PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO Alexsandro; Eduardo; Juciléia; Marco Antônio; Rosana.
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO Estuda o depoimento da Testemunha, bem como os fatores que mais influenciam no relato de um caso: a percepção, a memória e a linguagem. Segundo Jeremy Bentham, as testemunhas são os olhos e os ouvidos da Justiça humana.
TESTEMUNHO: é o meio de prova por declaração feita por terceiro a respeito de determinado fato ocorrido. TESTEMUNHA: pessoa que presenciou e que relata o fato ocorrido. O falso testemunho tem punição no Código Penal, artigo 342, que enquadra o falso testemunho como crime.
PERCEPÇÃO: captação do fato Depende da captação sensorial e da capacidade de atribuir significado as informações captadas (aptidões). Tendências afetivas deformam fatos (voluntariamente ou não): costumamos ver as coisas como desejamos que sejam e não como realmente são. Hábito/Automatismo prejudicam a percepção dos detalhes (o passado afeta o presente) - há tendência de perceber os fatos como costumam ocorrer e não como foi (caricatura subjetiva) ou basta vislumbrar alguns elementos para fazer juízo do todo. TESTEMUNHAR NÃO É ATO INTENCIONAL, O QUE DIMINUI A CAPACIDADE DE CAPTAR INFORMAÇÕES. Algumas observações: há maior captação sensorial pela manhã; homens: tem percepção geral; mulheres: tem percepção de detalhes; fatos iniciais e finais são melhores percebidos que fatos intermediários; aspectos quantitativos tendem a ser mais imprecisos que os qualitativos; emoção intensa (stress) prejudica a percepção.
MEMÓRIA: armazenamento do fato e resgate posterior do fato armazenamento depende de condições orgânicas (neurofisiológicas); resgate posterior: é processo psicofisiológica. Tendências afetivas afetam o resgate posterior: defesa psíquica com amnésias de experiências desagradáveis (repressão); Falsas memorias: o resgate incompleto (lacunas) é preenchimento por suposições, expectativas ou experiências vividas (resulta em distorções). Algumas observações: redução de armazenamento pelo lapso temporal entre fato e relato; quanto mais repetição do relato, mais se convence da falsa memória; emoção intensa prejudica a memória; sugestão social (por relato de terceiros, pela mídia) influencia a memória.
LINGUAGEM: relatar o fato (em palavras), com sinceridade e precisão Capacidade de expressar com fidedignidade o que foi percebido, presenciado. Relatos espontâneos: tendem a ser menos distorcidos, embora sejam incompletos; Interrogatórios: devem ser utilizados para estimular a memória, entretanto, podem ter como resultado um conflito entre o que o indivíduo sabe e o que as perguntas tendem a fazê-lo saber. Perguntas determinantes são preferíveis (como?, quando?, por quê? onde? quem?) Algumas observações: ineficiência do juramento pela verdade e das advertências sobre as responsabilidades da testemunha: i) testemunhas morais se impressionam mais diante ameaças, e ii) testemunhas imorais não reagem e não se sentem ameaçadas; temor reverencial à pessoa do magistrado, ambiente desconhecido (carregado de tensões, de ritos cerimoniais e de linguagem não corriqueira) causam medo e insegurança a testemunha e pode provocar amnésias; criar ambiente de tranquilidade para a testemunha se sentir acolhida e a vontade; testemunha deve descrever o fato e não interpretá-los/fazer julgamentos.
PSICOLOGIA DO TESTEMUNHO É uma especialidade da Psicologia Jurídica (conexão entre a PSICOLOGIA e o DIREITO); Objeto de estudo: é o testemunho e os fatores que afetam a sua precisão; Objetivo: apurar o grau de fidedignidade dos testemunhos (devido a falibilidades, testemunhas podem apresentar versão distorcida ou imprecisa, intencionalmente ou não, em seu relato); Fatores internos e externos à testemunha influenciam o testemunho; As funções psíquicas, em especial, a senso-percepção, a memória e a linguagem afetam a precisão do testemunho; Por meio da Psicologia Jurídica é possível auferir os níveis de credibilidade de um testemunho e até mesmo verificar quanto a testemunha está mentindo; Importância: testemunhos auxiliam decisões judiciais e, embora tenham valor relativo, contribuem para culpabilidade ou inocência de um réu (por vezes é a prova única).