TÍTULO: A IMPORTANCIA DO SEGMENTO FACTORING PARA PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS E SUA LEGALIDADE, CONFRONTANDO A PRATICA ILEGAL DE AGIOTAGEM

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Transcrição:

16 TÍTULO: A IMPORTANCIA DO SEGMENTO FACTORING PARA PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS E SUA LEGALIDADE, CONFRONTANDO A PRATICA ILEGAL DE AGIOTAGEM CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: DIREITO INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS DE SANTA FÉ DO SUL AUTOR(ES): BRUNA SOBRINHO DE MORAES ORIENTADOR(ES): LETICIA LOURENÇO SANGALETO TERON

A IMPORTANCIA DO SEGMENTO FACTORING PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS E SUA LEGALIDADE CONFRONTANDO A PRATICA ILEGAL DE AGIOTAGEM. Bruna Sobrinho de Moraes, acadêmico do VII semestre do Curso de Direito, pelas Faculdades Integradas de Santa Fé do Sul- SP. Letícia Lourenço Sangaleto Terron, advogada, professora, Mestre em Processo Penal. Sumário: Resumo; Introdução; O que é Factoring na prática e suas características, a importância do segmento Factoring para o desenvolvimento econômico empresarial e sua legalidade; A pratica da Factoring de forma ilegal, juridicamente intitulado como Crime de Usura ; Factoring a modalidade legalizada para prestação de serviços; Conclusões; Referências. Palavras-chave: Recebíveis. Antecipação. Faturamento. Legalidade. Resumo O segmento factoring, demonstrado neste artigo, uma prática comum e utilizada como ferramenta para desenvolvimento financeiro empresarial, a pratica ajuda a fomentar empresas, através de desconto de recebíveis, a factoring é um segmento totalmente legalizado, seus impostos incidem de modo presumido, e o não recolhimento do mesmo colabora com o crime de usura mais conhecido como agiotagem, tal prática ilegal e ainda nos tempos atuais uma prática comum, a fim de burlar os impostos que uma factoring legalizada recolhe, e também conhecido como prática da extorsão, cobrando valores abusivos de juros e sendo assim está sujeito a sanções penais e cíveis, sendo considerada uma pratica de crime contra a economia popular e enriquecimento sem causa. O ramo de factoring é visto de forma rentável, porém é um ramo de atividade em que o risco do produto é bem elevado. E sendo assim faz com que a pratica do crime de usura mesmo ilegal acaba sendo praticado.

1 Introdução O artigo aqui descrito demonstra a importância da Factoring para o fomento dessas empresas e assim o seu desenvolvimento e também a sua praticidade junto à empresa de factoring, esta pratica milenar e advém do império romano, e nesta época os comerciantes se baseavam em uma atividade de confiança, como uma forma de desenvolver os negócios, para adquirir negócios e transferi-los a terceiros de boa fé, a palavra Factoring tem origem da palavra FACTOR popularmente conhecido como FAZEDOR e naquela época já bastante atuante como agente mercantil eram realizadas trocas de mercadorias, os escambos e assim trazendo a evolução como promessa para entrega destas mercadorias e suas liquidações de pagamentos, nesta época não havia um regimento legal para a pratica, era um ato de costume, os agente mercantis da época eram vistos como pessoas importantes que incrementavam o comércio. A evolução da factoring iniciou com os Felícios (1200 A. C) que criaram as factorias e assim o fez expandir as relações comerciais e começou a preocupação com o risco com os recebimentos, e logo então os romanos também dominaram essa prática, na Idade média apareceram as cooperativas. O Factoring e Fomento Mercantil no Brasil foram regulamentados através da ANFAC ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS SOCIEDADES DE FOMENTO MERCANTIL FACTORING, na data de 11/02/1982. Atualmente as empresas de factoring devem ser associadas a ANFAC, e a própria associação apresentou a pratica como Fomento Comercial/ Mercantil Logo após, no ano de 1988, aconteceu a convenção diplomática de Ottawa e o Brasil foi um dos principais participantes, e apresentando assim a pratica fiduciária como uma parceira entre factoring-cliente/comerciante. As operações de factoring passaram a ser vista de forma respeitada no mercado, pois não se trata de uma simples transação, é uma operação complexa onde através de um contrato onde uma parte cede à terceiros créditos provenientes de vendas mercantis a sendo assim assume o risco do não recebimento pelo cliente de seu cedente.

2 O que é Factoring na prática e suas características, a importância do segmento Factoring para o desenvolvimento econômico empresarial e sua legalidade. Para a economia nacional e um segmento de extrema importância, e os serviços prestados por uma factoring a uma empresa se destaca pela facilidade, porém o seu operacional não menos burocrática, a antecipação de recebíveis, mais conhecida juridicamente como cessão de crédito, ramo do direito civil que trata obrigações. Cessão de crédito é a venda de um crédito atual ou futuro, é realizada através de uma transferência de obrigações, onde o credor a cede a outro de boa-fé os seus direitos creditórios, ocorrendo então uma sucessão ativa na relação obrigacional. A aquisição de crédito que resulta de vendas mercantis e de prestação de serviços dos clientes de empresas contratadas que são realizadas a prazo. Factoring é negócio sério para profissionais (Leite, 2008). Ao adquirir direitos creditícios provenientes de vendas mercantis, essa antecipação de giro ajuda a fomentar a pequena e média empresa, esse giro antecipado ajuda a ajustar o fluxo de caixa e desenvolver a empresa. 2.1 Características legais do Factoring e suas tributações. O ramo de factoring possui uma carga tributária elevada, ela se enquadra ao lucro presumido no que se diz a sua parte contábil para o recolhimento de seus impostos (PIS, COFINS, ISS, Contribuição Social, Imposto de Renda e IOF). IRPJ e Contribuição Social sobre o Lucro possui destaque na Lei 9.718/1998 em seu artigo 14, VI, que as empresas cadastradas como Factoring possuem a obrigação de recolhimento de IRPJ e Contribuição Social, pois seu ponto chave é no regime de apuração do Lucro Real. PIS e COFINS, o recolhimento desse tributo de caráter Federal deve ser realizado por empresas de Factoring pois a sua opção obrigatória é através do Lucro Real, e portanto se enquadrando a este regime, não podendo ser cumulativo. A retenção do Imposto de Renda ocorrerá por ocasião do pagamento ou crédito, o que ocorrer primeiro (TAX, 2016).

O IOF, imposto sobre operações financeiras, as empresas que se cadastrarem à uma Factoring, os direitos creditórios entre as partes negociadas, ficam sujeitos ao pagamento deste imposto, a Factoring no momento de sua operação de cessão de crédito deve fazer o recolhimento para os cofres do Tesouro Nacional, assumindo a responsabilidade tributária de tais transações, este imposto é calculado da data de operação e de cada vencimentos de títulos cedidos à Factoring. De acordo com o artigo 17 da Lei nº 4.595/1964, considera-se instituição financeira, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. (TAX, 2016) De acordo com o artigo 17 da Lei nº 4.595/1964, considera-se instituição financeira, para os efeitos da legislação em vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. O ISS (Imposto sobre serviços), através da Lei complementar 116/2013, determina como serviço que estará relacionado as operações de Factoring, sendo assim, a empresa estará sujeita ao recolhimento do ISS. A tributação está fundamentada no: Ato declaratório 51/94 da Secretaria da Receita Federal; Lei 10637/2002 (PIS) e Lei 10833/2003 (COFINS); Art. 28, inciso 1º alínea c, Art. 4º da Lei8981/95, reiterado pelo Art. 15º da Lei 9249/95, Art. 58º das Leis 9430/96 e 9532/97, Art. 14, inciso VI, da Lei 9718/98 e Decreto 4494, de 03 de dezembro de 2002; Atos normativos, específicos, para a atividade da Secretaria da Receita Federal. As Leis que juridicamente acompanham o segmento Factoring: A Lei que fundamenta a cessão de crédito está no Código Civil/2002 nos artigos 286 à 298, Lei 9.514/97; Instrução normativa nº 16 de 10 de dezembro de 1986, dispensa um consentimento prévio do Banco Central para arquivamento de atos que constituem empresas de fomento mercantil; Resolução nº. 2.144 de 22 de fevereiro de 1995, o reconhecimento do conselho monetário diante da tipicidade jurídica e própria, e estabelece as áreas de atuação de uma

sociedade de fomento mercantil, para que não se confunda com instituições financeiras, pois essas alem de ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil para possuir o objetivo de coletar, intermediar, aplicar recursos de terceiros é fundamentado pelo Art. 17 da Lei 4594 de 31 de dezembro de 1964 e Art. 1º e 16º da Lei 7492/1986; Circular nº. 139 de 30 de setembro de 1988 do Banco Central do Brasil, que revogou a circular do Banco Central nº 703 de 16 de junho de 1982, que faz o reconhecimento da factoring como uma atividade legal, de característica mista e atípica que determina um ramo de prestação de serviços conjugada com a aquisição de direitos creditórios ou créditos mercantis; Circular 2715 de 28 de agosto de 1996 do Banco Central do Brasil, onde é estabelecido que as instituições financeiras a realização de operações de crédito com empresas de fomento mercantil; A parte operacional está regulamentada pelas Leis: Art. 5º, incisos II e XIII, e Art. 170 da Constituição Federal de 1988; COAF Lei nº. 9613 de 03 de março de 1998; No Código Civil/2002 trata da prestação de serviços no Art. 594, no que se refere à compra e venda os Art. 481 aos 489, cessão de crédito nos Art. 286 aos 298, do endosso nos Art. 910, 911 e 914, dos vícios redibitórios Art. 441 aos 446, solidariedade passiva Art. 264 e 264. E a atividade ilegal acarreta sanções penais: Lei Bancária, nº. 4595/64 nos Art. 17, 18 e 44, inciso VII; Lei de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, nº. 7492/86 Art. 1º e 16; No Código Penal, Art. 160; Medida Provisória nº. 2172/01. 3 A pratica da Factoring de forma ilegal, juridicamente intitulado como Crime de Usura. Uma forma que alguns encontram de burlar o recolhimento dos impostos e de certa forma lucrar mais, e operar com jurus abusivos, porém essa pratica é crime, totalmente ilegal no nosso país, falam-se muito dessa prática de agiotagem, portanto, é dificultada a forma de encontrar a captação legal desse crime.

É um crime que fere a economia popular, e se enquadra no artigo 4º da Lei 1.521: Art 4º. Constitui crime da mesma natureza a usura pecuniária ou real, assim se considerando: a) cobrar juros, comissões ou descontos percentuais, sobre dividas em dinheiro superior à taxa permitida por lei; cobrar ágio superior à taxa oficial de cambio, sobre quantia permutada por moeda estrangeira; ou ainda, emprestar sob penhor que seja privativo de instituição oficial de crédito; (grifo nosso). Sendo assim é obviu que a agiotagem configura crime de usura, o empréstimo com a cobrança de juros excessivos e o não recolhimento de tributos, torna a operação ilegal e na maioria das vezes se aproveita de vulnerabilidade pessoal e financeira do cliente que é o tomador do empréstimo. nossa Constituição Federal/88 proíbe terminantemente a cobrança acima de 12% anual. Fundamentado no Art. 7º, inciso IV da Lei 7.492/86: Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores mobiliários: IV sem autorização prévia da autoridade competente, quando legalmente exigida. (grifo nosso). O conhecido e intitulado agiota atua com seu próprio dinheiro, por conta e risco dele, e sem autorização do Banco Central, crimes praticados nesta modalidade ilegal são julgados pela Justiça Federal, porém o lesado deve levar o caso a estas autoridades para que as providências legais sejam tomadas e apuradas e assim responsabilizar o agiota pelo crime, caracterizando penalmente o agiota, ele será responsabilizado também civilmente. A pena aplicada ao praticante de agiotagem, não faz com que ele perdoe as dividas que seus clientes possuem com ele, o réu tem direito de receber, porém ele tem direito apenas o valor original, o valor abusivo ele perde o direito de recebimento, o que ele pode cobrar é os 12% anuais que são permitidos pela nossa Constituição Federal/88, fora isso faz tornar incabível o recebimento de juros. TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos Recurso Inominado RI 000032082201481601490 PR 0000320-82.2014.8.16.0149/0 (Acórdão) (TJ-PR) Data de publicação: 22/09/2015 Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO. O EXECUTADO/EMBARGANTE FORA CITADO NOS AUTOS DE EXECUÇÃO Nº 0000842-46.2013.8.16.0149, PROMOVIDA PELO EXEQUENTE/EMBARGADO PARA PAGAR DÉBITO REMANESCENTE NO VALOR DE R$ 4.772,78. EMBARGANTE ALEGA, EM SEDE DE EMBARGOS À EXECUÇÃO, CARÊNCIA DA AÇÃO ANTE A INEXISTÊNCIA DA REFERIDA DÍVIDA, HAJA VISTA QUE O DÉBITO EXEQUENDO JÁ FOI PAGO E IMPUGNOU O VALOR COBRADO; NO MÉRITO ALEGA AUSÊNCIA DE CERTEZA, LIQUIDEZ E EXIGIBILIDADE DO TÍTULO,

HAJA VISTA QUE O MESMO TEM ORIGEM ILÍCITA, POIS ADVÉM DA PRÁTICA DE AGIOTAGEM; QUE OS VALORES COBRADOS REFERENTES A VALORES EMPRESTADOS. PUGNA PELA A IMPROCEDÊNCIA DA EXECUÇÃO COM A EXTINÇÃO DA MESMA. SOBREVEIO SENTENÇA IMPROCEDENTE. ENTENDEU O MAGISTRADO SINGULAR QUE?O EMBARGANTE NÃO PROVOU O PAGAMENTO INTEGRAL DO TÍTULO OBJETO DA EXECUÇÃO AUTOS 0000842-46.2013.8.16.0149. O CÁLCULO APRESENTADO PELO EMBARGADO (IGPM) E JUROS 1% AO MÊS PARA CORREÇÃO DO TÍTULO ESTÃO CORRETOS.? INSURGÊNCIA RECURSAL DO EMBARGANTE. ALEGA O RECORRENTE QUE O TÍTULO DE CRÉDITO OBJETO DA AÇÃO EXECUTIVA É ORIUNDO DA PRÁTICA DE AGIOTAGEM, RAZÃO PELA QUAL PUGNA PELA EXTINÇÃO DO FEITO. ARGUMENTA QUE OS VALORES COBRADOS SÃO PROVENIENTES DE EMPRÉSTIMO, NA QUAL O RECORRENTE FOI OBRIGADO AO PAGAMENTO DE JUROS NO IMPORTE DE 15% AO MÊS. NO MÉRITO ALEGA QUE OS VALORES COBRADOS JÁ FORAM ADIMPLIDOS. CINGE-SE A CONTROVÉRSIA RECURSAL EM DETERMINAR SE A PRESENTE EXECUÇÃO ESTÁ RELACIONADA COM A PRÁTICA DE USURA/AGIOTAGEM. O EXEQUENTE, ORA RECORRIDO, ALEGOU NA INICIAL? AUTOS Nº 842-46.2013.8.16.0149? QUE ERA CREDOR DO EXECUTADO, ORA RECORRIDO, DA IMPORTÂNCIA DE R$ 27.000,00, REPRESENTADA PELOS CHEQUES ANEXOS (MOV. 1.3); QUE OS REFERIDOS TÍTULOS FORAM DADOS PARA A LIQUIDAÇÃO DE NOTA PROMISSÓRIA NO VALOR DE R$ 20.000,00, COM (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0000320-82.2014.8.16.0149/0 - Salto do Lontra - Rel.: Fernando Swain Ganem - - J. 11.09.2015) 4 Factoring a modalidade legalizada para prestação de serviços. A prestação de serviços possui uma base continua e tendo a aquisição de créditos de empresas, que advén de vendas mercantil a prestação de serviços. Conforme Leite: As empresas aquí são conhecidas como sociedades de fomento mercantil. São sociedades empresárias (mercantis), que tem seus atos, constitutivos, registrados e arquivados nas Juntas Comerciais do País. (2016) Os benefícios da factoring para seus clientes incluem aconselhar diante decisões importantes, o cliente fica com o menor envolvimento possível e preocupação nas atividades do dia, tais como pagar, receber, captar recursos, e ele acaba ficando livre para negociações importantes para a empresa, melhora o fluxo do caixa da empresa, pois ele acaba recebendo a vista, pois há a transformação de vendas a prazo em vendas a vista, condições melhores com seus fornecedores, elimina-se o endividamento dentre outros benefícios. Factoring é uma atividade voltada para o fomento mercantil, para a assistência técnica, contábil e financeira de pequenas e médias empresas. (Fogaça, 1997)

4.1 ANFAC, suas características e regulamentações. A Associação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil, é uma entidade que associam empresas que atuam no ramo ela é uma entidade reguladora e assistencial para as negociações de factoring junto aos clientes, a ANFAC possui um método de trabalho para as factoring chamado FATOR, trata-se de uma referencia de negócios que diariamente é publicado no portal da ANFAC. Hoje, as 700 empresas associadas à ANFAC atendem a 135 mil empresas de pequeno e médio porte, gerando 2 milhões de empregos de forma direta e indireta e sendo responsáveis por um volume de tributos recolhidos. (Leite, 2016) 6 Conclusão Dado o exposto as empresas do segmento de Factoring possui uma extrema importância para empresas de pequeno e médio porte, empresas que precisam antecipar seus recebíveis a fim de fazer com que suas vendas a prazo sejam convertidas em vendas a vista, e viabilizando o negócio, pois essa empresa parceira da factoring tornara uma empresa mais sólida e possuindo capital para negócios a vista, e assim conseguindo negociar com larga vantagem, e também visando o melhor desenvolver de sua empresa, atraindo fornecedores melhores, descontos melhores a vista, negócios atrativos. A fomentalização possui segurança legal e por gerar tributos ela contribui com o desenvolvimento do País. A prática do crime de usura leva o sujeito praticante à responsabilização dos crimes penalmente e civilmente, e evidencia que essa pratica acaba não sendo tão vantajosa. As sanções aplicadas por muitas vezes são rigorosas e são cobradas o seu cumprimento. Conclui-se que vantajoso é estar legal, tendo a factoring habilitada, recolhedora de seus impostos, para que possa trabalhar com segurança jurídica, evitando transtornos futuros, e fazer com que esse trabalho seja contínuo, podendo contribuir para as empresas clientes, para no nosso país e principalmente com o Sistema Financeiro Nacional.

Referências BRASIL. Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988, de 05 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituição/constitui%c3%a7ao.htm. Acessado em 11 de abril de 2016. BRASIL. Decreto Lei Nº 22.626, de 07 de abril de 1933. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d22626.htm. Acessado em 11 de abril de 2016. BRASIL. Decreto Lei Nº 3.688, de 03 de outubro de 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3688.htm. Acessado em 11 de abril de 2016. BRASIL. Decreto Lei Nº 869, de 18 de novembro de 1938. Disponível em: http://www6.senado.gov.br/legislacao/listanormas.action?numero=869&tipo_norma=del& data=19381118&link=s. Acessado em 12 de abril de 2016. BRASIL. Lei Nº 1.521, de 26 de dezembro de 1951. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l1521.htm. Acessado em 30 de abril de 2016. BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 19ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2006. FERREIRA, Ruy Barbosa Marinho. Agiotagem. São Paulo/SP: 2ª ed., CL Edijur, 2001. GOMES, Luiz Flávio. Teoria Constitucionalista do Delito e Imputação Objetiva. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 2011. GONZAGA, Vair. Do Cheque. 1ª ed. Livraria de Direito: São Paulo, 1995. GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal Parte Geral. Niterói/RJ: Impetus, 2012. GRECO, Rogério. Direito Penal do Equilíbrio: Uma Visão Minimalista do Direito Penal. Niterói/RJ: Impetus, 2009. JUNQUEIRA, Gustavo Octaviano Diniz. Direito Penal (Elementos do Direito, v. 7). 9ª ed. Rev. E atual. São Paulo: Editora Revistas dos Tribunais, 2009. LEITE, Luiz Lemos. ANFAC, Associação Nacional das Sociedades de Factoring. Disponível em: http://www.anfac.com.br. Acessado em: 06 de maio de 2016. MARQUES, Adelson do Carmo. Cheque, Nota Promissória, Letra de Câmbio, Duplicata - Aspectos Práticos. Péritas Editora: São Paulo, 1996. MARTINELLI, João Paulo Orsini. A Teoria da Imputação Objetiva e o Direito Penal Brasileiro. Disponível em:

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