A educação Infantil. A Relevância da Educação Infantil. A História do Atendimento a Criança



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Transcrição:

Universidade Católica de Goiás Departamento de Artes e Arquitetura Trabalho Final de Graduação II Orientador: Fernando Carlos Rabelo Aluna: Tatiane Domingos Meireles A educação é à base de uma sociedade que busca a igualdade de oportunidades para seus cidadãos. É garantia para que o conceito de cidadania exista na prática, e não apenas na lei. Nos paises ricos da Europa, nos Estados Unidos, na Austrália, no Canadá, no Japão e os tigres asiáticos tem-se a educação como o caminho mais seguro para a superação das desigualdades sociais e, conseqüentemente da pobreza. Nestes paises acredita-se na educação ao longo de toda a vida. Essa postura demanda investimentos em todos os setores da educação, começando pela educação infantil, creches e pré-escolas, até a universidade. Um ideal a ser seguido em todo o mundo, especialmente em paises onde a desigualdade social é bastante evidente, como é o caso do Brasil.

A educação Infantil A educação infantil é a primeira etapa da educação básica e tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança de 0 a 6 anos de idade, em relação a aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. É oferecida em creches, ou entidades equivalentes, para crianças de 0 a 3 anos de idade e pré-escola para crianças de 4 a 6 anos de idade. A Relevância da Educação Infantil Alguns estudiosos das maiores universidades e centro de pesquisas da Europa e Estados Unidos, afirmam que a formação do ser humano começa ainda na barriga da mãe, durante o período de gestação e deve ser desenvolvido ao longo da educação pré-escolar, quando a criança tem de 0 a 6 anos de idade. Estamos vivendo um momento histórico muito oportuno para a reflexão e a ação em prol das crianças. Cada vez mais, a educação e o cuidado na primeira infância são tratados como assuntos prioritários de governo, organismos internacionais, organizações da sociedade civil e por um número crescente de países em todo o mundo. No Brasil, dispomos de legislação avançada na área destacando-se a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996, temos acesso a pesquisas internacionais e estudos nacionais que apontam para os benefícios do investimento na primeira infância. A ciência mostra que o período que vai da gestação até o sexto ano de vida, particularmente de 0 a 3 anos, é o mais importante na preparação das bases das competências e habilidades no curso de toda a vida humana. Os extraordinários avanços da neurociência têm permitido entender um pouco melhor como o cérebro se desenvolve. Particularmente do nascimento até os 3 anos de idade, vive-se um período crucial, no qual se formarão mais de 90% das conexões cerebrais, graças à interação do bebê com os estímulos do ambiente. A História do Atendimento a Criança A história de atendimento à criança em idade anterior à escolaridade obrigatória foi marcada, em grande parte, pela a guarda das crianças. Em geral, a Educação Infantil, e em particular as creches, destinava-se ao atendimento de crianças pobres e organizava-se com base na lógica da pobreza, isto é, os serviços prestados seja pelo poder público seja por entidades religiosas e filantrópicas não eram considerados um direito das crianças e de suas famílias, mas sim uma doação, que se fazia e muitas vezes ainda se faz sem grandes investimentos. Sendo destinada à população pobre, justificava-se um serviço pobre. Além dessas iniciativas, também as populações das periferias e das favelas procuraram criar espaços coletivos para acolher suas crianças, organizando creches e pré-escolas comunitárias. Para tal, construíram e adaptaram prédios com seus próprios e parcos recursos, o que seguem fazendo na ausência do Estado. Nesse longo percurso da história do atendimento à infância, pesquisas e práticas vêm buscando afirmar a importância de se promover uma educação de qualidade para todas as crianças, o que envolve também o ambiente construído. A Constituição de 1988 representou um grande avanço, ao estabelecer como dever do Estado, por meio dos municípios, garantia à Educação Infantil, com acesso para todas as crianças de 0 a 6 anos a creches e pré-escolas. Essa conquista da sociedade significou uma mudança de concepção. A Educação Infantil deixava de se constituir em caridade para se transformar, ainda que apenas legalmente, em obrigação do Estado e direito da criança. Tanto as pesquisas e os estudos quanto as pressões da sociedade civil organizada reafirmaram esses valores na LDB, promulgada em 1996, que considera a Educação Infantil a primeira etapa da Educação Básica. Na LDB, a construção e a conservação das instalações escolares são incluídas nos orçamentos de educação. A partir daí, uma série de documentos legais é produzida com o objetivo de definir critérios de qualidade para infra-estrutura das unidades destinadas à educação da criança de 0 a 6 anos. No Brasil, grande número de ambientes destinados à educação de crianças com menos de 6 anos funciona em condições precárias. Serviços básicos como água, esgoto sanitário e energia elétrica não estão disponíveis para muitas creches e pré-escolas. Além da precariedade ou mesmo da ausência de serviços básicos, outros elementos referentes à infra-estrutura atingem tanto a saúde física quanto o desenvolvimento integral das crianças. Entre eles está a inexistência de áreas externas ou espaços alternativos que propiciem às crianças a possibilidade de estar ao ar livre, em atividade de movimentação ampla, tendo seu espaço de convivência, de brincadeira e de exploração do ambiente enriquecido.

O Espaço A Arquitetura Escolar, também vem sendo objeto de reflexão e pesquisa e tem sido objetivo de varias publicações na literatura aberta, nas quais se constata uma preocupação em sistematizar os conceitos e as estratégias de projeto como ferramentas de apoio à concepção do edifício escolar.nesse sentido é dada ênfase ao dimensionamento e aos padrões de habitabilidade do espaço físico escolar edificado e à racionalização dos processos construtivos. Ainda existe uma lacuna entre a reflexão teórica e a realidade concreta das edificações escolares, especialmente às destinadas à Educação Infantil. Diversas creches e pré-escolas funcionam em condições precárias de instalações e de suprimento de serviços básicos, tais como, por exemplo: água, esgoto sanitário e energia elétrica. Além da carência de infra-estrutura básica, a maioria dos edifícios escolares restringe o processo educativo, ao não explorar as possibilidades pedagógicas do espaço físico e de seus arranjos espaciais no desenvolvimento infantil. A inexistência (ou a precariedade) de parque infantil, por exemplo, priva as crianças da convivência e da exploração do espaço e das atividades e movimentos ao ar livre, comprometendo seu desenvolvimento físico e sociocultural. A qualidade da arquitetura escolar depende do nível de adequação e de desempenho de seus ambientes, em seus aspectos técnicos, funcionais, estéticos e, conseqüentemente, do modo como esses aspectos afetam o bem-estar dos seus usuários. As relações edifícios-usuários estão diretamente vinculadas ao grau de interação e à capacidade de resposta dos edifícios e instalações escolares às atividades neles realizadas. Assim, a noção de edifício escolar saudável passa necessariamente pela sua adequação de seus edifícios ao meio ambiente, bem como pela promoção da interação entre o espaço físico, o projeto pedagógico e o desenvolvimento infantil. Justificativa O momento histórico atual caracteriza-se por um movimento de proteção, de reconhecimento da criança como um ser de direitos. No Brasil, essa preocupação veio impulsionada por uma demanda social, tanto pela necessidade das famílias de ter um local para deixar seu filho enquanto trabalham, quanto pela comprovada importância da educação da primeira infância para o desenvolvimento da criança. O Estatuto da Criança e do Adolescente, lei n. 8069 de 1990, amplia a visão da criança como sujeito de direito, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, lei n. 9394 de 1996, afirma a educação infantil como sendo a primeira etapa da educação básica integrada ao sistema de ensino. Com o intuito de auxiliar no desenvolvimento integral da criança, complementando a ação da família e da sociedade. A infância é a etapa primordial no desenvolvimento do ser humano, é quando a criança começa a fazer suas primeiras indagações e descobertas, é o momento de apresentar a elas como viver em sociedade quais são os direitos e deveres do ser humano. As instituições de ensino que atendem as crianças de 0 a 6 anos de idade em Goiânia encontram-se em estado precário, possuem ambientes pequenos, desconfortáveis, com pouca ventilação. As crianças ficam inquietas com o calor e com a falta de espaço para desenvolverem as atividades. Essas instituições são, em sua maioria adaptações, são creches antigas e que não atendem a um programa adequado de escola infantil. Essas preocupações com essa fase da vida e a precariedade das instituições destinadas à educação infantil em Goiânia, além do estudo das teorias de vários pedagogos como Viygostki e Piaget nas quais várias instituições de ensino se embasam para elaborar suas propostas pedagógicas de ensino contribuíram para a escolha do tema. A proposta do CEI e a de disponibilizar espaços adequados ao desenvolvimento da criança carente de 0 a 6 anos de idade. Espaços onde a criança possa brincar e desfrutar de um ambiente aconchegante, seguro e estimulante, onde a criança terá contato com a natureza, com os animais, e que tenha condições adequadas de higiene, saúde e alimentação. O CEI torna-se então um modelo de arquitetura escolar infantil, como espaço construído. O Centro de Educação Infantil O Centro de Educação Infantil é uma entidade mantida pelo poder publico municipal de Goiânia, ou seja, uma instituição pública que atenderá as crianças de 0 a 6 anos de idade com funcionamento em tempo integral. O centro está setorizado da seguinte forma: SETOR PEDAGÓGICO, SETOR DE RECREAÇÃO, SETOR DE ADMINISTRAÇÃO, SETOR DE ATENDIMENTO A SAÚDE E SETOR DE SERVIÇO. O setor pedagógico se divide em: creche e PRÉ-ESCOLA, divisão imposta pelo MEC, onde as crianças de colo não se misturam com as crianças mais

crescidas. Na creche ficam as crianças de 0 a 3 anos e na pré-escola as crianças de 4 a 6 anos. A creche ainda está subdividida em BERÇÁRIO e MATERNAL. No setor de recreação estão os ambientes destinados ao lazer e também ao aprendizado das crianças. São eles: parques com brinquedos, pátio, hortas, minizoologico, a minicidade. além das salas e quadra para atividades como artes, musica e educação física. No SETOR DE ADMINISTRAÇÃO estão os ambientes que abrigam a diretoria, as secretarias dentre outros responsáveis pelo funcionamento da instituição. No setor de atendimento a saúde estão os ambientes para primeiros socorros, atendimento psicológico, nutricional e outros. No setor de serviço, estão abrigados os espaços destinados à limpeza e higiene da instituição. planta sem escala

localização O terreno está localizado na região sudoeste de Goiânia, no Setor Parque Santa Rita, entre a Avenida Americano do Brasil e o Setor Residencial Alphaville. A principal via de acesso ao bairro é BR 060. O Residencial Alphaville possui uma população infantil (0 a 6 anos) de aproximadamente 2.880 crianças segundo o censo demográfico de 2000 do IBEGE. A escolha do sítio se deu através dos dados fornecidos pelo plano diretor de Goiânia, que indica os locais em que há maior necessidade, a curto prazo, da implantação de instituições de educação infantil destinadas a crianças de 0 a 6 anos de idade. A dificuldade de encontrar um terreno que atendesse ao programa do centro resultou na escolha desta área. Alem da disponibilidade de uma área ampla e adequada à necessidade das crianças como; brincar, correr e jogar. Um local onde a produção de ruídos fosse menor, para não irritar os bebês e as crianças menores, e que dispusesse de infra-estrutura como; água, energia elétrica, esgoto, linha de ônibus, ruas pavimentadas e outros. Os acessos ao terreno são possíveis pela BR 060 e pelas vias locais avenida Americano do Brasil, rua SR 19. Nas proximidades estão implantados um posto de saúde, a leste, uma praça com vários equipamentos e ao sul, mais precisamente a uma quadra abaixo está localizado um parque com vegetação mais densa por onde passa o córrego Taquaral Características O Centro de Educação Infantil possui 3.800,00 m² e está implantado em um terreno de 20.00,00 m² com dois acessos, sendo um principal pela avenida Americano do Brasil e outro de serviço. N Implantação Sem escala

O edifício é todo é alvenaria, coberto com telha fibro-cimento com sistema de platibanda. Os blocos de salas são bem ventilados, a circulação entre as salas é coberta por uma laje impermeabilizada e aberta para o exterior, para a vegetação. Os pátios são cobertos por lonas tencionadas em estrutura metálica. O acesso entre blocos é feito através de rampas também cobertas por lona sustentadas por estrutura metálica. N Planta de cobertura Sem escala As salas de aula possuem forma trapezoidal para auxiliar na organização dos cantinhos, que são espaços delimitados pelos educadores onde a crianças desenvolvem atividades em conjunto. o cantinho oferece proteção e privacidade, auxilia a criança a prestar atenção na atividade e no comportamento do colega, aumenta assim, a chance de brincarem juntos e desenvolverem a mesma atividade por mais tempo (Campos de Carvalho,1998,p.147) O cantinho favorece a integração das crianças e uma melhor disponibilidade do educador, que fica entre os cantos, para atender as crianças. O arranjo espacial integra o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças, sendo assim,, deve propiciar espaços para atividades com o corpo, o movimento, a exploração de materiais e a transformação do lugar, pois ambiente e sujeito afetam-se, transformam-se num processo de interdependência (Vasconcellos,1996,p.2)

Sala maternal Sala pré-escola Vista da área de recreação e salas do maternal Área de recreação maternal

Área de recreação maternal

área de recreação pré-escola

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