ESTRATÉGIAS, INSTRUMENTOS E SOLUÇÕES Sergio Roschel
PONTOS RELEVANTES PARA ANÁLISE I. Fator histórico-cultural: educação é considerada investimento? II. Indicadores Econômicos 2012 III. IV. Endividamento das famílias Composição das classes sociais V. Considerações sobre o ensino superior VI. Resumo
CONCEITO O termo consumo designa o ato econômico que permite concretizar a satisfação de determinada necessidade através da utilização de determinado bem. Se falarmos do consumo das famílias, este corresponde à parte do rendimento disponível que não é utilizado para poupança. O que é necessidade? Por definição, um estado de carência que é preciso ultrapassar ou satisfazer. As necessidades levam à ação do indivíduo e a sua satisfação é geralmente um fator de motivação.
Porque as pessoas poupam ao invés de consumirem? 1. Aplica-se em algo cujo benefício pode ocorrer agora e/ou no futuro com expectativa de que os benefícios sejam crescentes; 2. No consumo você pode ter um benefício imediato (alimentação) como também no futuro (geladeira), porém com valores decrescentes pela depreciação com tendência a ter seu valor exaurido em algum momento próximo ou mais à frente
Este conceito pode ser considerado relativo. Posso encarar que a educação hoje é um bem a ser depreciado com muito mais rapidez que no passado pela obsolescência da tecnologia e multiplicação das necessidades)a educação passaria de investimento a consumo), mas, por definição, é algo que se agrega de valor ao ser humano com tendência a se multiplicar em sua vida.
CULTURA Pergunta: As famílias brasileiras vêm a educação como um investimento? Estão dispostas a sacrificar consumo para dirigir recursos para este investimento? 1. Histórico da cultura brasileira. 2. Modelo de gratuidade para escola pública (distorção do modelo de escola pública / carência econômica). 3. Modelo de inclusão (bolsas e financiamentos) crescente impacto pelo valor. 4. Incorporação de cultura de análise de pesquisas de avaliação da qualidade do ensino.
1. PIB mínimo de 3,48% contra 3% em 2010; 2. Exportações se reduzem para US$ 236 bi e importações se estabilizam em US$ 233 bi; 3. Taxa de desemprego continua na casa de um dígito; 4. Corte na taxa de juros deverá trazer taxa para perto de 9% (há pouco tempo a previsão era de 9,5%)
5. Aumento do salário mínimo para R$ 622 injetará R$ 47 bilhões na economia 6. Energia elétrica aumentará por volta de 4,5% (2012 e seguintes) e construção civil cerca de 8,5%; 7. Nível de contratações das empresas brasileiras devem aumentar substancialmente.
Endividamento das famílias brasileiras 64,8% das famílias brasileiras estão endividadas 23,5% deste contingente possui débitos em atraso 8,4% deste contingente não possui condições de pagar seus débitos Onde? 71,6% no cartão de crédito, 21,9% nos carnês e 10,6% no financiamento de veículos Fonte: CNC pesquisa março/2012
de 2006 para 2011 o endividamento subiu de 21,97% da renda anual para 41,83% = 5 meses de salário para quitação das dívidas neste período, o aumento do endividamento foi de 250% contra 80% da renda familiar inadimplência = 7% e inflação = 6% - perigo se houver desaceleração da economia
Ações do governo ante a esta situação: recuo nas medidas de restrição ao crédito expansão do crédito continua entre 15% e 20% ao ano dilatação constante de prazo para pagamento de dívidas: 318 dias em 2006 para 584 em 2011 Fonte: Banco Central (12/2011)
Movimentação das classes sociais em 2010 redução do nº de pessoas nas classes D e E: 25% do total e contingente de 47,9MM de pessoas com renda familiar média de R$ 809 aumento do nº de pessoas nas classes A/B: 21% do total e contingente de 42,2MM de pessoas com renda familiar de R$ 2.983
aumento do nº de pessoas da classe C: 53% do total e contingente de 101,7MM de pessoas com renda familiar média de R$ 1.338 A classe C ganhou 7MM de pessoas em 2011 (+ 19MM da D/E e perda de 12MM para a A/B) A classe C deverá ser 60% da população em 2014 O maior crescimento do consumo ocorre na Classe C Fonte: Consultoria Data Popular 01/2012
Algumas considerações sobre o Ensino Superior no Brasil 6.379.299 alunos matriculados em 2010, significando 7,1% de crescimento (6,4% no setor privado) contra 2% a 4% nos anos anteriores Setor privado responde por 74,2% das matrículas EAD responde por 15% das matrículas e tecnólogos presenciais, 12%
Crescimento deve se manter entre 6% e 10% ao ano nos próximos anos bancado por EAD e CST Meta do governo federal de 10 MM de matrículas em 2020 Fonte: Censo da Educação Superior 2010 e Revistas Ensino Superior do Semesp nº 160
Resumo 1. Economia deve continuar crescendo com suporte interno consumo crescente 2. Endividamento das famílias deve continuar crescendo consumo crescente 3. Classe C deve continuar crescendo classe ávida por consumo
4. Estagnação de ingresso das classes A/B (PNAD) e crescimento das matrículas suportado pela classe C 5. Incorporação de cultura para decisão de ingresso através da análise de instrumentos de avaliação: ENADE / CAPES / CNPQ) O que isto significa para o fenômeno da evasão?
Ações no combate à evasão 1. Diagnóstico e ações para melhoria do processo de pós-ingresso 2. Interdisciplinaridade entre carreiras 3. Flexibilidade espaço-temporal 4. Currículo 5. Avaliação institucional
6. Metodologia e periodicidade de avaliação do alunado 7. Cruzamento de informações acadêmico-financeiras 8. Financiamento ao alunado 9. Canais de relacionamento 10. Central de empregabilidade
Precisamos educar nossa sociedade quanto à necessidade de que a educação seja considerada o investimento mais importante das famílias e, por outro lado, temos o dever de entregar um bem de valor, não depreciável, àqueles que nos confiam tal missão. Sergio Roschel