MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NO DIAGNÓSTICO DO IDOSO HOSPITALIZADO
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1 MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NO DIAGNÓSTICO DO IDOSO HOSPITALIZADO Ligia Batiston (Acadêmica Nutrição/UNICENTRO), Ivete Aparecida Rodrigues Ferreira (Orientadora), Universidade Estadual do Centro-Oeste/Setor de Ciências da Saúde - Departamento de Nutrição Guarapuava PR. Palavras-chave: Mini Avaliação Nutricional MAN, idosos, hospital, estado nutricional. Resumo: O idoso hospitalizado demanda cuidados de saúde específicos, incluindo a assistência nutricional. O objetivo do estudo foi avaliar o estado nutricional por meio da Mini Avaliação Nutricional (MAN ) de 263 idosos internados na clínica geriatria de um hospital particular e sua relação com doença, dieta e atendimento multidisciplinar. Pela MAN 42,2% estavam desnutridos ou em risco de desnutrição 33,1% eutróficos e 24,7% obesos. Introdução A população senescente é crescente a nível mundial o que repercute na saúde pública por ser acompanhada de doenças decorrentes da idade como as doenças crônico-degenerativas (1). Nesta idade, ocorrem modificações próprias do processo de envelhecimento que afetam a composição corporal e as doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes mellitus, hipertensão, dislipidemias, osteoporose e doenças cardíacas, são comuns e alteram os hábitos alimentares elevando a tendência de desnutrição (2, 3). Na hospitalização o idoso tem o fator doença que contribui para agravar o estado nutricional e debilitar ainda mais o organismo que repercute nas condições de saúde e nutrição (1). Assim, a avaliação nutricional no hospital é fundamental na identificação do paciente em risco nutricional para adotar a terapia nutricional adequada, juntamente com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar e orientações nutricionais ao paciente idoso. Essas medidas possibilitam reduzir complicações, tempo de internação, taxas de morbimortalidade e consequentemente minimizar o tempo de internação e os custos (4).
2 O método utilizado para avaliação do estado nutricional do idoso foi a Mini Avaliação Nutricional MAN, que é um método de diagnóstico simples, rápido e de baixo custo, utilizado a beira do leito (5). O objetivo do estudo foi conhecer as alterações do envelhecimento, que resultam em desnutrição e da avaliação do estado nutricional do idoso hospitalizado com enfoque na MAN, assim verificar a necessidade de suplementação e de realizar orientação nutricional. Materiais e Métodos Foram avaliados 263 pacientes internados na clínica geriatria de um hospital particular, no período de Fevereiro a Julho de Para avaliação nutricional utilizaram-se a avaliação nutricional do idoso, Mini Avaliação Nutricional (MAN ) e aferição de medidas antropométricas como peso e altura do joelho para estimativa da altura. Outros dados foram coletados do prontuário como: tipo de dieta, idade do paciente, diagnóstico e patologia de base (comorbidades) estes quando necessário perguntou-se ao paciente. Para a análise dos dados utilizou-se o programa Epi-Info versão Avaliação nutricional pela MAN A Mini Avaliação Nutricional (MAN ) foi utilizada para classificação do estado nutricional do idoso hospitalizado, logo que foi desenvolvida especificamente para esta população. O questionário da MAN compreende 18 perguntas agrupadas em 4 seções: avaliação antropométrica (peso, altura, e perda de peso); avaliação geral (estilo de vida, uso de medicamentos, mobilidade); avaliação dietética (número de refeições, ingestão de alimentos, autonomia para comer sozinho), e a auto avaliação (percepção da saúde e do estado nutricional). Onde as primeiras seis perguntas (alteração na ingestão alimentar, perda de peso, mobilidade, estresse psicológico, problemas neurológicos, IMC) compreendiam a triagem nutricional. A soma dos escores da MAN permite identificar os pacientes idosos que têm estado nutricional adequado; ou que correm risco de desnutrição ou apresentam desnutrição (6,7,8). Peso e altura O peso foi mensurado em balança previamente calibrada. Os idosos usavam apenas roupas leves e foram pesados em posição ereta com pernas e calcanhares juntos e braços ao longo do corpo. A obtenção da altura ocorreu através da estimativa de altura por meio do comprimento da perna utilizando a equação de Chumlea, Para a realização da altura do joelho (Aj), o paciente frexionava a perna em um ângulo de 90ºC onde era medida do calcanhar até a cabeça da fíbula (2,3).
3 Resultados e Discussão A população do estudo compreendeu 262 pacientes, composta por 60,1% do sexo feminino e 39,9% do masculino, onde a maioria 41,1% possuindo 70 a 79 anos, 36,1% entre 60 a 69 e 2,8% de 80 a 102 anos. Destes, segundo avaliação através da MAN 42,2% estavam desnutridos ou em risco de desnutrição 33,1% eutróficos e 24,7% obesos. Os pacientes suplementados 57%, foram os desnutridos ou em risco nutricional e alguns eutróficos que se verificou necessidade. Em relação à modificação da consistência da dieta 29,4% prevaleceu a branda, 23,5% pastosa, 19,1% respectivamente a leve e a líquida e 8,8% enteral. Entre os avaliados, 64,5% referiram diminuição na ingestão alimentar. Quanto a problemas psicológicos 80,6% não possuíam grau de demência ou depressão, já 19,4% possuíram. Utilizavam mais de três medicamentos diferentes por dia observou-se em 53,1% dos entrevistados. A grande maioria (80,5%) não referiu dificuldades para se alimentar sozinho. Analisando a história alimentar mais da metade (69,6%) realizava pelo menos três refeições por dia. Encontrou-se deficiência na ingestão de proteína em 30,5% dos avaliados. No entanto, um consumo elevado de frutas em 76,4% (2 porções ou mais de frutas dia), leite e derivados 74,4% consumiam pelo menos uma porção ao dia e 54,7% durante a semana alimentava-se de legumes ou ovos. No que diz respeito à ingestão de líquidos, cerca de 44,3% dos idosos ingeria de três a cinco, 29,6% menos de três copos de líquido por dia e apenas 26,1% consumia mais de 5 copos. O diagnóstico prevalente (44,5%) foi de doenças respiratórias, 8,4% AVC (Acidente Vascular Cerebral), 7,2% trauma/cirurgia e 6,8% respectivamente doenças do trato gastrointestinal e outras (Figura 1). Figura 1 Distribuição dos Pacientes hospitalizados com relação ao diagnóstico/patologia. Por outro lado, as comorbidades prevalentes representam diabetes (33,1%) e hipertensão (26,2%) e a associação de ambas em um mesmo paciente 22,3%.
4 Conclusões Todos os pacientes avaliados receberam orientações nutricionais de acordo com a patologia e material educativo. Identificados os de risco nutricionais ou desnutridos ofertou-se suplementação e acompanhamento pela equipe multidisciplinar (médico, enfermeiro, nutricionista, fisioterapeuta, assistente social). Assim, constatou-se melhora no: perfil nutricional dos pacientes que receberam suplementação nutricional, nos níveis de glicose de diabéticos; nos níveis pressóricos de hipertensos; nos pacientes de constipação intestinal, diarréias, gastrites, e de vesícula; aceitação da alimentação de pacientes disfágicos e com seqüelas de AVC e no perfil psicológico dos pacientes devido ao trabalho da equipe multidisciplinar da ala geriátrica. Verificou-se alta prevalência de pacientes com doenças respiratórias, diabetes e hipertensão arterial e até mesmo associação dessas ultimas. A avaliação nutricional rotineira, os cuidados em equipe multidisciplinar e as orientações nutricionais e de prevenção proporcionam melhorar na evolução clínica do paciente, reduzindo o tempo de internação e os custos. Agradecimentos À nutricionista responsável pelo Hospital e Maternidade Santa Tereza de Guarapuava Ivete Aparecida Rodrigues Ferreira pelo auxilio e grande contribuição prestados a este hospital. Referências Gaino NM; Leandro-Merhi VA; Oliveira MRM Idosos hospitalizados: estado nutricional, dieta, doença e tempo de internação. Rev Bras Nutr Clin 2007;22(4): Busnello, FM Aspectos Nutricionais no Processo do Envelhecimento. Atheneu (ed.). São Paulo, Marucci MFN, Alves RP, Gomes MMBC. Nutrição na geriatria. In: Silva SMCS, Mura JDP. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca; p Acuña K & Cruz T. Avaliação do estado nutricional de adultos e idosos e situação nutricional da população brasileira. Arq Bras Endocrinol Metab, 2004; 48(3): Silva-Barbosa MCG, Barros AJD. Avaliação nutricional subjetiva: Parte 2 Revisão de suas adaptações e utilizações nas diversas especialidades clínicas. Arq Gastroenterol 2002;39(4): Vellas B, Villars H, Abellan G, Soto ME, Rolland Y, Guigoz Y, et al. Overview of the MNA - its history and challenges. The Journal of Nutrition, Health & Aging. 2006; 10(6):
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