IMPOSTOS SOBRE COMERCIO EXTERIOR. DIREITO TRIBUTÁRIO II Profª Marianne Rios Mar6ns

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Transcrição:

IMPOSTOS SOBRE COMERCIO EXTERIOR DIREITO TRIBUTÁRIO II Profª Marianne Rios Mar6ns

GLOBALIZAÇÃO E INTEGRAÇÃO ECONÔMICA A globalização envolve a integração econômica, social, cultural e polí6ca entre todos os estados estrangeiros, Obje6vos : avanços na qualidade de vida, aumentando a compe66vidade, facilitando os meios de comunicação, etc. A integração de Estado = consequência mediata do fenômeno da globalização Obje6vos: alcançar a padronização dos elementos necessários para relações harmônicas entre Estados Soberanos. No plano do Direito de Integração há uma expecta6va de homogeneização da estrutura legal que possibilite a relação jurídica, polí6ca, econômica e social de Estados que formam blocos econômicos

ESPÉCIES DE INTEGRAÇÃO ECONÔMICA - União aduaneira: - Zona de livre- comércio - Mercado comum - União Econômica Total

UNIÃO ADUANEIRA Desconsideração das barreiras de aduana, o que faz inexis6r território aduaneiro entre os países membros do bloco. Submissão da soberania do Estado que compõe a área aduaneira, com a supressão das barreiras aduaneiras. Ex6nção dos tributos sobre o comércio exterior. Portanto, é uma é uma área de livre comércio com uma tarifa externa comum (TEC). Exemplo: Mercosul. Obs.: Atualmente, o Mercosul é formado por cinco membros plenos: Argen6na, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela; cinco países associados: Chile, Bolívia, Colômbia, Equador e Peru; e dois países observadores: Nova Zelândia e México.

ZONA DE LIVRE- COMÉRCIO Forma menos burocrá6ca. É um pacto formado por dois ou mais Estados que obje6vam eliminar as tarifas aduaneiras; Evitar que o valor referente às tarifas aduaneiras seja agregado no valor do produto. Inexiste a tarifa externa comum para relações de comércio exterior com terceiros Estados; Possibilita um Estado- Membro atribuir valores as tarifas aduaneiras com terceiros Estados no patamar que entenderem necessário.

MERCADO COMUM Junção das noções de zona de livre- comércio e união aduaneira; Viabiliza a desconstrução das tarifas aduaneiras e possibilita a livre circulação dos fatores produ6vos. É livre a circulação de bens, pessoas, serviços e capital. Apesar de o Mercosul ter sido ins6tuído como um mercado comum é possível reconhecer que na atual forma, o Mercado Comum do Sul trata- se de uma união aduaneira (imperfeita).

UNIÃO ECONÔMICA TOTAL Eliminação das tarifas aduaneiras e não aduaneiras, no sen6do da livre circulação de bens e fatores produ6vos, bem como a adoção de uma tarifa externa comum (TEC). É necessário que os Estados- Membros rela6vizem a soberania interna no afã de outorgar parte deste poder soberano (anteriormente recebida do seu povo) a um Ente Supranacional que edite as normas de integração.

A HARMONIZAÇÃO TRIBUTÁRIA Gestão legisla6va, judicial e administra6va do sistema tributário por forma a assegurar que o mesmo garante e promove a neutralidade, a não discriminação e promove a concorrência como forma de maximização dos recursos econômicos escassos potenciando a obtenção de uma receita tributária não prejudicial e equilibrada. Harmonizar, em sen6do fiscal, não significa unificar ou iden6ficar, mas sim tornar mais ou menos compaevel, segundo o grau de eficiência, sistemas dis6ntos, eliminando as disfunções mais significa6vas. A harmonização tributária é uma técnica instrumental a serviço do processo de integração econômica.

IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II) Art. 153, I, CF e art. 19 do CTN. Também como conhecido como tarifa aduaneira, o imposto de importação grava a inserção, no território nacional, de bens procedentes de outros países (art. 19 do CTN). A competência tributária está adstrita à União, uma vez que somente esta, no exercício pleno de sua soberania, pode impor um critério uniforme de tratamento em relação às importações pra6cadas em todo o território nacional. O Imposto de Importação é um dos mais an6gos no mundo, possuindo, hodiernamente, função eminentemente extrafiscal, ao visar proteger a indústria nacional, como verdadeira arma de polí6ca econômica e fiscal.

FUNÇÃO EXTRAFISCAL NÃO está adstrito às amarras da legalidade estrita quanto à alteração de alíquotas, desde que obedecidos os limites legais (CF/1988, art. 153, 1.º), e dos princípios da anterioridade e noventena, de forma que os aumentos do imposto podem gerar efeitos imediatos (CF, art. 150, 1.º).

FATO GERADOR Art. 19 CTN. Importar, portanto, e ao contrário do que muitos pensam, não é comprar mercadoria estrangeira. É fazê- la entrar no território nacional. Não é relevante a que etulo uma mercadoria alienígena entrou no território aduaneiro; o que é relevante é que tenha efe6vamente entrado. O art. 73 do Regulamento Aduaneiro prevê que, para efeito de cálculo do imposto, considera- se ocorrido o fato gerador na data do registro da declaração de importação de mercadoria subme6da a despacho para consumo. A disposição toma por base o art. 23 do Decreto- lei 37/1966, ainda em vigor.

BASE DE CÁLCULO art. 20 CTN. A base de cálculo do imposto de importação será: a) a quan<dade de mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira do Brasil (TAB), quando a alíquota for específica (isto é, aquela alíquota que prevê importâncias fixas, aplicáveis em relação aos modos de apresentação do produto importado. Por exemplo, um imposto de tantos reais por tonelada, ou por comprimento art. 20, I, do CTN);

BASE DE CÁLCULO b) a expressão monetária do produto importado quando a alíquota for ad valorem (isto é, aquela que incidirá sobre o valor aduaneiro do produto importado). Tal expressão monetária geralmente consta da fatura comercial no lugar da expedição da mercadoria, acrescentando- se ao custo as despesas de frete e seguro, até a entrega no porto ou local de des6no no Brasil. O maior inconveniente dos direitos ad valorem reside na possibilidade de subfaturamento doloso por oportunismo do interessado;

BASE DE CÁLCULO c) o preço da arrematação do bem adquirido em licitação. Não é o preço normal ou de referência da mercadoria. importador fraudulento= há casos de abandono propositado da mercadoria nos depósitos aduaneiros, deixando que vá à hasta pública, para que depois a comprem por preço vil. Antes, porém, cuidam para que a mercadoria seja lançada no leilão com falta de alguma peça, componente importante, e, assim, tornam- se os únicos interessados no produto. Como medida para coibir tais fraudes, nos casos de apreensão ou abandono de mercadorias, é contribuinte o arrematante, ressalvada a responsabilidade do importador, se o preço alcançado no leilão não cobre a dívida fiscal.

LANÇAMENTO Em regra, lançado por homologação, pois são de competência do importador o cálculo do montante do imposto devido e o seu recolhimento antecipado. Para o cálculo, o importador elabora a declaração de importação DI e a registra no SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior). Posteriormente, caberá a um Auditor- Fiscal da Receita Federal do Brasil homologar o procedimento do contribuinte, pra6cando o ato denominado desembaraço aduaneiro da mercadoria importada.

LANÇAMENTO No caso de importação de bens que se enquadrem no conceito de bagagem acompanhada, mas ultrapassem o limite de isenção, o lançamento do imposto era feito com base em declaração formulada pelo viajante (DBA Declaração de Bagagem Acompanhada). No entanto, com o advento da Instrução Norma6va 1.385/2013, a DBA foi subs6tuída pela Declaração Eletrônica de Bens de Viajante (e- DBV), em que o contribuinte tem a possibilidade de calcular o tributo devido e antecipar o pagamento, hipótese que permite sustentar a tese segundo a qual o imposto passou a também ser lançado por homologação.

NA IMPORTAÇÃO Pode ser que incidam 3 impostos: a) Imposto de Importação (II) b) Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) c) Imposto Sobre Circulação De Mercadorias E Serviços (ICMS)