ESTADO NUTRICIONAL E FORÇA DE PREENSÃO MANUAL DE IDOSAS PARTICIPANTE DO PROJETO DE EXTENSÃO LONGEVIDADE SAUDÁVEL: EXERCÍCIO FÍSICO* THIAGO, Greici dos Santos 1 ; GRANJEIRO, Jéssica Belizário da Silva 2 ; ARAÚJO, Aline de Paiva 3 ; TIRLONI, Ariana 4 ; SANTOS, Kamila Meireles 5 ; NEVES, Thiago 6 ; LOPES, Marcela Bomfim Martin 7 ; MARTINS, Neusa Maria Carraro 8. Palavras-chave: envelhecimento, força manual, estado nutricional. Introdução Com o processo de envelhecimento ocorrem alterações irreversíveis e crescentes no organismo de origem patológica ou fisiológico. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), idoso é a pessoa com 60 anos ou mais. São evidenciadas frequentemente nesses indivíduos alterações no estado nutricional por ser caracterizado pela perda ou ganho de peso e alterações músculo esquelética sendo perda de força e massa muscular, que somado prejudicam as atividades da vida diária Mcardle e Katch (1999). Com isso, a força muscular, em graus variados, é necessária para a realização das atividades funcionais, que nessa fase da vida fica mais difícil de realizar em virtude da perda das valências físicas entre elas a força. Na terceira idade o marcador que possui credibilidade para verificar funcionalidade e força muscular de membros superiores é através da força de preensão manual (FPM), por ser de fácil aplicação, não é um equipamento pesado e de custo elevado, permitindo com seus resultados fazer associação com estado nutricional. Pela diminuição das atividades *Resumo revisado por: Neusa Maria Carraro Martins. Longevidade Saudável: Exercício Físico. 99652.458.22195.15032012. ¹Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso greysythiago@gmail.cm ²Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso belizario73@gmail.com 3 Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso alininha_araujo@hotmail.com 4 Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso arianatirlone@hotmail.com 5 Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso kami_meireles@hotmail.com 6 Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso thilavert@hotmail.com 7 Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso mbmlopes@terra.com.br 8 Faculdade de Educação Física - Universidade Federal de Mato Grosso ncarraro@cpd ufmt.com SIGProj:
diárias e perda da força dos membros superiores, o idoso fica limitado na preparação de seu próprio alimento, optando por alimentos industrializados e de fácil preparo, ricos em gorduras e açúcares e pobres em micronutrientes, causando tanto a desnutrição, quanto o excesso de peso Florentino (2004). Segundo Pfrimer e Ferriolli (2008), além das peculiares da senescência, o hábito alimentar do idoso está ligado com a cultura, valores, condição financeira e o meio que está inserido. Desta forma, em razão de o estado nutricional estar intimamente ligado com a força, e, não apresentar muito estudos associando a correlação do estado nutricional e força preensão manual, o presente estudo tem por objetivo correlacionar o estado nutricional com força preensão manual em idosas praticantes do projeto Longevidade Saudável: Exercício Físico. Metodologia A amostra foi constituída de dados preexistente do projeto Longevidade Saudável que oferece duas aulas de hidroginástica e uma de musculação totalizando três dias por semana. Assim, foram avaliadas idosas da comunidade participantes do projeto, respeitando os criterios de inclusão como: possuir idade de 60 anos ou mais, ter assiduidade nas atividades do projeto, não possuir limitações físicas (doenças inflamatórias agudas ou crônicas graves (artrites, artroses, lesões músculo-articulares), deficiência mental, amputações e limitações ortopédicas importantes). Para a avaliação do estado nutricional foi utilizada a Mini Avaliação Nutricional (MAN), segundo Guigoz et al. (1999), é uma ferramenta de avaliação nutricional que pode identificar pacientes com idade igual ou maior a 60 anos, que estão desnutridos ou com risco de desnutrição. A soma dos escores classifica o estado nutricional, sendo, adequado > 23,5; risco de desnutrição 17 e 23,5 e desnutrição <17 pontos. Para medição da força de preensão manual direita e esquerda foi utilizado o dinamometro Jamar (kgf), sendo medida de forma isométrica (esforço máximo mantido durante 6 segundos). Cada idosa foi posicionada sentada em uma cadeira com encosto, sem apoio para os braços, ombro aduzido e neutramente rodado, cotovelo flexionado a 90, antebraço em posição neutra, e punho entre 0 e 30 de extensão e 0 a 15 de desvio
ulnar, utilizando a segunda posição da alça de preensão do dinamômetro Jamar, os escores foram calculados pela média de três tentativas de cada mão, com intervalo de repouso de 60 segundos entre as mesmas Guigoz et al. (1999. Para assegurar consistência durante o teste, as idosas foram encorajadas verbalmente com direcionamentos padronizados para fazerem esforço máximo ao apertar a alavanca. Para caracterização da amostra foi empregado o teste de Kolmogorov e Smirnov para verificar se as amostras tinham distribuição normal e em seguida escolher o método estatístico mais adequado. Como a amostra apresentou distribuição normal, foi escolhida a correlação linear de Pearson para dados pareados. Todos os testes foram realizados em nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%, sendo também apresentadas sob os valores da média e desvio padrão. Resultados e discussão As voluntárias apresentaram média de 62±7,2 anos; MAN 26±2,5 equivalendo ao estado nutricional adequado; preensão manual esquerda e direita 24±6 kgf para ambas, que correspondeu à classificação normal quando comparado aos pontos de corte dos estudos de Everett, Sills (1952), Gill, Reddon, Renney, Stefanyk (1985) e Mathiowetz, Federman, Wiemer (1986). Na associação das variáveis, apenas o MAN e a preensão manual esquerda e direita apresentou significância, porém fraca (0,26 e 0,15), respectivamente. Desse modo, o instrumento MAN mostrou-se importante, pois avalia a identificação de pacientes em risco de desnutrição, facilitando uma intervenção precoce para que não evoluam para um quadro de desnutrição Guigoz et al. (1999), quadro que não foi constatado neste estudo. Estudo feito por Rolland et al., 2004 também comparou a força muscular geral, incluindo o teste de preensão isométrica palmar em mulheres idosas magras, de peso normal e obeso, porém observou que para os dois primeiros grupos a força de preensão manual era bem correlacionada às massas musculares (pernas, braços e massa muscular apendicular), mas não para as mulheres obesas. No presente estudo, não houve separação de grupos por peso como o citado
acima, porém houve uma fraca associação significativa, sendo necessária maior investigação. Diante dos resultados encontrados nesta pesquisa e da grande relevância clínica do tema, é importante que futuros estudos sejam conduzidos com maior número de voluntárias, utilizando diferentes métodos de avaliação nutricional e outras maneiras de avaliar a capacidade funcional nessa população.. Conclusões Conclui-se que os resultados do presente estudo indicam que o estado nutricional está associado à força muscular de preensão manual no idoso. Nesse sentido, é importante que seja incluída a avaliação da força muscular de preensão manual nas avaliações nutricionais, por ser um indicador funcional que complementa a avaliação do estado nutricional de idosos. Referências Bibliográficas DANTAS EHM. A prática da preparação física. 5ºed. Shape, RJ, 2003. ESTATUTO DO IDOSO. Organizado por Paulo Paim. Brasília, Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2003;17. EVERETT, P., SILLS, F. The Relationship of Grip Strength to Stature, Somatotype Components, and Anthropometric Measurements of the Hand. The Research Quarterly 23: 161-166, 1952. GILL, D., REDDON, J., RENNEY, C., STEFANYK, W. Hand Dynamometer: Effects of Trials and Session. Perceptual and Motor Skills 61:195-198, 1985. MATHIOWETZ, V., FEDERMAN, S., WIEMER, D. Grip and Pinch Strength: Norms for 6 to 19 Year Olds. The American Journal of Occupational Thearpy 40: 705-711,1986. PFRIMER, K; FERRIOLI, E. Fatores que interferem no Estado Nutricional do Idoso. In: Vítolo, MR. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, 2008, pág. 459-460.
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