LUISA ZAINE POLEZI VALIDAÇÃO DOS PARÂMETROS AERÓBIO E ANAERÓBIO A PARTIR DE PROTOCOLO NÃO INVASIVO APLICADO AO EXERCÍCIO RESISTIDO SUPINO RETO

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Transcrição:

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA LUISA ZAINE POLEZI VALIDAÇÃO DOS PARÂMETROS AERÓBIO E ANAERÓBIO A PARTIR DE PROTOCOLO NÃO INVASIVO APLICADO AO EXERCÍCIO RESISTIDO SUPINO RETO Rio Claro 2008

7 LUISA ZAINE POLEZI VALIDAÇÃO DOS PARÂMETROS AERÓBIO E ANAERÓBIO A PARTIR DE PROTOCOLO NÃO INVASIVO APLICADO AO EXERCÍCIO RESISTIDO SUPINO RETO Orientador: Cláudio Alexandre Gobatto Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau de Bacharel em Educação Física Rio Claro 2008

8 574.1 Polezi, Luisa Zaine P765v Validação dos parâmetros aeróbio e anaeróbio a partir de protocolo não invasivo aplicado ao exercício resistido - supino reto / Luisa Zaine Polezi. - Rio Claro: [s.n.], 2008 64 f. : il., gráfs., tabs. Trabalho de conclusão (bacharelado Educação Física) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de Biociências de Rio Claro Orientador: Claudio Alexandre Gobatto 1. Fisiologia. 2. Força crítica. 3. Teste 30 segundos. 4. Limiar lactato. 5. Supino reto. I. Título. Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP Campus de Rio Claro/SP

Dedico este trabalho a minha mãe por ser uma pessoa maravilhosa, acreditar em mim, ser minha melhor amiga e estar sempre ao meu lado. E ao meu avô Benedito Zaine, por ter sido tão essencial na minha vida e que com certeza se estivesse aqui estaria muitíssimo orgulhoso de mim. 9

10 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a DEUS por estar sempre ao meu lado, me ajudando e me dando força e luz para seguir sempre em frente. Queria agradecer aos meus pais Maria Angela Zaine e Luiz Afonso Polezi, por sempre estarem ao meu lado, me incentivando e me dando apoio em todas as minhas decisões. Sem eles eu não seria capaz de concretizar esse sonho de me formar. Sou o que sou hoje graças a eles. Amo muito vocês! Agradeço também a toda minha família, principalmente minhas avós Ligia Zaine e Odila Polezi por nunca me deixarem desistir. E ao meu avó Benedito Zaine que está no céu com certeza orando por mim e muito orgulhoso do meu sucesso, justo ele que sempre quis uma neta professora, pois então vozinho...sou uma professora agora! Gostaria também de agradecer todos os participantes do meu projeto, pois sem eles essa pesquisa não seria possível. Franz, Hantaro, Gustavão, Ivan e Caraguá, muito obrigada por colaborarem. Agradeço também ao Cláudio Meireles por ter me ajudado muito nesse projeto, com certeza seu apoio foi essencial para a conclusão deste trabalho. Muitíssimo obrigada. Agradeço ao meu orientador Cláudio Gobatto por ter possibilitado o desenvolvimento desta pesquisa e por sempre me ajudar também. Valeu Goba! E não esquecendo do pessoal do laboratório, que sempre me ajudou quando precisei, valeu pessoal! E por fim, gostaria de agradecer meu namorado Cauê por ter feito as filmagens dos meus testes e o desenho, que modéstia parte ficou ótimo! E também por me amar e me acompanhar nesta etapa tão importante da minha vida. Te amo demais!

11 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Exemplo da relação entre a força média (Fmédia) e o inverso do tempo limite (1/tlim) de um único participante que foi utilizado para determinar a força crítica (Fcrit) no exercício resistido...p. 22 Figura 2. Posicionamento da câmera no teste adaptado de Wingate...p. 24 Figura 3. Arranjo mecânico para determinação da força em sistema de aquisição de sinais. A mesa de supino reto será adaptada a obter registros verticais de força a partir do exercício de supino. O sistema de aquisição de sinais armazenou dados de força com auxílio do software LabView 7.2, que foram separados em fases concêntricas e excêntricas, alisados em filtro Butherworth de quarta ordem e analisados em software Matlab 3.2...p. 26 Figura 4. Gráficos da reta de regressão obtido a partir do teste de Fcrit (modelo Força versus1/tlim) para um sujeito participante da pesquisa. Na equação da reta, o coeficiente angular (valor de a ) representa a Fcrit estimada, indicada em carga de trabalho (Força) na unidade de kgf...p. 29 Figura 5. Resultados em médias e erro padrão das médias da MFEL dos sujeitos nos testes a 80, 90, 100 e 110% da Fcrit...p. 31 Figura 6. Referente às potências média, pico, mínima e índice de fadiga no TW...p. 33

12 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Valores correspondentes a 1RM, Força Crítica (Fcrit) e Capacidade de Impulso Anaeróbio (CIA)...p. 28 Tabela 2. Tempo limite de execução da MFEL dos sujeitos participantes do teste de SR nos percentuais de 80, 90, 100 e 110% da Fcrit...p. 30 Tabela 3. Valores referentes as potências a cada cinco segundos no TW...p. 33

13 RESUMO O objetivo desse estudo foi de investigar a validade do teste de Potência Crítica (PC) com o método de determinação da máxima fase estável de lactato durante o teste de força usando o supino reto(sr), conectado a um cabo de aço atado a barra e o exercício executado que era acessado por um dinamômetro tendo cargas de células com elemento de sensor primário e determinado pelo programa Matlab e Labview. Cinco voluntários masculinos aparentemente saudáveis com idade (22,6 ± 2,88 anos), peso (76,3 ± 11,49 kg) e altura (182,6 ± 7,54cm), treinado em exercícios resistido, e executado por quatro diferentes testes para determinar: teste de uma repetição máxima (1RM), potência crítica usando do modelo força vs tempo limite em 20, 25 e 30% para determinar o tempo de exaustão para cada carga, onde foi submetida a um procedimento de regressão linear para determinação da FC (coeficiente linear) e a Capacidade de Impulso anaeróbio - CIA (coeficiente angular). Máxima fase estável de lactato (MFEL) usando carga de 80, 90, 100 e 110% da força crítica. Amostra sanguínea foi obtida a cada 300 segundos entre cada estágio do texto num total de 1200 segundos. Teste máximo de 30seg.(M30) foi executado com carga de 25% do peso corporal total no SR. A média dos resultados mostraram 79.4kg ± 16.98, CF 10.1N ± 2.25, CIA 1756.82 N.s ± 546.96 e o R² 0.984 ± 0,02. A MFEL ocorreu a 100% da carga da força crítica. A concentração de lactato na MFEL foi de 2.2 mmol/l (± 0.77). Significativa correlação foi observada entre a MFEL e a FC no SR (r = 0.88 p = 0.05). No M30 a força mínima, media e pico foi de (25.0 ± 4.9; 28.0 ± 4.9 e 30.0 ± 4.6 kgf.rps, respectivamente). O indece de fadiga foi de 18% ± 6,8. O M30 foi significativamente correlacionado com a Fpico e a Fmédia (r = 0.98 para ambos, p = 0.003). A FC tem sido validada para predizer o treino de força e a CIA, mostrando ser um parâmetro anaeróbio representativo para o teste no Supino Reto. Palavras Chave: Força Crítica, teste 30 segundos, Limiar lactato, Supino Reto.

14 ABSTRACT The purpose of this study was to investigate the validity of critical force test from maximal lactate steady state (MLSS) during resistance test using straight bench press. Five healthy male volunteers aged (22.6 ± 2.88 years), weight (76.3 ± 11.49 kg) e height (182.6 ± 7.54cm), trained in resistance exercise, and performed four diferent test to determine: one maximal effort (1RM), critical force using the critical power model (force vs 1/time limit - 20, 25 and 30% 1RM). The CF was the linear coefficient and the anaerobic impulse capacity (CIA) was the angular. MLSS was determined using loads of 80, 90, 100 and 110% of critical force. Blood lactate samples were abtained at each 300sec between each stage of total 1200sec. Maximal 30s test (M30) was accomplished with load of 25% of body weight in SBP. The results showed that the 1 RM was 79.4 Kgf (± 16.98), CF 10.1N (± 2.25), CIA 1756.82 N.s (± 546.96) and the R² 0.984 (± 0,02). The MLSS occurs at 100% CF load. The lactate concentration at the MLSS was 2.2 mmol/l (± 0.77). Significant correlation was observed between MLSS and CF on SBP (r = 0.88 p = 0.05). In M30 the minimum, mean and peak power were (25.0 ± 4.9, 28.0 ± 4.9, and 30.0 ± 4.6 kgf.rps, respectively). The fatigue index was 18.0% (± 6,8). The M30 was significantly correlated with Ppeak and Pmean (r = 0.98 for both, p = 0.003). The CF means has been validated to predict the resistance training and the CIA show to be a representative anaerobic parameter in straight bench press. Key words: critical force, maximal 30s test, lactate threshold, bench press.

15 SUMÁRIO Página 1. INTRODUÇÃO...9 2. REVISÃO DE LITERATURA... 11 2.1. Força...11 2.2. Força e Potência Crítica... 14 2.3. Máxima Fase Estável de Lactato (MFEL)...16 2.4. Teste de Wingate...18 2.5. Exercício de Supino Reto com barra...19 3. METODOLOGIA...20 3.1. Caracterização da Pesquisa...20 3.2. Amostra...20 3.2.1. Tipo de Amostra...20 3.2.2. Caracterização da Amostra...20 3.3. Procedimentos para coleta de dados...20 3.3.1. Desenho Esperimental...21 3.3.1.1. Teste de 1RM......21 3.3.1.1.1. Determinação do teste de força máxima (1RM)...21 3.3.1.2. Teste de Força Crítica...22 3.3.1.2.1. Determinação da força crítica no exercício resistido (Fcrit)...22 3.3.1.3. Máxima Fase Estável de Lactato...23 3.3.1.3.1. Determinação da máxima fase estável de lactato no exercício resistido (MFEL)...23 3.3.1.3.2. Coleta Sangüínea...23 3.3.1.4. Teste Wingate...24 3.3.1.4.1. Determinação das potências máximas, média e índice de fadiga no teste adaptado de Wingate para mesa de supino reto...24 3.3.1.5. Arranjo Mecânico...25 3.4. Tratamento Estatístico...26 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS...27 4.1. Determinação da Força Crítica...28 4.2. Máxima Fase Estável de Lactato....29 4.3. Teste Wingate...32 5. CONCLUSÃO...35 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...36

9 1. INTRODUÇÃO O treinamento de força e o de resistência aeróbia induz adaptações musculares distintas, de acordo com o princípio da especificidade. O primeiro envolve altas cargas e baixas repetições, reduzindo assim, a densidade mitocondrial e capilar, atividades metabólicas enzimáticas e estoques de substratos intramusculares (exceto o glicogênio do músculo). Contrariamente, o treinamento de resistência, que envolve baixas cargas e altas repetições, diminui a atividade das enzimas glicolíticas, mas aumenta os estoques de substratos intramusculares, atividades de enzimas oxidativas e a densidade mitocondrial (TANAKA et al., 1998). Como conseqüência a estas adaptações, o treinamento de endurance facilita os processos aeróbios, visto que o treinamento de força parece melhorar também o ponto inicial do lactato em indivíduos destreinados. Essas melhorias podem estar relacionadas às alterações no tamanho da fibra muscular e propriedades contráteis, em resposta ao treinamento de força, adaptações que podem aumentar a produção de força muscular (TANAKA et al., 1998). Ainda não se sabe se o comprometimento de uma fonte de energia pelo desenvolvimento de outra é causado pelo excesso de treinamento, devido à alta intensidade e grande volume necessário para o treinamento simultâneo de força e resistência, ou por algum outro mecanismo fisiológico subjacente. No entanto estudos têm demonstrado que o treinamento de força promove melhora na performance aeróbia a partir da melhora na economia de movimento (HOFF et al., 2002). Seguindo vários protocolos experimentais para avaliar as respostas adaptativas a esse treinamento simultâneo, os estudos têm demonstrado que a força tanto pode ser comprometida como aumentada, enquanto as características de endurance não são afetadas. Outros estudos informam que tanto as capacidades de força como de endurance podem ser reduzidas, especialmente em períodos prolongados de treinamento simultâneo (FLECK, 1999). Apesar de Monod & Sherrer (1965) apud Manchado (2001) terem determinado a potência crítica em exercício monoarticular, ainda não foi verificado na literatura estudos que investigaram a validade do modelo de potência crítica no exercício resistido na determinação dos aeróbios, que no exercício resistido denomina-se força crítica e anaeróbio.

10 O modelo de (PC) proposto inicialmente por Monod & Sherrer (1965) e validado por Moritani et al. (1991) é um método de determinação da capacidade aeróbia bastante atraente, especialmente por ser não invasivo e apresentar custo zero. O conceito de potencia critica é baseado na relação hiperbólica entre a carga e o tempo de exaustão (tlim) (HILL et al., 1993). Assim, a utilização desse modelo pode se apresentar um método de fácil aplicabilidade para predição da força a ser utilizada em diferentes modalidades como processo de orientação na prescrição de treino, no processo de periodização desportiva. Ainda pode-se ressaltar que poucos foram os estudos na perspectiva do treino de exercícios resistido relacionado à PC, o que apresenta uma carência de pesquisa com essa orientação tornando uma área de estudo ainda com muita necessidade de ser explorada. Dessa forma a hipótese que o parâmetro aeróbio a partir da adaptação do modelo de potência crítica no exercício resistido corresponde à máxima fase estável de lactato e que o parâmetro anaeróbio apresenta associações com testes constantemente utilizados para avaliar a performance anaeróbia. O principal objetivo do presente estudo será verificar a validade do teste de potência crítica, como método de determinação da máxima fase estável de lactato no exercício resistido utilizando o supino reto. Além disso, objetivamos verificar associações entre a capacidade de trabalho anaeróbio (CTA), decorrente do modelo de potência crítica, com as potências máxima, média e índice de fadiga obtidos em um teste anaeróbio (adaptado do teste de Wingate), realizado em um teste exaustivo, específico na mesa de supino reto.

11 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Força A definição de força, segundo Gobbi (2005), é o resultado da contração ou tensão muscular máxima ou não, com ou sem produção de movimento ou variação do tamanho do músculo (força isométrica ou dinâmica). Quando um indivíduo desenvolve sua força, pode ter uma transferência positiva para a velocidade e resistência. No entanto um treinamento que visa o desenvolvimento da força máxima pode afetar negativamente o desenvolvimento da resistência anaeróbia, por conseqüência o desenvolvimento da resistência aeróbia pode ter uma transferência negativa para a força e velocidade. Para Bompa (2001) a força é a capacidade física crucial e deve ser treinada junto com as outras capacidades físicas. O mesmo autor reforça que a relação entre força, velocidade e resistência é essencial para as qualidades físicas atléticas, porém cada esporte exige mais de uma delas em específico. No entanto, a força deve ser vista nos esportes como o mecanismo necessário para a realização das habilidades lembrando que ela não tem apenas o objetivo de deixar o indivíduo mais forte, mas também satisfazer as necessidades de uma determinada modalidade, de modo que esta seja trabalhada especificamente e ou combinando com outras valências com objetivos de aumentos do desempenho de alto nível. Além de ser ressaltada por vários autores que trata da ciência do esporte como uma qualidade fundamental para atletas, a força é também muito enfatizada como fator de importância para a saúde, podendo trazer benefícios em doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. Pode também auxiliar na prevenção de osteoporose, sarcopenia e dor lombar, como pode alterar beneficamente a resistência à insulina, a taxa metabólica de repouso, o metabolismo da glicose, a pressão sangüínea arterial, o índice de gordura corporal e tempo de trânsito gastrointestinal (GOBBI, 2005). Para Dudley e Fleck (1987) apud Áquila (2007), o treinamento de força induz pequeno ou nenhum aumento na potência aeróbia, mas aumenta a resistência anaeróbia, e, treinada em conjunto com a resistência pode elevar a performance em eventos de resistência, onde um

12 sprint final é importante, como nas provas der 10.000 metros de corridas, nadar 1.400 metros, entre outras. Alguns estudos recentemente têm demonstrado que o treinamento de força promove melhora na performance aeróbia a partir da melhora na economia de movimento (HOFF et al., 2002). Diante dessa afirmativa alguns estudos serão mostrados de modo que seja possível verificar referências nesse campo como reforço dos objetivos do trabalho no sentido de ressaltar a força como sendo fator de importância para o desempenho e ganhos de melhores condições em outras valências físicas. Hickson (1980) apud Zwecker (1999) realizou um estudo para verificar os efeitos da combinação de treinamento de força (F) e resistência (R), comparando às adaptações produzidas por eles separadamente. Para isso dividiu os sujeitos em três grupos de modo que um fazia apenas treinamento de força (TF), outro treinamento de resistência aeróbia (TR) e um terceiro grupo treinamento de força e resistência aeróbia (TFR). Os resultados desse estudo indicaram que a força aumentou 44% acima dos valores iniciais para o grupo TF. Para o grupo TFR, a força aumentou 34% dos valores iniciais até a sétima semana, a partir desta a força começou a declinar e depois das 10 semanas de treinamento a força era apenas 25% mais alta do que os níveis iniciais. Já os indivíduos do grupo TR não tiveram aumento significativo em sua força após as 10 semanas de treinamento. Em relação ao VO2 máximo, não houve diferenças significativas entre o grupo TFR e o grupo TR. Para o grupo TF não houve mudanças significativas no VO2 inicial e ao final do treinamento. Dudley & Djamil (1985) apud Zwecker (1999) realizou o mesmo estudo que Hickson (1980), porém, reduziram o número das sessões de treinamento e o tempo total de treinamento por semana, em aproximadamente 50 a 70% respectivamente em relação aos valores adotados por Hickson (1980). O grupo que treinou apenas força realizou o treinamento (em um dinamômetro faziam duas séries de 30 segundos de extensões máximas do joelho) três vezes por semana durante sete semanas em dias alternados. O grupo que treinou resistência somente, também realizou o treinamento (em uma bicicleta ergométrica faziam cinco séries de cinco minutos com descanso de cinco minutos entre as séries, sendo que o VO2 máximo era extraído no quarto ou quinto minuto de cada série) três vezes por semana durante sete semanas em dias alternados. O grupo de treinamento simultâneo de força e resistência aeróbia realizou os mesmos exercícios dos grupos de força e resistência somente, assim, treinou seis dias por semana durante sete semanas alternando treinamento de força e resistência diariamente. Os resultados do estudo foram similares aos de Hickson (1980).

13 Nos dois estudos citados acima, o treinamento simultâneo de força e resistência aeróbia aumenta tanto a força muscular quanto a potência aeróbia. No entanto o aumento da força não é igual e nem superior ao obtido no treinamento apenas de força, mas o aumento da potência aeróbia é igual ao do grupo que treinou apenas resistência aeróbia. Dudley & Fleck (1987) ressaltam que as possíveis explicações para a falta de desenvolvimento ótimo da força em treinamento simultâneo podem ser promovidas pelas transformações do tipo de fibras musculares de contração rápida em contração lenta e treinamento excessivo que reduz o teor de glicogênio muscular (Id. Ibidem). Outro estudo também que se orienta pela combinação do treino da força em conjunto com o treino da resistência aeróbia é apresentado por McCarthy et al. (1995), que examinaram os efeitos dessa combinação em 30 sujeitos divididos em três grupos distintos separados pelas variáveis estudadas e pela combinação dessas variáveis. Observou-se que houve mudanças significativas no plano da composição corporal, VO2 e da força, frente aos treinos separados e em conjunto. Os autores reforçam que tais mudanças podem ter ocorrido pelo grupo do experimento ter um nível muito baixo de condicionamento físico o que justifica as melhorias quando comparadas com indivíduos mais ativos. Nakao et al. (1995) realizaram um estudo durante três anos para investigar o efeito de um programa de levantamento de pesos, caracterizado por alta intensidade, baixa repetição e um longo período de descanso entre as séries no consumo máximo de oxigênio. Os resultados do estudo mostraram que o VO2 máximo decresceu significativamente durante o primeiro ano, teve um decréscimo insignificante no segundo e nivelou no terceiro ano. O decréscimo no VO2 máximo aconteceu de forma diferenciada dentro dos grupos distintos sendo observado o maior valor para o grupo que fez apenas o treino com pesos. Várias são as diferenças apresentadas quando trabalhos dessa natureza são analisados de modo que tais discrepâncias devem ser vistas quando levantadas as variáveis de estudo na suas cargas em relação ao volume e intensidade de trabalho utilizada para cada pesquisa. Hickson et al. (1988) apud Áquila (2007), com o objetivo de determinar o efeito do treinamento e força na performance de curta e longa duração em sujeitos já bem treinados em ciclismo e corrida, realizaram um estudo onde avaliaram oito sujeitos, que, treinaram de três a quatro meses resistência aeróbia em ciclismo (três vezes por semana) e corrida (também três vezes por semana) antes do início do estudo. Após esse período, foi adicionado treinamento de força três vezes por semana durante 10 semanas. Os resultados desse estudo mostraram que a força máxima dos membros inferiores aumentou 30% após o treinamento de força e resistência aeróbia. Quanto ao VO2 máximo, os sujeitos foram considerados bem treinados

14 antes de incorporarem o treinamento de força dentro de seus regimes de exercício (55 ml.kg ¹.min ¹ durante o ciclismo e 60 ml.kg ¹.min ¹ durante a corrida na esteira), apresentando resultados parecidos com os iniciais. A performance de curta duração aumentou 11 % durante o ciclismo e 13% durante a corrida na esteira após o treinamento de força e resistência aeróbia. A performance de longa duração no ciclismo após o treinamento de resistência aeróbia aumentou apenas 2 segundos (de 69 ± 6 segundos pré-treinamento para 71 ± 6 segundos pós-treinamento de resistência aeróbia) e após treinamento combinado (força mais resistência aeróbia) aumentou para 85 ± 6 segundos (20%). Na corrida, a performance de longa duração não se alterou após incorporar treinamento de força junto com treinamento de resistência aeróbia. Os autores do estudo acima acreditam que, a adição do treinamento de força ao treinamento de resistência aeróbia fez com que o tempo de exaustão aumentasse no ciclismo devido ao aumento da força máxima. Esse aumento da força máxima faz com que diminua os percentuais necessários para a realização do exercício. Para os autores quando há utilização de 60%-50% da força máxima, ocorre um maior recrutamento de fibras de contração rápida e quando há utilização de 45%-35% da força máxima, ocorre um maior recrutamento das fibras de contração lenta. Assim, com essa redução da porcentagem de força máxima necessária, houve um aumento da participação das fibras de contração lenta e uma reduzida taxa de recrutamento de fibras de rápida contração, o que consequentemente atrasa a fadiga e aumenta o tempo de exaustão. 2.2. Força e Potência Crítica A potência crítica (PC) é um índice fisiológico que está sendo muito estudado por diversos pesquisadores no sentido de acrescentar melhoras à avaliação física, bem como à preparação física e ao treinamento. A idéia da existência da potência crítica foi sugerida por Monod & Scherrer (1965) apud Manchado (2001), que reportaram que a relação entre a potência gerada por grupos musculares isolados e o tempo de exercício até exaustão teriam uma característica hiperbólica. Perceberam também que esta função poderia ser linearizada quando transformada na relação do trabalho gerado e tempo de exaustão (tlim), sendo a PC definida como assíntona da relação potência tempo e/ou a inclinação da reta de regressão trabalho-tempo. Após alguns estudos, esses autores definiram a PC como sendo a máxima potência de exercício que poderia ser mantida por um tempo indefinido de exaustão.

15 De acordo com esse modelo, intensidade de exercício acima da PC provocaria depleção das reservas anaeróbias, levando o indivíduo à exaustão. Essa reserva de energia anaeróbia existente é chamada de capacidade de trabalho anaeróbio (CTA) e pode ser identificada pela relação matemática entre potência mecânica gerada em várias intensidades de esforço, e as respectivas durações que o esforço pode ser sustentado antes da ocorrência da exaustão (DEVRIES et al., 1982; JENKINS & QUIGLEY, 1990). Os testes para obtenção dos valores da PC e CTA devem ser exaustivos, e necessariamente são de 2 a 4 esforços (HOUSH et al, 1990), o que limita sua aplicação pois além do desgaste físico provocado pelo teste o momento de exaustão também deve ser bem definido, para que não existam erros e alterações nos resultados (MANCHADO, 2001). Existem três modelos matemáticos equivalentes para esta relação (BUNIOTO, 2005): 1- Tempo limite = CTA/ (carga-pc) 2- Trabalho = CTA + (PC x tempo limite) 3- Potência = PC + (CTA x 1/tempo limite) Para este estudo foi utilizada a terceira equação com objetivo de verificar a potência crítica dos sujeitos participantes da pesquisa, sendo esta o modelo padrão para o delineamento de um traçado da equação da reta dos limites executados. Potência = Força x Velocidade Para este modelo a velocidade foi usada uma constante de 0,33Hz, de modo que a potência foi proporcional à força. Portanto, a partir do modelo número três de PC, temos que: F = Fcrit + CIA. 1/Tlim Onde a força é dada por Kgf e a CIA (Kgf. seg) é a capacidade de impulso anaeróbio, uma vez que é dada pelo coeficiente angular da função F vs 1/t. Moritani et al. (1981) apud Áquila (2007) estenderam os achados de Monod & Scherrer (1965) para um trabalho mais generalizado (grandes grupos musculares), em

16 performances no cicloergômetro, validando a PC como um índice anaeróbio devido à alta correlação encontrada entre esta variável e o limiar de lactato, detectado pelo método ventilatório (r = 0.93). Além disso, verificaram que a inclinação da reta de regressão da função trabalho-tempo (PC), diminui à medida que a FIO2 foi reduzida (20.93%, 12.0%, 9.0%) e que o ponto de interseção y (CTA), não foi modificado por esse índice. A CTA é uma medida válida de capacidade anaeróbia, baseada em sua correlação inversa com a máxima fase estável de lactato (MFEL), com a performance aeróbia, e, mais importante, sua equivalência com o acúmulo máximo do déficit de oxigênio. Em um dos seus estudos, Housh et al. (1991) verificaram que a PC foi significativamente menor (28%) em relação ao limiar anaeróbio, não obstante, as duas medidas foram moderadamente correlacionadas. Já McLellan & Cheung (1992), verificaram em 14 indivíduos, que a PC determinada em cicloergômetro pela relação linear potência 1/tempo superestimava em 13% o limiar anaeróbio individual ou máxima fase estável de lactato (MFEL). Na natação, Wakayoshi et al. (1993) realizaram um estudo onde foi encontrada uma alta correlação entre PC e o limiar anaeróbio (LAn). Outros estudos neste esporte também demonstraram resultados semelhantes, como é o caso do trabalho realizado por Lima (1996), que encontrou alta correlação entre a PC e o LAn, concluindo que o teste da PC é um ótimo meio de obtenção da intensidade correspondente ao LAn. Desde então, a PC e CTA têm sido utilizadas por diversos estudiosos em outras formas de exercício, como corrida (HUGHSON et al., 1984) e natação (KOKOBUN, 1996; WAKAYOSHI et al., 1993) entre outros, para a mensuração de capacidade aeróbia e anaeróbia. Por ser um modelo não invasivo e de baixo custo, o modelo de potência crítica vem sido muito utilizado por pesquisadores como forma de melhor prescrição do exercício (MANCHADO, 2001; PAPOTI et al., 2005; PEREIRA, 2002). 2.3. Máxima Fase Estável Lactato (MFEL) Vários são os estudos que justificam a concentração fixa de 4,0 mm como fator de determinação do limiar de lactato. Heck et al. (1985) apud Manchado (2006) em um de seus estudos, encontraram correlação positiva ao comparar resultados em LAn obtidos em testes com cargas progressivas com o teste de máxima fase estável de lactato (MFEL), alcançando valores médios próximos a 4,0 mm em corredores (entre 3,0 e 5,5 mm). Sendo assim, a

17 MFEL representa a intensidade máxima de exercício em que a taxa de produção do lactato está em equilíbrio máximo com a taxa de sua remoção, o que se tornou um parâmetro comum na determinação do limiar anaeróbio. Para estes autores a máxima fase estável de lactato (MFEL) é definida como a mais alta intensidade na qual o metabolismo anaeróbio ainda prepondera sobre o anaeróbio, e é considerada, na atualidade como o método padrão-ouro para a determinação da intensidade de transição entre esses metabolismos em exercício contínuo. Segundo Beneke (1995), a resposta lactacidêmica nessa intensidade é dependente do ergômetro utilizado por esses indivíduos, o que implica cuidados na generalização de informações equivocadas a cargas de treinamento prescritas pela concentração de lactato sangüíneo. Em modalidades cíclicas (natação, ciclismo, corrida) a prescrição do treinamento é geralmente realizada com a determinação do limiar anaeróbio que pode ser assumida como a máxima intensidade de exercício com equilíbrio entre produção e remoção de lactato (HECK & MADER, 1985 apud MANCHADO, 2006; PEREIRA et al., 2002). De modo geral para determinação dessa variável utilizam-se as concentrações sangüíneas de lactato (TOKMAKIDIS et al., 1998). Num outro estudo Papoti et al. (2005) comparou a velocidade crítica (VC) com o limiar anaeróbio (LAn) para verificar as relações dessas variáveis e da capacidade de nado anaeróbio (CTA) com o desempenho de nadadores nas distâncias de 15m, 25m, 50m, 100m, 200m e 400m nado crawl. Participaram do estudo oito nadadores de nível nacional, que realizaram três esforços progressivos (85%, 90% e 100%) de 400m nado crawl para determinação do LAn, bem como esforços máximos nas distâncias de 15m, 25m, 50m, 100m, 200m e 400m em estilo crawl. A VC não foi significativamente diferente do LAn e apresentaram correlações significativas com a performance de 400m nado crawl, enquanto que a CTA não se correlacionou significativamente com nenhuma das performances de nado. Com esse estudo o autor concluiu que a VC é um parâmetro confiável na avaliação da capacidade aeróbia e na predição da performance de 400m nado crawl. No entanto, a CTA obtida pelo intercepto-y não foi um bom preditor da performance dos nadadores nas distâncias entre 15m a 400m. Davis & Gass (1979) apud Hiyane (2006), observaram durante testes incrementais realizados após um exercício de alta intensidade, que as concentrações de lactato sanguíneo diminuíam nas primeiras cargas incrementais até um ponto mínimo e voltavam a aumentar nas cargas subseqüentes. Esses autores concluíram que a intensidade de exercício

18 correspondente ao ponto de equilíbrio entre produção e remoção do lactato sanguíneo poderia ser identificada durante exercícios incrementais realizados após indução de acidose metabólica. Posteriormente, esse protocolo foi aprimorado e chamado de lactato mínimo (LM), e diversos estudos subseqüentemente foram realizados para verificar sua validade. Em outros estudos Simões et al. (1998), analisou a relação entre o LM e outros protocolos propostos para identificar a máxima fase estável de lactato (MFEL) em corredores, não encontraram diferenças estatisticamente significativas entre a velocidade de lactato mínimo (VLM) e as velocidades correspondentes ao limiar anaeróbio individual e à concentração fixa de 4mM de lactato sanguíneo. Esses autores observaram ainda que a VLM não diferia da velocidade de corrida na qual fora observada a fase estável de lactato sanguíneo durante exercício de longa duração. 2.4. Teste Wingate O teste de Wingate tem sido amplamente utilizado para a avaliação do desempenho anaeróbio por se tratar de um teste não-invasivo, de fácil aplicabilidade, validado, com alta reprodutibilidade segundo Bar-Or (1987). O teste consiste em um esforço supramáximo de 30 segundos, realizado num cicloergômetro com carga proporcional à massa corporal do avaliado, que fornece alguns importantes índices de desempenho motor, tais como a potência-pico, potência média, índice de fadiga, além de possibilitar a identificação do momento em que a potência pico é atingida, durante o teste. A carga proposta originalmente para o teste de Wingate foi de 75 g/kg de massa corporal total para o cicloergômetro Monark, o que corresponde a um trabalho mecânico de 4,41 joules/rev/kg de massa corporal. A determinação dessa carga originou-se de um estudo com uma amostra reduzida de crianças e jovens não treinados (INBAR et al, 1996). Assim, pesquisadores têm indicado a necessidade do uso de cargas superiores a essa, em adultos, para que se atinjam valores mais elevados de potência (MUNHÓZ et al., 1988). Poucos estudos foram realizados no Brasil com a utilização de diferentes cargas no teste de Wingate para membros inferiores (LOPATO et al., 1990) e adaptados para membros superiores. No teste de Wingate a potência pico ocorre geralmente nos primeiros cinco segundos, quando predomina o sistema ATP-CP; no entanto para a potência média, a predominância é anaeróbia láctica (GOBBI, 2005). Este teste também possibilita o cálculo das potências máxima e média e índice de fadiga.

19 A fadiga muscular caracteriza-se pelo dano muscular induzido por exercícios, podendo afetar a capacidade de geração de força de um indivíduo ou resultar em incapacidade para manter a força necessária para um determinado movimento (BOMPA, 2001). Quanto maior os níveis de fadiga, menor a produção de potência, além da diminuição da coordenação e baixa taxa de recuperação. Denadai et al. (1997) fizeram um estudo com o objetivo de verificar se o teste de Wingate (TW) apresenta validade para avaliar a performance de corrida anaeróbia (aláctica e láctica). Para isso utilizaram 12 jogadores de basquetebol realizando o TW e testes de campo (corrida máxima de 50m e 200m). Após 3, 5, 7, 9 e 11 minutos da realização do TW e dos 200m, procedeu-se a coleta de sangue do lóbulo da orelha, para a determinação do lactato sangüíneo. A Potência pico no TW foi significantemente correlacionada com o tempo de 50 m e com o pico de lactato após o TW. A Potência média no TW também foi significantemente correlacionada com o tempo de 200 m e com o pico de lactato após o TW. Houve uma correlação significante entre o tempo de 200 m e o pico de lactato após este teste. As concentrações de lactato sangüíneo foram significantemente maiores, em todos os minutos de recuperação, após o teste de corrida de 200 m e após o TW. Esse estudo permitiu concluir que, embora o TW não utilize o gesto motor específico dos membros inferiores, presentes em muitos esportes (basquetebol, voleibol, futebol), o mesmo pode ser utilizado para a avaliação da performance anaeróbia (aláctica e láctica) obtida durante a corrida por um equipe de jogadores de basquetebol. 2.5. Exercício de Supino Reto com barra (SR) No presente estudo, utilizamos o exercício resistido supino reto com barra para a realização dos testes. Esse exercício é realizado no plano transverso, sobre o eixo longitudinal, com deslocamento biarticular, realizando uma adução transversal na fase concêntrica e uma abdução transversal na fase excêntrica para o trabalho do peito, principalmente ao nível esternal peitoral maior. Com o uso da barra é possível que o indivíduo consiga trabalhar com mais peso, pois há maior equilíbrio do corpo, no entanto, a barra impede a adução completa dos braços, limitando a amplitude do movimento. Os músculosalvo trabalhados nesse exercício são: peitoral maior, deltóide anterior e tríceps (AABERG, 2001).

20 3. METODOLOGIA 3.1. Caracterização da pesquisa A pesquisa caracteriza-se como sendo do tipo transversal analítica, semi-experimental e descritiva segundo Thomas et al. (2007). A investigação apresenta inferências a partir de um modelo matemático de modo que a relação de causa e efeito das variáveis analisadas possa discutir questões importantes na perspectiva do treinamento. 3.2. Amostra 3.2.1. Tipo de amostra A amostra utilizada no presente estudo caracterizou-se como sendo não probabilística, por conveniência e intencional. 3.2.2 Caracterização da Amostra Participaram do estudo cinco voluntários (n = 5), estudantes do Curso de Educação Física da Unesp de Rio Claro-SP, com média de idade (22,6 ± 2,88 anos), peso (76,3 ± 11,49 kg) e estatura (182,6 ± 7,54cm). Todos aparentemente saudáveis, do sexo masculino, fisicamente ativos e praticantes de exercício resistido, com freqüência mínima semanal de dois treinos e que tenham pelo menos três meses de experiência. Os mesmos foram informados textual e verbalmente sobre os objetivos e métodos desse estudo, assinando posteriormente um termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Biociência UNESP Rio Claro. 3.3. Procedimentos para coleta de dados

21 3.3.1. Desenho Experimental Foram aplicados diferentes protocolos interdependentes para cumprir com os objetivos dessa pesquisa. Os testes foram realizados no laboratório de Fisiologia Aplicada ao Esporte (LAFAE) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho campus de Rio Claro. 3.3.1.1. Teste de 1RM O teste de força máxima se consiste na mais alta carga que um indivíduo pode erguer em uma tentativa (1RM), com 100% de sua força (BOMPA, 2001). Segundo Gobbi (2005), para avaliar a força máxima por 1RM de um individuo deve-se: - Fazer um aquecimento com alongamento, executando 20 a 30 repetições do movimento com uma resistência baixa; - Aumentar a resistência, mas ainda deve ser relativamente baixa, e solicitar ao avaliado que realize duas repetições completas do movimento; - Após recuperação de cinco minutos, repetir o movimento com uma resistência ainda maior ajustada conforme a percepção subjetiva de esforço do avaliado. O ajuste deverá ser maior se o avaliado disser que o esforço foi leve e menor se foi forte; - O terceiro passo deve-se repetir até que o avaliado possa executar apenas uma repetição do movimento (não conseguindo realizar uma segunda repetição completa), esta então será a força máxima do avaliado, mas, é importante não permitir mais que 5 mudanças de resistência em um mesmo dia, pois irá subestimar a força máxima do avaliado. 3.3.1.1.1. Determinação do teste de força máxima (1RM) No primeiro dia foram realizados os testes de força máxima (1RM) no supino reto, o qual foram feitas três tentativas no mesmo dia com cargas diferentes até a obtenção de 100% da força do participante, ou seja, até o individuo conseguir realizar apenas uma repetição completa do exercício (sem conseguir completar a segunda). Foi realizado um aquecimento de 15 repetições com uma carga leve e depois de dois minutos de descanso iniciou-se o teste. A primeira carga foi colocada de acordo com a percepção subjetiva do participante, a próxima dependendo do esforço poderia ser maior ou menor que a anterior. Lembrando que entre as tentativas havia uma pausa de dois a três minutos de descanso.

22 3.3.1.2. Teste de Força Crítica Pelo modelo de potência crítica de Monod & Scherrer (1965) adaptado para força crítica, é possível obter um parâmetro anaeróbio, capacidade de trabalho anaeróbio especifico (CTA), que, utilizando o modelo impulso versus tempo limite, a unidade resultante para CTA foi kg.s (ÁQUILA, 2007). 3.3.1.2.1. Determinação da força crítica no exercício resistido (Fcrit) Após determinada a força máxima, para determinação dos tempos limites (Tlim) e da força crítica (Fcrit), os participantes foram submetidos a três esforços até a exaustão distribuídos de maneira randômica, com intervalo mínimo de repouso de 24h em intensidades correspondentes a 30%, 25% e 20% de 1RM respectivamente no supino reto. A cadência de movimento foi de 20 repetições por minuto determinada por um metrônomo digital. Previamente aos esforços os participantes realizaram um período de aquecimento que consiste na realização de duas séries de 20 repetições com carga moderada (a qual foi determinada subjetivamente pelos participantes). Os pontos obtidos da relação entre a força média (Fmédia) e o inverso do tempo limite (1/tlim) foram submetidos ao procedimento de regressão linear de modo que os coeficientes lineares e angulares correspondem à Fcrit e CIA respectivamente (Figura 1). Força (kgf) 30 25 20 15 10 5 0 0 0,005 0,01 0,015 1/Tlim (1/s) Força Média (kgf) Linear (Força Média (kgf)) y = 1597,9x + 10,197 R 2 = 0,9919 Figura 1. Exemplo da relação entre a força média (Fmédia) e o inverso do tempo limite (1/tlim) de um único participante que foi utilizado para determinar a força crítica (Fcrit) no exercício resistido.

23 3.3.1.3. Máxima Fase Estável de Lactato Dentre os métodos para identificação do limiar anaeróbio (LAn), destacam-se os que utilizam concentrações fixas de lactato (KINDERMANN, SIMON. & KEUL, 1979; HECK et al., 1985; SJODIN & JACOBS, 1981). No entanto, para alguns pesquisadores, estes valores fixos (4mM) podem subestimar ou superestimar a capacidade aeróbia dos atletas, sugerindo a utilização de métodos que permitem a determinação do limiar anaeróbio individual que não assume valores fixos de concentrações de lactato (STEGMANN & KINDERMANN, 1982; TEGTBUR, BUSSE & BRAUMANN, 1993). 3.3.1.3.1. Determinação da máxima fase estável de lactato no exercício resistido (MFEL) Para verificar se os valores provenientes da Fcrit correspondem a máxima fase estável de lactato (MFEL), os participantes foram submetidos a três esforços randômicos com duração de 20 minutos nas intensidades correspondentes a 100%, 90% e 110% da Fcrit, na mesma cadência do teste de Fcrit. Quando necessário foi feito o teste de 80% da Fcrit caso o participante não tenha conseguido completar o ciclo do teste em 100%. Após feita a assepsia do lóbulo da orelha com álcool, foram coletadas amostras sanguíneas (25μL) a cada cinco minutos e analisadas em Espectrofotômetro Modelo Micronal, com leitura em 340nm absorbância. A MFEL será assumida como a intensidade de exercício na qual não são verificadas variações superiores a 1mM nas concentrações de lactato sanguíneo do 10º ao 20º minutos. 3.3.1.3.2. Coleta sangüínea Com luvas cirúrgicas, realizar assepsia do local com álcool (lóbulo da orelha ou ponta do dedo). Utiliza-se uma lanceta descartável para realizar a punção do local onde será feita a coleta (BARROS et al., 2004). Para cada amostra deve se passar um algodão na superfície de coleta para retirar possíveis gotas de suor ou sangue coagulado. Utiliza-se um capilar calibrado e heparinizado para coletar 25 μl de sangue. Depois o sangue é despejado em um tubo de eppendorff com 4 μl de (Ácido Tri cloro acético) TCA.

24 3.3.1.4. Teste Wingate O teste de Wingate tem a duração de 30 segundos, sendo realizado em um cicloergômetro, onde a pessoa pedala o maior numero de vezes contra uma resistência fixa, para gerar a maior potência possível durante um esforço máximo (GOBBI, 2005). A carga estipulada nesse teste é em kilopounds (kp) e dada pela equação: 0,075 kp x peso corporal do praticante (kg) Figura 2. Posicionamento da câmera no teste adaptado de Wingate 3.3.1.4.1. Determinação das potências máximas, média e índice de fadiga no teste adaptado de Wingate para mesa de supino reto O teste foi iniciado com um aquecimento de três a cinco minutos, em intensidades inferiores ao limiar anaeróbio, com repetições seguidas, após o aquecimento houve uma pausa de dois minutos antes do início do teste propriamente dito. O teste adaptado de Wingate possui duração de 30 segundos, e foi realizado na mesa de supino reto, na qual os indivíduos fizeram o maior número repetições possíveis com uma carga de 25% do seu peso corporal.

25 O teste foi filmado com uma câmera Sony Modelo DCR-SR60 HDD posicionada em uma diagonal inferior ao ergômetro no ângulo de 45º a uma distância de aproximadamente 2,5 metros (Figura 2). Foram feitas as contagens do número de repetições executadas por cada participante durante o teste a cada cinco segundos totalizando seis etapas. O cálculo da potência foi determinado pela seguinte equação: P = N de repetições / 5 (seg.) x carga (kg) Onde, P = kgf. rps. O cálculo do Índice de fadiga foi determinado pela equação: IF = (Ppico Pmínima) x 100 Ppico 3.3.1.5. Arranjo Mecânico Atado à barra de supino, alem das anilhas, um fio de aço arranjado na forma de U (com auxilio de duas roldanas), esteve atado a uma mola elástica presa a uma célula de carga composta por strain gages. Esse elemento sensor primário fez parte de um sistema de aquisição de sinais, composto por um módulo de acondicionamento de sinais (National Instruments TM) e outro modulo de aquisição (National Instruments TM). O sistema capturou sinais em LabView (7.2) na freqüência de 800 Hz (figura 3). Assim, foi registrada a força total do exercício ate a exaustão (integral da curva versus tempo). Os sinais capturados nas fases concêntrica e excêntrica do exercício foram analisados por uma rotina em ambiente Matlab 3.2, especialmente desenhada para a realização do alisamento dos sinais em filtro Butherworth de quarta ordem e a determinação das forças pico e média recuperadas da realização completa do exercício de supino. Nessa rotina, o parâmetro força foi obtido a partir de uma equação de calibração com pesos conhecidos, entre 1,5 kg e 30 kg, realizada anteriormente à coleta de dados. O coeficiente linear da reta de calibração (R²) foi de 0,999.

26 Anilha (Pesos) Strain Gage Módulo de Acondicionamento de sinais Barra de Aço Módulo de aquisição e processamento de sinais Fio de Aço Corda elástica Roldanas Figura 3. Arranjo mecânico para determinação da força em sistema de aquisição de sinais. A mesa de supino reto será adaptada a obter registros verticais de força a partir do exercício de supino. O sistema de aquisição de sinais armazenou dados de força com auxílio do software LabView 7.2, que foram separados em fases concêntricas e excêntricas, alisados em filtro Butherworth de quarta ordem e analisados em software Matlab 3.2. 3.4. Tratamento Estatístico A normalidade dos parâmetros mensurados será verificada com o teste de Shapiro- Wilks. Para comparação dos valores de Fcrit com os de MFEL será utilizado o teste t de Student para amostras dependentes. Para as possíveis associações da Fcrit com os valores de MFEL, será utilizado o teste de correlação de Pearson. Ainda, para os parâmetros anaeróbios, será verificada a confiabilidade do teste a partir da análise de correlação intraclasse e a determinação do erro sistemático (bias) e dos limites de concordância superior e inferior a partir de Bland-Altman. Em todos os casos, será prefixado nível de significância para p<0,05 (DAWSON-SAUNDERS & TRAPP, 1994).

27 4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Optou-se em discutir simultaneamente com apresentação dos resultados por entender que as categorias estudadas frente à potência crítica são interdependentes e ficaria melhor no entendimento de sua análise. Vários são os autores que utilizam o teste de carga máxima para estimar valores de trabalhos a partir de seu resultado, entre eles estão: Bompa, 2001; Fleck & Kraemer, 1999 e Baechle, 2000. A força crítica em exercícios resistidos ainda é pouco estudada em trabalhos que possam servir de referências na orientação de programas de treinos no plano da força. Os valores apresentados na Tabela 1 caracterizam uma situação de testes em SR que para a bibliografia disponível nessa área ainda necessita de muitas pesquisas com intuito de melhor análise e generalização desses resultados para o campo prático. Da análise dos resultados da Tabela 1 pode-se dizer que os valores em Kg do teste de 1RM foram bastante diferentes, tendo em vista as diferenças individuais apresentadas pelas amostras participantes do trabalho, o que não inviabiliza o cálculo da Fcrit e da CIA. Também verifica-se uma variação nos resultados relativos a Fcrit, e que os sujeitos com maiores valores foram o que obtiveram as mais altas Fcrit nos testes. Especificamente o sujeito três revelou uma melhor adequação a uma condição aeróbia pelo valor da CIA apresentado de 2359 (kgf. seg) no teste de Fcrit. A Tabela 1 apresenta os valores de força máxima, força crítica e capacidade de impulso anaeróbio dos indivíduos. Os valores foram obtidos através do teste de carga máxima (1 RM), dos três testes consecutivos de 20, 25 e 30% de 1 RM para obtenção da potência crítica e capacidade de trabalho anaeróbio.

28 Tabela 1. Valores correspondentes a 1RM, Força Crítica (Fcrítica) e Capacidade de Impulso Anaeróbio (CIA). 1RM (Kg) Fcrítica (Kgf) CIA (Kgf.s) Sujeito 1 89 12, 5 1095,3 Sujeito 2 100 12 2282,7 Sujeito 3 73 9 2359 Sujeito 4 80 10 1597,9 Sujeito 5 55 7 1449,2 Média 79,4 10,1 1756,82 DP ± 16,98 ± 2,25 ± 546,96 4.1. Determinação da Força Crítica Os participantes inicialmente foram submetidos ao teste de Fcrit, modelo Força versus 1/Tlim, obedecendo ao seguinte protocolo: a intensidade aplicada aleatoriamente foi de 20, 25 e 30% de 1RM, em dias alternados, em horários de disponibilidade dos participantes desse trabalho. Os sujeitos foram motivados durante o teste individualmente, sendo solicitado a eles empenho máximo para levantar os pesos no maior tempo possível. Os tempos foram registrados por cronômetro manual digital (POLAR S810) no tempo que o sujeito ficava levantando o peso no SR. Durante a aplicação dos testes pode ressaltar que os dias de execução não foram de forma alternada, o que de certa forma poderia dificultar o processo de análise ou não da Fcrit dos participantes pelo tempo que alguns tiveram entre um teste e outro. Analisando os estudos referentes a este tema, observou-se que os testes quando na sua aplicação obedeciam a dias subseqüentes em sua grande maioria, para que estes pudessem ter uma melhor validade nos resultados no momento de condição real dos participantes (PAPOTI, 2005; ZAGATTO, 2004). A Fcrit consistiu da regressão linear da força levantada em 1RM e seus respectivos tempos e foi determinada pelo coeficiente angular da reta de regressão. Uma vez determinada a Fcrit individual, calculou-se a média ± DP desse específico parâmetro, para posterior correlação com os resultados médios ± EPM da MFEL A média dos R² mostrou-se com alto grau de aceitabilidade com valor de 0,984 e desvio padrão de 0,02, mostrando que não houve uma variabilidade elevada entre os sujeitos testados, o que se mostra com elevado grau de confiabilidade dos resultados apresentados