Fevereiro/2018. ELO AMBIENTAL - CONSULTORIA E PROJETOS Rua São Sebastião, 06, Boa Nova 2. Alta Floresta - MT CEP

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USINA HIDRELÉTRICA BAIXO IGUAÇU

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Transcrição:

PLANO DE TRABALHO PARA EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS RESGATE E APROVEITAMENTO CIENTÍFICO DA FLORA DA UHE BAIXO IGUAÇU Rua São Sebastião, 06, Boa Nova 2. Alta Floresta - MT CEP 78580-000 Tel/Fax: 66 3521-4940 / 66 84475223 CNPJ: 17.484.277/0001-30 Fevereiro/2018

INTEGRANTES Jesulino Alves da Rocha Filho Coordenador Geral (Responsável Técnico Engenheiro Florestal) CONSELHO DE CLASSE CREA/MT: 120658139-5 CTF IBAMA 2097650 José Hypolito Piva Coordenador de Campo (Parabotânico) Adarilda Petini-Benelli Coordenação de Equipe (Biólogo Sênior Botânico) Fabiana Ferreira Cabral Gomes Analista Pleno: (Bióloga) Não se Aplica 4961846 01060/01-D 2010885 Não se Aplica 4883274

Sumário 1.0 APRESENTAÇÃO... 4 2.0 INTRODUÇÃO... 5 3.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS... 6 3.1 RESGATE DE GERMOPLASMA, relacionado ao salvamento de plântulas, herbáceas, epífitas e rupícolas, macrófitas aquáticas e coleta de solo orgânico e serapilheira.... 7 3.1.1 Levantamento das espécies e Mapeamento e caracterização das áreas de ocorrência.... 7 3.1.2 Resgate de plântulas e herbáceas... 8 3.1.3 Resgate de epífitas e rupícolas... 11 3.1.4 Cultivo dos espécimes resgatados em casa de vegetação... 14 3.1.5 Realocação dos espécimes para as áreas de APP s destinadas... 14 3.1.6 Resgate e relocação de macrófitas aquáticas endêmicas... 15 3.1.7 Coleta de solo orgânico e serapilheira... 16 3.2 BANCO DE GERMOPLASMA PARA O RESGATE DE SEMENTES... 17 3.2.1 Seleção e mapeamento de matrizes para a coleta das sementes... 17 3.2.2 Coleta das sementes nas matrizes selecionadas... 23 3.2.3 Tratamento e armazenamento das sementes e preparação e envio dos lotes... 25 3.3 Coleção Cientifica e confirmação taxonômica dos germoplasma vegetal.... 27 3.4 Instalação e operação de estrutura provisório e avaliação de parceiros na região.... 30 3.5 Atendimento à Condicionante 29 da Licença de Instalação n 17.033... 33 4.0 ANÁLISE DOS DADOS E ELABORAÇÃO DOS RELATÓRIOS... 33 5.0 EQUIPE TÉCNICA E DADOS DA EMPRESA... 33 6.0 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DE ATIVIDADES E ENTREGA DE PRODUTOS... 38 7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 39 8.0 Responsável Técnico pela Elaboração do Plano de Trabalho... 40

1.0 APRESENTAÇÃO A empresa ELO AMBIENTAL CONSULTORIA E PROJETOS CNPJ 17.484.277/0001-30 é sediada em Alta Floresta MT. Seu sócio proprietário Sr. José Hypólito Piva, Jesulino A. Rocha Filho e sua equipe técnica atuam na área ambiental e florestal desde 2004. Com vasto experiência na área de para taxonomia, inventários florestais, resgate e monitoramento da flora a empresa possui equipe técnica multidisciplinar, sendo essa formada por Biólogos, Engenheiros Florestais, Parataxonomistas, Botânicos, escaladores, entre outros. Toda equipe técnica já vem desenvolvendo as atividades correlatas, e tem capacidade técnica para executar as atividades do Programa de Resgate e Aproveitamento Científico da Flora (PRACF). A presente plano de trabalho tem por objetivo apresentar os requisitos técnicos e as condições gerais para execução do Programa de Resgate e Aproveitamento Cientifico da Flora da UHE Baixo Iguaçu e referente à Coleta de preços CP CEBI 026-2017. OBJETO: Execução dos serviços de Resgate e Aproveitamento Científico da Flora da UHE Baixo Iguaçu. Formar um banco de sementes e resguardar a variedade genética da maioria das espécies que serão afetadas pelas obras necessárias à implantação da UHE Baixo Iguaçu e pela formação de seu reservatório. OBJETIVOS ESPECÍFICOS E AÇÕES GERAIS DOS PROGRAMAS: Fomentar o aproveitamento científico e econômico da vegetação a ser suprimida para a instalação do canteiro de obras e para a limpeza da área do futuro reservatório; Obter amostras do patrimônio genético das espécies vegetais da região, principalmente espécies endêmicas e ameaçadas de extinção diretamente afetadas pelo empreendimento, para reposição em áreas protegidas e salvaguardar sua sobrevivência; Criar um banco de germoplasma (sementes, plântulas e indivíduos vivos) para utilização na recuperação de áreas de degradadas e formação de área de preservação permanente do futuro reservatório, promovendo a preservação da diversidade biológica da flora local. Requerer junto aos órgãos ambientais a Autorização para Coleta e Transporte de Material Botânico. Seleção e mapeamento de matrizes para a coleta das sementes; Coleta das sementes e plântulas nas matrizes selecionadas; Tratamento e armazenamento das sementes e preparação e envio dos lotes; Nas atividades deste programa estão contemplados os inventários e seleção de áreas e espécies, os transplantes de indivíduos, a coleta de material e formação do banco de sementes.

Da área que será alagada estão previstas coletas de mudas, plântulas, e sementes, incluindo as orquídeas, bromélias e cactáceas, que devem ser realocadas para a área de preservação permanente do futuro reservatório. 2.0 INTRODUÇÃO Esse plano de trabalho está relacionada à execução do Programa de Resgate e Aproveitamento Científico da Flora (PRACF) na área diretamente afetada (ADA) e de influência direta (AID) do empreendimento da UHE Baixo Iguaçu. O programa está estimado em 10 meses de trabalho de campo sendo previsto uma etapa anterior à supressão da vegetação para formação do reservatório e outra durante a execução dessa atividade. Considerando as condicionantes de licença de instalação n 17.033, especialmente os compromissos 27 e 29, bem como os demais dispostos no item 4.15 do plano básico Ambiental do empreendimento. O Resgate dos espécimes da flora, concernente as plantas de hábito epifítico, rupícolas e mudas servirão para o enriquecimento das áreas da APP e as mudas de espécies nativas produzidas a partir das plântulas resgatadas, bem como as sementes serão usadas pelo empreendedor para a revegetação da área do empreendimento e áreas recomposição florestal. O Programa de Resgate e Aproveitamento Científico da Flora (PRACF) propõe ações ambientais como medidas de compensação e mitigação dos impactos ambientais provocados pela construção da UHE Baixo Iguaçu, especialmente sobre os ecossistemas afetados pelo canteiro da obra, barragem, infraestrutura, reservatório e áreas provisórias como de empréstimos e bota-foras. As ações de salvamento da Flora serão realizadas na ADA e AID da UHE. A primeira medida a ser tomada será a identificação das tipologias florestais na área do empreendimento, para determinação de áreas de coleta de sementes e propágulos, resgate da flora herbácea e estudos fitossociológicos. Neste caso especifico, durante a execução não haverá importação e exportação de material genético, mas sim o transporte e manipulação na mesma região e área de influência, para fins de recomposição do ambiente florestal, como a área de Preservação permanente APP do reservatório e da área de compensação próxima ao Parque Nacional do Iguaçu PNI. Destaca- se ainda a interação do presente programa com o Programa de Consolidação do Corredor da Biodiverdade Baixo Iguaçu, uma vez que o material genético a ser resgatado será utilizado na efetivação do corredor. O trabalho a ser desenvolvido consiste além das etapas do planejamento dos serviços, o resgate do material, acondicionamento, quando necessário, em viveiro de espera (temporário) e o encaminhamento do material resgatado para o viveiro definitivo, estabelecido parceria junto ao empreendedor mas articulada pela Elo ambiental. Ainda conforme previsto no PBA, alguns indivíduos resgatados serão imediatamente translocado para futura APP do Reservatório. O programa está compreendido em diferentes atividades previstas, Resgate de germoplasma, relacionado ao salvamento de plântulas, herbáceas, epífitas e rupícolas; e Banco de germoplasma para o resgate de sementes e as atividades de implantação de viveiro

provisórios, avaliação de viveiros na região (e conforme previsto no PBA, alguns indivíduos resgatados serão imediatamente translocado para a futura APP do reservatório) e elaboração de documento para atendimento da condicionante 29 da licença de instalação número 17.033. Será prestado apoio ao Consorcio Empreendedor Baixo Iguaçu (CEBI) nas tratativas junto aos órgãos/entidades competentes, durante a execução do programa, especialmente junto ao instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). 3.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para a execução das metas desses objetivos é necessário primeiro de licença de coleta e transporte de material botânico resgatado coletado junto aos órgãos competentes. Após a contratação dos membros da equipe executora das atividades de campo, todos receberão capacitação na metodologia adotada e atribuição das atividades inerentes a cada função. A equipe técnica é composta por 09 pessoas, sendo 01 Coordenador Geral das atividades (Responsável Técnico), 01 Coordenador de Campo e Parabotânico (experiente na área do empreendimento), 01 Coordenação de Equipe (Biólogo Sênior Botânico), 01 Analista Pleno (Bióloga) e 05 pessoas entre Escaladores/Auxiliares de Campo/pilotos de barcos, figura 1. Para realização dos serviços a equipe terá disponível todos os equipamentos e infraestrutura necessários (Camionete 4x4, barco, equipamentos de escalada, equipamento de coletas botânicas), cumprindo sempre com as normas de segurança do trabalho que a atividade exige. Todas as Atividades e metodologias serão de acordo com propostos nos programas ambientais e de acordo com os órgãos competentes. A equipe técnica para coordenação, gerenciamento e execução pode ser observada no fluxograma abaixo. Figura 01. Organograma da equipe proposta, elo ambiental.

3.1 RESGATE DE GERMOPLASMA, relacionado ao salvamento de plântulas, herbáceas, epífitas e rupícolas, macrófitas aquáticas e coleta de solo orgânico e serapilheira. Objetivos Levantamento das espécies e Mapeamento e caracterização das áreas de ocorrência; Resgate das espécies dos grupos prioritários plântulas, epífitas e herbáceas: Orchidaceae, Amaranthaceae, Salicaceae, Acanthaceae, Astereaceae, Polygonaceae, Podostemaceae e entre outras; Cultivo dos espécimes resgatados em viveiro; Realocação dos espécimes para as áreas de APP s destinadas; Monitoramento do material transplantado; Resgate e relocação de macrófitas aquáticas endêmicas; Coleta de solo orgânico e serapilheira. 3.1.1 Levantamento das espécies e Mapeamento e caracterização das áreas de ocorrência. A caracterização vegetacional da área e a coleta sistemática de material botânico (levantamento fitossociológico e florístico) são passos fundamentais para subsidiar o resgate de germoplasma. De posse da listagem florística descrita no plano básico ambiental consolidado Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu (PBA) e demais inventários já realizados, podendo ser resgatadas demais espécies não presentes nesta listagem a fim de maximizar o resgate de germoplasma. Incluem-se as espécies em parâmetros estabelecidos para definição de prioridades. Os parâmetros estabelecidos para inclusão de espécies na prioridade para o resgate de germoplasma são os seguintes (WALTER 2000B; WALTER & CAVALCANTI 2005): Espécies que possuam interesse sócio-econômico e/ou interesse para pesquisa; Espécies cujas populações concentrem-se na área das futuras instalações do empreendimento; Espécies a serem utilizadas na recuperação de áreas degradadas; Espécies endêmicas; Espécies raras; Espécies vulneráveis ou ameaçadas; A atividade de resgate de germoplasma deverá ser desenvolvida antes do início da supressão da vegetação, evitando assim a perda de exemplares, uma vez que a derrubada dos indivíduos arbóreos pode causar a destruição total de espécies herbáceas e de plântulas a serem resgatadas. A atividade deve estender-se até a finalização da supressão.

As estratégias para o resgate de germoplasma deverão seguir recomendações gerais descritas na literatura (LLERAS 1988, WALTER & CAVALCANTI 1996, 2005). As técnicas de coleta de germoplasma no campo devem assegurar: (1) boas amostras de cada população, com vouchers de herbário associados; (2) uma documentação detalhada de cada acesso; e (3) que o germoplasma seja estocado temporariamente de forma a manter sua viabilidade pelo máximo período possível, antes da expedição e incorporação a algum Banco de Germoplasma. O mapeamento está sendo realizado através de visita em campo nas áreas de influência direta, bem como através de estudos anteriormente realizados no empreendimento e através de bases de dados espaciais (imagem de satélite, shapes, etc.). A área total de remanescentes florestais que serão inundadas corresponde a 568 hectares, enquanto a área estimada para supressão necessária a implantação do reservatório é de 322 hectares. Vale ressaltar que a equipe atuará em todas as áreas afetada para o resgate dos germoplasma existente, para áreas de APP futura e áreas próximas também serão realizadas os mapeamentos de árvores matrizes e coleta de sementes. A realocação de epífitas, plântulas e herbáceas serão destinadas para áreas de APP futura, lembrando que darão prioridade áreas conservada e com melhor acesso, o (Quadro 01), estimativa preliminar. Quadro 01. Estimativa preliminar de uso e ocupação do solo. Uso e Ocupação de solo Reservatório APP com 100 metros Corpos de água 1836,52 14,43 Formação Florestal 568,24 860,02 Reflorestamento e culturas perenes 19,7 9,5 Áreas antropizadas 736,18 1669,44 Total 3160,64 2553,39 3.1.2 Resgate de plântulas e herbáceas Para as mudas de interesse e possíveis de serem resgatadas, em campo as seguintes recomendações técnicas: Escolha da muda em campo; Identificação da muda; Retirada da muda; Transporte para local de armazenamento pré-definido (casa de vegetação) no Centro de Triagem de Flora (CTF) ou plantio em local definitivo imediato. Escolha das mudas em campo: Deverá ser escolhidas as mudas que apresentarem bom estado fitossanitário, independentes do grupo sucessional ao qual pertençam e que estejam localizadas nas áreas que sofrerão desmate. Todas amostras coletadas serão anotadas em fichas previamente elaboradas (caderno de campo) todas as informações referentes às características morfológicas vegetativas e reprodutivas, coordenadas, habitat e tipologia

florestal, além de data e local da coleta, nome e número do coletor (Anexo 2). Em cada amostra será fixada uma etiqueta com o número de coleta. Os exemplares serão amarrados juntos com auxílio de barbante e colocadas em saco de plásticos para o transporte até o CTF. As informações do caderno de campo serão digitadas em plataforma digital por meio de programa Microsoft Excel para elaboração de banco de dados das coletas. Identificação das mudas: As mudas selecionadas serão identificadas em campo procurando-se chegar à condição de nome vulgar, para posterior identificação específica. A identificação dos espécimes será realizada até o menor nível taxonômico possível, em acordo com o Sistema APG IV (2009, 2016). O resgate deve priorizar as espécies de populações raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção prevista no PBA- UHE Baixo Iguaçu pag. 268 (Quadro 02). Quadro 02. Espécies herbáceas que deverão ser prioritariamente resgatadas. Família Espécie Nome vulgar Amaranthaceae Gomphrena riparia Pedersen Orchidaceae Salicaceae Corymborchis flava (Sw.) O. Kuntze Aphaerema spicata Miers Acanthaceae Justicia laevilinguis (Nees) Lindau Junta-de-cobra Acanthaceae Justicia sp. (Nees) V.A.W. Graham Junta-de-cobra Asteraceae Orchidaceae Orchidaceae Podostemaceae Podostemaceae Podostemaceae Podostemaceae Podostemaceae Picrosia longifolia D.Don Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay Stenorhyncus australis Apinagia yguazuensis Chodat & Vischer Mourera aspera (Bong.) Tul. Podostemum aguirense Chodat & Vischer Podostemum comatum Hicken Podostemum rutifolium Warm. Polygalaceae Polygala klotzschii Laranjinha-do-mato Retirada das mudas: Em função do porte da muda, a mesma poderá ser retirada imediatamente após sua escolha e identificação e armazenada. As Plântulas resgatadas devem ter suas raízes e folhas podadas para facilitar sua sobrevivência. Além disso, deve ser transplantada logo após a coleta até o local do destino final, ou então, mantidas no viveiro de espera até que se possa ser transportada para locais definitivos e em locais de restauração, obedecendo os critérios apresentados abaixo:

Em dias com temperaturas máximas acima de 25 C e baixa umidade relativa o plantio deverá ser executado no período próximo ao entardecer e as mudas/plântulas devem ser regadas com abundância antes do plantio. Em dias com temperaturas máximas abaixo de 25 C e alta umidade relativa deve-se priorizar o período das primeiras horas da manhã para realização dos plantios. Caso não seja efetuado o plantio no mesmo dia da retirada de seu local original, as mesmas deverão ser depositadas em local arejado e submetidas à rega para que não sofram desidratação. Em dias com temperaturas muito baixas (< 5 C) deve-se evitar a coleta e replantio de mudas/plântulas, pois as mesmas sofrerão demasiadamente os efeitos do frio, diminuindo a probabilidade de se adaptarem ao novo local. Transporte das mudas: Para o transporte das mudas, o torrão formado será devidamente protegido por sacos de linhagem ou lona plástica, ou ainda recipiente tipo cesta de palha, quando disponíveis no local, de tal forma que não ocorra desagregação do solo adjacente ao sistema radicular da muda. As mudas ficarão em área de espera específica (casa de vegetação CTF) até serem encaminhadas ao plantio. Durante o transporte das mudas e plântulas, as mesmas serão acondicionadas em caminhonete com carroceria fechada, no intuito de minimizar os efeitos da incidência de raios solares e também do vento, diminuindo a possibilidade de desidratação das mesmas. Realocação e plantio das mudas: A definição do local para relocação dos exemplares resgatados ficará a cargo do técnico responsável pelo programa. Todas as plântulas realocadas deverão ser mapeados para monitoramento mensal após o transplante. No monitoramento deverá ser observando taxas de mortalidade e o processo de regeneração nos locais de restauração. No intuito de potencializar o sucesso da atividade de plantio nos locais de restauração recomenda-se que: A cova deve ter dimensões mínimas de 0,40 x 0,40 x 0,40 m, devendo ter folga para receber o torrão contendo a muda (conforme previsto PBA- Pag. 271, Figura 45); O solo compactado ou com entulhos deve ser substituído por outro contendo matéria orgânica. A muda deve ser retirada da embalagem e/ou recipiente com cuidado somente na hora do plantio; Ela deve ser amparada por uma escora (também chamado de tutor) e amarrada por um barbante de sisal ou similar, na forma de um oito deitado, sempre que for necessário para evitar o seu tombamento; O colo da muda deve ficar no nível da superfície de plantio; O solo em volta da árvore deve ser arranjado de forma a acumular água; Ela deve receber irrigação até o completo pegamento. Abaixo segue registro fotográfico do procedimento descrito anteriormente, desenvolvido pela equipe executora em outros empreendimentos, Figura 02.

A B C Figura 02. A - Coleta manual de plantulas via regeneração natural; B- Acondicionamento das Plântulas obtidas da regeneração natural; C e D- detalhe das Plântulas obtidas da regeneração natural. Fonte: Elo Ambiental, 2017. Monitoramento do material transplantado: Após plantio da muda, realiza a tomada da coordenada geográfica do local da realocação e monitorados mensalmente, sendo observadas as condições fitossanitárias e taxas de mortalidade dos exemplares (Anexo 3). Os dados referentes a esta etapa são descrito em campo (ficha controle de campo) e posteriormente, sistematizado e adicionado ao banco de dados digital. D 3.1.3 Resgate de epífitas e rupícolas Escolha em campo: As atividades de seleção das árvores que terão suas epífitas resgatadas, bem como de resgate devem ser iniciadas antes da supressão dos indivíduos arbóreos, no momento da supressão, as epífitas de interesse conservacionista encontradas também devem ser resgatadas. Nesta fase torna-se importante a busca de espécies de pequeno porte, que normalmente não são visualizadas durante a seleção dos indivíduos arbóreos que terão suas epífitas resgatadas.

Para a seleção das árvores devem ser consideradas as suas características morfológicas, buscando conter indivíduos com características distintas, de forma a abranger a eventual ocorrência de epífitas raras. O resgate deve priorizar as espécies epifíticas de populações raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção prevista no PBA- UHE Baixo Iguaçu pag. 272, (Quadro 03) que devem ter o maior número possível de indivíduos resgatados. As outras espécies, que não se enquadram neste contexto, devem ser resgatadas para enriquecimento de áreas de preservação permanente (APPs). Quadro 03. Espécies de epífitas que deverão ser prioritariamente resgatadas Família Espécie Cactaceae Epiphyllum phyllanthus (L.) Haw. Cactaceae Lepismium cruciforme (Vell.) Miq. Cactaceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Cactaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Lepismium lumbricoides (Lem.) Barthlott Lepismium warmingianum (K.Schum.) Barthlott Rhipsalis cereuscula Haw. Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiff. Rhipsalis teres (Vell.) Steud. Acianthera luteola (Lindl.) Pridgeon & M.W.Chase Acianthera ramosa (Barb.Rodr.) F.Barros Acianthera sonderana Brassavola tuberculata Hook. Catasetum fimbriatum (Gardner) Rchb.f. Epidendrum paniculatum Ruiz & Pav. Isochilus lineares (Jacq.) R.Br. Leptotes unicolor Barb.Rodr. Maxillaria picta Hook. Maxillaria marginata (Lindl.) Fenzl Maxillaria vitelliniflora Barb.Rodr. Miltonia flavescens (Lindl.) Lindl.

Família Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Orchidaceae Espécie OctomerIa oxychela Barb.Rodr. Octomeria sp. Oncidium fimbriatum Lindl. Oncidium longicornu Mutel Oncidium sp. Pleurobotryum hatschbachii (Schltr.) Hoehne Pleurothallis platysemus Rchb.f. Pleurothallis rio-grandensis Barb.Rodr. Polystachya concreta (Jacq.) Garay & H.R.Sweet Coleta: As epífitas e hemiepífitas encontradas em campo serão retiradas dos troncos das árvores e rochas manualmente ou com o auxílio de um facão, junto com suas raízes e parte do substrato, visando diminuir o estresse fisiológico nas plantas. Para as espécies de plantas pertencentes às famílias Orquidaceae e Cactaceae, dentre outras, a coleta se dará independente do estágio fenológico e de desenvolvimento da planta. Estes exemplares terão suas características morfológicas e ecológicas registradas em fichas de campo (Anexo 4), informações tais como: abundância visualizada na árvore, ocorrência nos estratos das árvores que deverá conter também características da árvore da qual foram retirados (espécie, forma da copa, características da casca, dentre outras). Cada uma das coletas será identificada por meio de numeração específica e, em seguida, realizada o preenchimento de ficha de campo padrão. As informações coletadas por meio da ficha de campo serão organizadas em um banco de dados específico. A coleta se resulta na retirada mecânica da vegetação referida anteriormente tomando-se todos os cuidados necessários para minimização dos danos gerados à parte aérea e ao sistema radicular dos indivíduos. Se necessário, o suporte das plantas, constituído principalmente por galhos será seccionado, e realocado como um único bloco para as áreas pré-determinadas para recebimento desta flora. Os exemplares epifíticos ficarão em (casa de vegetação CTF) até serem encaminhadas ao plantio. Espécies rupícolas que ocorrem em ilhas localizadas no rio Iguaçu, a exemplo de Dyckia microcalyx, também devem ser resgatadas e relocadas em áreas de condições ambientais semelhantes, em áreas não afetadas pela formação do reservatório. O conhecimento e a viabilização da conservação do material genético dessas espécies possibilitarão a execução de programas futuros de revegetação, conservação ex situ e de pesquisas cientificas. Triagem e identificação: Para cada planta coletada serão registradas as informações referentes à data, identificação botânica, localização, coordenadas geográficas e fotografias

para acervo. Todas estas informações serão preenchidas em planilhas específicas. Após essa etapa as plantas serão identificas até o menor nível taxonômico possível, em acordo com o Sistema APG IV (2009, 2016). Os espécimes que tiveram sua classificação incerta serão mantidas no viveiro, para posterior identificação. Em todo material triado será realizada a poda da parte seca e raízes mortas. Esse tratamento reflete diretamente na adaptação e sucesso das plantas no ambiente de realocação. 3.1.4 Cultivo dos espécimes resgatados em casa de vegetação Os espécimes resgatados serão acondicionados e posteriormente levados para o Centro de Triagem de Flora (CTF) casa de vegetação a ser localizado no Canteiro de Obras do empreendimento, até que seja possível sua relocação, que deve contemplar todos os indivíduos das espécies prioritárias para o resgate, no entanto, os indivíduos das demais espécies não serão relocados em sua totalidade por motivo de superlotação ecológica e logística. Estufa (casa de vegetação): O resgate de plântulas e plantas vivas (espécies epifíticas, rupícolas e herbáceas) está previsto. Assim, torna-se necessária a edificação de uma casa de vegetação com estrutura básica para a manutenção dos exemplares resgatados (sistema de irrigação, bancadas específicas às necessidades fisio-biológicas das plantas resgatadas, sacos plásticos para mudas), e posterior encaminhamento a instituições que irão manter os espécimes vivos ou para a relocação em áreas protegidas. Seguira o previsto no PBA UHE Baixo Iguaçu pag. 285: A casa de vegetação (estufa) deverá ter como estrutura mínima: Edificação com aproximadamente 200 m 2 ; Apresentar condições ambientais (insolação, temperatura e umidade) próximas às naturais, Conter bancadas para manutenção de espécies epifíticas. Para as espécies que necessitam de sombra, pode ser utilizada uma camada a mais de sombrite com 1m 2 em cima de quatro colunas. Placas de casca de árvore (21 cm X 15 cm) podem ser amarradas com arame e as bromélias fixadas nestas com barbante. Os espécimes saxícolas podem ser dispostos no chão não havendo a necessidade de colocar mais uma camada de sombrite na parte do viveiro onde forem colocadas. Como substrato de fixação pode-se utilizar recipientes com brita no fundo preenchidos com fibra de coco (MOREIRA et al., 2009). 3.1.5 Realocação dos espécimes para as áreas de APP s destinadas Os espécimes resgatados deverá ser realocados em áreas que não sofreram interferência direta do empreendimento. As áreas de realocação serão selecionadas previamente. A relocação deve ser realizada em remanescentes florestais integrantes da futura APP do reservatório, devendo se possível, considerar a espécie da árvore ou pelo menos as características morfológicas semelhante (mesma espécie de onde o exemplar epifítico foi retirado). Para a fixação dos exemplares epifíticos deve ser usado barbante de sisal ou outra fibra natural (não sintética).

No CTF o técnico responsável pelo trabalho de triagem realizará a separação das plantas em lotes de transplante considerando organismos de mesma exigência quanto à iluminação e disposição no suporte. Seguira o proposto em PBA UHE Baixo Iguaçu pag. 273: As epífitas que necessitam de sombra deverão ser transplantadas para fragmentos que possuam uma estrutura de sub-bosque mais complexa e que possibilite a adaptação dessas plantas ao novo ambiente. Para tanto, deverão ser definidos com antecedência os locais de replantio. As epífitas que necessitam de sol poderão ser transportadas diretamente para as áreas selecionadas para replantio, devendo ser amarradas às árvores para estimular o enraizamento. Os indivíduos arbóreos portadores de epífitos relocados deverão ser mapeados para monitoramento mensal, quando deverão ser observadas as condições fitossanitárias e taxas de mortalidade dos exemplares. Durante o processo de realocação será priorizados organismos arbóreos de caule superior a 15 cm de diâmetro e com súber rugoso para a fixação dos espécimes resgatados (CARLSEN, 2000; CALLAWAY et al., 2002; OLIVEIRA & AMARAL, 2004; BREIER, 2005; BENAVIDES et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2008; BENAVIDES et al., 2011). A quantidade de indivíduos realocada será proporcional às dimensões do caule (sempre procurando manter íntegras as touceiras) e o sistema radicular dos espécimes a serem fixados. Os organismos que apresentarem as raízes soltas serão fixados de forma específica. Nestes casos, procede-se o envolvimento do sistema radicular em esfagno umedecido, de forma a reduzir o tempo de fixação do organismo e otimizar suas chances de reintrodução. Monitoramento do material transplantado: Após a adequada fixação do organismo do suporte, será realizada a tomada da coordenada geográfica do local da realocação. E monitorados mensalmente, sendo observadas as condições fitossanitárias e taxas de mortalidade dos exemplares. Os dados referentes a esta etapa serão adicionados a ficha de campo e, posteriormente, sistematizados e adicionados ao banco de dados, (Anexo 04). 3.1.6 Resgate e relocação de macrófitas aquáticas endêmicas Na área de influência direta da UHE Baixo Iguaçu são encontradas cincos espécies de macrófitas aquáticas endêmicas à bacia do rio Iguaçu, Mourera aspera, Apinagia yguazuensis, Podostemum aguirense, Podostemum comatum e Podostemum rutifolium todas da família Podostemaceae. Com a formação do reservatório haverá uma redução de áreas com características ambientais favoráveis ao desenvolvimento destas espécies e consequentemente a redução da população, o que poderá interferir diretamente na manutenção da variabilidade genética de possíveis populações abaixo do empreendimento. Desta forma torna-se necessária a busca de locais com condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento destas espécies e de populações em áreas não afetadas pelo empreendimento, para relocação de indivíduos presentes na área afetada. O resgate deve ser realizado procurando exemplares que possam ser removidos juntamente

com o substrato, que devem ser imediatamente transportados e relocados em locais ambientalmente apropriados a ser levantado pela equipe responsável. Todas as informações serão coletadas de cada indivíduo coletado e as informações de coordenadas geográficas (local de coleta e local de relocação), identificação e numeração sequencial será descrita em ficha de campo para controle interno. 3.1.7 Coleta de solo orgânico e serapilheira Alguns programas de resgate da flora têm coletado e armazenado, também, o solo e a serapilheira (camada de folhas secas, galhos e sementes, que ocorrem no interior da floresta), das áreas antes de serem impactadas, preservando-se os microorganismos e as características biológicas e químicas. Este material deverá ser transportado, juntamente com as plântulas e sementes, para os locais de replantio, previamente selecionados, minimizando assim a perda de riqueza ecológica, e acelerando o processo de sucessão vegetal. Os resíduos gerados durante o corte da vegetação podem ser utilizados na restauração das APPs do reservatório: A biomassa, empilhada em grandes leiras de galhos, folhas e troncos, pode ser utilizada como micro-habitats para a fauna de pequeno porte local; Translocação de propágulos de espécies vegetais arbóreas e epífitas aderidas aos tocos e galhos; Translocação da microfauna aderida Fonte de nutrientes de lenta dispersão para as áreas a restaurar; estabelecimento de uma cadeia alimentar na APP a recuperar. Para analisar a presença e concentração de propágulos vegetativos existente na área de supressão. Primeiramente será selecionados alguns pontos estratégicos onde se desenvolverá uma amostragem da serapilheira acumulada acima do solo utilizando um quadrado de molde vazado de 50 x 50 cm. Todo material coletado será separado nas frações: folhas, galhos, frutos/flor e miscelânea. Após verificação das áreas com potencial e camada espessa de serapilheira será realizada a retirada da mesma das seguintes formas: Em áreas de difícil acesso a maquinários a serapilheira será retirada manualmente com auxilio de equipamentos como pá, enxadas e carriolas. O material será acondicionado em sacos plásticos e na sequência translocadas para áreas de plantio e demais áreas de influencia direta do empreendimento. Em áreas onde for de livre acesso a maquinários a serapilheira será retirada de forma mecânica em maior porção incluindo camada de solo orgânico com auxílio de tratores pá-carregadeiras, sendo essa ação vinculada à equipe de supressão, cabendo somente a orientação técnica. Abaixo segue registro fotográfico do procedimento descrito anteriormente, desenvolvido pela equipe executora em outros empreendimentos, Figura 03.

A B C Figura 03. A, B, C Coleta de serapilheira acumulada coletor molde vazado 50 cm e D- coleta de serapilheira. Fonte: Elo Ambiental, 2017. 3.2 BANCO DE GERMOPLASMA PARA O RESGATE DE SEMENTES D Objetivos: Seleção e mapeamento de matrizes para a coleta das sementes; Coleta das sementes nas matrizes selecionadas; Tratamento e armazenamento das sementes e preparação e envio dos lotes; Preparação de relatórios; 3.2.1 Seleção e mapeamento de matrizes para a coleta das sementes De forma geral, em função de características próprias do material, a coleta de sementes é a

principal atividade no que diz respeito ao resgate de germoplasma. A coleta de sementes deve priorizar espécies ameaçadas de extinção, endêmicas, e de interesse econômico regional (por sofrem maiores pressões de exploração), conforme previsto no PBA UHE Baixo Iguaçu pag. 275/276, atualizada com relação a conferencia de nomes cientifico e período de floração e/ou frutificação (Quadro 04 e 05) e lista de período fenológico pag.278 (Quadro 06). Quadro 04. Espécies prioritárias para a coleta de sementes por constarem em listagens de flora ameaçada de extinção. LC: interesse mínimo; LR: risco baixo; VU: vulnerável; EM: em perigo; EX: presumivelmente extinta. Família Espécie Nome Hábito Período Ameaça/ Fonte vulgar Maturação Interesse Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucária Arbórea Março a Setembro Rara SEMA- PR,IBAMA Arecaceae Euterpe edulis Mart. Palmito, Arbórea Maio a Agosto Vulnerável IUCN,IBAMA Juçara Acanthaceae Geissomeria pubescens Nees Arbórea fenologia=junho Rara SEMA-PR Anacardiaceae Astronium graveolens Jacq. Guaritá Arbórea Setembro a Novembro Rara SEMA-PR Apocynaceae Aspidosperma polyneuron Müll.Arg. Perobarosa Arbórea Agosto a Setembro Rara SEMA-PR, IUCN Aquifoliaceae Ilex paraguariensis A.St.-Hil. Erva-mate Arbórea Janeiro a Março Risco baixo Bignoniaceae Tabebuia heptaphylla (Vell.) Ipê-roxo Arbórea Julho a Rara Toledo Novembro IUCN SEMA-PR Caricaceae Jacaratia spinosa (Aubl.) A.DC. Mamãodo-mato, jaracatiá Arbórea Novembro a Março Euphorbiaceae Savia dictyocarpa Müll.Arg Araçazeiro Arbórea Outubro a Novembro Rara Rara SEMA-PR SEMA-PR Fabaceae Centrolobium tomentosum Benth. Araribá Arbórea Agosto a Setembro Rara SEMA-PR Fabaceae Gleditsia amorphoides (Griseb.) Taub. Faveiro Arbórea Maio a Junho Em perigo SEMA-PR Fabaceae Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. Feijão-cru, Sapuvão Arbórea - Rara SEMA-PR Fabaceae Machaerium paraguariense Hassl. Jacarandá Arbórea Abril a Junho Rara SEMA-PR Fabaceae Myrocarpus frondosus Allemao Cabreúva Arbórea Novembro a Dezembro Deficiência de dados IUCN Lauraceae Ocotea puberula (Rich.) Nees Canelasebo Arbórea Novembro a Dezembro Risco baixo IUCN

Família Espécie Nome vulgar Hábito Período Maturação Lythraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil. Dedaleira Arbórea Janeiro a Outubro Meliaceae Cedrella fissilis Vell. Cedro-rosa Arbórea Junho a Setembro Ameaça/ Interesse Interesse mínimo, Risco baixo Em perigo Fonte IUCN UICN Myrtaceae Calycorectes psidiiflorus (O.Berg) Sobral Guamirim Arbórea Outubro a Dezembro Rara SEMA-PR Myrtaceae Myrceugenia miersiana (Gardner) D.Legrand & Kausel Caingué Arbórea Março a Abril Risco baixo IUCN Myrtaceae Myrcianthes pungens (O.Berg) D.Legrand Guabiju Arbórea Janeiro a Fevereiro Em perigo IUCN Myrtaceae Myrciaria cuspidata O.Berg Arbórea Julho a Agosto Vulnerável IUCN Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. Paumarfim Arbórea Agosto a Setembro Rara SEMA-PR, IUCN Euphorbiaceae Croton paulinianus Müll.Arg. Arbustiva Dezembro a Junho Rara SEMA-PR Quadro 05. Espécies arbóreas prioritárias para a coleta de sementes por apresentarem interesse econômico e consequentemente sofrerem maior pressão de exploração. Família Espécie Nome vulgar Período Utilização Maturação Fabaceae Acacia polyphylla DC. Monjoleiro Agosto a Outubro Lenha, construção civil Euphorbiaceae Alchornea triplinervea (Spreng.) Müll.Arg. Tapiá Abril a Agosto Marcenaria Fabaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. Grápia Janeiro a Abril Construções, marcenaria Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucária Março a Setembro Construção civil, marcenaria Apocynaceae Aspidosperma polyneuron Müll.Arg. Peroba Agosto a Setembro Construção civil Rutaceae Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl. Pau-marfim Agosto a Setembro Construção civil, marcenaria Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana Agosto a Novembro Meliaceae Cedrela fissilis Vell. Cedro-rosa Novembro a Fevereiro Construção civil Construção civil, marcenaria Boraginaceae Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Louro-pardo Abril a Construção civil

Família Espécie Nome vulgar Período Maturação Steud. Setembro Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. Camboatá Maio a Dezembro Sapindaceae Diatenopteyx sorbifolia Radl. Maria-Preta Novembro a Março Utilização Construção civil Construção civil Fabaceae Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong Timbaúva Maio a Outubro Construção civil, embarcações Fabaceae Holocalix balansae Micheli Alecrim Outubro a Janeiro Fabaceae Inga marginata Willd. Ingá-feijão Junho a Novembro Bignoniaceae Jacaranda puberula Cham. Caroba Fevereiro e Março Construção civil Marcenaria Marcenaria Malvaceae Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo Abril a Julho Construção civil, marcenaria Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. Miguel-pintado Fevereiro e Julho Construção civil Fabaceae Myrocarpus frondosus Allemao Cabreúva Novembro e Dezembro Construção Civil, marcenaria Fabaceae Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Canela-imbuia Janeiro Marcenaria, construção civil Lauraceae Ocotea pretiosa Mez Canela-sassafrás - Marcenaria Lauraceae Ocotea puberula (Rich.) Nees Canela-sebo Novembro a Janeiro. Construção civil Lauraceae Ocotea pulchella (Nees & Mart.) Mez Canela-lageana Maio a Julho Construção Civil Fabaceae Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Angico-vermelho Março a Setembro Construção civil, lenha Boraginaceae Patagonula americana L. Guajuvira Novembro - Dezembro Construção civil Fabaceae Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Canafístula Abril - Maio Construção civil, marcenaria Asteraceae Piptocarpha angustifolia Dusén ex Malme Vassourãobranco Novembro - Fevereiro Construção civil Rosaceae Prunus sellowii Koehne Pessegueirobravo Junho - Agosto Construção civil

Família Espécie Nome vulgar Período Maturação Proteaceae Roupala brasiliensis Klotzsch Carvalhobrasileiro Outubro Araliaceae Scheflera morototoni (Aubl.) Mandiocão Agosto - Maguire, Steyerm. & Frodin Novembro Utilização Construção civil, marcenaria Marcenaria Anacardiaceae Schinus terebinthifolius Raddi Aroeiravermelha Setembro a Janeiro Construção civil Bignoniaceae Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo Ipê-roxo Julho a Novembro Asteraceae Vernonia discolor (Spreng.) Less. Vassourão-preto Março a outubro Annonaceae Xilopia brasiliensis Spreng. Pindaíba Novembro a Janeiro Marcenaria, construção civil Marcenaria Construção civil Rutaceae Zanthoxylum rhoifolium Lam. Mamica-deporca Dezembro a Março Construção civil Quadro 06. Melhor época de coleta de sementes de algumas espécies florestais ocorrentes na área do futuro reservatório. Nome científico Nome vulgar Época de colheita Euterpe edulis Mart. Palmiteiro março-maio Cedrella fissilis Vell. Cedro junho-agosto Ocotea puberula (Rich.) Nees Canela-guaicá novembro-dezembro Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana junho-setembro Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Pinheiro abril-junho Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo maio-julho Ilex paraguariensis A.St.-Hil. Erva-mate janeiro-março Blepharocalyx salicifolius Murta março-abril A princípio pode-se colher sementes em qualquer árvore que esteja produzindo frutos, procurando-se colher de várias árvores. Posteriormente será feito o mapeamento das árvores matrizes figura 04, dentro da área do empreendimento e nas futuras APPs. Tendo em vista que o resgate de germoplasma tem funções de fornecer sementes para posterior produção de mudas para recomposição florestal a coleta deve seguir, na medida do possível, as seguintes orientações: Coletar sementes preferencialmente das árvores sadias e vigorosas em geral dominantes; Maximizar a coleta de sementes para o maior número possível de matrizes; Evitar a coleta de sementes de árvores muito próximas, visando reduzir o grau de endogamia; Planejar as visitas às árvores-matrizes selecionadas, com auxílio de croquis ou localização por georreferenciamento.

A B Figura 04. A- Modelo de placas de alumínio tamanho (5 cm x 4 cm); B- Modelo de marcação em árvore matriz. Fonte: Elo Ambiental, 2017. Abaixo segue registro fotográfico do procedimento descrito anteriormente, desenvolvido pela equipe executora em outros empreendimentos, Figura 05. A B

C Figura 05. A, B, C e D- Observação, marcação e georreferenciamento das matrizes. Fonte: Elo Ambiental, 2017. D 3.2.2 Coleta das sementes nas matrizes selecionadas Nesse item são descritas as práticas para coleta de sementes considerando a sua finalidade tanto à produção de mudas quanto à manutenção da variabilidade populacional nos Bancos de Germoplasma das espécies e, consequentemente da biodiversidade. Para a coleta de sementes a metodologia adotada foi descrita por (FOWLER & MARTINS, 2001; NOGUEIRA & MEDEIROS, 2007). A equipe responsável percorrerá os trechos de vegetação nativa nas áreas marginais do reservatório (APP) e região de influência procurando localizar frutos, sementes e plântulas de regeneração natural de espécimes arbóreos, buscando por ramos férteis acessíveis. Em árvores muito altas está previsto utilizar técnicas de ascensão em árvores para a realização das coletas. O resgate de espécies ameaçadas de extinção, protegidas por lei, endêmicas, raras, de uso tradicional ou de valor ornamental será priorizada, em virtude do nível de importância. Os frutos e sementes resgatados serão colocados em sacolas devidamente identificadas. Sendo registrados em ficha de campo os seguintes dados: coordenadas geográficas, número de coleta e peso, (Anexo 5). Todo o germoplasma resgatado será encaminhado para triagem, prébeneficiamento e armazenamento, para posterior envio a instituição responsável. As informações coletadas por meio da ficha de campo é organizadas em um banco de dados específico. Deverá ser realizado também o registro fotográfico da árvore matriz e do material coletado (Fruto e/ou semente). Forma de coleta: os frutos serão colhidos nas árvores ou coletados no chão. Normalmente, o tipo de fruto e o tamanho das sementes é que vão determinar o método de colheita. Assim temos:

árvores com frutos carnosos - frutos carnosos são aqueles com polpa úmida, geralmente adocicada e consumida pelos animais ou pelo homem. No caso de frutos grandes, são colhidos nas árvores ou coletados os que já caíram e colocados separados em sacos de papel. Para os frutos pequenos, a colheita é feita nas árvores, pois os frutos ao caírem se misturam com a vegetação, tornando difícil sua localização e coleta. árvores com frutos secos deiscentes - no caso de frutos com sementes grandes, são colhidas na árvore ou então coletadas as que caíram no solo. Quando o fruto apresentar sementes de pequeno porte e/ou dispersas pelo vento, a obtenção das sementes só é possível através da colheita dos frutos nas árvores, ainda fechados, quando se observar que alguns frutos já começaram a abrir. árvores com frutos secos indeiscentes - são aqueles que ao ficarem maduros, caem das árvores sem se abrir. Nestes casos, os frutos estão sendo colhidos nas árvores ou coletados no chão. Quando a espécie apresenta frutos alados, do tipo sâmara, a colheita é realizada na árvore, com o auxílio de uma lona estendida no chão sob a copa. Abaixo segue registro fotográfico do procedimento descrito anteriormente, desenvolvido pela equipe executora em outros empreendimentos, Figura 06. A B C D

E Figura 06. A, B e C- Coleta de sementes em Matrizes utilizando técnicas de rapel e escalada com espora; D e E- coleta de germoplasma; F equipamentos e material coletado em regaste de germoplasma. Fonte: Elo Ambiental, 2017. F 3.2.3 Tratamento e armazenamento das sementes e preparação e envio dos lotes Os materiais coletados serão direcionadas ao CTF e na sequência a equipe, deve proceder ao processo de beneficiamento, identificação e armazenagem. Após a chegada do germoplasma vegetal no CTF passará por beneficiamento que consiste em retirar as sementes dos frutos e limpá-las. Tais procedimentos podem ser divididos temporalmente em etapas que se iniciam com a recepção das sementes ou frutos do campo, a extração das sementes de seus frutos e limpeza desse produto, a secagem das sementes, a classificação que pode ser mecânica ou manual, embalagem e etiquetagem final (FOWLER & MARTINS, 2001). No processo de beneficiamento das sementes dá-se prioridade para as sementes recalcitrantes, devido à perda da viabilidade de germinação em curto período de tempo. Sendo assim o beneficiamento de sementes florestais consiste no conjunto de procedimentos para o preparo das sementes pós-colheita, como manipulação, debulha, descascamento, despolpa, secagem, limpeza, classificação, tratamento e embalagem. O beneficiamento consiste em retirar as sementes dos frutos e limpá-las, por meio de diferentes processos, que variam principalmente de acordo com o tipo de fruto e a "dureza" das sementes. Assim, temos: Para frutos carnosos: a) Despolpamento - lavagem das sementes sobre uma peneira e em água corrente e secagem à sombra. b) Maceração dos frutos - lavagem em água corrente sobre uma peneira e secagem das sementes à sombra.

c) Imersão dos frutos - em água por 1 ou 2 dias, maceração em peneira sob água corrente e secagem ao sol. Para frutos secos deiscentes: a) Secagem dos frutos à meia sombra até abertura natural, em seguida as sementes são separadas dos frutos e/ou removidas manualmente aquelas que não se soltaram. Para os frutos secos e indeiscentes: a) Secagem dos frutos à meia-sombra (2 a 7 dias) e abertura mecânica forçada, para remover as sementes. O material básico necessário para o Pré-beneficiamento de sementes se compõe de: peneiras grossas e finas; martelo de borracha, martelo de ferro, sacos de aniagem e papel e faca. Após o pré-beneficiamento das sementes, serão encaminhados lotes de sementes a instituição responsável. Abaixo segue registro fotográfico do procedimento descrito anteriormente, desenvolvido pela equipe executora em outros empreendimentos, Figura 07. A B C D

E F G H Figura 07. A -Coleta de sementes; B- Presagem previa de sementes; C e D- Beneficiamento de sementes; E - Presagem de material beneficiado; F- produção de lotes; G- ficha controle de campo, H- Banco de dados digital. Fonte: Elo Ambiental, 2017. 3.3 Coleção Cientifica e confirmação taxonômica dos germoplasma vegetal. As amostras deve ser resgatadas de todas as espécies encontradas férteis na área da UHE Baixo Iguaçu, visando o salvamento de material botânico para o aproveitamento científico e confirmação das espécies. Na área do empreendimento que compreende composição de terra firma, matas ciliares, rios e lagos a coleta do material botânico visando à incorporação de unidades de curadorias, exsicatas de espécies serão realizadas de forma aleatoriamente, ou seja coleta de material fértil com presença de flor e/ou fruto considerando a meta de elaboração de ampla listagem florística incluindo espécies espécies-alvo demostrada dos Programas Ambientais para tais ambientes, a execução dessa etapa pode também ampliar a amostragem de espécies-alvo. Todas as espécies férteis dispostas na área amostral serão coletadas independentes do hábito, com auxílio de tesoura de poda e, ou podão por técnico capacitado. Serão coletadas no mínimo 3 (três) e no máximo 5 (cinco) duplicatas de cada amostra, visando o envio da

instituição listada anteriormente. Todo indivíduo do qual tenha sido coletado amostras botânicas, partes reprodutivas e, ou epífitas, devem ser mapeados a partir da anotação das coordenadas geográficas de sua ocorrência. Cada espécie coletada deve ter seu registro fotográfico realizado em campo por meio de máquina digital, devendo ser considerada todas as informações importantes para a identificação da mesma. As imagens digitais serão incorporadas ao banco de dados das coletas associada a cada voucher. De toda amostra coletada serão anotadas em fichas previamente elaboradas (caderno de campo) todas as informações referentes às características morfológicas vegetativas e reprodutivas, coordenadas, habitat e tipologia florestal, além de data e local da coleta, nome e número do coletor (Anexo 2). Em cada amostra será fixada uma etiqueta com o número de coleta. As duplicatas serão amarradas juntas com auxílio de barbante e colocadas em saco de plásticos para o transporte até o Centro de Triagem da Flora. As informações do caderno de campo serão digitadas em plataforma digital por meio de programa Microsoft Excel para elaboração de banco de dados das coletas. Para amostras de espécies arbóreas, arbustos e subarbustos serão coletados amostras de 30 cm de comprimento preservando as características reprodutivas. Serão coletados frutos e acondicionados em recipientes apropriados, identificado com o mesmo número de coleta da exsicata. Para espécies de hábito herbáceo e epifítico serão coletadas amostras considerando todo o indivíduo conforme a metodologia usual adotada em coletas botânicas. Ocorrerá a morfotipagem e identificação preliminar durante a triagem, e os dados de campo inseridos no banco de dados digital. Todas as fotografias serão nomeadas de acordo com o número de coleta sequencialmente, destacando qual compartimento da planta se refere. A revisão da nomenclatura taxonômica, ou seja, a confirmação dos nomes de cada espécie e o nome do autor será feita pelo site www.inpi.org (International Plant Names Index), onde constam todos os nomes de taxons válidos. A organização taxonomicamente seguirá classificação segundo APG IV (2003, 2008, 2016). Mensalmente o material coletado será enviado ao responsável técnico pela curadoria da instituição envolvidas para incorporação junto ao acervo cientifico, será entregue os vouchers morfotipados e previamente identificados juntamente com banco de dados, figura 08. A B

C D E F G H

I Figura 08. A e B- Coleta de material botânico, C- Identificação do material, D- coordenada geográfica do material coletado, E e F- Triagem e prensagem de material coletado, G- Secagem em estufa, Amostra pronta, Identificação e organização de banco de dados, Conferência de nomenclatura em sites específicos. Fonte: Elo Ambiental, 2017. J Ao final dos 10 meses será entregue a instituição banco de dados com listagem florística final juntamente com banco de dados fotográfico. Todo vouchers depositado na instituição devem ser tombados e seguir os demais procedimentos internos do herbário, sendo essas ações responsabilidade da instituição envolvida. 3.4 Instalação e operação de estrutura provisório e avaliação de parceiros na região. Estrutura: Os serviços de resgate de flora dever ser realizado através de transporte por terra e água para acessar todas as regiões envolvidas no empreendimento. Será necessário também o transporte de materiais resgatados entre os centros de triagem e o transporte de insumos entre as cidades próximas e os centros de triagem. Está sendo considerado também o transporte rodoviário e aéreo de materiais botânicos resgatados para as respectivas instituições receptoras. Para realização dos serviços a equipe terá disponível todos os equipamentos e infraestrutura necessários Camionetes 4x4, barcos, equipamentos de escalada de árvores, tais como: esporão, cinturão, talabarte, corda de segurança e podão, tesouras de poda alta para coleta de sementes de espécies arbóreas, GPS para determinação dos locais de coleta, material de uso geral, composto por lonas, peneiras, facão, luvas, entre outros matérias permanentes e de consumo que se for necessário. Área de triagem de espécies botânicas que realizada a triagem, preparação e acondicionamento do material botânico coletado. Deverá estar disponível, bancada para triagem, álcool absoluto, estufa de secagem, jornal e papelão de tamanhos compatíveis à estufa, materiais diversos para herborização (jornais, papelões, cordéis, dentre outros), prensas de madeira (compatíveis ao tamanho da estufa comprada), latas de herbário para armazenamento de material preparado (Exsicatas não montadas) e material de escritório como etiquetas, livro tombo, cola, dentre outros materiais e insumos para coletas botânicas, resgate e realocação dos germoplasma

vegetal, cumprindo sempre com as normas de segurança do trabalho que a atividade exige. Será locada uma casa para acomodação da equipe técnica, o qual deverá ser no Município de Capitão Leônidas Marques, isso se deve pela maior proximidade do barramento. O Centro de Triagem da Flora (CTF) será instalado no Canteiro de Obras do empreendimento, ou em outra área propicia. No centro de triagem de Flora deverá ser instalado: 01 galpão com dimensões mínimas de 15 x 10 metros, para triagem de material botânico resgatado, local para armazenamento exsicatas, acondicionamento de sementes e demais materiais botânicos e escritório para administração do resgate, com depósito e almoxarifado para organização dos materiais de consumo; 01 estufa irrigada com dimensões mínimas de 20 x 10 metros para acondicionamento prioritário de epífitas resgatadas, para acondicionamento prioritário de plantas herbáceas e mudas provenientes do resgate e posterior encaminhamento a instituições que irão manter os espécimes vivos ou para a relocação em áreas protegidas. Essa estrutura deve conter sistema de irrigação, bancadas específicas às necessidades fisio-biológicas das plantas resgatadas, sacos plásticos para mudas. 01 viveiro temporário com canteiros irrigados e com sombrites, distribuídos em áreas expostas a diferentes níveis de insolação para acondicionamento de plantas provenientes do resgate de flora, o viveiro temporário terão suas estruturas são provisórias. Toda instalação e matérias permanente e de consumo a serem utilizados será de responsabilidade da contratada, ficando para contratante a definição e locação da área a ser instalada e assim como a instalação da rede elétrica, e suprimento de água até no centro de triagem de flora. As estruturas a serem instaladas, podem seguir o padrão das demais utilizadas pela empresa em outros projetos, sendo apenas um exemplo, pois cada local apresenta peculiaridades para organização e execução das instalações (foto ilustrativas), Figura 09. A B

C D E Figura 09. A e B- Galpão para triagem, beneficiamento e organização de banco de dados. C e D Modelo de estufa irrigada para armazenamento de prévio de epífitas e herbáceas. E e F- Modelo de viveiro de mudas estilo estufa com sombrites e processo de irrigação. Fonte: Elo Ambiental, 2017. F Outra atividade inicial é estabelecimento de parceria com viveiro definitivo sendo que essa atividade será em conjunto com o empreendedor. Caberão parcerias com instituições de ensino e pesquisa científica na área da botânica para depósito de acervo e relatórios técnicos. Amostras do material, entretanto, devem ser enviadas a instituições de pesquisa em todo país, como por exemplo, a EMBRAPA, sendo priorizadas as instituições de pesquisa do Estado do Paraná. Parte das sementes coletadas poderá ser encaminhada ao Laboratório de Silvicultura do Curso de Engenharia Florestal da UFPR, para que sejam desenvolvidas pesquisas com este material. Dentre as instituições potenciais para o estabelecimento de parcerias estão: Herbário do Museu Botânico Municipal de Curitiba (MBM);

Herbário do Departamento de Botânica da Universidade Federal do Paraná (UPCB); Embrapa Florestas; Universidade Estadual do Oeste do Paraná; Universidade Federal do Paraná; Prefeituras dos Municípios atingidos; Associação dos Atingidos da Hidrelétrica do Baixo Iguaçu (Adahbi); Hortos florestais da região; Viveiros do IAP; Viveiros municipais locais. Instituto Ambiental do Paraná (IAP) 3.5 Atendimento à Condicionante 29 da Licença de Instalação n 17.033 As atividades serão iniciadas com a mobilização e o atendimento a condicionante 29 da licença de instalação número 17.033 o qual deverá ser elaborado um Programa de Apoio ao armazenamento e Beneficiamento de Semente Florestais junto aos Laboratórios do IAP, e que deve ser protocolado ao IAP. Este programa deverá abordar o levantamento das necessidades de modernização dos Laboratórios de armazenamento e beneficiamento de sementes do IAP e elaboração de propostas de medidas de apoio. 4.0 ANÁLISE DOS DADOS E ELABORAÇÃO DOS RELATÓRIOS Para o serviço de resgate e aproveitamento científico da flora da UHE BAIXO IGUAÇU serão elaborados relatórios, semanais ao final de toda semana em dia programado (Anexo 6) e mensais com prazo máximo de envio até 5 dia útil do próximo mês de execução (Anexo 7), citando as atividades realizadas e de forma qualitativa e quantitativa, contendo as amostras resgatadas. Também será elaborado relatório final para consolidação das informações e demais relatórios necessários solicitados pela contratante. 5.0 EQUIPE TÉCNICA E DADOS DA EMPRESA A Equipe técnica envolvida na execução do Programa de Resgate e Aproveitamento Científico da Flora (PRACF) para abertura das áreas do será constituída por profissionais com ampla experiência na condução, execução e coordenação de programas afins ou relacionados a preservação, monitoramento, identificação e marcação de matrizes e salvamento de germoplasma e epífitas para implantação de empreendimentos hidrelétricos. Esta equipe será mobilizada em até 15 dias, após a assinatura do contrato. As equipes apresentam tarefas multiciplinar, tendo a mesma eficiência de execução dos trabalhos. Além da equipe composta neste projeto, a empresa é assessorada por outros técnicos quando necessário e solicitados.

Equipe Técnica: A equipe Técnica executará as tarefas de Gerenciamento e execução de todas as atividades sendo composta por: (Gerência do Contrato/Coordenação Técnica, Coordenação de Campo/Parataxonomista, Analista Pleno) que realizará a Coordenação geral responsável por toda atividades prevista no Plano, detalhamento da metodologia para implantação do Programa de resgate e aproveitamento cientifico da flora, elaboração dos relatórios, avaliação dos indicadores de desempenho, contato com as Instituições Parceiras e atendimento às demandas da UHE Baixo Iguaçu. Esta equipe estará presente no início e ao final dos trabalhos (10 meses), nas reuniões á serem definidas, e durante a execução das atividades 1 campanha mensal para realizações de atividades de campo e avaliação in loco do andamento das atividades. Equipe de Campo: Equipe responsável pelo Centro de Triagem, viveiro e realocação, e atuara em todos os subprogramas do resgate de germoplasma vegetal, a mesma realizara atividades de resgates de germoplasma em todo o perímetro do reservatório, realizando varreduras em todas as áreas afetadas pelo empreendimento, realizando coleta de germoplasma e coleta botânicas e atuação nas frentes de supressão vegetal e demais atividades vinculadas ao contrato. Será composta por especialista em Botânico que será o responsável pelas atividades técnicas diárias em campo, orientação técnica e logística da equipe de campo, identificação e preparação da coleção botânica (herbário), resgate e realocação de germoplasma vegetal, definição dos tratamentos de beneficiamento e armazenamento das sementes. Esta equipe será composta por Piloto de barco/escalador (Ascenção em árvores) e por mais auxiliares de campo que darão apoio nas atividades do Programas. Toda equipe envolvida será capacitada com orientações com relação ao programa (Objetivo, Metas, Metodologia, prazos, e execução das atividades), bem como o uso de uniforme e crachás patronizados para auxiliar na identificação e nas atividades de campo o uso de EPIs será obrigatório sujeito a advertências e penalidades ao prestador de serviço (colaborador da empresa Elo Ambiental) o mau e/ou não uso de tais equipamentos. A figura abaixo demonstra os Equipamentos de segurança, bem como mecanismos para identificação podendo esses ser alterados de acordo com normativa da contratante. Para manter as metas e prazos estabelecidos serão realizadas reuniões mensais com a equipe e responsável técnico, podendo esse número alterado de acordo com a necessidade. As reuniões serão tanto presencial como on line por vídeo conferencia.

A B C D E Figura 10. A e B- Capacitação da equipe de campo; C- Equipamentos de campo e EPIs para equipe; D Modelo de crachá cor a definir; E e F- Modelo de Camisa manga longa cor a definir. Fonte: Elo Ambiental, 2017. F Abaixo segue o histograma e organograma da equipe proposta e na sequencia o quadro da equipe técnica para realizar as atividades dos Programas, as experiências e curriculum lattes da equipe Técnica pelo Projeto é apresentada no Anexo 8. Quadro 08. Histograma de equipe técnica e período de execução do programa. PROGRAMA DE RESGATE E APROVEITAMENTO CIENTIFICO DA FLORA Função Profissionais Quant. Meses 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Coordenador Geral Eng. Florestal Sênior Coordenação de Campo/Parataxonomista Jesulino Alves da Rocha Filho 1 x x x x x x x x x x José Hypolito Piva 1 x x x x x x x x x x