento especializado. De acordo com o inciso XII do art. 14 do Decreto-Lei n.º 288/67, alterado pelo Decreto n.º 728, de 21.1.93, vigente à época dos fatos analisados, compete ao Superintendente da SUFRAMA: (...) 'XII - praticar todos os atos pertinentes à administração financeira, contábil, de material e de serviços gerais, na forma da legislação em vigor, bem como determinar auditagens e verificações periódicas nessas áreas.' 7. Assim, a responsabilidade pelos atos praticados em desacordo com a legislação repousa, s.m.j., sobre o ex-superintendente. É claro que não podemos imaginar que ele deveria analisar pessoalmente todos os processos. Mas, como supervisor, deveria acompanhar todos os atos, principalmente, aqueles relativos aos pagamentos efetuados pela Autarquia. 8. Neste caso, em nosso entendimento, houve prática de ato antieconômico que gerou dispêndios desnecessários no valor de R$ 769.414,62. Ademais, atento ao princípio constitucional da economicidade, evidente que a adoção da retenção ou a solicitação da comprovação do pagamento dos encargos previdenciários seriam opções mais vantajosas para Entidade, do que o pagamento, na qualidade de responsável solidário, no intuito de promover o ressarcimento ao erário, por meio de medida judicial a posteriori. 9. Saliente-se que não há indicação nos autos de que as ações administrativas adotadas, a partir de maio de 1998, com vistas ao ressarcimento pelas empresas contratadas tenham obtido sucesso.

Tampouco está comprovado que a SUFRAMA já tenha pleiteado este ressarcimento em ação regressiva, nos termos do art. 31, 1º da Lei n.º 9.032/95. 10. Conforme já comentado, a ocorrência tratada neste processo refere-se ao exercício de 1995, cujo processo, TC 225.173/96-4, encontra-se em análise nesta Secretaria, razão pela qual consideramos que esta representação deveria ser anexada àquela prestação de contas, para análise em conjunto. 11. A fim de verificar se a ocorrência tratada nestes autos foi praticada por outros órgãos públicos, esta Unidade diligenciou a Superintendência do INSS no Estado do Amazonas (Ofício n.º 153, fls. 115). O Dirigente apresentou o Ofício INSS/SEAM n.º 225 (fl. 116), informando a ocorrência da situação, em exame, somente em órgãos estaduais (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Amazonas e Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas), os quais foram notificados, na qualidade de responsáveis solidários. Não há indicação de que aquelas entidades efetuaram os recolhimentos requeridos. 11.1. Tendo em vista o acordo de cooperação entre o Tribunal de Contas da União e o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas, faz-se mister a comunicação àquela Corte da existência de possíveis pagamentos ao INSS/AM, efetuados pelas entidades acima nominadas, na qualidade de responsáveis solidárias, concernentes à ausência de retenção ou solicitação da comprovação de encargos previdenciários de faturas pagas a empresas prestadoras de serviços. 12. Diante do exposto, submeto os autos à consideração superior propondo o seu encaminhamento ao gabinete do Exmo. Ministro Relator Walton Alencar Rodrigues, nos termos dos arts. 36 e 37-A, da Resolução TCU n.º 77/96, propondo: a) conhecer da presente representação por preencher os requisitos de admissibilidade, para no mérito considerá-la procedente; b) aplicar a multa prevista no inciso III, do art. 58 da Lei n.º 8.443/92 c/c inciso III, do art. 220 do RITCU ao ex-superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus, Sr. Manuel da Silva Rodrigues, ante a comprovação da prática de atos antieconômicos; c) determinar à SUFRAMA, se ainda não o fez, que: c.1) promova ações regressivas, nos termos do art. 31, 1º da Lei n.º

9.032/95 contra as empresas prestadoras de serviço inadimplentes com a contribuição previdenciária, cuja responsabilidade solidária foi assumida pela Autarquia, nos exercícios de 1995/96; c.2) adote providências junto ao INSS/AM com vistas à compensação de débitos previdenciários, tendo em vista a cobrança indevida do valor de R$ 13.532,00, relativo às NFLD's 32.338.074-3 e 32.338.075-1; e c.3) observe as disposições contidas na Decisão TCU/Plenário n.º 705/94, Ata 54, especialmente quanto à prévia verificação, a cada pagamento dos contratos de execução continuada ou parcelada, da regularidade da contratada com o sistema da seguridade social, sob pena de violação do disposto no 3º do art. 195 da Constituição Federal. d) comunicar ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas que esta Corte, em auditoria realizada na Superintendência do INSS/AM, verificou que o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Amazonas e Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas foram notificados, na qualidade de responsáveis solidários, para efetuarem pagamentos decorrentes da ausência de retenção ou solicitação da comprovação do recolhimento de encargos previdenciários de faturas pagas a empresas prestadoras de serviços àqueles órgãos/entidades, encaminhando, em anexo, cópia da relação de fls. 116; e) anexar o presente processo às contas da SUFRAMA exercício de 1995 para exame em conjunto.". É o relatório. Voto: Conheço da Representação, para, no mérito, considerá-la inteiramente procedente, acolhendo in totum as pertinentes proposições da unidade técnica. Com efeito, a conduta do responsável pela SUFRAMA foi negligente e provocou, culposamente, prejuízo aos cofres da entidade. Tais prejuízos seriam perfeitamente evitáveis se houvera o gestor adotado as cautelas legalmente estabelecidas para prevenir danos como estes. A Suframa contratou empresas privadas para lhe prestarem serviços. Tais empresas, no entanto, não recolheram as contribuições previdenciárias incidentes sobre esses serviços, deixando a Suframa de delas exigir o comprovante de recolhimento. Em seguida, o INSS imputou o débito solidariamente à Suframa, que o recolheu integralmente. Daí esta Representação da Secex/AM.

Como narra a unidade técnica, a Suframa deveria ter solicitado, previamente, dessas empresas comprovante de recolhimento dos encargos previdenciários e não o fez. Dessa omissão resultou o prejuízo para os cofres da entidade, no valor do recolhimento feito ao INSS. Por essas razões, VOTO no sentido de que o Tribunal aprove o ACÓRDÃO que ora submeto à deliberação deste Plenário. Sala das Sessões, em 30 de agosto de 2000. Walton Alencar Rodrigues Ministro-Relator Assunto: VII - Representação. Relator: WALTON ALENCAR Unidade técnica: SECEX-AM Acórdão: Vistos, relatados e discutidos estes autos de Representação acerca de conduta omissiva praticada na Superintendência da Zona Franca de Manaus, com danos aos cofres da entidade, consistente na não-verificação do recolhimento dos encargos previdenciários resultantes dos serviços prestados pelas empresas contratadas pela entidade. Considerando que no processo devidamente organizado restou comprovada a omissão descrita na representação. Considerando que se apurou e comprovou a prática reiterada dessa conduta omissiva na gestão do Sr. Manuel da Silva Rodrigues. Considerando que o responsável foi regularmente ouvido em audiência. Considerando que suas razões de justificativa não lograram afastar sua responsabilidade pelos prejuízos suportados pela autarquia. Considerando a gravidade de sua conduta omissiva.

ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão Plenária, ante as razões expostas pelo Relator e com fundamento nos artigos 1º, inciso IX, 43, II, e 58, III, da Lei 8.443/92: 8.1. conhecer da presente representação, por preencher os requisitos de admissibilidade, para no mérito considerá-la procedente; 8.2. determinar à Suframa, se ainda não o fez, que: 8.2.1. promova ações regressivas, nos termos do art. 31, 1º, da Lei 9.032/95, contra todas as empresas prestadoras de serviço inadimplentes com a contribuição previdenciária, cuja responsabilidade solidária foi assumida pela autarquia, nos exercícios de 1995/96; 8.2.2. adote providências junto ao INSS/AM com vistas à compensação de débitos previdenciários, tendo em vista a cobrança indevida do valor de R$ 13.532,00, relativo às NFLD's 32.338.074-3 e 32.338.075-1; 8.2.3. observe as disposições contidas na Decisão TCU/Plenário 705/94, Ata 54, especialmente quanto à prévia verificação, a cada pagamento dos contratos de execução continuada ou parcelada, da regularidade da contratada com o sistema da seguridade social, sob pena de violação do disposto no 3º do art. 195 da Constituição Federal; 8.3. comunicar ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas que esta Corte, em auditoria realizada na Superintendência do INSS/AM, verificou que o Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado do Amazonas e Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas foram notificados, na qualidade de responsáveis solidários, para efetuarem pagamentos decorrentes da ausência de retenção ou solicitação da comprovação do recolhimento de encargos previdenciários de faturas pagas a empresas prestadoras de serviços àqueles órgãos/entidades, encaminhando, em anexo, cópia da relação de fl. 116; e 8.4. aplicar ao sr. Manuel da Silva Rodrigues a multa prevista no inciso III do art. 58 da Lei 8.443/92, no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), fixando-lhe o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 165, inciso III, alínea "a" do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente, a partir do dia seguinte ao término do prazo estabelecido até a data do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor; e 8.5. anexar o presente processo às contas da Suframa, exercício de 1995, para exame em conjunto.

Quórum: Ministros presentes: Adhemar Paladini Ghisi (na Presidência), Humberto Guimarães Souto, Bento José Bugarin, Valmir Campelo, Adylson Motta, Walton Alencar Rodrigues (Relator) e o Ministro-Substituto José Antonio Barreto de Macedo. Sessão: T.C.U., Sala de Sessões, em 30 de agosto de 2000