A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CONSERVAÇÃO DA RESERVA R-3 ENVOLVENDO TRÊS ESCOLAS PÚBLICAS EM SINOP-MT Sinovia Cecília Rauber Curso de Especialização em Educação e Meio Ambiente FASIPE SINOP/MT Os ambientes naturais são diariamente transformados em ambientes construídos pelos processos da ocupação antrópica. Dessa forma a degradação ambiental vem aumentando e causando problemas globais, como as alterações climáticas e locais, como as queimadas e o desmatamento sem planejamento. Nesta perspectiva, o presente trabalho tem por objetivo levantar dados da conservação da Reserva Municipal R-3 na área urbana de Sinop-MT, observando a participação de três Escolas Públicas Municipais do Ensino Fundamental próximas a área, em ações de Educação Ambiental que contemplem a sua preservação. A pesquisa tem abordagem qualitativa e quantitativa, sendo realizado um estudo dos aspectos da conservação da Reserva R-3 in loco nos anos de 2006 a 2008. Em seguida a aplicação de questionários semi-estruturados em três Escolas Públicas Municipais. Os professores entrevistados, afirmam saber da existência da Reserva R-3, porém poucos já visitaram o local e a escola raramente realiza atividades com os alunos sobre a área. Segundo eles, seriam necessárias mais atividades de sensibilização para envolver a população na preservação do meio ambiente, bem como das Reservas locais. Foram citadas algumas atividades de Educação Ambiental que são realizadas nas escolas como: coleta seletiva; palestras; arborização; higiene e saúde; percepção ambiental; conteúdos enquanto tema transversal; trabalhos artesanais e culturais; uso racional da água e energia. Faz-se necessária à sensibilização da população local pela conservação da área com a iniciativa do Poder Público, bem como a realização de ações de Educação Ambiental de forma planejada e continuada, atendendo os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Proposta Pedagógica Escolar, percebendo a realidade local e envolvendo a comunidade. PALAVRAS-CHAVES: Educação Ambiental Reserva Escolas
A CONTRIBUIÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CONSERVAÇÃO DA RESERVA R-3 ENVOLVENDO TRÊS ESCOLAS PÚBLICAS EM SINOP-MT Sinovia Cecilia Rauber Curso de Especialização em Educação e Meio Ambiente FASIPE SINOP/MT Os ambientes naturais são diariamente transformados em ambientes construídos pelo processo de ocupação do homem, dessa forma a degradação ambiental nos diversos espaços tem aumentado e causado problemas globais, como as alterações climáticas, e locais como o desmatamento, queimadas e poluição das águas, disposição inadequada dos resíduos sólidos, entre outros. Dessa forma desejamos buscar apoio na Educação Ambiental (EA) e para isso precisamos saber sobre o seu papel na sociedade. A Conferência Intergovernamental de Tibilissí (1977) definiu Educação Ambiental como um processo de reconhecimento de valores e clarificação de conceitos, objetivando o desenvolvimento de habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a prática da tomada de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida (SATO,1995,p.02). Em Sinop, a EA está prevista na Lei Orgânica Municipal de 05/04/1990, Capítulo I, Artigo 218, inciso V : promover a EA em todos os níveis de Ensino Público Municipal..., bem como no Plano Diretor, Lei Complementar nº 029 de 18/12/2006, Capítulo III, Artigo 76, inciso VII: A implantação de programas de Educação Ambiental, integrando ações governamentais e não governamentais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais propõem a inserção EA na matriz curricular como um tema transversal, isto é, ela não se constitui como uma disciplina isolada do currículo, mas permeia todas as áreas do conhecimento, partindo do pressuposto de que a dimensão ambiental também engloba os aspectos sociais, econômicos e políticos. Uma segunda forma propõe que o professor eleja questões específicas dentro da EA para serem desenvolvidas através de projetos, buscando fontes financiadoras e desenvolvendo conteúdos que não sejam passíveis de serem esgotados com propostas das diversas áreas (MEC, 2001). A EA vem possibilitar por meio de novos conhecimentos valores e atitudes a inserção do educando e do educador como cidadãos no processo de transformação do
atual quadro ambiental do nosso planeta, que tem sido devastado, não somente pelos fatores físicos e biológicos, mas sociais, econômicos e políticos. Segundo Guimarães: um dos pressupostos da crise ambiental das sociedades modernas é a fragmentação do saber, ou seja, o conhecimento isolado das especificidades das partes perdendo-se a noção da totalidade. Essa noção de totalidade é fundamental para a compreensão e para a ação equilibrada no ambiente, que é inteiro e não fragmentado.(1995, p.44). Reigota (1994, p.35) afirma também que a EA não deve estar baseada na transmissão de conteúdos específicos, já que existe um conteúdo único, mas sim vários, dependendo das faixas etárias a que se destinam e dos contextos educativos em que processam as atividades. A cidade de Sinop-MT, conta com sete reservas ambientais denominadas: R1, R2, R3, R7, R10, R11, R12. Essas áreas foram incorporadas definitivamente ao patrimônio Municipal de Sinop com a criação da LOM (Lei Orgânica Municipal). Segundo o artigo 226 da Lei Orgânica Municipal dos Recursos Naturais do Meio Ambiente (SINOP,1990), com nova redação dada pela Emenda a LOM nº 13, de 16 de agosto de 2.004, a área de proteção ambiental denominada Reserva Municipal R-3, onde está localizada a nascente do Ribeirão Nilza, é considerada terra pública indisponível do Município de Sinop, que pode ser utilizada racionalmente como Parque Ecológico com fins de promover o desenvolvimento da pesquisa e do ensino. OBJETIVO Levantar dados sobre a conservação da Reserva R-3 na área urbana de Sinop- MT, observando a participação de três Escolas Públicas Municipais do ensino fundamental, próximas a área, em ações de Educação Ambiental que contemplem a sua preservação. METODOLOGIA A pesquisa teve abordagem qualitativa e quantitativa, sendo realizado inicialmente um estudo dos aspectos da conservação da Reserva R-3 no município de Sinop-MT in loco. Em seguida optou-se por aplicar questionários semi-estruturados em três Escolas próximas a área pesquisada, investigando sobre práticas de Educação Ambiental nas escolas e como a Reserva R-3 se insere nas atividades destas. Após a aplicação dos questionários, estes foram tabulados e retratados em gráficos, sendo
discutidos juntamente com referenciais bibliográficos que nortearam a presente pesquisa no que diz respeito a contribuição da Educação Ambiental na Recuperação e Conservação das reservas degradadas no perímetro urbano de Sinop-MT. RESULTADOS PRELIMINARES De acordo com o estudo realizado, obteve-se o conhecimento dos aspectos da Conservação da Reserva R-3 em Sinop-MT, a qual apresenta-se degradada devido a acontecimentos decorrentes há aproximadamente dez anos, pela retirada de madeira e cascalho, queimadas, depósito de lixos e vossoroca ocasionada pela forte erosão decorrente da drenagem urbana e que as medidas de seu gerenciamento são escassas. Há ocorrência de uma nascente na área que apresenta mata ciliar degrada. Para saber como as escolas trabalham a Educação Ambiental e a percepção dos professores em relação à área da Reserva R-3, foram entrevistados dezoito professores de três escolas públicas municipais de Sinop-MT próximas a área que afirmaram saber da existência dos córregos e reservas urbanas, porém poucos já visitaram o local e a escola raramente realiza atividades com os alunos sobre a área. Segundo eles, seriam necessárias algumas atividades para aumentar a participação das pessoas na preservação da reserva como: palestras; mais divulgação e campanhas sobre o assunto; sensibilização das pessoas; passeatas; distribuição de mudas para alunos; mais capacitação para a comunidade sobre o assunto; políticas públicas para a realização de atividades na área envolvendo a população. Quando questionados sobre os problemas ambientais que poderiam ser resolvidos ou diminuídos com a participação da população, os professores apontaram: evitar a poluição da água e dos rios; das queimadas; do desmatamento; de caças predatórias; conscientização para uma nova cultura; deposito do lixo em local adequado; orientação para produção de adubo orgânico e a promoção de reflorestamento de áreas degradadas. A direção das escolas entrevistas afirma que a Educação Ambiental está inclusa na proposta pedagógica das escolas, destacando-se atividades como: projeto de coleta seletiva; palestras; atividades em sala; mutirão para limpeza da escola; arborização da escola; higiene e saúde; percepção dos problemas no bairro onde residem enquanto tema transversal nos conteúdos; trabalhos artesanais e culturais; uso racional da água e da energia; leitura sobre assuntos locais.
Diante do exposto, faz-se necessária à sensibilização da população local pela conservação da área com a iniciativa da Gestão Pública, bem como a realização de ações de Educação Ambiental de forma planejada e continuada, atendendo os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Proposta Pedagógica Escolar, percebendo a realidade local e envolvendo a comunidade nas atividades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOFF. Leonardo. Dignitas Terrae. Ecologia: Grito da Terra, Grito dos Excuídos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Ática, 1995. CASTRO. P. S., e LOPES, José Dermeval Saraiva. Recuperação e Conservação de Nascentes. Viçosa: CPT, 2001. D AMBRÓSIO, Ubiratan. Conhecimento, Cidadania e Meio Ambiente.São Paulo: Peirópolis, 1998 Série Temas Transversais: v2. DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: Princípios e Práticas.5ª ed., São Paulo: Global, 1998. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 30ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra.Série Brasil Cidadão, Peirópolis-SP: Fundação Peirópolis, 2000. GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho Aprender a ensinar com sentido. 4ª ed., São Paulo: Cortez, 1997. GUIMARÃES, Mauro. A Dimensão Ambiental na Educação. São Paulo: Papirus, 1995. GUTIÈRREZ, Francisco. Ecopedagogia e Cidadania Planetária. Trad. Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2000. LORENZI. H. Árvores Brasileiras; Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas do Brasil. Vol 1. São Paulo: Nova Odessa, 4ª ed, 2002. MORIN. Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2001. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Parâmetros Curriculares Nacionais. Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília. 2001. REIGOTA, Marcos. O que é educação Ambiental.1ª ed. São Paulo: Brasiliense s.a., 1994. REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e Representação Social. 2ª ed., São Paulo: Cortez, 1997. SATO, Michele. Educação Ambiental.3ª ed., São Carlos-SP: PPG-ERN/ UFSCar, 1995. SINOP. Prefeitura Municipal. Lei Orgânica do Municipal de Sinop LOM. Sinop-MT: 05/04/1990.