Proposta de Reforma Comercial do Setor Elétrico. Reunião ABRAGE 21/03/2018

Documentos relacionados
CONSULTA PUBLICA (CP) 33 NOTA TÉCNICA Nº 5/2017/AEREG/SE

Consolidação da Consulta Pública #33

CONTRIBUIÇÕES ENVIADAS POR E- MAIL E/OU OUTROS FORMATOS

Contribuição à Consulta Pública MME nº 33/2017: Caderno Jurídico Propostas para Alterações do Marco Legal do Setor Elétrico Brasileiro

MP 688/2015 e AP 032/2015

MP735 Lei /2016. Reunião Plenária da ABRAGE

DE APRIMORAMENTO DO MARCO LEGAL DO SETOR ELÉTRICO.

Repactuação do Risco Hidrológico MP nº 688/2015

VI Conferência de PCHs Mercado & Meio-Ambiente Comercialização de Energia Elétrica Proveniente de PCHs no Brasil

Aprimoramentos regulatórios do setor elétrico

Energy Risk Management 2017 A Reforma do Setor Elétrico pela Ótica do Consumidor

FIESP - Workshop de Energia

2 Novo Modelo do Setor Elétrico Brasileiro

O MERCADO LIVRE DE ENERGIA ELÉTRICA

8 de agosto de Ricardo Lima Conselheiro de Administração - CCEE. Estrutura tarifária "ponta/fora da ponta Perspectiva dos atores

3. O Setor Elétrico Brasileiro (SEB)

A Inserção da Energia Eólica no Brasil Mesa Redonda: Energia Eólica

Novas do Mercado de Energia

Richard Lee Hochstetler Instituto Acende Brasil. Mercado de Energia: O Futuro dos Ambientes de Contratação Livre e Regulado Guia de Discussão

OS DESAFIOS DO SETOR ELÉTRICO. Brasília 29/07/2016 DELSON JOSÉ AMADOR

Energia em Foco Estratégias e Dasafios para o Futuro

COINVALORES: Cenário e Perspectivas para o Setor de Energia Renováveis com Ênfase no Segmento Eólico Gestão e Trading no Mercado de Energia Renovável

O COMERCIALIZADOR E A GERAÇÃO DISTRIBUÍDA NO NOVO PANORAMA DO SETOR ELÉTRICO. Walfrido Avila - 06/2002

GERAÇÃO DISTRIBUIDA MODELO E LEGISLAÇÃO DO SETOR ELÉTRICO RESOLUÇÃO NORMATIVA ANEEL Nº 482/2012. Secretaria de Energia Elétrica SEE

2 O setor elétrico brasileiro

Consequências Comerciais Decorrentes da Insegurança Jurídica Relativa à Utilização dos Recursos Hídricos FIESP 07/03/2018

Os Desafios da Comercialização de Energia nos Mercados Regulado e Livre no Sistema Brasileiro

Abordagem regulatória: Panorama regulatório e legislativo para o setor de geração hidrelétrica

Solange David. Vice-presidente do conselho de administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)

Os Desafios e Oportunidades dos Leilões de Energia

1. SUMÁRIO EXECUTIVO. O Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) encerrou janeiro/2015 com um fator de ajuste de 80,6%.

Perspectivas do Setor de Energia Elétrica

Geração Distribuída de Energia Elétrica e Geração Solar

Legislação LEGISLAÇÃO APLICÁVEL A INVESTIMENTOS EM PCH S. Leis:

Termo Aditivo ao Contrato de Concessão de Geração MP 579/2012

Prioridades da política energética nacional e criação de ambiente favorável ao investimento privado Vitória, 21 de agosto de 2017

XX Simpósio Jurídico da ABCE. Os 10 anos da Lei /2004, reflexões e perspectivas.

Oportunidades na perspectiva da Expansão de ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL PDE2026

Regulação do Setor Elétrico Brasileiro

O mercado livre de energia elétrica e os aprendizados para o setor de gás

Visão Geral das Operações na CCEE. Junho/2015

Expansão do Mercado Livre 23/08/2016 Workshop de Energia da FIESP Mercado Livre de Energia

Antônio Carlos Fraga Machado Conselheiro de Administração - CCEE

VENDA DE EXCEDENTES COMISSÃO METROFERROVIÁRIA - GRUPO DE TRABALHO DE ENERGIA. Marcia Baptista da Silva. São Paulo, 14 de setembro de 2010

11 de abril de Paulo Born Conselho de Administração

MERCADO LIVRE DE ENERGIA ELÉTRICA MERCADO LIVRE DE ENERGIA ELÉTRICA 1

Resposta da Demanda. Workshop Infraestrutura Energia - Setor Elétrico e Mecanismos de Resposta pela Demanda

Mercado de Livre Contratação de Energia de PCHs Novas Regras de Comercialização e Liquidação V Conferência de PCHs Mercado e Meio Ambiente

CONTEXTO REGULATÓRIO PARA O SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO

Visão Geral do Modelo de Comercialização de Energia no Brasil ABINEE TEC 2007

POSSIBILIDADES DE REDUÇÃO DO CUSTO DE ENERGIA: MICRO/MINIGERAÇÃO E MERCADO LIVRE DANIEL HOSSNI RIBEIRO DO VALLE SÃO PAULO, 30 DE JUNHO DE 2016

Desafios Técnicos e Socioeconômicos da Oferta de Energia

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2016

Perspectivas do Setor Elétrico 2017 a 2021 A ótica do mercado

XIII Fórum Nacional de Energia e Meio Ambiente no Brasil. A atuação da CCEE como operadora do mercado brasileiro. 15 de agosto de 2012

Repactuação do risco hidrológico GSF

Plano da Apresentação

Evolução dos Contratos de Energia nas últimas décadas e os Recursos Naturais

XXXII ENCONSEL Visão do Órgão Regulador sobre a Concessão

Regulação do Setor Elétrico Brasileiro Contexto e Desafios Atuais

Maurício Antônio Pellegrino Adamowski

NOVOS CONTORNOS JURÍDICOS DA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA: LEILÕES, ENERGIA RENOVÁVEL E CONSUMIDOR LIVRE. Fábio Sales Dias

WORKSHOP MERCADO LIVRE DE ENERGIA. São Paulo, 23 de agosto de 2017.

O SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA: ASPECTOS FÍSICOS E REGULAMENTAÇÃO pág. 1 PROGRAMA DETALHADO DOS MÓDULOS

Legislação LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À COMPRA DE ENERGIA DE PCH S. Leis: Decretos:

Senado Federal Subsecretaria de Informações. Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial. LEI Nº , DE 11 DE JANEIRO DE 2013

PARCERIA SEGURA E COM EXPERIÊNCIA

Desenvolvimento de projetos de geração na indústria

Mercado cativo: vantagens e atratividade para venda de energia em leilões regulados Luiz Carlos Guimarães

Módulo 7 Energia de Reserva. Submódulo 7.1 Apurações da energia de reserva

23º Leilão de Energia Nova

Eng. JOSIAS MATOS DE ARAÚJO Diretor-Presidente da Eletrobras Eletronorte 11 de novembro de 2013

Regras de Comercialização de Energia

A CP 033 e a Expansão do Mercado Livre. Workshop de Energia da FIESP Mercado Livre de Energia

O SETOR DE ENERGIA ELÉTRICA: ASPECTOS FÍSICOS E REGULAMENTAÇÃO pág PROGRAMA DETALHADO DOS MÓDULOS

IV Simpósio Jurídico das Empresas do Setor Elétrico Aspectos jurídicos da contratação no âmbito da CCEE

SISTEMAS DE ENERGIA (SIE)

CUSTOS E TARIFAS DE TRANSMISSÃO

Versão: 3 Início de Vigência: Instrumento de Aprovação: Despacho ANEEL nº3.720, de 26 de dezembro de 2007.

Encontro Nacional sobre o Futuro das PCHs. Cenário e tarifas do mercado livre e regulado

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

MERCADO LIVRE DE ENERGIA

CCEE Situação Atual e Evoluções. Workshop Andrade&Canellas de agosto de Paulo Born Conselheiro de Administração - CCEE

Nº 54 Fevereiro/

AULA 2 SISTEMA ELÉTRICO BRASILEIRO RAFAEL DE OLIVEIRA RIBEIRO 1

Comercialização de Energia ACL e ACR

1 SUA FATURA DE ENERGIA

Contratação de energia mercado livre (ACL)

Considerações quanto à proposta de aprimoramento do setor elétrico

RELATÓRIO SEMANAL. Semana I 03 a 07 de julho de 2017 ABRACEEL. Semana I 03 a 07 de julho de 2017.

21º Leilão de Energia Nova

XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica SENDI a 26 de outubro Rio de Janeiro - RJ - Brasil

A Visão do Empreendedor sobre Competitividade e Expansão da Oferta de PCH

Simpósio Brasileiro sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétrica. Comercialização 1/20. DCM Diretoria Comercial

O Mercado Livre: situação atual, aperfeiçoamentos esperados e a proposta de comercialização de excedentes

ABINEE TEC Tecnologia e Financiamento do Setor Elétrico. Painel - Financiamento e Perspectivas do Setor Elétrico. Luiz Fernando Leone Vianna

Negociações com energia: o modelo mercantil do setor elétrico

OPPORTRANS CONCESSÃO METROVIÁRIA S.A. Joubert Fortes Flores Filho Setembro / 2004

Transcrição:

Proposta de Reforma Comercial do Setor Elétrico Reunião ABRAGE 21/03/2018

Ampliação do Mercado Livre Limites mínimos progressivos para elegibilidade ao ACL (qualquer tensão): 2020: 2 MW; 2021: 1 MW; 2022: 500 kw atingida a atual barreira dos consumidores especiais; 2024: 300 kw; 2024: 400 kw; 2028: 75 kw. A partir de 2026, sem limite para consumidores atendidos em tensão >=2,3 kv. A partir de 2021 (2018), consumidores com carga inferior a 1 MW necessariamente deverão ser representados por comercializadores na CCEE (agentes varejistas). Até 31.12.2022, plano para extinção de limites em qualquer tensão. Possibilidade de retirada da obrigatoriedade de contratação de 100% do consumo a partir de janeiro de 2021.

Separação de Lastro e Energia Poder Concedente poderá realizar, diretamente ou indiretamente, licitação para contratação de lastro de geração necessário ao atendimento da expansão do consumo de energia elétrica. Até 30 de junho de 2020: I - cronograma para a implantação dos leilões de lastro, não podendo o início ser posterior à data de redução a 1000 kw do requisito mínimo de carga. II - as diretrizes, regras e padrões e a alocação de custos referentes à contratação de lastro; e III - a regra explícita para definição dos montantes de lastro a serem contratados para o sistema. A contratação de novos empreendimentos poderá ser realizada: I - com segmentação de produto por fonte primária de geração de energia; e II - com a valoração, como parte do critério de seleção de empreendimentos a contratar, de atributos destinados ao atendimento de necessidades sistêmicas, admitindo-se empreendimentos híbridos, inclusive com armazenamento associado. Os empreendimentos cujo lastro seja contratado continuarão sendo proprietários de sua energia e capacidade de prover serviços ancilares, podendo negociar esta energia e estes serviços ancilares por sua conta e risco, desde que atendidas as obrigações referentes à venda de lastro. Fim dos leilões de reserva após a regulamentação e implementação dos leilões de lastro. Leilões de Energia. Após implementação de leilões de lastro, poderão ser promovidos leilões para contratação de energia sem diferenciação de energia nova ou existente e com prazos livremente estabelecidos.

Fim do Regime de Cotas para UHEs Licitadas ou Prorrogadas Em caso de privatização de empresa detentora de concessão ou autorização de geração, o Poder Concedente alterará o regime de exploração para produção independente. Privatização possível inclusive das usinas prorrogadas ou licitadas nos termos da Lei 12.783/2013. A privatização da geração considerará: pagamento à CDE de valor correspondente a um terço do valor estimado da concessão. pagamento de bonificação de outorga anual correspondente a no máximo dois terços do valor estimado da concessão. As licitações (mesmo sem privatização) também terão estas mesmas condições.

Fontes Incentivadas Troca da forma de subsídio às fontes incentivadas (eólicas, PCHs, solares, biomassa): Para outorgas até 31.12.2020, mantém-se o desconto na TUST / TUSD. Até 31.03.2020, apresentação de plano para valorização dos benefícios ambientais para aplicação a partir de 01.01.2021. Os descontos poderão estar condicionados a exigência de contrapartidas condizentes com a finalidade do subsídio e a critérios de acesso que considerem aspectos ambientais e condições sociais e econômicas do público alvo

Operação e Formação de Preço Abertura legal para formação de preço por ofertas e despacho por preço. Estudos até 30 de junho de 2020. No mínimo 1 ano de testes. Não será aplicado antes de 01.01.2022. Até 01.01.2020, PLDs calculados em base horária; Até 31.12.2020, liquidação em intervalo semanal ou inferior. Serviços ancilares remunerados por tarifas ou ofertas de preços. Modelos computacionais de otimização e formação de preços poderão ser objeto de licitação.

Intercâmbio de Contratos Entre ACR e ACL Distribuidores continuam com obrigação de contratar 100% da carga Leilões de excedentes: distribuidoras poderão vender, em mecanismo centralizado estabelecido pela ANEEL, o excesso de energia contratada. Venda para consumidores livres, comercializadores, geradores e autoprodutores. Resultado dos leilões (positivo ou negativo) será alocado a todos os consumidores do SIN. Leilões de excedentes servirão para atenuar a sobra dos contratos legados, com a ampliação do mercado livre. Geradores ganham um concorrente de peso no mercado. Continuidade de Mecanismos de Descontratação Competitivos. Avaliação pela EPE de volumes a descontratar. MME definirá critério de elegibilidade para participação de empreendimentos. ANEEL deverá aceitar extinção da outorga de empreendimentos totalmente descontratados.

Desjudicialização do Risco Hidrológico Vedada a repactuação do risco hidrológico a partir de 1º de janeiro de 2019 Compensação aos titulares das usinas hidrelétricas participantes do MRE dos efeitos causados pelos empreendimentos hidrelétricos estruturantes decorrentes: I - de restrições ao escoamento da energia em função de atraso na entrada em operação ou de entrada em operação em condição técnica insatisfatória das instalações de transmissão de energia elétrica destinadas a este escoamento; e II - da diferença entre a garantia física outorgada na fase de motorização e os valores da agregação efetiva de cada unidade geradora motorizada ao Sistema Interligado Nacional - SIN, conforme critérios técnicos aplicados pelo Poder Concedente às demais usinas hidrelétricas; da GFOM. Aplicação retroativa a 2013, sobre parcela da energia cujo agente titular tenha: desistido ou não seja autor de ação judicial sobre o GSF; renunciado a qualquer alegação de direito sobre o GSF; não tenha repactuado o risco hidrológico. Ressarcimento do valor apurado sob a forma de extensão das concessões limitado a 7 anos.

Desjudicialização da RBSE RGR poderá ser utilizada para pagamento da RBSE, condicionada à inexistência de ação judicial. O termo aditivo ao contrato de concessão de transmissão preverá a incorporação à tarifa dos valores da RBSE registrados pela concessionária e reconhecidos pela ANEEL. Parcela atrasada (2013-2017) atualizada e remunerada, até sua incorporação à tarifa, pelo WACC definido pela ANEEL (6,64% ou 6,27% a.a.). Hoje a referida parcela deveria ser remunerada pelo custo de capital próprio (Ke), de 10,44% a.a. Tema encontra-se judicializado e transmissoras não recebem qualquer remuneração correspondente ao período entre 2013 e 2017. Parcela atrasada (2013-2017) incorporada à tarifa pelo prazo remanescente da outorga. Hoje o recebimento da RBSE, incluindo a parcela atrasada, é pelo prazo de 8 anos.

Autoprodução Também é considerado a autoprodutor o consumidor que: I - participe, direta ou indiretamente, do capital social da sociedade empresarial titular da outorga, observada a proporção da participação societária, direta ou indireta com direito a voto; ou II - esteja sob controle societário comum, direto ou indireto, ou sejam controladoras, controladas ou coligadas, direta ou indiretamente, às empresas do inciso I, observada a participação societária, direta ou indireta, com direito a voto. A destinação da energia autoproduzida independe da localização geográfica da geração e do consumo, ficando o autoprodutor responsável por diferenças de preços entre o local de produção e o local de consumo.

Outros Temas Prorrogação de Autorizações de PCHs - Pagamento de quota anual, em duodécimos, à CDE (sem bônus de outorga). Valor estabelecido pelo MME Tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão definidas utilizando sinal locacional. Até dezembro/23 tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão para consumidores com geração própria não poderão ser definidas em unidade de energia objetivo de redução dos incentivos a investimentos em mini e micro geração distribuída além do ótimo sistêmico e redução de subsídios cruzados. Extinção de restrições para compra e arrendamento de terrenos rurais para estrangeiros que pretendam investir em projetos de energia elétrica no Brasil.