IMPACTO SOCIAL DO USO DA BICICLETA EM SÃO PAULO Maio/2018
Realização Cebrap e Patrocínio Itaú Presidência Angela Alonso Diretoria Científica Ronaldo Almeida e Carlos Torres Freire Diretoria Administrativa Coordenação do Núcleo de Desenvolvimento Equipe de pesquisa Agradecimentos Graziela Castello Carlos Torres Freire Daniela Costanzo, Graziela Castello, Luísa Adib Dino, Maria Carolina Vasconcelos Oliveira, Paula Santana Santos, Victor Callil e Edgard Fusaro (estatístico) Equipe Itaú: Cícero Araújo, Luciana Nicola, Simone Gallo Azevedo, Natália Cerri Oliveira Revisão Otacílio Nunes Projeto gráfico Eduardo Asta
Realização Cebrap e Patrocínio Itaú Mensagem do patrocinador O Itaú Unibanco está comprometido com o desenvolvimento das comunidades em que atua para gerar valor compartilhado. Por sermos um banco essencialmente urbano e reconhecermos a importância da valorização do transporte ativo para o desenvolvimento sustentável das cidades, definimos mobilidade urbana como um pilar de investimento dentro de nossa plataforma de sustentabilidade e fomentamos o amadurecimento da cultura de integração das bicicletas ao modelo de transporte das cidades de forma conjunta com o poder público e com a sociedade, buscando influenciar políticas públicas que promovam o uso da bicicleta no dia a dia das pessoas. Itaú Unibanco.
Objetivo Estimar impacto do uso da bicicleta no município de São Paulo em três áreas: meio ambiente, saúde e economia
Desenho e metodologia da pesquisa Survey e amostra Pesquisa realizada de junho/2017 a dezembro/2017 1.100 entrevistas em domicílio (de 20/set/2017 a 10/out/2017) Amostra da população do município de São Paulo Amostra complementar com usuários de bicicletas no município de SP Realizou viagem de bicicleta para deslocamento no dia útil anterior à entrevista Amostras probabilísticas com cotas no setor censitário (sexo, idade e escolaridade) garantem representatividade da população e comparabilidade (ponderação PNAD/2013 e OD/2007). Questionário estruturado em oito blocos Geral: perfil demográfico da população da amostra. Mobilidade: a) trajetos e modais utilizados em todos deslocamentos no último dia útil anterior b) sensações no deslocamento c) custos com transporte d) frequência semanal de uso dos modais. Problemas com a cidade: percepção em relação a problemas da cidade e aos que afetam pessoalmente. Bem-estar: tempo de exposição em espaços públicos. Violência: sensação de segurança na cidade. Saúde: Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) reduzido. Economia: orçamento pessoal e familiar ( Pesquisa Orçamento Familiar ).
Perfil de deslocamento e de viagens Viagens pedaláveis: até 8km, realizadas entre 6h e 20h, por pessoas com até 50 anos Viagens facilmente pedaláveis: até 5km, realizadas entre 6h e 20h, por pessoas com até 50 anos
Meio Ambiente
Experiência nos deslocamentos Ciclistas apresentam menos stress, irritação, medo de atrasar e desconforto em seus deslocamentos Ciclistas relatam mais sensações de bem-estar no deslocamento, como prazer, relaxamento e satisfação
Interação com espaço público e percepção de segurança Ciclistas aproveitam mais os espaços públicos da cidade Ciclistas apresentam sensação de segurança levemente maior que a população da cidade
Redução na emissão de CO 2 Se o potencial ciclável fosse atingido, haveria uma redução de até 18% da emissão de CO 2 oriunda dos transportes na cidade de São Paulo Além disso, estima-se que os ciclistas atuais diminuam em 3% a emissão de CO 2 dos deslocamentos cotidianos da cidade
Saúde
Atividade, sedentarismo e uso da bicicleta Proporção de indivíduos regularmente ativos entre ciclistas é quase três vezes maior que a da população Frações com maior inatividade da população poderiam ampliar seu nível de atividade 1. Regularmente ativos: na última semana, realizaram atividades físicas vigorosas em pelos menos 3 dias diferentes e com duração mínima de 20 minutos por dia; 2. Irregularmente ativos: realizaram atividades físicas na última semana, mas menos do que o mínimo suficiente para serem considerados regularmente ativos; 3. Inativos: não realizaram atividades físicas moderadas ou vigorosas na última semana. Uso da bicicleta teria maior impacto na atividade física das classes mais baixas 53% do tempo de atividade física dos ciclistas é realizado em deslocamentos de bicicleta
Impacto na redução dos gastos com Saúde (SUS) O que aconteceria se o perfil de atividade física da população da cidade espelhasse o dos ciclistas? Redução de 13% do total em gastos no SUS com internações em virtude de doenças do aparelho circulatório e diabetes
Economia
Aumento da renda disponível Com base nas informações detalhadas de gastos mensais dos indivíduos, calculamos o peso do transporte na renda mensal (como passagem de ônibus, gasolina, estacionamento) Adoção da bicicleta nos deslocamentos cotidianos tem potencial de ampliação da renda disponível, com peso significativo para as classes mais baixas Entre aqueles que utilizam mais transporte motorizado individual, o potencial de economia ultrapassa os R$ 400
Diminuição no tempo de deslocamento individual Queda no tempo de deslocamento dos indivíduos aumenta a produtividade média da economia, com potencial de aumento no PIB (Haddad & Vieira, 2015) Para calcular o potencial baseado na troca do modal pela bicicleta, utilizamos viagens ao trabalho de até 8km, feitas inteiras de automóvel ou de ônibus (da origem até o destino)
Diminuição no tempo de deslocamento coletivo Como mensurar o ganho com essas trocas? Com menos automóveis circulando, haveria um ganho coletivo, com diminuição do congestionamento, menor perda de tempo no trânsito para o conjunto dos automóveis em deslocamento e potencial aumento de produtividade na economia.
Motivações para o uso da bicicleta
Desafio: Metade da população não está disposta a adotar a bicicleta em seus deslocamentos cotidianos 31% dos paulistanos (não-ciclistas) estariam dispostos a usar a bicicleta como meio de transporte. Proporcionalmente mais homens e jovens 39% (31% + 8%) dos paulistanos afirmam que a existência de infraestrutura é importante para a adoção da bicicleta como meio de transporte
Percepção dos ciclistas: Motivos para pedalar e ciclovias Economia de dinheiro é o principal motivo entre os que utilizam bicicleta nos seus deslocamentos. Saúde e tempo aparecem para a maioria quando perguntados sobre outros motivos. Ciclovias são importantes ou indispensáveis para 96% daqueles que usam bicicleta como meio de transporte
Mais pesquisas para medir mais impactos! Projeções apresentadas não esgotam as possibilidades de impacto do uso da bicicleta em SP Impacto do uso da bicicleta é maior! Limites: Tempo para a realização da pesquisa (6 meses) Escassez de modelos de cálculo metodologicamente consistentes impõe limites Outros indicadores podem e devem ser medidos Estudos importantes sendo realizados: Peso da bicicleta como atividade econômica indústria, comércio e serviços; Conduzido pela Aliança Bike e parceiros Redução na emissão de outros poluentes para além do CO2; Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) Diminuição de gastos com medicamentos e com outras doenças, para além de diabetes e doenças cardiovasculares, bem como impacto das atividades físicas na saúde pública. Faculdade de Saúde Pública da USP Transformações significativas podem ser geradas com o aumento do uso da bicicleta no município de São Paulo
Carlos Torres Freire catorresfreire@cebrap.org.br Victor Callil victor.callil@cebrap.org.br Dafne Sampaio (Comunicação) (11) 94489-8212 (11) 5574-0399 ramal 228 comunicacao@cebrap.org.br