Circuitos Elétricos III

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Transcrição:

Circuitos Elétricos III Prof. Danilo Melges (danilomelges@cpdee.ufmg.br) Depto. de Engenharia Elétrica Universidade Federal de Minas Gerais

Transformadas Inversas

Transformada Inversa de Laplace V(s) é uma razão de polinômios em s. Como sistematizar o cálculo de transformadas inversas?

Transformada Inversa de Laplace As funções racionais podem ser representadas por: Onde a e b são constantes reais e os expoentes m e n são inteiros positivos. N(s)/D(s) é Função racional própria (FRP): quando m>n Função racional imprópria: quando m n Somente uma FRP pode ser expandida em soma de frações parciais.

Expansão em frações parciais: funções racionais próprias D(s) deve estar na forma fatorada Raiz de multiplicidade 1: único termo na expansão (s=0 e s=-3) Raiz de multiplicidade r: há r termos na expansão (s=-1)

Expansão em frações parciais: funções racionais próprias Pela tabela de Transformadas:

Tabela de Transformadas

Expansão em frações parciais: funções racionais próprias Como encontrar os coeficientes K 1, K 2, K 3 e K 4?

Expansão em frações parciais (EFP) 4 possíveis situações, dependendo das raízes de D(s): 1. Raízes reais e distintas 2. Raízes complexas e distintas 3. Raízes reais e repetidas 4. Raízes complexas e repetidas

1. EFP: raízes reais distintas de D(s) Raízes: s=0, s=-8 e s=-6 Cálculo de K 1 : multiplicamos por s ambos os lados e calculamos para s=0: 96 +5 +12 +8 +6 =0 = 1 + 2 +8 =0 + 3 +6 =0

1. EFP: raízes reais distintas de D(s) Raízes: s=0, s=-8 e s=-6 Cálculo de K 3 : multiplicamos por (s+6) ambos os lados e calculamos para s=-6: 96 +5 +12 +8 = 6 = +6 1 = 6 + +6 2 +8 = 6 + 3

1. EFP: raízes reais distintas de D(s) Logo: Verificar, atribuindo valores a s.

1. EFP: raízes reais distintas de D(s) Obtém-se a Transformada Inversa:

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s) Cálculo de K 1, K 2, K 3 : usamos o mesmo procedimento descrito anteriormente:

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s) Cálculo de K 1, K 2, K 3 : usamos o mesmo procedimento descrito anteriormente:

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s) Cálculo de K 1, K 2, K 3 : usamos o mesmo procedimento descrito anteriormente:

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s) E a Transformada Inversa é:

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s)

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s) Observações: Em circuitos fisicamente realizáveis, raízes complexas SEMPRE aparecem em pares conjugados. Os coeficientes associados a estes pares também são conjugados. Exemplo anterior:

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s) Generalizando o resultado anterior: Quando D(s) contem raízes complexas distintas, há um par de termos da seguinte forma: Onde os coeficientes são normalmente números complexos, representados, na forma polar:

2. EFP: raízes complexas distintas de D(s) A Transformada Inversa dos pares conjugados complexos é:

3. EFP: raízes reais e repetidas de D(s) K 1 calculado como descrito anteriormente:

3. EFP: raízes reais e repetidas de D(s) Cálculo de K 2 : multiplicamos ambos os lados por (s+5) 3 e calculamos para s=-5

3. EFP: raízes reais e repetidas de D(s) Cálculo de K 3 : multiplicamos ambos os lados por (s+5) 3, diferenciamos em relação a s e calculamos para s=-5:

3. EFP: raízes reais e repetidas de D(s) Cálculo de K 3 : multiplicamos ambos os lados por (s+5) 3, diferenciamos em relação a s e calculamos para s=-5:

3. EFP: raízes reais e repetidas de D(s) Cálculo de K 4 : multiplicamos ambos os lados por (s+5) 3, diferenciamos duas vezes em relação a s e calculamos para s=-5

3. EFP: raízes reais e repetidas de D(s) Transformada Inversa:

Raízes repetidas de D(s) Se F(s) tiver uma raiz real a de multiplicidade r: cuja Transformada Inversa é:

4. EFP: raízes complexas e repetidas de D(s) Tratamos do mesmo modo que as raízes reais repetidas. Como as raízes complexas e os coeficientes associados aparecem em pares, calculamos somente metade deles.

Raízes repetidas de D(s) Se F(s) tiver uma raiz complexa a+jb de multiplicidade r: cuja Transformada Inversa é:

Tabela de Transformadas (cont.)

EFP: funções racionais impróprias Função racional imprópria: pode ser expressa como a soma de uma função racional própria e um polinômio. Métodos já vistos

EFP: funções racionais impróprias Tomando a Transformada Inversa:

EFP: funções racionais impróprias Tomando a Transformada Inversa:

Pólos e zeros de F(s) Função racional: razão de polinômios fatorados: Pólos: Zeros:

Pólos e zeros de F(s) Função racional: razão de polinômios fatorados: Pólos: raízes do denominador (p 1, p 2,... p n ) levam F(s) a Zeros: raízes do numerador (z 1, z 2,... z n ) levam F(s) a 0

Pólos e zeros de F(s):Representação no plano complexo Pólos (X): 0, -10, -6+j8, -6-j8 Zeros (O): -5, -3+j4, -3-j4

Teorema do Valor Inicial Expressão com erro na pág. 340 Permite determinar o comportamento de f(t) em t=0. Restrição: somente é válido se os pólos de F(s), exceto um pólo de primeira ordem na origem (plano complexo), estiverem localizados no semi-plano lateral esquerdo s. Teorema do Valor Final

Teorema do Valor Final Restrição: somente é válido se os pólos de F(s), exceto um pólo de primeira ordem na origem (plano complexo), estiverem localizados no semi-plano lateral esquerdo s. f( ) deve existir.

Aplicação dos Teoremas dos Valores Inicial e Final Não há energia inicial armazenada no circuito Podemos verificar se a expressão fornece os valores corretos de v(0+) e v( ).

Teorema do Valor Inicial v(0+)=0: dado do problema => E: lim = lim 2 1+1 +1 2 =0

Teorema do Valor Final v( )=0: o indutor funciona como um curto-circuito em regime permanente contínuo. => E: lim =lim 0 0 2 + + 1 =0