DOSSIÊ: TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO DA INCLUSÃO ESCOLAR APRESENTAÇÃO

Documentos relacionados
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO ENSINO MÉDIO EM UMA ESCOLA PARTICULAR: VISÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA.

PROCESSO SELETIVO 2015 INGRESSO 2015 Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar

FORMAÇÃO INICIAL DOS PROFESSORES E A INCLUSÃO DOS ALUNOS PÚBLICO ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Palavras-chave: Educação Física. Produção Colaborativa de Práticas Corporais Inclusivas. Alunos público alvo da Educação Especial. 1.

TRABALHO COLABORATIVO DE UMA PROFESSORA ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL EM UMA ESCOLA COM EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

GESTÃO EDUCACIONAL: PRÁTICAS ADMINISTRATIVAS DOS GESTORES NA REDE MUNICIPAL

PIBID GEOGRAFIA NA MEDIAÇÃO ENTRE A ESCOLA E A UNIVERSIDADE COMO ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DOCENTE

O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DE DUAS ESCOLAS PÚBLICAS DO INTERIOR DO MATO GROSSO DO SUL: ANÁLISE DOS ASPECTOS INCLUSIVOS

PROFESSORES DE ENSINO FUNDAMENTAL E A INCLUSÃO ESCOLAR

O USO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA EM SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS DO MUNICÍPIO DE DOURADOS-MS

Palavras-chave: Salas de Recursos Multifuncionais. Alunos com Necessidades Educacionais especiais. Avaliação.

A PRÁTICA PEDAGÓGICA E O PROCESSO DE INCLUSÃO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NOS ANOS INICIAIS

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA EM POLÍTICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS

PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR DE UM ALUNO COM SÍNDROME DE DOWN EM UMA ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL DA CIDADE DE REMÍGIO.

I - Apresentação. II - Marcos históricos e normativos SÚMULA: POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

CONHECIMENTOS COMPLEMENTARES Julgue os itens que se seguem, tendo como referência os documentos legais que regulamentam a educação.

MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA: FORMAÇÃO DOCENTE NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NA REDE PÚBLICA DE MANAUS

A NOVA POLÍTICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO DOS ALUNOS NO ESNINO FUNDAMENTAL (5º. AO 9º. ANO) DE UMA ESCOLA PÚBLICA MINEIRA

SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA: PERSPECTIVAS DA UNIDADE ESCOLAR E O PAPEL DO CUIDADOR

OPINIÕES DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO ENSINO MÉDIOS E DE SEUS FAMILIARES SOBRE AS POSSIBILIDADES DE EVASÃO ESCOLAR

PROGRAMA DE DISCIPLINA

A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO NO PERÍODO DE 2007 A 2013

A PROFISSIONALIDADE DO BACHAREL DOCENTE NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

O avanço no plano das regulamentações jurídicas, contudo, não tem uma correspondência no nível prático. A despeito das garantias estabelecidas

A MUDANÇA DE NOMENCLATURA NOS TÍTULOS DE ARTIGOS PUBLICADOS NA REVISTA BRASILEIRA DE DUCAÇÃO ESPECIAL

A AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM/LIBRAS E O ALUNO SURDO: UM ESTUDO SOBRE O IMPACTO DA ATUAÇÃO DO INTÉRPRETE EM SALA DE AULA

FORMAÇÃO DOCENTE PARA A INCLUSÃO DO ESTUDANTE DA EDUCAÇÃO ESPECIAL NO ENSINO REGULAR

NOME DO CURSO: O uso pedagógico dos recursos de Tecnologia Assistiva Nível: Aperfeiçoamento Modalidade: Presencial

ESTUDANTES COM DEFICIENCIA INTELECTUAL

DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

TGD - O POSICIONAMENTO DA ESCOLA REGULAR NA INCLUSÃO DE ALUNOS COM AUTISMO. PALAVRAS - CHAVE: Autismo. Ações pedagógicas. Escola inclusiva.

PARALISIA CEREBRAL: UM ESTUDO DE CASO DE SOUZA, M.M.¹, CAMARGO, F.N.P.²

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO BÁSICA (RBEB)

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL VOLTADA À INCLUSÃO SOCIAL

EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO EDUCACIONAL: FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EXPERIÊNCIAS EM DIVERSOS CONTEXTOS.

TÍTULO: OS DESAFIOS DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DA REGIÃO MÉDIO PARAÍBA

A DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COMO FOCO DE EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PIBID

Atendimento Educacional Especializado. Estudo de caso

Formulário de Registro Anual do Plano de AEE

EDUCAÇÃO ESPECIAL EM OSASCO: DAS CLASSES ESPECIAIS AO ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Dossiê: Livro Didático e Ensino de História

O Regimento Escolar é o documento que estabelece as diretrizes administrativas, as orientações, as regras de convivência, os direitos e deveres de

Secretaria de Estado de Educação Subsecretaria de Educação Básica SEMINÁRIO DE ENCERRAMENTO PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE

TÍTULO: A EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA- SURDOCEGUEIRA: UM DESAFIO EDUCACIONAL NO ESTADO DE SÃO PAULO.

ATENDIMENTO DAS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NA ESCOLA MUNICIPAL PROCOPENSE DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade

Armando Traldi Júnior

A CONFLUÊNCIA ENTRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E O CURRÍCULO: A INCLUSÃO EDUCACIONAL DO ALUNO SURDO.

A ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL CONGÊNITA E ADQUIRIDA ATRAVÉS DE JOGOS PEDAGÓGICOS.

FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE: UM ESTUDO NAS INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INFANTIL DA ZONA RURAL E ZONA URBANA DE SÃO LUÍS.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS FACULDADE DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO

DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE: FORMAÇÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR - UMA ANÁLISE DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO, BACHARELADO.

ENSINO COLABORATIVO E ADAPTAÇÃO DE ATIVIDADES: O CONHECIMENTO

MEMÓRIA PARALELA MOÇÃO COLETIVA DO GRUPO DE PRODUÇÃO. Ao Sr. EDUARDO DECHAMPS Secretário de Educação do Estado de Santa Catarina

A partir da década de 1990, no Brasil e no mundo, o paradigma tende a ser deslocado da integração para a inclusão. A Educação Inclusiva surgiu, e vem

SALA DE AULA EM SITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA

CONTRIBUIÇÃO PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL: O USO DAS TECNOLOGIAS ASSISTIVA

Progestão Online Edição 2012

INCLUSÃO: UMA PRÁTICA POSSÍVEL NA ESCOLA JOÃO BATISTA LIPPO NETO NA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DO RECIFE.

Avaliação do Estudante com Necessidades Educacionais Especiais em Ambientes Inclusivos

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

Palavras-chave: Deficiência visual. Ensino-aprendizagem.

Palavras-Chave: Prática Formativa. Desenvolvimento Profissional. Pibid.

O ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NAS ESCOLSA ESTADUAIS DE DOURADOS/MS RESUMO INTRODUÇÃO

Plano de Atendimento Individualizado. Anexo II Instrução CGEB de 14/01/2015 Área da Deficiência Intelectual Resolução SE nº 61, de 11/11/2014

PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: DESENHO PARA O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PROCESSO SELETIVO PARA ADMISSÂO DE PROFESSORES EM CARÁTER TEMPORÁRIO 2017

SUGESTÕES DE AULAS DO PORTAL DO PROFESSOR PARA A DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

PEREIRA, Ana Célia da R. Autora Professora da Escola Municipal Prof. Anísio Teixeira

CEI MUNDO PARA TODO MUNDO. Bases pedagógicas e de gestão

Práticas e Recursos Pedagógicos para Promover a Aprendizagem e o Desenvolvimento

Política Nacional da Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. Três Corações Minas Gerais Julho de 2011

82 TCC em Re-vista 2012

NÚCLEO TEMÁTICO I CONCEPÇÃO E METODOLOGIA DE ESTUDOS EM EaD

FORMAÇÃO EM PERSPECTIVA INCLUSIVA: CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE CURSOS DE PEDAGOGIA

O CAMINHO DA PESQUISA

POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA PARA ALUNOS COM NECESSIDADES

ENSINANDO UMA LÍNGUA ESTRANGEIRA PARA ALUNOS SURDOS: SABERES E PRÁTICAS

Material elaborado pela professora Tásia Wisch - PNAIC

ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NO CONTEXTO DO ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS Ana Paula do Amaral Tibúrcio UFSJ

O MODELO DE ATENDIMENTO À DIVERSIDADE (MAD) E SISTEMAS EDUCACIONAIS INCLUSIVOS DE APOIO A ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS.

SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS: UM ESTUDO SOBRE AS POSSIBILIDADES DE AVANÇO COGNITIVO PARA O ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

A IMPORTÂNCIA DO MATERIAL BILINGUE PARA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Plano de Trabalho Docente 2017 Ensino Técnico

RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL

FORMAÇÃO DE PROFESSORES E EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ANÁLISE DOS PROJETOS PEDAGÓGICOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UEMS

ESTRATÉGIAS DIDÁTICAS DE PROFESSORES DE QUÍMICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE ARARA PB NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO ESCOLAR.

Apresentação da Edição Temática Especial da Revista Tecnologias na Educação para o I Simpósio Nacional de Tecnologias Digitais na Educação

MEDIAÇÃO DIDÁTICA SEMIPRESENCIAL NO CURSO DE PEDAGOGIA RESUMO

Parte 1 Código / Área Temática. Educação Especial

V Jornada das Licenciaturas da USP/IX Semana da Licenciatura em Ciências Exatas - SeLic: A

NOME DO CURSO: Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva Nível: Especialização Modalidade: Presencial

O ESTUDO DE CASO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO SOBRE EQUILÍBRIO QUÍMICO E VALORIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO CRÍTICO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

CONSELHO DE CLASSE: O ANO TODO E AGORA EM ESPECIAL NO FINAL DO ANO LETIVO

PIBID FURG E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA FORMAÇÃO DE PEDAGOGOS

Caderno 2 de Prova AE02. Educação Especial. Auxiliar de Ensino de. Prefeitura Municipal de Florianópolis Secretaria Municipal de Educação

A GESTÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano Campus Floresta (IC), 2

Transcrição:

DOSSIÊ: TRABALHO DOCENTE NO CONTEXTO DA INCLUSÃO ESCOLAR APRESENTAÇÃO O dossiê aqui reunido traz artigos que problematizam e discutem o trabalho docente como elemento fundamental no processo de ensino e aprendizagem escolar para a construção de uma escola de qualidade para todos. Enfatizando práticas pedagógicas com alunos público-alvo da Educação Especial alunos com deficiências, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, os trabalhos apresentam investigações desenvolvidas em todos os níveis de ensino, da Educação Infantil à Superior, relacionadas à formação de professores, ao trabalho docente e à reorganização escolar, bem como uma reflexão sobre a temática tendo como base o modelo espanhol de inclusão escolar. São 13 artigos na forma de relato de pesquisa e ensaio teórico, em sua maioria vinculados a pesquisadores ligados ao Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp de Araraquara, embora tenhamos contado com a colaboração de colegas vinculados a outras unidades da Unesp, à Universidade Federal de São Carlos e a Universidade Federal da Grande Dourados. O artigo "O trabalho pedagógico para alunos público-alvo da Educação Especial: investigando a inclusão na educação infantil", de autoria de Tamiris Aparecida Fachinetti, Beatriz A. Barbosa do Nascimento e de Cláudia Regina Mosca Giroto, apresenta investigação sobre o fazer pedagógico na sala comum com alunos da educação especial na educação infantil. Para tanto, foram realizadas observações em salas de aula de quatro escolas de educação infantil onde foram observadas quatro professoras que tinham alunos com deficiência matriculados. Os resultados desse estudo mostram de que forma foi realizada a inclusão em sala e como as professoras utilizavam sua prática docente para atender a todos. "Educação Inclusiva: um estudo de caso sobre o trabalho docente na educação infantil", escrito por Bruna Rafaela de Batista e por Luci Pastor Manzoli, traz dados de pesquisa que também analisou como se dá o trabalho pedagógico com alunos PAEE em uma sala de aula comum na educação infantil. A coleta dos dados ocorreu em escola de cidade do interior do estado de São Paulo, através da aplicação de entrevista com roteiro DOI: https://dx.doi.org/10.21723/riaee.v11.esp2.p856-860 856

semiestruturado de questões que abordou dados de identificação e quatro eixos temáticos: Informações sobre o aluno PAEE; Trabalho docente; Escola e Família; e Educação Inclusiva. Como resultado, constatou-se a realização de trabalho pedagógico voltado à inclusão da aluna com deficiência, assim como a necessidade de maior colaboração entre os profissionais da escola e maior participação por parte da família. Denominado "Trabalho docente com alunos público-alvo da Educação Especial na educação infantil", o artigo de Jaqueline Belga Marques e de Cláudia Regina Mosca Giroto fecha o tema da educação infantil e mostra estudo que teve como principal objetivo trazer reflexões sobre o trabalho do professor com alunos PAEE em sala de aula comum. Foi realizada pesquisa de abordagem qualitativa com uma docente da educação infantil que atua em escola da rede municipal, no interior do estado de São Paulo. Foi possível perceber o trabalho pedagógico voltado à inclusão de aluno PAEE, assim como o trabalho em colaboração com escola, professora do AEE, família e demais profissionais que atendem a criança. Em contraponto, foi discutido que apesar da entrevistada afirmar que é a favor da inclusão escolar, contradiz-se a respeito da questão. Sobre o ensino fundamental I, o artigo "A inclusão de alunos público alvo da Educação Especial no ensino fundamental I através do olhar dos professores", de autoria de Relma Urel Carbone Carneiro e de Flávia Uehara, analisa como tem se dado a inclusão escolar de alunos público-alvo da Educação Especial nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Foi aplicado questionário a 13 professores de classe comum atuantes em escola municipal, no interior do estado de São Paulo, que tinham em suas turmas alunos com deficiência. Os resultados demonstraram que a matrícula na classe comum não significa inclusão na turma e que a concepção dos professores sobre a inclusão é, na maioria das vezes, negativa: professores não se percebem como agentes de mudanças necessárias, reivindicam formação, apoio estrutural, pedagógico e humano. "Inclusão escolar de alunos público-alvo da Educação Especial: como se dá o trabalho pedagógico do professor no ensino fundamental I?" de Suzana Sirlene da Silva e Relma Urel Carbone Carneiro, relata pesquisa desenvolvida com professoras que trabalham em escolas comuns e que têm alunos com deficiência incluídos em sala de aula com o objetivo de verificar como está se dando o trabalho docente/pedagógico. Foi aplicado questionário livre, com questões abertas, a cinco professoras de escolas DOI: https://dx.doi.org/10.21723/riaee.v11.esp2.p856-860 857

públicas e privadas. Os dados mostraram que as professoras trabalham a partir da naturalização do aluno com atividades adaptadas e diferenciadas, não consideram que haja trabalho colaborativo entre elas e professoras especialistas, mas concordam que a inserção do aluno público-alvo da educação especial traz ganhos no contexto geral, sendo que é o docente a peça importante para a real inclusão. O artigo "O processo de inclusão de uma aluna deficiente intelectual em uma escola comum do ensino fundamental I" escrito por Camila Lourenço Morgado e Sílvio Henrique Fiscarelli, o último que trata das séries iniciais do ensino fundamental, analisa as concepções do professor acerca da profissão docente, da inclusão, do auxílio por parte da equipe gestora e do AEE, da concepção de aprendizagem do aluno com deficiência e do contato com a família. Muitos avanços foram alcançados no âmbito legal no que diz respeito a inclusão dos alunos com deficiência na escola comum, porém a realidade da sala de aula ainda é bastante precária, o que dificulta a inclusão efetiva. Denominado "Educação Inclusiva: o trabalho pedagógico com alunos públicoalvo da Educação Especial no ensino fundamental II na sala de aula comum" o artigo de autoria de José Adnilton Oliveira Ferreira e Relma Urel Carbone Carneiro discute o trabalho pedagógico com alunos público-alvo da educação especial (PAEE) em sala de aula comum em escola da rede privada que atende alunos do ensino fundamental II. Foi aplicado questionário com perguntas abertas e fechadas a sete professores do ensino fundamental II e à coordenadora pedagógica da escola. O estudo traz contribuições teóricas e práticas significativas para o trabalho pedagógico no processo de inclusão escolar dos alunos (PAEE) em sala de aula comum no ensino fundamental II. Também com o objetivo de analisar a inclusão escolar de alunos com deficiência no ensino fundamental II, Juliana Cavalcante de Andrade Louzada e Sandra Eli Sartoreto de Oliveira Martins apresentam o artigo " Educação inclusiva: o olhar do professor sobre a prática pedagógica para o aluno com deficiência no ensino fundamental II". A análise mostra que embora docentes recebam informações prévias sobre características do aluno PAEE que irão receber em sala de aula e a escola ofereça algum suporte, ainda há dificuldades no tocante a adaptação curricular. Além disso, dentro de uma mesma escola, alunos com diferentes deficiências são tratados de forma diferenciada pelos seus colegas de sala, o que prejudica o processo de inclusão na escola comum. DOI: https://dx.doi.org/10.21723/riaee.v11.esp2.p856-860 858

Com vistas a investigar a inclusão escolar no ensino médio, o artigo "Inclusão escolar no ensino médio: desafios da prática docente" de autoria de Patrícia Mara Almeida Garcia, Rosimeire Ferreira Diniz e Morgana de Fátima Agostini Martins apresenta dados de pesquisa realizada com professores do Ensino Médio, de escola do interior de Minas Gerais, que atua com alunos público-alvo da educação especial. Os dados foram coletados através de questionário aplicado a cinco professores, de observações com registro em diário de campo para caracterizar a escola em relação a sua estrutura física e para compreensão dos processos pedagógicos, de análise do Projeto Político Pedagógico e da dinâmica de estruturação da escola. Os resultados mostram que a inclusão de alunos PAEE no Ensino Médio ainda é muito frágil, que os professores não se sentem preparados e, portanto, não realizam adaptações considerando diferenças, que o PPP não é elaborado de forma coletiva ou participativa e que se faz necessário engajamento de toda equipe escolar na busca das alterações necessárias. O artigo "Acessibilidade na educação superior também envolve o trabalho pedagógico" de Eliane Aparecida Piza Candido, Cláudia Regina Siena do Nascimento e Morgana de Fátima Agostini Martins apresenta estudo sobre inclusão na Educação Superior e práticas pedagógicas que podem contribuir para a realização dessa inclusão, salientando a dívida histórica que o Brasil possui baseada na exclusão e segregação de pessoas com deficiência que estão em constante luta por seus direitos, que aos poucos têm sido garantidos na Educação Básica e, atualmente, objetiva envolver de forma mais efetiva a Educação Superior. A partir de levantamento bibliográfico sobre o tema, bem como da verificação de documentos legais nacionais que explicitam compromissos políticos brasileiros na incessante luta pela conquista da inclusão educacional, as autoras observam a necessidade de desmantelar obstáculos, combater preconceito e medidas excludentes que dificultam acesso e permanência de pessoas com deficiência nessa modalidade de ensino. O artigo "Formação em serviço de professores comuns e especializados e suas implicações na prática: uma experiência de consultoria colaborativa" de autoria de Patrícia Moralis Caramori apresenta parte de resultados de pesquisa de abordagem qualitativa fundamentada na perspectiva participativa e interpretativa, que objetivou oferecer formação continuada em serviço a professores regulares e de educação especial, sob o enfoque de consultoria colaborativa, tendo como base teórica os critérios de Experiência de Aprendizagem Mediada de Reuven Feuerstein. Por meio de DOI: https://dx.doi.org/10.21723/riaee.v11.esp2.p856-860 859

filmagem, observação e reuniões reflexivas com participação de duas professoras do ensino comum e uma professora de educação especial, os resultados apontam para a importância do critério de mediação, de significado, bem como, da consultoria colaborativa como caminho eficaz para formação em serviço com vistas a uma escola inclusiva. O interesse pela temática de formação de professores para inclusão escolar foi a tônica do artigo "Formação de professores para alunos público alvo da Educação Especial: algumas considerações sobre limites e perspectivas" escrito por Aline Picoli Otalara e Maria Júlia Canazza Dall'Acqua, o qual discute o tema a partir de análise das políticas, das leis e da produção na área. Finalizando o dossiê, temos o artigo de Maria Odete de Mattos e de José Luís Bizelli intitulado "Atendimento educacional para alunos com necessidades educativas especiais na Espanha". Os autores apresentam a partir de observação direta e de análise documental a organização do atendimento educacional para alunos com necessidades educativas especiais na Espanha, país que tem sido apontado com referência na organização da escola inclusiva e nos modelos organizativos para seu atendimento. Depois de breve explicação sobre o sistema educacional espanhol e de análise sobre o desenho jurídico-institucional vigente, são apresentados os recursos humanos disponibilizados, as funções dos mesmos no sistema e como escolas se organizam para desenvolver o atendimento a alunos com deficiência incluídos na escola comum. A reunião dos artigos neste dossiê se apresenta como possibilidade de reflexão para estudiosos da Educação que se preocupam com a qualidade do serviço oferecido pela escola, especialmente em momento de mudança de paradigma como o que estamos atravessando, momento em que acolhimento e valorização de todos independentemente de quaisquer especificidades é imperativo. Pensar o trabalho docente no contexto delimitado considerando todos os níveis de ensino, da educação básica à superior tem um sentido de urgência. Parabenizo os autores pelos artigos apresentados, certa de que há contribuições para as reflexões sobre a Educação Inclusiva e para a prática pedagógica cotidiana. Desejo a todos uma ótima leitura. Relma Urel Carbone Carneiro (Organizadora) DOI: https://dx.doi.org/10.21723/riaee.v11.esp2.p856-860 860