Assistente Hospitalar de Endocrinologia Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição Centro Hospitalar do Baixo Vouga



Documentos relacionados
Pré diabetes. Diagnóstico e Tratamento

Sessão Televoter Diabetes

Sessão Televoter Diabetes. Jácome de Castro Rosa Gallego Simões-Pereira

Sessão Televoter Diabetes

DIABETES TIPO 2 PREVALÊNCIA DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM. Paula Bogalho. S. Endocrinologia Diabetes e Metabolismo

24 de Outubro 5ª feira insulinoterapia Curso Prático Televoter

Na diabetes e dislipidemia

O Diagnóstico, seguimento e tratamento de todas estas complicações causam um enorme fardo econômico ao sistema de saúde.

11º Curso Pós-Graduado NEDO 2010 Endocrinologia Clínica Diabetes. Diabetes: avaliação da evolução e do tratamento

DIABETES E CIRURGIA ALVOS DO CONTROLE GLICÊMICO PERIOPERATÓRIO

Protocolo para controle glicêmico em paciente não crítico HCFMUSP

ESPECTRO. ALTERAÇÕES METABÓLICAS DA OBESIDADE e DMT2 EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES Diabetes Tipo 2 em Crianças. Classificação de Diabetes em Jovens

SABADOR. Apresentadora: Renée Sarmento de Oliveira Membro da equipe de Cardiologia/Coronária HBD. Professora de Clínica Médica da UNIRIO

AS MODERNAS INSULINAS

Congresso do Desporto Desporto, Saúde e Segurança

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç

Estudo mostra que LANTUS ajudou pacientes com Diabetes Tipo 2 a atingirem a meta recomendada pela ADA para o controle de açúcar no sangue

Programa da Diabetes das FAA

Dia Mundial da Diabetes - 14 Novembro de 2012 Controle a diabetes antes que a diabetes o controle a si

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

NÚMERO: 002/2011 DATA: 14/01/2011 ASSUNTO: PALAVRAS CHAVE: PARA: CONTACTO:

CORRELAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RENAL E ANEMIA EM PACIENTES NORMOGLICEMICOS E HIPERGLICEMICOS EM UM LABORATÓRIO DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, CE

Treinamento de Força e Diabetes. Ms. Sandro de Souza

CRITÉRIOS NÚMERO: 001/2011 DATA: 07/01/2011 ASSUNTO: PALAVRA CHAVE: PARA: CONTACTOS:

DIABETES MELLITUS. Prof. Claudia Witzel

NÚMERO: 007/2011 DATA: 31/01/2011

Prevalência, Conhecimento, Tratamento e Controle da Hipertensão em Adultos dos Estados Unidos, 1999 a 2004.

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA REABILITAÇÃO CARDIACA RAQUEL BOLAS

Diretrizes Controle Glicêmico Intensivo e Prevenção de Eventos Cardiovasculares: Implicações do ACCORD, ADVANCE e VADT

à diabetes? As complicações resultam da de açúcar no sangue. São frequentes e graves podendo (hiperglicemia).

Pesquisa revela que um em cada 11 adultos no mundo tem diabetes

Envelhecimento da população realidade portuguesa. Unidade de Neurologia Vânia Almeida

Insulinização. Niepen Programa de Educação Continuada Educação Continuada para APS. Dra Carla Lanna Dra Christiane Leite

Programa Nacional para a Diabetes. Orientações Programáticas

O QUE SABE SOBRE A DIABETES?

AS SOLUÇÕES A prevalência da diabetes na população portuguesa entre os anos é:

Tensão Arterial e Obesidade na comunidade assídua do mercado municipal de Portalegre

Prevenir a Diabetes no Adulto

Como prescrever o exercício no tratamento do DM. Acad. Mariana Amorim Abdo

Veículo: Jornal da Comunidade Data: 24 a 30/07/2010 Seção: Comunidade Vip Pág.: 4 Assunto: Diabetes

Direção do Programa Nacional para a Diabetes e da Ordem do Médicos, divulga a seguinte:

Insulinoterapia na Diabetes tipo 2

NUTRIÇÃO INFANTIL E AS CONSEQUENCIAS NOS CICLOS DA VIDA. Profª Ms. Ana Carolina L. Ottoni Gothardo

NA DOENÇA CORONÁRIA ESTÁVEL

DIABETES MELLITUS. Curso de semiologia em Clínica Médica II

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DO DIABETES MELLITUS: SULFONILUREIAS E BIGUANIDAS

Sessão Televoter Diabetes

Sedentarismo, tratamento farmacológico e circunferência abdominal no controle glicêmico de diabéticos tipo 2 em Ponta Grossa.

7º Congresso Unidas de

VOCÊ CUIDA DO SEU DIABETES, A GENTE CUIDA DE VOCÊ.

Insuficiência Cardíaca Aguda e Síndrome Coronária Aguda. Dois Espectros da Mesma Doença

Retinopatia diabética: impacto dos novos hábitos alimentares e do aumento da esperança de vida. Filipe Varandas Carla Costa Lança, PhD

OS 5 PASSOS QUE MELHORAM ATÉ 80% OS RESULTADOS NO CONTROLE DO DIABETES. Mônica Amaral Lenzi Farmacêutica Educadora em Diabetes

PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 197/XIII/1.ª

Jean Carl Silva. Declaração de conflito de interesse

Saiba quais são os diferentes tipos de diabetes

Insuficiência de Vitamina D desafio diagnóstico!!!

ATIVIDADE FÍSICA E DIABETES. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE INDIVÍDUOS DIABÉTICOS DE FLORIANÓPOLIS - SC

Consulta de Enfermagem para Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica. Ms. Enf. Sandra R. S. Ferreira

Atividade Física para Pessoas com Diabetes Mellitus

Epidemiologia DIABETES MELLITUS

Qual o primeiro injetável no tratamento da Diabetes tipo 2: INSULINA. Dr. Maria Lopes Pereira Serviço de Endocrinologia Hospital de Braga

A baixa visão: apresentação e conceito

VI CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM DIABETES DIETOTERAPIA ACADÊMICA LIGA DE DIABETES ÂNGELA MENDONÇA

Gastos com medicamentos para tratamento da Doença de Alzheimer pelo Ministério da Saúde,

A actividade física e o desporto: um meio para melhorar a saúde e o bem-estar

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

Elevação dos custos do setor saúde

14º Encontro da Saúde Militar da SADC Avanços no Tratamento da Diabetes Tipo2

NÍVEIS DE PREVENÇÃO. Ana Catarina Peixoto R. Meireles. Médica Interna de Saúde Pública Unidade Operativa de Saúde Pública P

CRS Leste/ST Guaianases UBS Jd. Aurora

Envelhecimento saudável e ativo

Dimensão Segurança do Doente. Check-list Procedimentos de Segurança

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA APOIO TÉCNICO EM MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A AR E A DM TIPO II. Agenda: 1. INTRODUÇÃO 2. OBJECTIVOS 3. METODOLOGIA 4. PLANIFICAÇÃO DO PROJECTO

Diabetes Mellitus: Prevenção

Que tipos de Diabetes existem?

Somatropina no adulto. Fernando Baptista Serviço de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo. Hospital de Santa Maria. Lisboa

Projeto de Auditoria Clínica

Função pulmonar na diabetes mellitus

PALAVRAS-CHAVE CRUTAC. Diabetes mellitus. Exames Laboratoriais. Extensão.

Qualidade de vida e funcionalidade das pessoas com insuficiência cardíaca crónica grave

Tratamento do Diabético com Doença Renal Crônica

Profa. Dra. Maria Cristina Foss-Freitas Departamento de Clínica Médica Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Projeto de Resolução n.º 238/XIII/1.ª. Recomenda ao Governo que implemente medidas de prevenção e combate à Diabetes e à Hiperglicemia Intermédia.

estimação tem diabetes?

Diário do diabetes no dia a dia

A ACTIVIDADE FÍSICA F PREVENÇÃO DA IMOBILIDADE NO IDOSO EDNA FERNANDES

Tópicos da Aula. Classificação CHO. Processo de Digestão 24/09/2012. Locais de estoque de CHO. Nível de concentração de glicose no sangue

O diabético com doença coronária crónica

RESUMOS SIMPLES...156

O Custo do Mau Controle do Diabetes para a Saúde Pública

RESPOSTA RÁPIDA 381 /2014 Informações sobre:galvus,pioglit ediamicron

Transcrição:

DIABETES PREVENÇÃO, FATORES DE RISCO E TRATAMENTO Joana Guimarães Assistente Hospitalar de Endocrinologia Serviço de Endocrinologia, Diabetes e Nutrição Centro Hospitalar do Baixo Vouga www.endocrinologiadiabetesnutricao-aveiro.com

PREVALÊNCIA

PREVALÊNCIA

PREVALÊNCIA

Prevalence of type 2 diabetes by age from the Third National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III). Chang A M, and Halter J B Am J Physiol Endocrinol Metab 2003;284:E7-E12 2003 by American Physiological Society

Model for age-related hyperglycemia. Chang A M, and Halter J B Am J Physiol Endocrinol Metab 2003;284:E7-E12 2003 by American Physiological Society

HETEROGENEIDADE 9

GUIDELINES California healthcare Foudation/American Geriatrics Society, 2003 U.S: Department of Veterans affairs and the U.S Department of Defense diabetes guidelines, 2010 European diabetes Working party for Older People, 2011 Diabetes mellitus in Older People: Position Statement on behalf of the International association of Gerontology and Geriatrics (IAGG), the European Diabetes Working Party for Older People (EDWPOP), and the International Task Force of Experts in Diabetes, 2012 American Geriatrics Society Guidelines for Improving the Care of the Older Adult with diabetes mellitus: 2013 Update IDF, Management older people with diabetes type 2, 2013

CATEGORIAS 1. Funcionalmente independentes: vivem de forma independente, sem limitações na vida diária e sem apoio de terceiros; não exclui comorbilidades 2. Funcionalmente dependentes A: Fragilidade: cansaço, perda de peso recente, restrição severa na mobilidade e força, propensão para quedas, risco acrescido de institucionalização (25%) B: Demência 3.Fim de vida: esperança de vida < 1ano

FACTORES DE RISCO Arch Intern Med 2009

PREVENÇÃO DPP Diabetes prevention program 20% dos doentes com > 60 anos Alteração do estilo de vida e metformina reduziram inidência de diabetes em 58% e 31%, respetivamente Nos mais idosos, a redução da incidência foi de 71% com a alteração estilo de vida e 11% com a metformina 10 anos depois, os idosos submetidos a alteração estilo de vida, mantinham os benefícios ( 49% de redução do risco vs 34% no total) Limitação: poucos indivíduos com > 70 anos ou com limitação funcional/cognitiva Diabetes Prevention program research Group. N Engl J Med, 2002. Knowler WC, et al. Lancet 2009.

CONCLUSION: In this population of older individuals, weight loss predicted increased all-cause mortality risk not explained by covariates

PREVENÇÃO Categoria 1 Considerar medidas de alteração de estilo de vida, nos indivíduos de risco elevado, especialmente na hiperglicemia intermédia Categoria 2 A: Fragilidade Atividade física programada e adequada Não promover comportamentos alimentares que poderão levar a perda de peso B: Demência Alterações de estilo de vida, com o apoio dos cuidadores Categoria 3 Não relevante IDF, 2013

RASTREIO Finish Diabetes Risk score <11 pontos: reavaliar 3 anos 12-14 pontos: reavaliar 1 ano e corrigir fatores de risco 15 pontos: reavaliar 60 dias: glicemia jejum (se 126 mg/dl, realizar PTGO DGS. Processo assistencial integrado, 2013

RASTREIO Se glicemia < 126, PTGO? 80 anos Mulher, PA 87 cm Não pratica AF Ingere vegetais/fruta esporadicamente Toma anti-ht Nunca teve glicemia elevada AF diabetes (tio e primos) Total 15 pontos 78 anos Homem, PA 108 cm Não pratica AF Ingere vegetais/fruta diariamente Toma anti-ht Nunca teve glicemia elevada AF diabetes (avós) Total 18 pontos

RASTREIO E DIAGNÓSTICO Critérios de Diagnóstico Recomendações para rastreio Categoria 1: 3/3 anos ou mais regular se alto risco Categoria 2 A: Quando clinicamente indicado e com testes simples B: Quando clinicamente indicado e com testes simples; especialmente quando prescritos antipsicóticos (ex onlazapina) Categoria 3: Utilizar glicemia ao acaso, quando clinicamente indicado, especialmente quando prescritos corticóides Fazer sempre o rastreio, quando admitido numa instituição/lar IDF, 2013

TRATAMENTO Alimentação: INDIVIDUALIZAR A desnutrição é frequente no idoso e está associada a aumento de mortalidade, de internamentos hospitalares com maior duração, úlceras de pressão, delírio e depressão. As necessidades em termos de aporte energético diminuem com a idade, mas as dos micronutrientes é semelhante. A prevalência de obesidade no idoso também é elevada. O IMC pode não ser um bom indicador. Pode não ser benéfico a perda de peso. Hidratação. Atividade física: INDIVIDUALIZAR Benefícios na mobilidade, equilíbrio, redução risco de fratura, psico-sociais e qualidade de vida Melhora outros fatores de risco cardiovascular Aus Diab Educat, 2011; J Am Geriatric Soc 2007; Obes Res 2004; J Nutr 2006; Dia betes 2006, N Engl J Med 2011

CONTROLO GLICÉMICO UKPDS: diabetes recém diagnosticada, excluiu doentes > 65 anos ADVANCE, ACCORD e VADT: média de idade de 60 anos, diabetes de longa duração (média 8-10A), elevado risco CV ACCORD: > mortalidade CV no grupo sob tratamento intensivo (< 65 anos) ADVANCE: não mostrou diferenças nos subgrupos < ou 65ª VADT: > mortalidade CV no grupo sob tratamento intensivo, com diabetes > 20 anos potential risks of intensive glycemic control may outweigh its benefits in other patients, such as those with a very long duration of diabetes, Known history of severe hypoglycemia, advanced atherosclerosis, and advanced age/frailty. American Diabetes Association, American College of Cardiology Foundation, American Heart Association, 2009

Incidência ajustada por 1000 pessoaanos (%) Complicações da Diabetes Aumento das complicações micro e macrovasculares em função da HbA1c na Diabetes Tipo 2: UKPDS 60 50 Parâmetros de avaliação microvasculares Redução estimada de 37% no risco microvascular por cada redução de 1% na HbA 1c (p<0,0001) 40 30 20 10 Enfarte do miocárdio Redução estimada de 14% no risco de enfarte do miocárdio por cada redução de 1% na HbA 1c (p<0,0001) 0 5,5 6,5 7,5 8,5 9,5 Concentração média actualizada de HbA 1c (%) 10,5 Stratton IM, et al. BMJ. 2000;321:405-12.

>70.000 doentes > 60 anos Relação entre A1C e complicações agudas, microvasculares, CV e mortalidade

OBJETIVOS American Diabetes Association, 2014 Older adults who are functional, cognitively intact, and have significant life expectancy should receive diabetes care with goals similar to those developed for younger adults. Glycemic goals for some older adults might reasonably be relaxed, using individual criteria, but hyperglycemia leading to symptoms or risk of acute hyperglycemic complications should be avoided in all patients. Diabetes Care, 2014 IDF, 2013 Categoria 1: HbA1C 7-7.5% Categoria 2: HbA1C 7-8% A e B: < 8.5% Categoria 3: evitar hiperglicemia sintomática

Risco superior Consequências Polimedicação Quedas Insuficiência renal e hepática Deterioração cognitiva Educação Disfunção cognitiva Urgência hospitalar Alvo Nutrição Eventos CV Terapêutica Percepção diferente Mortalidade

Research: Treatment Drug treatment for diabetes in nursing home residents Medicação % Fármaco 79.4 Análogos insulina 51 Análogo rápido 15.6 Insulina intermédia 7.4 Bifásicas com análogo rápido 7.9 Análogo lento 34.8 Metformina 17.2 SU 14.7 Combinação de ADO 1.1 Glitazona 0.1 Inibidores DPP-IV 3.2 Os doentes sob terapêutica hipoglicemiante e os diabéticos sem terapêutica, tinham mais episódios de urgência hospitalar, quedas e fraturas. Diabetic Medicine, May 2014

Aspirina Prevenção secundária: 75 mg/d Prevenção primária: não está indicada Ponderar se > 80 anos HTA Alvo: < 140/90 mmhg Vigiar função renal e K em 1-2 semanas se IECA, ARA ou diuréticos ansa ou tiazídicos Dislipidémia Não existem estudos com estatinas em doentes > 80 anos Individualizar alvo Retinopatia Diabetes com início no idoso: avaliação ao diagnóstico Risco elevado: avaliação anual Baixo risco: avaliação 2-3 anos Pé diabético Avaliação anual; se alto risco, mais frequente Nefropatia Avaliar albuminúria ao diagnóstico: avaliação anual consoante esperança de vida

EVIDÊNCIA?

INDIVIDUALIZAR

INDIVIDUALIZAR Comorbilidades Disfunção cognitiva: D. Alzheimer e demência 2x mais frequente; relação com hipoglicemia Limitação funcional Quedas e fraturas Polimedicação Depressão Acuidade visual e auditiva Estado nutricional Vulnerabilidade para hipoglicemias Risco de hiperglicemias Esperança de vida Autonomia/cuidadores Diabetes in older adults: a consensus report, 2012

FUTURO Prevenção Ensaios clínicos que envolvam idosos Estudos que considerem função cognitiva, estado funcional, qualidade de vida, doentes institucionalizados Estudos com outros outcomes: hospitalizações, alterações da função cognitiva, quedas, etc

INE, 2009