TERAPIA INTERDISCIPLINAR NOS TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO

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Transcrição:

TERAPIA INTERDISCIPLINAR NOS TRANSTORNOS DO ESPECTRO DO AUTISMO Fonoaudióloga especialista em linguagem Mestre em Saude Pública pela Universidad Americana - Py Professora de Linguagem e Psiquiatria na Unijorge e na Unime Coordenadora do Ambulatório de Transtornos do Comportamento da Unijorge Professora da Pós graduação em linguagem do IDE PE Fonoaudióloga da Ciranda (Centro de Integração da Infância) Colunista da Revista Ciranda

Terapia x Diagnóstico Equipe Interdisciplinar: Neuropediatra / psiquiatra infantil Fonoaudiólogo Psicólogo Terapeuta Ocupacional Psicopedagogo Fisioterapeuta Musicoterapeuta Educador físico Outras terapias

Organização das Equipes em Saúde Multidisciplinar Interdisciplinar

E agora? O que fazer agora? Meu filho vai ser curado? Meu filho vai falar? Meu filho vai ler e escrever? Meu filho vai trabalhar? Independência e autonomia...

Diversos estudos enfatizam que é prematuro e enganoso sugerir que qualquer abordagem terapêutica é mais efetiva do que outra e que não há uma abordagem que seja efetiva para todas as crianças. Sugere-se que a intervenção deve ser individualizada, no sentido de envolver o nível de desenvolvimento atual da criança e de identificar o perfil de facilidades e dificuldades de cada uma

HANEN

Voltado para os pais. Os pais interagem e conversam com seus filhos? Sessões de grupo para pais, cuidadores e profissionais; Sessões individuais de devolutiva; Consultoria.

TEORIAS COGNITIVISTAS

O autismo evidencia prejuízos qualitativos e quantitativos na iniciativa de comunicação verbal e não-verbal, independentemente do nível comunicativo dos sujeitos. O contexto em que a comunicação ocorre é complexo e inclui aspectos multidimensionais, exigindo sua análise na investigação do uso funcional da comunicação (Koegel, 2000 ; Prutting, 1984)

ABA ANÁLISE APLICADA DO COMPORTAMENTO

Ensino de habilidades importantes na redução de problemas de comportamento em indivíduos com autismo e outros transtornos do desenvolvimento e aprendizagem. O ensino de novas habilidades e enfraquecimento de comportamentos auto-agressivos e estereotipados, tem sido o foco das intervenções.

DIR / FLOORTIME

O D : desenvolvimento e remete à evolução da criança por etapas graduais que a ajudam a gerar capacidades para envolver-se e relacionar-se com os outros; O I : diferenças Individuais, refere-se às características biológicas, que a criança recebe, regula e responde e que a fazem compreender sensações como o som e o tato, por exemplo; O R : Relações, que apontam os relacionamentos como fonte de aprendizado das crianças, afetando diretamente sua capacidade de desenvolvimento. (SURFAS, 2004; INTERDISCIPLINARY..., 2010; GREENSPAN; WIEDER, 2006).

TRATAMENTO BIOMÉDICO

E QUAL EU ESCOLHO?

FONOAUDIOLOGIA X TEA As propostas educacionais e terapêuticas direcionadas às crianças autistas invariavelmente incluem alguma abordagem relacionada à linguagem dessas crianças. Principalmente no que tange seus aspectos funcionais. Relacionada com o prognóstico: O desenvolvimento de algum tipo de linguagem até os 5 anos está relacionado com os progressos futuros. (SHULER & BALDWIN, 1981). A linguagem da criança autista não segue um padrão de atraso e sim um padrão desviante (BEFI-LOPES, 2002; FERNANDES, 2004; CARDOSO & ROCHA 2006

CRITÉRIOS PRECOCES DE OBSERVAÇÃO Atenção Compartilhada (pré-conversação 10 meses) Imitação Jogo Simbólico (MARQUES & BOSA, 2015)

Atenção Compartilhada Imitação

DIAGNÓSTICO O diagnóstico dos casos suspeitos de TEA pode ser realizado tanto com base na observação comportamental dos critérios dos sistemas de classificação quanto por meio do uso de instrumentos validados e fidedignos, que permitem ao profissional traçar um perfil refinado das características de desenvolvimento da criança.

Fonte: elaborado com adaptações à partir de Figueiras, Souza, Rios, Benguigui,(2005); Fuentes et al., (2012); Autism Speaks (2013)

ESCALAS DIAGNÓSTICAS São divididas em 3 grupos principais: Lista de verificação ou rastreamento: -ABC / ASQ / CHAT / M-CHAT Escalas de Observação: - CARS/ATEC Entrevistas com informantes: - ADI / ADI-R / ADOS (padrão ouro)

ABC AUTISM BEHAVIOR CHECKLIST

A partir de 18 meses. Lista 57 comportamentos atípicos que geralmente se relacionam ao autismo, organizados em cinco áreas: ABC 1- sensoriais 2- relacionais 3- imagem corporal 4- linguagem 5- interação social e autocuidado. - abaixo de 47 desenvolvimento típico. - pontuação entre 47 e 53 baixa probabilidade para autismo - pontuação entre 54 e 67 - probabilidade moderada para autismo - 68 pontos ou mais autismo

Dos 16 a 30 meses. M-CHAT (MODIFIED CHECKLIST FOR AUTISM IN TODDLERS) Objetivo de rastrear as perturbações do espectro do autismo (PEA). Pode ser aplicado tanto numa avaliação periódica de rotina, como por profissionais especializados em casos de suspeita. Estes resultados podem apontar para a existência de outras anomalias do desenvolvimento, sendo por isso necessária a avaliação por profissionais desta área. A cotação do M-CHAT leva menos de dois minutos. Resultados superiores a 3 (falha em 3 itens no total) ou em 2 dos itens considerados críticos (2,7,9,13,14,15), justificam uma avaliação formal.

http://autismo.institutopensi.org.br/ferramentas-de-apoio/instrumentosdiagnosticos/escalas-m-chat/ M-CHAT

ATEC

ATEC Autism Treatment Evaluation Checklist (ATEC)> permite avaliar o efeito das intervenções, sendo recomendável sua aplicação antes e após as mesmas (Magia, Moss, Yates, Charman, & Howlin, 2011); Desenvolvido pelo Dr. Bernard Rimland e Dr. Stephen Edelson do Autism Research Institute, permite que os pais, médicos e outros prestadores de cuidados de saúde avaliem a extensão do autismo de uma criança. O ATEC avalia 77 itens.

OUTRAS AVALIAÇÕES Teoria da Mente Protocolo de Investigação Sócio-cognitiva Testes de Coerência Central Testes de Identificação Facial www.autismresearchcentre.com

ESTRATÉGIAS DE ACOMODAÇÃO SENSORIAL INTERDISCIPLINAR

ESTRATÉGIAS SENSORIAIS

ESTRATÉGIAS SENSORIAIS

O importante é compreender que não se trabalha sozinho no TEA. A equipe terapêutica precisa falar a mesma língua e trabalhar em conjunto para potencializar o desenvolvimento de cada criança.

PARA FINALIZAR... OU SERIA PARA COMEÇAR?

OBRIGADA! Contato: contato@julianarochafono.com.br