METODOLOGIAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DA REDE PARTICULAR DE ENSINO EM ARACAJU.



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Transcrição:

METODOLOGIAS DE ENSINO PARA ALUNOS COM SÍNDROME DE DOWN: UM ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DA REDE PARTICULAR DE ENSINO EM ARACAJU. Tatiane Feitosa Nascimento i Estudante de graduação da Universidade Federal de Sergipe, e-mail: tatianyfeitosa@hotmail.com Resumo: Este artigo pretende analisar as metodologias de ensino utilizadas em uma escola da rede particular de ensino em Aracaju que inclui portadores de Síndrome de Down. Trata-se de um estudo em andamento e tem como questões a serem verificadas: a identificação dessas metodologias de ensino; as dificuldades das crianças portadoras de SD em seu processo de aprendizagem e o uso de tecnologias assistivas utilizadas pelos professores na sala de aula que inclui este alunado. Para tanto, serão realizadas pesquisas bibliográficas baseadas nos estudos de STAINBACK, BURNS, FONTES, SIRIGNI, dentre outros e Revistas de Educação Especial. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na perspectiva de um estudo de caso na unidade escolhida, onde serão colhidos, analisados dados e confrontados com a bibliografia consultada. Palavras-chave: educação inclusiva, metodologias de ensino, síndrome de down. Abstract: En este artículo se propone analizar las metodologías de enseñanza utilizadas en una red de educación de la escuela privada en aracaju que incluye a las personas con síndrome de Down. Se trata de una investigación en curso y los problemas para ser verificados: la identificación de estas metodologías de enseñanza; las dificultades de los niños con SD en su proceso de aprendizaje y la utilización de tecnologías auxiliares utilizados por los profesores en el aula que incluye esta matrícula estudiantil. Para ambas búsquedas bibliográficas, deberá basarse en estudios de STAINBACK, BURNS, FUENTES, SIRIGNI, entre otros y educación especial revistas. Además de un enfoque cualitativo en el contexto de un caso de estudio en la unidad elegida, donde se recogen datos, analizaron y enfrentados a la bibliografía de consulta. Palabras clave: educación inclusiva, la enseñanza de metodologías, el síndrome de down. 1

Introdução Muito se discute sobre o processo de inclusão das pessoas em situação de deficiência em escolas do ensino regular. Desde a Declaração de Salamanca, aprovada na Conferência Mundial de Educação Especial em 1994, passou-se a ser considerada a inclusão dos alunos com deficiência em classes regulares. Portanto, foi através desta Declaração que se tornou obrigatória uma educação inclusiva. Porém vale ressaltar que, não basta uma escola aderir à inclusão de alunos deficientes sem oferecer condições de adaptação e metodologias de ensino adequadas, pois para conseguir realizar o ensino inclusivo, os professores em geral e especializados, devem aliar-se em um esforço unificado e consistente (KARAGIANNIS, STAINBACK e STAINBACK, 1999, p.21). A educação de alunos deficientes em escolas comuns é obrigatória, pois segundo a lei n. 9.131, artigo 2º, da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo as escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. Diante deste fato, nos dias atuais vem aumentando a quantidade de estudantes com algum tipo de deficiência nas redes regulares de ensino, cabendo ao professor um novo desafio: educar o aluno em situação de deficiência. Devido a esse aumento de alunos deficientes matriculados em escolas comuns, surgiu o interesse e a curiosidade em analisar as metodologias de ensino utilizadas com esse alunado, mais especificamente com os portadores de Síndrome de Down- SD, levando em consideração suas capacidades e dificuldades. Sabendo-se que o indivíduo com SD possui retardo mental de leve a moderado, supunha - se que os professores utilizem metodologias e recursos mais apropriados para que ele retenha melhor as informações. Para uma análise mais profunda desta pesquisa, torna-se fundamental a busca das respostas das seguintes questões: Quais as metodologias mais utilizadas para alunos com Síndrome de Down no ensino regular? De que modo essas metodologias são aplicadas? Quais as maiores dificuldades no processo de aprendizagem do portador de Síndrome de Down na percepção do professor? E este faz o uso de tecnologias assistivas em suas aulas? Todas estas questões são norteadas pelos seguintes objetivos: analisar as metodologias de ensino utilizadas em uma escola da rede particular de ensino em Aracaju que inclui portadores de Síndrome de Down; identificar essas metodologias; discutir as 2

dificuldades de aprendizagem das crianças com SD e a importância de metodologias diferenciadas; verificar o uso de tecnologias assistivas pelos professores em sala de aula que inclui crianças com Síndrome de Down. Para analisar como se dá todo esse processo, além de serem consultados materiais bibliográficos a respeito do tema, será realizada também uma abordagem qualitativa na perspectiva de um estudo de caso. Segundo Gil, 1996, este consiste num método de pesquisa no qual é impossível estabelecer um roteiro rígido que determine como deverá ser desenvolvida a pesquisa. O estudo de caso caracteriza-se por quatro fases: delimitação da unidade-caso; coleta de dados; análise e interpretação dos dados e redação de relatório. Sendo assim, a unidade escolhida para a realização desta pesquisa foi uma escola da rede particular de ensino que inclui crianças com Síndrome de Down. A coleta de dados será feita através de entrevistas com professores, gestor e também através de observação na sala de aula com o intuito de analisar quais as metodologias utilizadas pelos professores deste alunado, bem como visualizar materiais e recursos usados por esses professores para viabilizar o processo de ensino-aprendizagem. Também serão analisados os livros e os cadernos de atividades dos alunos com SD. Depois de colhidos os dados, será feita a interpretação dos mesmos e o confronto com a bibliografia disponível sobre o tema. Por meio das respostas de tais questões, podemos entender como se dá esse processo de inclusão e como os professores da escola regular lidam com esses alunos. Características e causas da Síndrome de Down. Segundo BURNS, 1991, a Síndrome de Down é assim denominada em homenagem ao médico inglês J.Leangdon Down, que primeiro a descobriu em 1866, assim como descobriu que sua causa é genética, por isso recebeu seu nome. A Síndrome de Down é conseqüência de um acidente genético que ocorre pouco antes ou depois da fecundação, e o resultado disso é a presença de um cromossomo a mais no par 21 (SIRIGNI, 2007, p.13). Portanto, o indivíduo com esta Síndrome possui 47 cromossomos ao invés de 46 e segundo Sirigni 3

é esse excesso de material genético que provocará um desequilíbrio metabólico devido à produção de enzimas além do normal. Essa alteração no funcionamento do organismo é responsável pelas diversas anomalias atribuídas a Síndrome de Down. (SIRIGNI, 2007, p.13). Dentre essas anomalias, podem-se destacar: uma aparência facial reconhecível, geralmente identificada no nascimento; flacidez muscular, excesso de pele entre os olhos, estes sendo oblíquos e relativamente distantes um do outro, baixo crescimento, língua grande e proeminente, orelhas pequenas e subdesenvolvidas, cabelos lisos e finos, pescoço curto e grosso, mãos pequenas com dedos curtos, uma prega palmar única, dentre outras. ressaltar que nem todos os portadores de SD apresentam todas essas características. Vale Para FONTES, 2008, a Síndrome de Down atinge 1 por 800 a 1 por 1000 nascimentos e suas causas mais freqüentes tem sido muito relacionada à idade materna. As mulheres com mais de 35 anos de idade estão mais sujeitas a gerar filhos com SD. Além disso, a incidência da mesma é três vezes maior em filhos de mulheres que haviam tido hepatite infecciosa antes da gestação e quando as mães possuem um alto nível de anticorpo tireoidiano em qualquer idade. Segundo pesquisas de BIBAS e VALENTE, 2010, o indivíduo com SD necessita de acompanhamento médico desde os seus primeiros dias de vida, pois além de precisar de muito estímulo e apoio, correm riscos de desenvolver muitos problemas de saúde, como: cardiopatias congênitas, disfunções dos hormônios tireoidianos, infecções no aparelho respiratório, entre outros. Outro problema do portador da SD é o envelhecimento precoce e alguns deles, 15% ou 20% têm grandes chances de desenvolver o Mal de Alzheimer- uma degeneração da função cerebral. Aprendizagem do portador de Síndrome de Down. Segundo BIBAS e VALENTE, 2010, o portador de Síndrome de Down apresenta problemas também na aprendizagem, pois ele tem capacidade cognitiva menor que a média, geralmente variando de retardo mental de leve a moderado. Algumas dificuldades de aprendizagem consistem: no reconhecimento das letras e na compreensão da linguagem falada, pois ele apresenta uma memória a curto prazo, sendo, portanto, recomendado para a 4

sua alfabetização o uso de palavras escritas, símbolos, desenhos e fotos (figuras), pois estes podem permanecer retidos na memória por todo o tempo. Existem alguns aspectos que devem estar presentes no processo de ensinoaprendizagem da criança com SD. Dentre eles, pode-se destacar: A motivação a criança deve ser estimulada a aprender; O significado- as palavras ensinadas devem ter um significado para a criança, fazendo parte de seu cotidiano Instigar a curiosidade - estimular o interesse por jogos e atividades lúdicas. Recurso visual associado- este recurso facilita a aprendizagem, pois tem a capacidade de reter maior atenção. Apesar das dificuldades e limitações que o indivíduo com SD enfrenta, os avanços médicos, educacionais e sociais auxiliam seu desenvolvimento. Ele pode aprender a ler, a cuidar de si e a praticar atividades manuais. Para tanto, é fundamental o apoio e o afeto da família e que sejam aceitos no meio. Pesquisas sobre a Síndrome de Down. Fernandes (1995) e Santos (1999) abordam a importância da atividade física para o portador da Síndrome de Down, sobretudo os benefícios que a natação oferece. Além disso, ambas expõem as características, as causas e o desenvolvimento do indivíduo com Síndrome de Down. O que difere nos dois trabalhos é o fato de que Santos, além de discutir todos os aspectos já citados, ela também apresenta uma proposta de programa contendo atividades físicas essenciais para o desenvolvimento do portador, enquanto Fernandes enfatiza somente a natação como prática esportiva fundamental para o seu desenvolvimento. Já as autoras Souza (2000), Dias (2000), Freire e Oliveira (2006), estudam o processo de inclusão dos portadores de Síndrome de Down nas escolas comuns, observando como ocorrem as adaptações curriculares e as dificuldades e possibilidades do trabalho inclusivo, buscando compreender também como o professor se dedica a esses alunos e como é estimulado o processo de aprendizagem e socialização dos mesmos em algumas escolas de Aracaju. Essas autoras também abordam o histórico de deficiência, as características e causas da Síndrome de Down, os aspectos metodológicos na percepção do professor, dentre outros. 5

Matos (2004) e Jesus (2007) têm suas pesquisas realizadas na APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e focam seus estudos no processo de desenvolvimento do individuo com Síndrome de Down, sendo que Matos aborda esse desenvolvimento de acordo com a idade cronológica e mental do portador, discutindo seus aspectos físicos, cognitivos, afetivos e motores. Já a autora Jesus, aborda o processo de desenvolvimento de crianças e adolescentes com SD, focando as dificuldades encontradas por pais e profissionais da APAE nesse processo de desenvolvimento. No trabalho de Lima (2008), ela discute que e Educação Inclusiva é uma exigência da atualidade, porém, para que esta inclusão seja realmente possível, deve haver mudanças significativas, que vai desde o incentivo governamental à capacitação de professores. Numa entrevista publicada na Revista da Educação Especial, Sestaro ii afirma durante toda a entrevista, que a Educação Inclusiva é fundamental e que ela auxilia na aprendizagem de alunos em situação de deficiência, pois esta proporciona que o aluno enfrente desafios e busque superar seus limites, como é o caso de seu filho, portador de Síndrome de Down. Segundo ele, seu filho Samuel obteve um grande avanço na sua aprendizagem em escolas comuns, sendo que hoje já concluiu o ensino médio. Percebe-se que a educação inclusiva tem sido muito discutida e é foco de muitas pesquisas atualmente. Dentre os trabalhos encontrados observa-se que a maioria tem um mesmo objeto de estudo: o portador de Síndrome de Down e sua inclusão entre os membros ditos normais da sociedade, o que difere, porém, são os focos de pesquisa, pois uns voltam-se para a importância das atividades físicas no desenvolvimento deste indivíduo e outros se dedicam aos estudos sobre a sua inclusão no meio escolar. Quanto à relação desses trabalhos com o tema metodologias de ensino para alunos com Síndrome de Down, está no fato de que estes se entrelaçam com os aspectos sobre o contexto inclusivo, o histórico da deficiência, a explicitação das características e causas da Síndrome de Down, o processo de desenvolvimento do portador de SD e os aspectos metodológicos na percepção do professor, pois é fundamental saber tais questões já mencionadas, para que seja possível serem aplicadas metodologias adequadas, respeitando suas capacidades e limitações. Considerações Finais 6

A educação inclusiva é um tema que tem sido muito discutido ultimamente, pelo fato de que se tornou obrigatória nas escolas desde a aprovação da Declaração de Salamanca em 1994; ou seja, a escola deve incluir o aluno em situação de deficiência. Porém é importante ressaltar que não basta a instituição escolar inserir o aluno apenas, mas oferecer subsídios para que ele se desenvolva física e mentalmente. Visando esta afirmação, a importância de tal pesquisa está no fato de que através da observação e análise das metodologias utilizadas por professores que inclui mais especificamente alunos com Síndrome de Down, será constatado se o processo de inclusão de pelo ou menos uma escola ocorre realmente na prática, ou se apenas existe a integração; ou seja, insere o aluno sem oferecer meios para que ele se desenvolva. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BUENO, José Geraldo S. Crianças com Necessidades Educativas Especiais, Política Educacional e a Formação de Professores: Generalistas ou Especialistas? IN: Revista Brasileira de Educação Especial, vol. 5. PUC: São Paulo, 1993. (p.8-25). STAINBACK, Susan; STAINBACK, William. Inclusão: um guia para educadores. São Paulo: Artmed, 1999. BURNS, George W; BOTTINO, Paul J.Genética. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991, 6ª edição. SESTARO, Antonio Carlos. Entrevista. IN: Revista da Educação Especial. Inclusão. Vol.4, Brasília: Secretaria da Educação Especial, 2008 (p. 4-6). FONTES, Hélio Augusto F. Síndrome de down. Disponível em www.copacabanarunners.net. Acesso em 21 de junho de 2008. SIRIGNI, Daniela. O portador de necessidades educativas especiais. CDI- Centro de Desenvolvimento Integral. HTTP//infolink.com. br. Acesso em 25 de outubro de 2009. BIBAS, Josiane M; VALENTE, Maria Izabel. Alfabetização na Síndrome de Down. Disponível em WWW.reviverdown.org.br. Acesso em 16 de junho de 2010. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: 3ªed. Atlas, 1991. FERNANDES, Edna dos Santos. A natação como "objeto de integração social" do portador da Síndrome de Down. 1995. 34 f. Monografia (Licenciatura em Educação Física) - Departamento de Educação Física, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe. Documento sergipano. SANTOS, Rosiane Vital dos. Proposta de programa de atividades físicas para crianças portadoras de Síndrome de Down. 1995. 43 f. Monografia (Licenciatura em Educação 7

Física) - Departamento de Educação Física, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe. Documento sergipano. SOUZA, Verônica dos Reis Mariano. Vivência de Inclusão, 2000. Tese. NPGED-Núcleo de Pós Graduação. Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão-SE. DIAS, Maria Claudia dos Santos A. O portador da síndrome de DOWN e as relações sociais no ambiente escolar na percepção do professor. 2000. 57 f. Monografia (Graduação em Serviço Social) - Departamento de Serviço Social, Centro de Ciências Sociais e Aplicadas, Universidade Federal de Sergipe. Documento sergipano. SOUZA, Patricia Matos. Avaliação do conhecimento corporal de crianças portadoras de Síndrome de Down. 2004. 37 f. Monografia (Licenciatura em Educação Física) - Departamento de Educação Física, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe. Documento sergipano SIQUEIRA, Bárbara Freire. A inclusão dos portadores de Síndrome de Down na escola formal no ensino fundamental. São Cristóvão, SE, 2006. 84 f. Monografia (Graduação em Serviço Social) - Universidade Federal de Sergipe. JESUS, Michele Vilaça Anjos de. Processo de desenvolvimento de criança e adolescentes com Síndrome de Down: participação dos pais e profissionais da APAE Aracaju. São Cristóvão, SE, 2007. 91 f. Monografia (Graduação em Serviço Social) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, 2007. LIMA, Karinne Melo Santiago de. Professor, você está preparado para trabalhar com educação inclusiva?2008. Tese. NPGED- Núcleo de Pós Graduação. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão-SE. NOTAS i Estudante do 8º período do curso de Pedagogia licenciatura, inserida no grupo de pesquisa, cujo eixo temático refere-se à Educação Inclusiva. ii Advogado, presidente da Associação de Pais de Filhos com Síndrome de Down na cidade de Santos/SP, conselheiro titular do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência- CONADE. 8