EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA ELEMENTOS COMPLEMENTARES NO COTIDIANO ESCOLAR
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- Ana Clara Corte-Real de Sá
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1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA ELEMENTOS COMPLEMENTARES NO COTIDIANO ESCOLAR LUZ, Janes Socorro da 1, MENDONÇA, Gustavo Henrique 2, SEABRA, Aline 3, SOUZA, Bruno Augusto de. 4 Palavras-chave: Educação Ambiental.Interdisciplinar.Cidadania. Microbacias. Introdução A Educação Ambiental (EA) está, cada vez mais, presente no cotidiano das cidades e da população que nelas residem. Inclusive, desde a Revolução Industrial, século XVIII, tem ocorrido um significativo crescimento urbano que impacta o meio ambiente a partir das ações humanas. Assim, surge o questionamento em relação ao que deve ser feito para reduzir a degradação ambiental, desenvolvendo um consumo consciente dos recursos naturais e reduzindo a emissão de agentes que provocam a poluição e implicam na queda da qualidade de vida da população. A Constituição Federal de 1988 inclui um capítulo que trata da questão do meio ambiente no Cap. VI destaca que a educação é um direito social de todos e um dever do Estado e da família, devendo ser promovida com a colaboração de todos para que se desenvolva a cidadania. Segundo o Conselho Nacional de Meio Ambiente (1996), a EA é um processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais e de atividades que levem à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental. Resumo revisado pelo Coordenador da Ação de Extemsão - Desenvolvimento da Educação Ambiental na Rede Escolar Municipal de Anápolis/Goiás: No Caminho das Águas, a Cidade, - Coordenadora: Profa. Dra. Janes Socorro da Luz 1 Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ciências Sócio-Econômicas e Humanas jnsluz@hotmail.com 2 Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ciências Sócio-Econômicas e Humanas - geografia.gustavo@yahoo.com.br 3 Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ciências Sócio-Econômicas e Humanas - alineseabra_2009@hotmail.com 4 Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Ciências Sócio-Econômicas e Humanas - b.a.desouza@hotmail.com
2 No âmbito educacional os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) consideram a importância da temática ambiental e propõem que durante todos os anos do Ensino Fundamental as escolas ofereçam meios para que o aluno compreenda e se interesse por tal temática. Com isso, a discussão sobre EA se torna relevante, inclusive, compõe um dos temas fundamentais a serem desenvolvidos pela Educação Básica, conforme preconizam os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Cidadania e meio ambiente se articulam em sala de aula e seu desenvolvimento pode se dar em diferentes formatos, como é o caso, do projeto sobre a Educação Ambiental na Rede Municipal de Anápolis que orienta o presente trabalho. Trata-se de uma discussão que envolve a questão da valorização da EA, discutida de forma interdisciplinar, ou seja, inserindo as diferentes áreas de conhecimento distribuídas em disciplinas, em especial, a Língua Portuguesa e Artes, Geografia, História e Ciências. Busca, principalmente, a articulação entre a Universidade e a comunidade, princípio básico da extensão universitária, como forma de contribuir para formação docente do graduando, da qualificação continuada dos professores da rede e, também, na produção do conhecimento e no desenvolvimento da cidadania, por meio da participação dos graduandos e alunos da rede municipal em ações que incentivam a valorização do meio ambiente e a formação da consciência crítica. Base teórica na qual o projeto se alicerça parte da compreensão de que EA deve ser vista como um processo de aprendizagem constante que objetiva desenvolver a cidadania e valores que repercutem diretamente na sociedade e na sua capacidade de se relacionar de forma equilibrada com a natureza da qual faz parte. Segundo Colasanti e Pistori (2007, p. 13): O meio ambiente é considerado um bem de uso comum do povo. Portanto, pertence a todos. Este meio ambiente não diz respeito apenas ao meio natural, intocado pelo homem, mas também às vilas, cidades, ao meio ambiente construído pelo homem. A partir da perspectiva proposta pelos autores, percebe-se que para desenvolver a EA é necessário o despertar da consciência do próprio homem sobre a importância desta discussão e de que o meio ambiente é um bem de uso coletivo, não privatizável e excludente. Nessa direção a cidade, como local de concentração
3 humana, transforma-se em um território repleto de possibilidades. Conforme Soares et al (2007, p. 18): [...] uma cidade é um meio ambiente com características específicas (muitas pessoas vivendo aglomeradas em um espaço restrito, com edificações, movimentos de pessoas, mercadorias, normas de convívio), a escola, o parque, a casa, assim como a florestas, os rios, os mares, os desertos, etc.. Mas, para Vernier (1994, p.125) "Nem as leis, nem as taxas obrigarão os respeitar o meio ambiente a esse respeito, espontâneo, não lhes foi inculcado pela educação". Assim, esse autor argumenta sobre a importância que a EA tem no âmbito escolar, pois, no processo de formação do cidadão a escola desempenha um papel fundamental, com isso, a valorização do meio ambiente com a sua preservação é um assunto que se aprende, também, em sala de aula. Aspecto que reafirma o papel da escola e dos educandos no processo de conscientização e formação dos princípios de cidadania. Metodologia Este trabalho se estrutura a partir do projeto denominado O Desenvolvimento da Educação Ambiental na Rede Escolar Municipal de Anápolis/Goiás: No Caminho das Águas, a Cidade, o mesmo, foi concebido em cinco etapas articuladas e não excludentes, envolvendo: na primeira etapa a apresentação da discussão e o envolvimento dos professores da rede municipal, bem como a formação da equipe de trabalho e as discussões preliminares; a segunda etapa engloba o desenvolvimento de atividades planejadas e direcionadas para as diferentes séries do Ensino Fundamental, elaboradas pelos graduandos do Curso de Geografia e participantes do Grupo de Pesquisa sobre Gestão do Território e Desenvolvimento Urbano (GTDU/CNPq), ligado ao Laboratório de Geografia Urbana e Regional do Curso de Geografia da Unidade Universitária; uma terceira etapa prevê a realização de curso de extensão universitária, no âmbito do Programa UEG na Escola, direcionados à comunidade universitária e, principalmente, aos professores da rede municipal como forma de aprofundar o embasamento teórico dos mesmos na questão sobre o meio ambiente e os recursos hídricos; a quarta etapa articula a participação dos alunos da rede por meio da realização de trabalhos de campo, ou seja, serão realizadas visitas em locais estratégicos que comporão um roteiro das águas para a observação dos diferentes usos que os recursos hídricos
4 apresentam na cidade, nessa fase os graduandos em conjunto com os professores da rede funcionarão como monitores nas visitas e fomentadores de discussão; a quinta etapa prevê a realização de um evento coletivo no qual os participantes do projeto apresentaram os resultados das discussões e diferentes atividades propostas, cuja realização se deu ao longo do processo, trata-se de um momento de compartilhar as informações e, também, de avaliação do projeto como um todo. Resultados e discussão Até o presente momento foram desenvolvidas as duas primeiras etapas, ocorreram dois encontros com os professores da rede municipal, a partir dos encontros e discussões internas surgiu a necessidade de organizar o material de apoio para facilitar o acesso e o desenvolvimento do conteúdo junto aos alunos da rede escolar. Nesse sentido, a equipe organizou e produziu um cd com conteúdos destinados aos professores, visando a formação complementar dos mesmos, com sugestões de atividades aplicáveis em sala de aula. A terceira etapa, no entanto, apresenta algumas dificuldades, pois, o Programa UEG na Escola planejou atividades apenas a partir do mês de maio. Com isso, acatamos a sugestão da coordenação pedagógica da Secretaria Municipal de Educação e ofereceremos um curso de extensão para atender aos professores que não foram contemplados. Por fim, no âmbito do 3 o Seminário Nacional de Meio Ambiente (UniEvangélica/UEG) previsto para setembro, realizar-se-ão a apresentação dos resultados finais. Conclusões Ademais, toda cidade possui os seus problemas, como por exemplo, o gerado pelo uso inadequado dos recursos hídricos, advindos da forma como se originou e desenvolveu, especialmente, quando este crescimento ocorreu desordenadamente, sem planejamento ou ações que fossem capazes de buscar um uso mais equilibrado dos recursos disponíveis. Porém, a indagação aqui diz respeito ao uso do meio ambiente e seus recursos de forma adequada para se ter uma cidade com qualidade de vida, ou seja, uma cidade que utilize os seus bens de consumo, garantido a equidade social, portanto, sustentável. Como caracteriza Companz (2001, p. 109) "A cidade sustentável, por sua vez, introduz uma concepção patrimonial do tempo e considera que tem um legado a transmitir, um legado cultural e natural".
5 A convivência no espaço das cidades gera atitudes que podem ser positivas ou negativas, nesse sentido é fundamental a intervenção da escola no processo, por ser um dos locais preferenciais para a formação de hábitos e atitudes que propiciem uma relação mais harmônica com o meio ambiente. Para Cavalcanti (2001) a cidade educa, entretanto, nesse processo é a escola um dos principais instrumentos. Portanto, a iniciativa deste projeto marca uma etapa importante no desenvolvimento da extensão universitária no âmbito local. Pois, a extensão universitária é imprescindível para a democratização do acesso ao conhecimento e para o redimensionamento da função social das Instituições de Ensino Superior (IES). As Universidades públicas, em especial onde estão localizadas, têm o compromisso de contribuir na busca de soluções para os problemas que afetam a sociedade. Por isso, torna-se importante realizar ações que promovam a inserção da mesma na comunidade, também, a integração com os diversos segmentos organizados que atuam na produção do espaço. Referências Bibliográficas BRASIL, Secretaria de Educação Especial. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC, CAVALCANTI, L. Geografia da Cidade. Goiânia: Alternativa, COLESANTI, M. T. M; PISTORI, E.C. Os recursos naturais e a Legislação Ambiental. Uberlândia: Roma, COMPANZ, R. Cidades sustentáveis, cidades globais: antagonismos ou complementaridades? In ACSELRAD, H. A duração das cidades, sustentabilidade e risco nas políticas urbanas. Rio de Janeiro: DP&A, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Vocabulário Básico de Recursos Naturais e Meio Ambiente. 2ª ed. Rio de Janeiro, REIGADA, C.; REIS, M. F. C. T. Educação ambiental para crianças no ambiente Urbano: uma proposta de pesquisa-ação. Ciência & Educação, v. 10, n. 2, p , 2004 SOARES, B.R. et al (org). Homem e Meio Ambiente. Uberlândia: Roma, REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental. São Paulo: Ed. Brasiliense, VERNIER, J. O meio ambiente. 4ª. Ed. Campinas: Papirus, 1994.
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