REDE LUTA CONTRA POBREZA URBANA RLCPU PLANO ESTRATÉGICO,2015-2017 Adão Augusto, Consultor 12-02-2015
1. Contextualização. Os projectos sociais fazem parte de um sistema complexo de relações que envolvem variáveis. Entre essas variáveis, estão os actores sociais e as políticas públicas que, em última análise, fazem com que surjam projectos de acção social originados de diversos órgãos e entidades, mas principalmente dos órgãos governamentais, que constituem no principal encarregado de zelar pela evolução social da comunidade. As políticas sociais desempenham um papel fundamental na construção de alternativas de desenvolvimento. As políticas públicas devem conter também dimensão social, de resgate da cidadania e participação da comunidade, além de ter preocupação com as questões ambientais, económicas, culturais e sociais. Mas o desafio no caso do GoA é a transformação das políticas e programas em projectos sociais capaz de promover a inclusão social e o resgata de uma cidadania activa. Concorrem para o problema, existência de estruturas de decisão para implementação das políticas, Programas/projectos na sua maioria centralizadas i.e. Programa de Desenvolvimento Rural e de Combate a Fome e Pobreza; fraca participação comunitária nas decisões politica em todos os níveis de governação. O contexto Angolano é ainda marcado por desigualdades e exclusão social, onde políticas públicas deveriam desempenhar um importante papel, principalmente para as populações menos favorecidas, no sentido de se planearem e desenvolverem as acções de promoção da inclusão social, implementadas através dos projectos ao nível local. Para descrever às condições de vida da população angolana conforme o Coeficiente de Gini: 0,55; 1 33,6% da população vivem abaixo da linha de pobreza, sendo que no campo este número sobe para 56,2, o que juntamente com o histórico de migrações do período de guerra civil explica a concentração da população nos centros urbanos; 55% da população vive nas cidades e 45% no campo; 90% da população urbana vive em condições não apropriadas; 1 Segundos os dados obtidos do Plano Director da Sociedade de Desenvolvimento do pólo-industrial de Capanda (SODEPAC pag. 15). Plano Estratégico - Rede Contra Pobreza Urbana. Página 1
23,9% das famílias são chefiadas por mulheres. Crianças de 6 a 17 anos que nunca frequentaram a escola: 20,3%, sendo que no campo esta percentagem sobe para 32,5%. 92% da população rural utiliza combustíveis sólidos para cozinhar. Assim, em 2011, Governo de Angola, aprovou a Lei nº 1/11 de 14 de Janeiro, Lei de Base do Regime Geral do sistema Nacional de Planeamento, com vista a assegurar a justa repartição de rendimento nacional, a preservação do ambiente e a qualidade de vida dos cidadãos. 2013-2017 Inicia um novo ciclo da história e experiência do sistema de planeamento de Angola. De facto, é o primeiro plano de médio prazo elaborado no quadro da nova Constituição do País. O PND 2013-2017 será o veículo principal que, à luz da Estratégia Angola 2025, deverá orientar e intensificar o ritmo e a qualidade do desenvolvimento em direcção ao rumo fixado: Aumentar a qualidade de vida do povo angolano de Cabinda ao Cunene, Estabilidade, Crescimento e Emprego constitui a ideia-força do PND 2013-2017 Gerar Emprego, Qualificado, Competitivo e Adequadamente Remunerado, O principal desafio do Plano Estratégia da Rede Luta Contra Pobreza Urbana nesta intervenção será de apoiar o Governo de Angola na promoção da inclusão social e no resgate da cidadania, através de acções de monitoria e avaliação de impacto dos projectos socias nos principais indicadores de desenvolvimento de milénio e que foram assumidos pelo GoA no Plano Nacional de Desenvolvimento. Quem somos? Rede Luta Contra Pobreza Urbana é um conjunto de Redes das Associações Comunitárias de Desenvolvimento Económicos e Sociais, Rede das Organizações Comunitárias de Base e das Organizações não-governamentais que estão comprometidas com a agenda da pobreza em Angola. A necessidade de coordenar os esforços e maximizar os resultados a fim de se atingir os objectivos colectivos, foi a razão do surgimento da Rede Luta Contra Pobreza Urbana e do presente plano estratégico. Plano Estratégico - Rede Contra Pobreza Urbana. Página 2
2. Análise das Debilidades, Ameaças, Forças e Oportunidades (DAFO) da Rede como estrutura da acção social: Um diagnóstico realizado permitiu identificar o perfil das organizações representativa da Rede Contra Pobreza Urbana do tipo: Em geral possuem fraca experiencia de interacção com os Departamentos ministeriais e territoriais que facilitariam o acesso e disponibilização da informação sobre os projectos em curso; Limitada capacidade de influência em grande maioria das organizações membro; Recursos Humanos pouco qualificado. Mecanismos de articulação pública e privada. Mecanismo de participação da sociedade civil deficiente Fraca transparência na gestão dos fundos públicos; Indisponibilidade de parte de muitos gestores públicos em dialogar com as organizações sociais; Debilidades na aplicação da legislação por parte de alguns gestores públicos principalmente ao nível municipal sobre lei 17/10 de 29 Junho e lei das associações Lei nº 6/12 de 18 de Janeiro. Como força teremos: A presença da Rede Pobreza em 6 dos sete municípios da Província de Luanda; Capacidade da mobilização comunitária; Boas relações existentes entre as organizações membro da Rede com as autoridades locais. Tradição das organizações membro em lidar com projectos sociais para o desenvolvimento comunitário. Oportunidades: A valorização no texto do PND sobre a importância da participação da sociedade civil como parceiros do Governo para implementação dos projectos. A existência da vontade política do governo em implementar Programas de investimentos públicos (PIP) em todo território nacional; Programa integrado de desenvolvimento rural e combate a pobreza (PI DRCP) em curso no País. Orçamento geral do estado suportado pelo PIB; Plano Estratégico - Rede Contra Pobreza Urbana. Página 3
Programa dos serviços municipalizados/ saúde educação em curso em todo as províncias do País; Visão: 3. Visão, Missão, e objectivo Geral Um Plano Estratégico aceite e aderido por todos membros da Rede Contra Pobreza Urbana de Luanda, contribui para promover a inclusão social da População através da distribuição justa de renda nacional e no resgate de uma Cidadania Activa. Missão. O Plano Estratégico não irá actuar como executor directo das acções de monitoria e avaliação das políticas públicas, mas essencialmente como promotor e facilitador das acções que, nesse domínio, já são ou que poderão ver a ser realizado pelas associações membros da Rede Pobreza. Para o efeito, a missão está orientada pelos seguintes princípios: Participação, das organizações membro em todas fases e actividades dos projectos. Parceria activa com todos os actores, públicos e privados, que possam prestar uma contribuição positiva para o desenvolvimento eficaz e eficiente das actividades do PE; Concertação, buscando permanentemente o consenso entre os actores envolvidos, velando sistematicamente pela geração de sinergias e complementaridade, evitando a todo custo situações de sobre posições e duplicação de intervenções; Custo-eficácia, optando pelas acções que permitam optimizar os recursos disponíveis e maximizar os resultados produzidos; Sustentabilidade, através da escolha de acções que perdurem no tempo e que sejam clara e conscientemente assumidas pelas organizações representativas na Rede. 4. Objectivo Geral. Contribuir para implementação efectiva do PND com vista garantir a inclusão social e o resgate da cidadania através da melhoria na distribuição de renda nacional. 5. Objectivos Específicos e Linhas Estratégicas. Plano Estratégico - Rede Contra Pobreza Urbana. Página 4
5. Objectivo Específicos: Estimular a participação efectiva das Comunidades para Influenciar e apoiar à execução de políticas públicas de combate à pobreza através de práticas de participação comunitária nos processos de tomada de decisões; Melhorar as práticas de monitoria social das organizações representativas da Rede Luta Contra Pobreza Urbana sobre as políticas e projectos sociais; Facilitar acesso a informação sobre políticas públicas de combate a pobreza e divulgação dos efeitos dos projectos sociais como boas práticas de governação. 5.2 Linhas Estratégicas do PE Áreas de Interesse O cidadão: Questão de emprego, Educação, Cultura, Saúde, água, Saneamento e Higiene. A qualidade de vida ou relação cidadão território: Questões de meio ambiente, Habitação, Espaço urbano, etc. Convivência e governabilidade: Grupos de risco (mulher, crianças, idosos e pessoas portadoras de deficiências). Participação, género e boa governação. Temas importantes O emprego, Serviços básicos (educação, saúde, Higiene, Saneamento, energia e água). Meio Ambiente; Habitação Violência contra mulher e criança; Género; Participação; Boa governação. 6. Quadro institucional Agência de Execução do Plano Estratégico será a Rede Luta Contra Pobreza Urbana com apoio técnico da Development Workshop Angola e funcionará segundo os princípio da sua própria constituição. As organizações representativas contribuirão regularmente para o PE através da disponibilização de seus serviços e pagamento de um técnico que assumirá a respectiva coordenação (Coordenador Executivo). Pontualmente a Rede poderá subcontratar os serviços de uma consultoria externa para realizar tarefas específicas. Plano Estratégico - Rede Contra Pobreza Urbana. Página 5
Um Coordenador(a) em cada Rede Municipal, (seis no total) que, em estreita coordenação com a Estrutura provincial, se ocuparão das funções de apoiar as associações membro em acções de recolha sistemática de informações sobre os efeitos dos projectos sociais em curso e executados no âmbito do OGE sobre os seus beneficiários. No âmbito do presente Plano Estratégico a Rede funcionará sob a direcção estratégica de um conselho de coordenação a quem compete: Aprovar o plano anual de actividades e os respectivos orçamentos provisionais de funcionamento; Definir as grandes linhas de intervenção e as áreas prioritárias de apoio; Aprovar acordos a estabelecer com instituições parceiras; Aprovar os relatórios anuais de contas. O Conselho de Coordenação será constituído por: Coordenador Executivo da Rede, que presidirá; Um Representante de cada organização membro; Dois representantes das Associação dos empresários como membro ou convidados. Dois representantes dos sindicatos como membros ou convidados. Plano Estratégico - Rede Contra Pobreza Urbana. Página 6