A Realidade dos Cuidados Paliativos na RNCCI IV CONGRESSO NACIONAL DE CUIDADOS PALIATIVOS Paula Carneiro Outubro, 2008 ITINERÁRIO: 1ª parte: princípios da RNCCI no âmbito dos CP 2ª parte: análise do percurso (análise swot) Conclusões e desafios 1
Casa Unidade de Saúde Cuidados Idanha Unidade Paliativos de Cuidados - Casa Paliativos de Saúde da Idanha 1ª parte: princípios da RNCCI no âmbito dos CP RNCCI é constituída por unidades e equipas de cuidados continuados de saúde e/ou apoio social, e de cuidados e acções paliativas, com origem nos serviços comunitários de proximidade, abrangendo os hospitais, os centros de saúde, os serviços distritais e locais. (www.rncci.min-saude.pt) Prevenir, Reduzir, Adiar as incapacidades Princípios da RNCCI: Prestação individualizada e humanizada de cuidados Articulação Continuidade Equidade Multidisciplinaridade e interdisciplinaridade Participação e corresponsabilização da família Funcionalidade e autonomia Qualidade de Avaliação integral das cuidados necessidades da pessoa Coordenação Proximidade 2
As Unidades de CP da RNCCI são denominadas Unidades que visam acompanhar, tratar e fazer a supervisão clínica de doentes em situação clínica complexa e de sofrimento decorrente de doença severa e/ou avançada, incurável e progressiva. www.rncci.min-saude.pt Alguns critérios como Avaliação da situação de dependência; Evolução da doença; Circunstâncias sociais, no sentido de reforço das capacidades e competências das famílias para lidar com essas situações estão na base da referenciação dos utentes 3
2ª parte: análise do percurso (análise swot) A UCP-CSI integra a RNCCI desde o seu início. Caminho que se faz ao caminhar PONTOS FORTES Conceptualização e modelo da RNCCI Acréscimo de respostas tanto a nível social como da saúde Maior mobilização de profissionais referenciação para diferentes tipologias de unidades Mais profissionais preocupados com os CP Articulação entre diferentes instituições e profissionais Oportunidade de acesso dos utentes aos CP 4
PONTOS FRACOS Referenciação não especifica para CP e por vezes muito tardia (formulário único para todas as tipologias) Referenciação de utentes com situações sociais complexas e clinicamente estáveis (dependência funcional e no diagnóstico/prognóstico) Alargado tempo de espera (1 mês) Informação clínica escassa e desactualizada Não existir ainda uma linguagem comum Desinformação dos profissionais e dos cidadãos PONTOS FRACOS Ineficácia de continuidade de respostas na RNCCI após estabilização clínica em CP Inexistência de limite de tempo de internamento Falta de formação em CP dos profissionais responsáveis pela referenciação (hospitais e centros de saúde) Inexistência (?) de triagem de doentes na plataforma informática Pouca corresponsabilização da família no internamento e na alta Demasiada centralização e burocratização dos processos Poucas equipas comunitárias de cuidados paliativos 5
AMEAÇAS Transformar as UCP em unidades residenciais ou em hospices Inexistência de unidades que possam ser a continuidade dos cuidados prestados acções paliativas Muitos poucos doentes têm acesso aos CP pelo longo tempo de espera e pela tardia referenciação A não agilidade da RNCCI dificulta o rápido acesso às unidades Custos atribuídos por doente em CP não cobrem na maior parte das vezes os gastos (diminuição de recursos quer materiais, farmacológicos ou humanos) Constituição das equipas de CP OPORTUNIDADES Criação de formulários próprios de referenciação para CP Triagem sistemática dos utentes e actualização da informação na plataforma (1 semana antes da integração nas UCP) Formação dos profissionais em articulação com as unidades prestadoras (formação teórico-prática) Criação de uma linha verde entre hospital/centro de saúde e UCP que permitisse a entrada de doentes que já estiveram internados em CP e o assessoramento em CP Melhor gestão das camas existentes actualmente na RNCCI Mais equipas comunitárias de CP 6
Exemplos de solicitação para CP: Dependência nas AVDs Tratamento t de úlceras de pressão Controlo de sintomas (não refere quais!!!) Utente em situação de grande fragilidade, necessitando de cuidados especiais para melhorar estado geral Utente acamado, totalmente dependente de terceiros para as AVDs. Necessita de cuidados permanentes. Exemplos de solicitação para CP: Doente desnutrida (necessidade de vigilância alimentar) Gestão de regime terapêutico Está controlado em termos de vómitos e náuseas Sem necessidade de cuidados médicos específicos cuidados paliativos. Doente muito limitado na sua actividade e incapaz de se autocuidar. Indicação para tratamento de suporte. 7
Alguns factos Demora média de entrada desde que o doente é colocado na plataforma para ser admitido na unidade = 4 dias Percentagem dos doentes que foram referenciados e não chegaram a entrar na UCP = 47%. Doentes com mais de 30 dias de internamento e com estabilização clínica mas sem condições de irem para o domicilio = 37,4%. CONCLUSÃO: 1) Referenciação: especifica para CP, assente nas necessidades do doente/família 2) Gestão de recursos: camas, profissionais, económicos, tempo (da referenciação à admissão), t. internamento, 3) Formação: existência de critérios consensuais e uniformes para a abertura de serviços/unidades de CP (programas de formação teórico-práticas) 4) Ênfase na comunidade 8
Desafio: Mudança de paradigma ARTICULAÇÃO CENTRALIZAÇÃO BUROCRATIZAÇÃO AGILIDADE DIFERENCIADO PARTICIPATIVO PROXIMIDADE Uma escolha: continuar a apostar na qualidade dos cuidados paliativos, com criatividade, audácia e determinação 9
Uma pessoa vale mais que o mundo inteiro! S. Bento Menni Muito Obrigada! 10