Pág: 1/18 Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento
Pág: 2/18 Módulo 4 - Princípios de Investimento Neste módulo são apresentados os principais fatores para a análise de investimentos, os riscos associados e as características fundamentais para adequação dos produtos de investimentos aos investidores.
Pág: 3/18 Capítulo 1 - Principais Fatores de Análise de Investimentos A análise de investimentos se baseia em 3 fatores: Estes 3 fatores devem ser apresentados ao cliente para que ele possa decidir sobre seus investimentos, avaliando os 3 em conjunto. Rentabilidade: Quanto este investimento irá render? Risco: Quando eu posso retirar o dinheiro? A retirada é demorada? Liquidez: Este rendimento é seguro? Qual é o risco? Rentabilidade Rentabilidade é a relação entre o ganho (retorno) e o valor investido. Exemplo: Um investimento de R$ 10.000,00 que resultou em R$ 10.200,00 tem uma rentabilidade de 10.200,00-1 = 0,02 = 2% 10.000,00
Pág: 4/18 Rentabilidade Absoluta versus Rentabilidade Relativa (benchmark) A rentabilidade de um fundo de investimento é chamada de rentabilidade absoluta. Quando esta rentabilidade é comparada a uma rentabilidade de um fundo de referência (benchmark), essa rentabilidade é chamada de rentabilidade relativa. Se a rentabilidade de um fundo foi 2% e a rentabilidade de um fundo de referência (benchmark) foi de 2,5% no mesmo período, a rentabilidade relativa deste fundo em relação a este benchmark é ( 1 + 0,02) = 0,9951 = 99,51% ( 1 + 0,025) Rentabilidade Esperada versus Rentabilidade Observada Ao investir em um fundo, o investidor deve ter a clara noção de que a rentabilidade observada no passado não significa garantia de rentabilidade para o futuro, pois ela está vinculada à valorização ou desvalorização dos ativos que compõem a carteira deste fundo. Rentabilidade Esperada é a rentabilidade que o investidor tem como expectativa ao final do período de investimento (o quanto se espera que renda). Rentabilidade Observada é a rentabilidade do fundo ao final do período de investimento (o quanto rendeu).
Pág: 5/18 Liquidez Liquidez é a facilidade de negociação de um título ou ativo, convertendo-o em dinheiro. Maior será a liquidez de um título quanto mais fácil for a sua conversão em dinheiro e quanto menor for a perda de valor envolvida. Alguns fatores podem afetar a liquidez de um título, como: preço de aquisição; prazos; rentabilidade; risco de crédito do emissor do título; ausência de hedge (proteção em relação à variação de preços, taxas ou volatilidade); classificação (rating) baixa, dada por empresas especializadas; risco alto de mercado. Risco é a possibilidade de ocorrência de resultados diferentes dos esperados. O risco é uma característica básica dos investimentos. Ele é resultante das incertezas futuras associadas à determinação do valor dos ativos financeiros.
Pág: 6/18 Capítulo 2 - Principais Riscos do Investidor Todo investimento possui um risco. Os principais riscos assumidos são: Risco de Mercado Risco de Crédito Risco de Liquidez Risco de Mercado O Risco de Mercado está relacionado à incerteza das condições futuras do mercado, como preços dos ativos, taxas de juros, volatilidade e liquidez. Os principais fatores de Risco de Mercado são: Taxa de Juros Taxa de Câmbio Commodities Derivativos Hedge Concentração Taxa de Juros Risco associado aos efeitos de mudanças nas taxas de juros.
Pág: 7/18 Taxa de Câmbio Risco associado ao valor dos ativos indexados a moedas estrangeiras. Commodities Risco associado às variações nos preços dos ativos indexados a produtos agrícolas, pecuária ou extração mineral. Derivativos Risco associado às variações nos preços das ações. Hedge Risco associado à imperfeição de hedge, devido a limitações dos instrumentos financeiros. Hedge significa proteção em relação à variação de preços, taxas ou volatilidade. Concentração Risco associado à concentração de investimentos em determinados indexadores, moedas, instrumentos ou vencimentos.
Pág: 8/18 Risco de Crédito O Risco de Crédito está relacionado à possibilidade do não pagamento de um título na data e de acordo com as condições negociadas. Os principais fatores de Risco de Crédito são: Inadimplência Concentração Degradação de Garantias País Inadimplência Risco associado ao atraso do devedor em pagar uma dívida. Concentração Risco associado à concentração de operações num mesmo tipo de ativo, setor da economia, cliente, grupo econômico ou região geográfica. Degradação de Garantias Risco associado à redução do valor das garantias constituídas por conta de empréstimos, devido à depreciação ou às condições de mercado. País Risco associado a acontecimentos em países estrangeiros, que podem influenciar devedores externos a remeter divisas para pagamento de suas obrigações no exterior. Também existe o risco associado à redução da classificação dos devedores (rating), o que resulta em uma redução do valor de mercado de suas obrigações.
Pág: 9/18 Risco de Liquidez O Risco de Liquidez está relacionado à dificuldade de negociação de um título no mercado. Um ativo possui Risco de Liquidez quando ele não pode ser negociado pelos preços vigentes no mercado, devido à atividade insuficiente no mercado. Exemplo: Se um vendedor deseja vender um ativo a um determinado preço e não existe quem possa comprá-lo por este valor, o preço tende a cair até que alguém consiga comprar. Gestão de Riscos A Gestão de Riscos tem como objetivo controlar a exposição aos riscos de mercado, de crédito e de liquidez. Para alcançar este objetivo são realizados alguns estudos: Risco de Mercado modelagem estatística do mercado de taxas de juros; Risco de Crédito estudo das empresas com títulos nas carteiras de investimento; Risco de Liquidez estudos baseados na análise de riscos de mercado e de crédito e no histórico de movimentações dos clientes.
Pág: 10/18 Capítulo 3 - Adequação dos produtos de investimento às necessidades dos investidores Conceitos Básicos de Economia A escolha de um investimento deve ser baseada em: Os principais riscos assumidos são: Objetivo do investidor Horizonte de investimento Risco versus Retorno Diversificação Objetivo do investidor O objetivo de um investidor deve ser identificado para que se possa oferecer produtos adequados a ele. O objetivo do investidor deve ser entendido como algo além da rentabilidade ao final do período de investimento, como, por exemplo, comprar um imóvel.
Pág: 11/18 Horizonte de investimento Horizonte de investimento é o período adequado para que o investidor tenha o retorno desejado. O horizonte é fundamental para escolha do investimento. Se os objetivos do investidor são de longo prazo, ele pode optar por um investimento com horizonte maior e, neste caso, as flutuações de curto prazo são pouco significativas em relação à tendência de longo prazo. Também, a necessidade de liquidez em um investimento de longo prazo pode ser menor e a tolerância a riscos maior (um período positivo pode compensar outro negativo). Risco versus Retorno Cada investidor possui uma tolerância a riscos. Alguns assumem mais riscos, enquanto outros são mais conservadores. A conjugação entre o risco e o retorno de um investimento são fundamentais para se decidir em que investir. No gráfico ao lado são apresentados os investimentos A, B, C e D. Qual deles deve ser mais indicado?
Pág: 12/18 Conclui-se que o investimento A seria o mais indicado entre os quatro apresentados, pois possui maior retorno esperado do que C e menor risco do que B (C e B seriam mais indicados do que D). Além do risco e do retorno, outros fatores devem ser observados como o valor mínimo necessário para o investimento e a liquidez. O risco de um investimento é o resultado de estudos sobre probabilidades dos retornos do investimento. Neste estudo são utilizadas informações históricas para se determinar uma distribuição do retorno médio esperado. Caso esta distribuição esteja bastante espalhada, ou seja, muitos pontos desta distruição estejam afastados da média, o investimento será classificado como de alto risco.
Pág: 13/18 Diversificação A diversificação dos investimentos tem como objetivo reduzir os riscos. A redução do risco através da diversificação não é capaz de eliminá-lo por completo. Para entender como o risco pode ser reduzido é importante dividi-lo em: Risco Sistemático É o risco relacionado ao sistema político, econômico e social. Esse risco tem impacto em todos os investimentos, influenciando cada um de maneira diferente. Pode-se tentar reduzir o risco sistemático através da diversificação dos ativos financeiros. Risco Não-Sistemático É o risco específico de cada investimento, intrínseco. Ele resulta de fatos que alteram o ativo, como os riscos financeiro, administrativo e setorial. A redução do risco não-sistemático está relacionada à diversificação de títulos que possuam correlação negativa ente si, ou seja, títulos onde mudanças no cenário de investimentos resultam em impactos inversos.
Pág: 14/18 Correlação entre títulos Correlação positiva: Dois títulos possuem correlação positiva quando suas alterações ocorrem na mesma direção, ou seja, os valores dos títulos aumentam ou diminuem de acordo com as mesmas condições. Correlação nula: Dois títulos possuem correlação nula quando eles não possuem relação alguma entre si. Correlação negativa: Dois títulos possuem correlação negativa quando suas alterações ocorrem em direções opostas, ou seja, quando o valor de um título aumenta o do outro diminui.
Pág: 15/18 Exercícios de fixação 1) Uma cota avaliada em R$300,00 e que 2 anos após vale R$360,00 possui, neste período, uma rentabilidade de: a. 10% b. 20% c. 60% d. 16,7% 2) A variabilidade dos resultados está associada a: a. Risco b. Retorno c. Liquidez d. Taxa de juros definida no início do período 3) O tempo em um investimento é melhor caracterizado por: a. Risco b. Retorno c. Liquidez d. Taxa de juros definida no início do período 4) Os ganhos que resultam de um investimento são seu(sua): a. Risco b. Retorno c. Liquidez d. Taxa de juros definida no início do período
Pág: 16/18 5) Pode-se fazer uma analogia a um cobertor curto (se cobre um lado descobre o outro): a. Rentabilidade e liquidez. b. Liquidez e preços. c. Risco e retorno. d. Retorno e preços. 6) O Risco de Crédito está relacionado a: a. falta de controles internos. b. instrumentos derivativos para proteger posições nos mercados à vista. c. ausência de acompanhamento. d. capacidade do emissor do título em honrar seus compromissos em uma determinada data. 7) Ações, juros, derivativos e câmbio estão relacionados ao: a. retorno desejado. b. risco de liquidez c. risco de crédito. d. risco de mercado. 8) Quando o COPOM anuncia a taxa de juros, o risco associado é: a. retorno desejado. b. risco de liquidez c. risco de crédito. d. risco de mercado.
Pág: 17/18 9) Risco associado aos sistemas político, econômico e social: a. não-sistemático b. sistemático c. de crédito d. de liquidez 10) O horizonte de investimento pode ser entendido como: a. risco associado a uma carteira de investimentos. b. segurança associada a uma carteira de investimentos. c. prazo em que os recursos serão aplicados. d. retorno de um investimento.
Pág: 18/18 Gabarito dos exercícios de fixação do módulo 4 do curso CPA-10: 1 B / 2 A / 3 C / 4 B / 5 C / 6 D / 7 D / 8 D / 9 B / 10 C