EQUILIBRANDO JOGO E MATEMÁTICA: BRINCANDO E APRENDENDO 1



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Transcrição:

EQUILIBRANDO JOGO E MATEMÁTICA: BRINCANDO E APRENDENDO 1 Alessandra Rangel Rodrigues Spósito Jéssica Alves de Castro Maria José Constante Simone Guedes Queli Mazer 2 Camila Ferreira de Avila 3 RESUMO O ensino da matemática não deve acontecer de forma isolada, estanque da vida da criança, ao contrário deve estar integrada ao seu dia dia. O objetivo deste trabalho de iniciação à docência integra o jogo e a matemática através do reconhecimento de formas geométricas a situações do cotidiano dos alunos, além de trabalhar a psicomotricidade. O jogo utilizado foi baseado em uma proposta do Pnaic (Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa). Participaram 24 alunos do 2º ano de uma escola pública do município de Barretos / SP. O objetivo de auxiliar os alunos no reconhecimento de formas geométricas foi atingido. Quanto ao reconhecimento de cores não apresentaram problemas. A lateralidade (direita e esquerda) apresentou-se como um problema (não sabiam identificar). Além disso, um ponto interessante e que merece investigação futura foi a dificuldade das crianças no equilíbrio, grande parte dos alunos não conseguiu se equilibrar em uma perna só. Sabe-se que um desenvolvimento psicomotor inadequado também interfere no desenvolvimento cognitivo. Por ser uma sala onde as queixas de indisciplina são frequentes e muitos alunos tinham muita resistência na participação de algumas atividades direcionadas, trabalhar o processo ensino aprendizagem através de jogos torna-se extremamente rico e produtivo. PALAVRAS- CHAVE: Pnaic, PIBID, Lúdico, Formas Geométricas I - INTRODUÇÃO A discussão sobre a importância dos jogos no ensino da Matemática torna-se cada vez mais atual, pois as crianças possuem uma grande capacidade de raciocinar e colocar em prática sua habilidade de resolver situações-problemas, caracterizando objetos e buscando uma linha de resolução baseada em elucidações próprias. A proposta de um jogo em sala de aula é muito importante para o desenvolvimento social, pois existem alunos que se fecham, tem vergonha de perguntar sobre determinados conteúdos, de expressar 1 Trabalho realizado com o apoio material e financeiro do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES. 2 Estudantes do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB. 3 Professora Doutora pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Professora do Curso de Licenciatura em Pedagogia do Instituto Superior de Educação ISE, do Centro Universitário da Fundação Educacional de Barretos UNIFEB.

1 dúvidas, a Matemática se torna um problema para eles. A brincadeira faz parte da vida, é um meio de aprendizagem espontâneo e exercita hábitos intelectuais, físicos, sociais e/ou morais. O encantamento, fascínio e fantasia dos brinquedos e jogos acompanham o desenvolvimento da humanidade. O jogo é um transmissor e dinamizador de costumes e condutas sociais. Pode ser um elemento essencial para preparar de maneira mais integral os jovens para a vida. É de estrema importância que a criança esteja inserida neste ambiente de brincar e ao mesmo tempo buscar conjecturas, reflexões, análise e criação. Podemos dizer a palavra criação porque usar a imaginação em um jogo a criança está sendo criativa também. O jogo, a partir do momento que está cobrando imaginação da criança, passa a ajudá-la a desenvolver a sua capacidade de não só resolver problemas, mas de também encontrar várias maneiras de resolvê-los (RIZZI e HAYDT, 2001, p.63). Mesmo sabendo que os jogos fazem parte da vida, de acordo com Macedo, Petty e Passos (1997), a escola tem proposto exercícios sem sentido. Ela ensina - símbolos, linguagem, Matemática - conteúdos com regras vazias e, portanto, sem valor. Alguns creem que a função da escola é instrumental, ou seja, os adultos mantêm seus filhos na escola visando aos futuros cidadãos que estes deverão ser, mas para a criança essa função da escola é muito abstrata e teórica. Se esse conhecimento necessário para a vida for tratado como um jogo, provavelmente vai ter mais significado para ela. De acordo com Valenzuela (2005), a antropologia encarregou-se de mostrar que aspectos muito sofisticados do saber humano são adquiridos por meio de relações mais ou menos lúdicas e informais. Do mesmo modo, as novas pedagogias fomentam a atividade lúdica como meio de educação, amadurecimento e aprendizagem. Mas a pedagogia tradicional rechaça o jogo por considerar que ele não tem caráter formativo. Muitas são as dificuldades enfrentadas pelos professores ao praticarem o ensino da matemática. Pois durante muito tempo, a matemática era vista como uma ciência difícil, formal e abstrata. Para buscar meios onde estas praticas pedagógicas deixe de ser tão impessoal, o professor passou a buscar ideias e modelos de ensinos, criando assim motivação para construção de conhecimentos. Dentro destes conceitos, os jogos pedagógicos são os que tem mais valores, pois eles auxiliam os alunos a desenvolverem suas capacidades e se desenvolverem como sujeitos da construção. Desse modo, o jogo, na Educação Matemática, passa a ter o caráter de material de ensino quando considerado promotor de aprendizagem. A criança, colocada diante de situações lúdicas, aprende a estrutura lógica da brincadeira e, deste modo, aprende também a estrutura matemática presente (MOURA, 1996, p.80).

2 Segundo Rizzi e Haydt (2001), Piaget propõe que se estruturem os jogos nas formas de exercícios, símbolo e regra, observando o desenvolvimento da criança nestes jogos em seu estágio de desenvolvimento cognitivo. II - METODOLOGIA: Para a realização deste trabalho de iniciação à docência participaram bolsistas do PIBID e 24 alunos do 2º ano de uma escola pública do município de Barretos. A atividade lúdica foi proposta pela professora supervisora do PIBID 4 e foi baseada em uma proposta do Pnaic 5 (Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa). O jogo escolhido foi o O equilíbrio Geométrico. O objetivo do jogo é reconhecer as figuras geométricas; desenvolver percepções corporais; desenvolver a lateralidade, as noções de espaço, estabelecendo estratégias na utilização de representações. 4 Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID (CAPES): O Pibid é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica. O programa concede bolsas a alunos de licenciatura participantes de projetos de iniciação à docência desenvolvidos por Instituições de Educação Superior (IES) em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. Os projetos devem promover a inserção dos estudantes no contexto das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica para que desenvolvam atividades didático-pedagógicas sob orientação de um docente da licenciatura e de um professor da escola. 5 O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até os oito anos de idade, ao final do 3º ano do ensino fundamental. Na história do Brasil, temos vivenciado a dura realidade de identificar que muitas crianças têm concluído sua escolarização sem estarem alfabetizadas. Assim, este Pacto surge como uma luta para garantir o direito de alfabetização plena a meninas e meninos, até o final do ciclo de alfabetização. Busca-se, para tal, contribuir para o aperfeiçoamento profissional dos professores alfabetizadores. Este Pacto é constituído por um conjunto integrado de ações, materiais e referências curriculares e pedagógicas a serem disponibilizados pelo MEC, tendo como eixo principal a formação continuada de professores alfabetizadores. As ações do Pacto apoiam-se em quatro eixos de atuação:1- formação continuada presencial para professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo; 2.materiais didáticos, obras literárias, obras de apoio pedagógico, jogos e tecnologias educacionais; 3.avaliações sistemáticas; 4.gestão, controle social e mobilização. A este conjunto de cadernos cabe a tarefa de subsidiar as discussões relativas à formação continuada presencial para professores alfabetizadores e seus orientadores de estudo, ampliando as discussões sobre a alfabetização, na perspectiva do letramento, no que tange à Matemática. Em outras palavras, que conceitos e habilidades matemáticas são necessários para que a criança possa ser considerada alfabetizada dentro dessa perspectiva. Além disso, tem como objetivo apresentar encaminhamentos metodológicos que possibilitem o desenvolvimento desses Direitos de Aprendizagem dentro do ciclo de alfabetização. Este caderno explicita dois pressupostos fundamentais para o trabalho pedagógico com as crianças dessa faixa etária: o papel do lúdico e do brincar e a necessidade de aproximação ao universo da criança, respeitando seus modos de pensar e sua lógica no processo da construção dos conhecimentos. O caderno apresenta também uma discussão sobre os Direitos de Aprendizagem em Matemática para este ciclo.

3 Para a confecção do tapete foi utilizado: 1 tapete contendo círculos, quadrados, retângulos e triângulos. (Pode-se pintar um tapete ou mesmo colar as figuras geométricas no chão) 1 dado azul (tetraedro) com orientações corporais: mão direita, mão esquerda, pé direito, pé esquerdo (a face sorteada é aquela virada para baixo) 1 dado laranja (cubo) com os nomes das figuras geométricas: triângulo, quadrado, círculo, retângulo e dois espaços de perde a vez. Inicialmente o professor conversou com as crianças sobre quais figuras geométricas aparecem no tapete e em que objetos do cotidiano elas percebem formatos similares. É importante que as crianças percebam que placas de trânsito são triangulares, retangulares ou circulares, que a lua em alguns dias do mês é circular e que canteiros, de maneira geral, são retangulares. Aproveitando o formato não usual do dado tetraédrico, pode se discutir as diferenças entre as faces deste dado e do dado cúbico. Aproveitando a mesma estrutura do jogo, explora-se uma série de outros conceitos, pode-se inclusive trabalhar com outros conceitos não geométricos, como a multiplicação. As crianças estavam descalças para facilitar o próprio equilíbrio e com vestimentas que permitiam a flexibilidade do corpo. Para iniciar o jogo, decidiu-se quem seria o juiz e os primeiros a jogar. O juiz é quem deve lançaria os dados. Cada jogador escolhia uma ponta do tapete para iniciar a jogada. O juiz lançava o primeiro dado (tetraedro cor azul) para verificar qual será a orientação para movimentar o corpo. Neste caso, a parte do dado que cai virada para baixo é a sorteada. O juiz levanta o dado e lê a parte do corpo que o jogador deve posicionar sobre o tapete (mão direita, mão esquerda, pé direito ou pé esquerdo). Somente uma mão ou um pé podem ocupar uma das figuras, sendo uma de cada vez. O jogador deve mover os pés e as mãos conforme a indicação dos dados, sem perder o equilíbrio ou cair. Em seguida, o juiz jogava o dado de cor laranja (cubo), cuja parte virada para cima que indica a figura sobre a qual o jogador deveria posicionar a parte do corpo sorteada no primeiro dado. Uma vez que as mãos e os pés estivessem sobre as figuras, eles não poderiam ser movidos ou levantados. O juiz jogava novamente os dois dados para dar o comando ao novo jogador. O primeiro jogador deveria permanecer no tapete. Caso os dados indicassem uma posição em que o jogador já estivesse, ele deveria mover somente para outra figura com o mesmo formato. Quando um jogador não conseguia equilibrar-se ou deixa qualquer parte do corpo que não seja mão ou pé tocar o tapete, ele saia do jogo. O último jogador que ficasse no tapete conforme as regras seria o vencedor do jogo.

4 III - RESULTADOS E DISCUSSÕES: O jogo trata-se especificamente do trabalho com as figuras geométricas, enfatizando o reconhecimento daquelas mais presentes na nossa vida, bem como do desenvolvimento da habilidade de lateralidade e cores. Foi realizado com crianças de sete a oito anos do ensino fundamental, crianças essas que vem de famílias desestruturadas e de uma escola de alto índice de indisciplinas e dificuldades claras principalmente em matemática. O trabalho possibilita as crianças a construir noções de localização e movimentação no espaço físico para a orientação espacial em diferentes situações do cotidiano, reconhecer figuras geométricas presentes no ambiente e reconhecer as cores. Porém no trabalho em si, as crianças apresentaram claras dificuldades em lateralidade (direita ou esquerda), nas demais funções do jogo elas não apresentaram tantas dificuldades. As noções de lateralidade e orientação no espaço, geralmente formam-se a partir do próprio corpo, e ainda na infância. Essas manifestações ocorrem quando decidimos ou somos levados a decidir, por exemplo, com qual mão faremos algumas de nossas atividades mais corriqueiras, como pegar uma colher, escovar os dentes, segurar o lápis etc, ou com qual pé chutamos uma bola. No decorrer da aplicação do jogo podemos perceber algumas dificuldades dos alunos, como por exemplo, a questão da lateralidade, muitos, quase todas as crianças não sabem distinguir direita e esquerda. Além disso, muitos apresentaram dificuldades em controlar o próprio corpo, não conseguiram ficar em um pé só, dificuldade em se equilibrar. Alguns alunos não conseguiram identificar as figuras geométricas no inicio do jogo, porém com o decorrer da atividade já identificavam as mesmas sem muitos problemas. Quanto as cores não apresentaram problemas. IV - CONCLUSÕES: Brincar é importante, é um momento de divertimento, não se pode ignorar a necessidade de brincar apresentada pelas crianças. A brincadeira faz parte do seu cotidiano, portanto na escola, não poderia ser diferente, principalmente nas séries iniciais. O objetivo de auxiliar os alunos no reconhecimento de formas geométricas foi atingido. Porém um ponto interessante e que merece investigação futura foi a dificuldade das crianças no equilíbrio, grande parte dos alunos não conseguiu se equilibrar em uma perna só. Sabe-se que um desenvolvimento psicomotor inadequado também interfere no desenvolvimento cognitivo. Por ser uma sala onde as queixas de indisciplina são frequentes

5 e muitos alunos tinham muita resistência na participação de algumas atividades direcionadas, trabalhar o processo ensino aprendizagem através de jogos torna-se extremamente rico e produtivo. O jogo implica para a criança muito mais do que o simples ato de brincar. Através do jogo ela fornece informações que podem contribuir para atingir objetivos preestabelecidos, além de ser útil para estimular o desenvolvimento integral da criança. O fato de a escola oferecer um estudo sistematizado ao educando, não significa que o mesmo deva apresentar-se de forma maçante e desmotivadora, pois os educadores devem procurar alternativas para aumentar a motivação. Qualquer atividade lúdica deve ser vivenciada pelos educadores. Estimular o interesse dos alunos através de jogos e brincadeiras, tornar as aulas mais interessantes como a importância dos jogos nas aulas para que assim desenvolvam o raciocínio lógico e o convívio social. Portanto é de suma importância o uso dos jogos didáticos na Educação Infantil favorecendo a aprendizagem do aluno nas diversas etapas de sua vida escolar. Envolver os jogos e as brincadeiras nas práticas pedagógicas de sala da aula, não apenas com vistas ao desenvolvimento da ludicidade, mas, sim, como meio de desenvolver e aprimorar o raciocínio lógico, social e cognitivo de maneira prazerosa para a criança. É pelo jogo que a criança emerge como sujeito lúdico, sendo importantíssimo na formação do ser humano, na apreensão do mundo, em compreender-se como sujeito social na constituição dos processos psicológicos superiores. O jogo é a porta de acesso que a criança abre para compreender o mundo que a rodeia.. Conclui-se para que a criança concretize o raciocínio lógico é de suma importância que o educador esteja preparado para estimular e proporcionar diferentes maneiras de ensinar só então acontecerá à assimilação entre a teoria e prática, permitindo que a própria criança construa durante seu desenvolvimento sua aprendizagem. AGRADECIMENTOS Á CAPES, ao UNIFEB e às coordenadoras do projeto. Agradecemos também as bolsistas Graziele, Gabriela e Maria Janaina que colaboraram na confecção e elaboração da atividade. REFERÊNCIAS MACEDO, L.; PETTY, A. L. S. & PASSOS, N. C. Quatro cores, senha e dominó: oficinas de jogos em uma perspectiva construtivista e psicopedagógica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.

6 MEC. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa PNAIC. Disponível em: http://pacto.mec.gov.br/index.php. Acesso em 25 fev 2015. MOURA, M.O. de. A construção do signo numérico em situação de ensino. São Paulo:USP,1996. NOÉ, M. A importância dos jogos no ensino da matemática. Disponível em: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-importancia-dos-jogos-no-ensinomatematica.htm - Acesso em 25 fev 2015. PIAGET, J. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998. RIZZI, L., HAYDT, R. C. C. Atividades lúdicas na educação da criança. São Paulo: Editora Ética, 2001. VALENZUELA, A. V. O jogo no ensino fundamental. In: MURCIA, J. A. M. et col. Aprendizagem através do jogo. Porto Alegre: Artmed, 2005. p.89-107. ANEXOS ANEXO A Tapete estendido na quadra para aplicação

7 ANEXO B Explicação do Jogo