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Transcrição:

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios Órgão 6ª Turma Cível Processo N. Apelação Cível 20060110281447APC Apelante(s) ALIANÇA COOPERATIVISTA NACIONAL UNIMED- CONFEDERAÇÃO DE COOPERATIVAS MÉDICAS Apelado(s) UNIMED TRÊS PONTAS-COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO Relator Desembargador OTÁVIO AUGUSTO Revisor Desembargador TEÓFILO CAETANO Acórdão Nº 334.713 E M E N T A APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO MONITÓRIA. DOCUMENTO UNILATERAL. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE AS PARTES E DA EFETIVA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO PELO AUTOR. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. - O procedimento monitório, em virtude do seu caráter especial, requer a apresentação de prova escrita e robusta da dívida. Entretanto, ainda que o conjunto probatório apresentado pelo autor tenha sido confeccionado unilateralmente, satisfeitos alguns requisitos como, no caso, a comprovação da existência de relação jurídica entre as partes e a efetiva prestação do serviço pelo autor, a procedência do pedido na monitória é medida que se impõe. - Recurso improvido. Unânime. A C Ó R D Ã O Acordam os Senhores Desembargadores da 6ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, OTÁVIO AUGUSTO - Relator, TEÓFILO CAETANO - Revisor, ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO - Vogal, sob a Presidência do Senhor Desembargador JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA em proferir a seguinte decisão: NEGAR PROVIMENTO. UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasília (DF), 26 de novembro de 2008 Certificado nº: 44356992 04/12/2008-15:05 Desembargador OTÁVIO AUGUSTO Relator

R E L A T Ó R I O Trata-se de Apelação Cível interposta por ALIANÇA COOPERATIVISTA NACIONAL UNIMED CONFEDERAÇÃO DE COOPERATIVAS MÉDICAS contra a r. sentença proferida pela MM.ª Juíza de Direito da Décima Sétima Vara Cível da Circunscrição Especial Judiciária de Brasília/DF que, nos autos da Ação Monitória em epígrafe, rejeitou os embargos opostos, constituindo o título executivo judicial no valor de R$ 1.027,87 (um mil e vinte e sete reais e oitenta e sete centavos), corrigido monetariamente a partir do ajuizamento da ação e juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, fixados a partir da citação. Além disso, condenou a requerida ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios, arbitrados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação. Inconformada, apela a requerida, pugnando pela reforma da r. sentença. Alega, para tanto, que os documentos acostados aos autos pela autora, a fim de instruir o procedimento monitório, foram produzidos unilateralmente por ela, estando desacompanhados de prévia e expressa autorização da apelante. Assim, sustenta a ausência de liquidez e certeza da obrigação exigida. Regularmente preparado o recurso (fl. 261), vieram as contra-razões da apelada às fls. 265/272. É o relatório. V O T O S O Senhor Desembargador OTÁVIO AUGUSTO - Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade da presente apelação, dela se conhece. Cuida-se de Apelação Cível interposta por ALIANÇA COOPERATIVISTA NACIONAL UNIMED CONFEDERAÇÃO DE COOPERATIVAS MÉDICAS contra a r. sentença proferida pela MMª Juíza de Direito da Décima Sétima Vara Cível da Circunscrição Especial Judiciária de Brasília/DF que, nos autos da Ação Monitória em epígrafe, rejeitou os embargos opostos, constituindo o título executivo judicial no valor de R$ 1.027,87 (um mil e vinte e sete reais e oitenta e sete centavos), corrigido monetariamente a partir do ajuizamento da ação e juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, fixados a partir da citação. Assevera a apelante que a r. sentença deve ser reformada, uma vez que constituiu as alegações apresentadas pela autora em título executivo judicial sem, todavia, atentar para o fato de que os documentos acostados não estão aptos GABINETE DO DESEMBARGADOR OTÁVIO AUGUSTO 2

a aparelhar o feito monitório, haja vista que foram produzidos unilateralmente pela autora. Como é cediço, a ação monitória possui um rito especial que tem por escopo a celeridade processual, facultando ao credor que possua prova escrita robusta da existência da dívida, mas que não constitua título executivo, substituir o rito ordinário da ação de cobrança por um procedimento mais célere e mais propício ao adimplemento voluntário da obrigação, pois beneficia o devedor que paga ou entrega o bem no prazo de quinze dias, isentando-o de custas e honorários advocatícios. Nesse diapasão, tem-se que a petição inicial da ação monitória deve vir embasada com prova escrita hábil a comprovar a verossimilhança do direito alegado pelo autor. Quanto a essa questão, parece não haver qualquer controvérsia. Todavia, remanesce a dúvida quanto ao que seria a referida prova necessária. No aspecto, traslada-se trecho do voto do i. Ministro Jorge Scartezzini do e. Superior Tribunal de Justiça, relativamente à citação da lição de José Rogério Cruz e Tucci, no sentido de que a expressão prova escrita encerra o documento demonstrativo de crédito, em princípio, líquido e exigível, mas desprovido de certeza, merecedor de fé, pelo julgador, quanto à autenticidade e eficácia probatória (...). No plano jurídico escreve Lessa, a prova é o meio legal concedido aos litigantes para que possam demonstrar a verdadeira existência dos fatos trazidos a juízo como fundamento das opostas pretensões. E, acrescenta: o sistema brasileiro adotou o denominado procedimento monitório documental, que exige seja aparelhada a petição inicial com prova incontestável do crédito, assim concebida, pela literatura italiana, a prova objetiva de pronta soluzione, que não reclama, por via de conseqüência, lunga indagine, vale dizer, instrução minudente acerca do fato que se pretende provar: non è necessaria la fissazione di uma undienza istruttoria ulteriore. Trata-se, pois, nos quadrantes da tipologia da prova, de um meio de convicção direto, inserido na categoria de documento ad probationem em senso estrito. (Ação monitória: Lei 9.079/95, São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 82/83). 1 (g.o). Assim, cumpre ao autor apresentar a prova documental do seu crédito, demonstrando cabalmente o fato constitutivo do seu direito (art. 333, I, do CPC), ou seja, comprovar que a cobrança é devida, sendo certo que o seu nãoatendimento coloca a parte em desvantajosa posição para a obtenção do ganho de causa. A necessidade de provar constitui um dos postulados básicos do direito processual, não só pela imperiosidade de se buscar a verdade, mas também por ser indispensável para a garantia e segurança das relações jurídicas a demonstração dos fatos alegados pelas partes. No caso dos autos, assevera a autora que os documentos juntados aos autos comprovam o direito alegado e cumprem a função de aparelhar a ação monitória. De fato, consoante assinalado na r. sentença e, da análise das fls. 166/235, depreende-se que, embora sejam documentos confeccionados 1 REsp 874280/SP. Rel. Min. JORGE SCARTEZZINI. Quarta Turma. DJU. 11.12.2006. p. 392. GABINETE DO DESEMBARGADOR OTÁVIO AUGUSTO 3

unilateralmente, demonstram a existência da relação jurídica entre as partes e a efetiva prestação do serviço. A propósito, transcreve-se trecho da r. sentença, que bem analisou as provas acostadas aos autos: Para fundamentar o seu pleito sustenta a autora que prestou serviços à ré, por intermédio do sistema de cooperativismo ao qual estão integradas. Por sua vez a ré expõe que com os documentos da autora não se pode constatar a prestação de serviços. Refuta, assim, integralmente o alegado crédito da requerente. A ré se limitou a dizer que a autora não comprovou a prestação do serviço, mas os documentos anexados aos autos atingem esta finalidade. O Manual de Intercâmbio (fls. 166/189) comprova a existência de relação jurídica entre as partes e o item 5 deste documento estabelece que a estrutura do código de atendimento do usuário será formado por 1 dígitos, assim representado: X_UUU_BBBBBBBBBBBB_D, sendo que o X designa o tipo de empresa, o U o código da Unimed, o B o código individual do usuário e o D o dígito verificador. O documento de fl. 235 comprova que o código da ré é 500 e este documento e este fato não foi impugnado por ela. Os documentos de fls. 209/10, 212/14, 216/17, 219, 221/24, 226/27, 229 e 231/34 demonstram a prestação de serviço, a assinatura do usuário e o código de ré. A simples alegação de que os documentos foram produzidos unilateralmente pela autora não é suficiente para ilidir a sua legitimidade, haja vista que foram firmados pelo usuário. O contrato estabelecido entre as partes (fls. 166/189) não exige a autorização expressa da ré para a prestação do serviço. (fl. 246) (grifei). Assim, verifica-se, efetivamente, que os documentos acostados aos autos pela autora são aptos a emparelhar a ação monitória, tendo em vista que preenchem os requisitos essenciais do rito especial, pois comprovam a verossimilhança da pretensão vindicada, evidenciando a existência de relação jurídica entre as partes e a efetiva prestação do serviço, com alusão ao usuário e ao código da ré. Diante dos fundamentos expostos, considerando que a parte autora logrou êxito em comprovar o fato constitutivo do seu direito, conclui-se, portanto, pela escorreita procedência do pedido monitório. Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO ao recurso interposto, mantendo-se intacta a r. sentença guerreada. O Senhor Desembargador TEÓFILO CAETANO - Revisor GABINETE DO DESEMBARGADOR OTÁVIO AUGUSTO 4

COM O RELATOR. IMPROVIMENTO. A Senhora Desembargadora ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO - Vogal De Acordo D E C I S Ã O NEGAR PROVIMENTO. UNÂNIME. GABINETE DO DESEMBARGADOR OTÁVIO AUGUSTO 5