INFORMAÇÃO N.º 309 Período de 3 a 9 de Fevereiro de 2017 PRINCIPAL LEGISLAÇÃO NO PERÍODO FICHEIRO SAFT DECLARAÇÃO DE RETIFICAÇÃO Declaração de Retificação n.º 2-A/2017, de 2 de fevereiro RESUMO: Declaração de Retificação da Portaria n.º 302/2016, de 2 de dezembro, que altera a estrutura de dados do ficheiro a que se refere a Portaria n.º 321- A/2007, de 26 de março, e cria as taxonomias a utilizar no preenchimento do ficheiro SAF-T (PT). GRANDES CONTRIBUINTES Despacho n.º 1268/2017, de 6 de fevereiro RESUMO: Procede ao enquadramento das empresas consideradas Grandes Contribuintes, para efeitos da Portaria n.º 130/2016, de 10 de maio, com efeitos a 1 de janeiro de 2016. CIFI MADEIRA Portaria n.º 28/2017, de 7 de fevereiro - RESUMO: Procede à regulamentação do regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo conforme estabelecido no Capítulo II do Código Fiscal do Investimento na Região Autónoma da Madeira, aprovado pelo Decreto Legislativo Regional n.º 24/2016/M, de 28 de junho. SEGURANÇA SOCIAL ABONO DE FAMÍLIA SUBSÍDIO DE FUNERAL Portaria n.º 62/2017, de 9 de fevereiro - RESUMO: Atualiza os montantes do abono de família para crianças e jovens, do abono de família pré-natal, e respetivas majorações, bem como do subsídio de funeral.
JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA A FISCAL RETENÇÃO NA FONTE - AÇORES Circular n.º 3/2017, de 31 de janeiro RESUMO: Torna públicas as tabelas de retenção na fonte sobre rendimentos do trabalho dependente e pensões, a aplicar na Região Autónoma dos Açores em 2017. IRC CADUCIDADE DA LIQUIDAÇÃO Lei Geral Tributária ( LGT ) Tribunal Constitucional Acórdão n.º 35/2017 - RESUMO: I. Estava em causa o pagamento de IRC, relativamente à qual a Requerente invocou a caducidade do direito à liquidação, que lhe devia ter sido notificada até 31/12/2013. II. A Requerente era uma empresa e a notificação da liquidação foi feita na pessoa de um trabalhador de uma empresa do mesmo grupo. III. O que não consubstancia uma notificação válida. IV. A Autoridade Tributária veio invocar que seria aplicável o artigo 46, n.º 1 da LGT, de modo a suspender o prazo de caducidade do direito. V. Contudo, tal norma não é aplicável porque pressupõe a notificação do referido ato inicial do procedimento de inspeção ao contribuinte, sendo que, no caso, a inspeção e respetiva notificação foram dirigidas a outra sociedade do grupo e não à Requerente, ou seja, a suspensão prevista no artigo 46.º, n.º 1, da LGT apenas se aplica à sociedade notificada, não se estendendo a outras sociedades do mesmo grupo, designadamente a sociedade-mãe. VI. Pelo que, não se aplicando a causa de suspensão do artigo 46.º, n.º 1, da LGT, [ ] tendo decorrido o prazo consagrado no artigo 45.º/1 da LGT e não tendo sido, dentro do mesmo, sido notificado o ato de liquidação à Requerente, e não se verificando qualquer causa suspensiva do referido prazo, haverá que concluir pela caducidade do direito à liquidação. VI. No entendimento da Autoridade Tributária: o artigo 46.º, n.º 1, da Lei Geral Tributária (LGT) quando interpretado no sentido de que a causa suspensiva do prazo de caducidade nele prevista, respeitante à realização de procedimentos externos de inspeção, não se se aplica no âmbito do RETGS por falta de norma que o permita. VII. No entanto, a dita falta de norma que o permita significou tão-somente que o artigo 46.º, n.º 1, da LGT não se considerou, in casu, aplicável por falta de verificação de um pressuposto desencadeador da respetiva previsão: a notificação ao próprio contribuinte. VIII. Entendeu o Tribunal Arbitral e confirmou tal entendimento o Tribunal Constitucional, que o artigo 46.º, n.º 1, da LGT [ ] não se se aplica [em geral] no âmbito do RETGS, mas sim que não tinha aplicação ao caso, porque não
se verificaram todos os seus pressupostos, ou, ainda, regressando à decisão reclamada, não se chegou a apreciar se a realização de procedimentos externos de inspeção a sociedades dominadas num Grupo de Sociedades é, ou não, suscetível de ser causa suspensiva do prazo de caducidade, nos termos previstos no artigo 46.º/1 da LGT, porquanto não se apurou que tais procedimentos, embora, no caso realizados, tivessem sido notificados ao contribuinte, como impõe aquela referida norma. IMT ISENÇÃO - INSOLVÊNCIA Código do Imposto Municipal sobre Imóveis ( CIMI ) Supremo Tribunal Administrativo Acórdão de 25 de janeiro de 2017 RESUMO: I. A decisão através da qual o órgão da execução fiscal se pronuncia sobre o pedido formulado pelo executado, de suspensão do processo mediante prestação de garantia, apesar de proferida no âmbito de um processo com natureza judicial (cfr. art. 103.º, n.º 1, da LGT), tem natureza administrativa, pelo que fica sujeita às exigências legais dos atos administrativos, designadamente ao dever de fundamentação (cfr. art. 268.º, n.º 3, da CRP e art. 77.º, da LGT), cuja inobservância é suscetível de sindicância judicial através da reclamação prevista no art. 276.º e segs. do CPPT. II. Se o órgão da execução fiscal, conhecendo o pedido de suspensão do processo formulado pelo executado, que se propõe prestar garantia, se limita a apreciar a questão sob a ótica de um fundamento (a pendência do pedido de revisão oficiosa) que não foi o invocado, fazendo tábua rasa do fundamento concretamente invocado e suscetível, em abstrato, de determinar a pretendida suspensão (a pendência de impugnação judicial), é de considerar que o discurso externado para motivar a decisão não permite conhecer os concretos motivos por que o pedido foi indeferido. III. Essa insuficiência da fundamentação, que a lei faz equivaler à falta da mesma, determina a anulação do ato (cfr. arts. 153.º, n.º 2, e 163.º, n.º 2, do CPA). BENEFÍCIO DA EXCUSSÃO PRÉVIA PATRIMÓNIO SOCIETÁRIO Lei Geral Tribuária ( LGT ) Tribunal Central Administrativo Sul Acórdão de 26 de janeiro de 2017 RESUMO: I. Embora o responsável subsidiário goze do direito de se opor a que a execução dos seus bens se efetue enquanto não forem penhorados e vendidos todos os bens do devedor principal (benefício da excussão), a reversão da execução fiscal contra si pode efetuar-se em momento anterior a essa venda, desde que os bens penhoráveis do devedor principal (e eventuais responsáveis solidários) sejam fundadamente insuficientes para o pagamento da dívida exequenda e acrescido (artigos 23.º n.º 2 da LGT e 153.º n.º 2 do CPPT). II. Assim, à face da LGT, concluindo-se pela «fundada insuficiência» de bens penhoráveis do devedor originário, pode ser decidida a reversão, embora a possibilidade de cobrança da dívida através dos bens do devedor subsidiária esteja dependente da prévia excussão dos bens do devedor originário. IMPOSTO DO SELO - PROPRIEDADE - VERBA 28 Tabela Geral do Imposto do Selo ( TGIS ) Supremo Tribunal Administrativo Acórdão de 1 de fevereiro de 2017 - RESUMO: I. A verba 28 da Tabela Geral do Imposto de Selo (TGIS) aditada pelo art.º 4º da Lei n.º 55-A/2012, de 29/10, não tem aplicação aos prédios urbanos, com um artigo de matriz mas constituídos por
partes com afetação e utilização independentes a que foram atribuídos independentes VPT, cada um destes de valor inferior a um milhão de euros. II. Não tendo a verba 28 da Tabela Geral efetuado qualquer distinção entre prédios em regime de propriedade horizontal e total e reportando-se ao valor patrimonial tributário utilizado para efeito de IMI, não competirá ao seu aplicador introduzir qualquer distinção, tanto mais que se trata de uma norma de incidência. III. Caso fosse intenção do legislador tributar os imóveis que, tendo um único artigo matricial, por serem constituídos por partes suscetíveis de utilização independente têm atribuídos diversos valores patrimoniais tributários, e pretendesse que, para efeitos de tributação em sede de imposto de selo, neste caso, se atendesse à soma desses diversos valores patrimoniais tributários, não teria acrescentado a parte final do preceito: sobre o valor patrimonial tributário utilizado para efeito de IMI. IV. Nada na lei impondo a consideração de qualquer somatório de todos ou parte dos VPT atribuídos às diversas partes de um prédio com um único artigo matricial, também se mostra desconforme com a lei fazer-se tal operação aritmética apenas para efeito da tributação consagrada na verba 28 da Tabela Geral de Imposto de selo. IVA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DIREITO À DEDUÇÃO Diretiva 2006/112/CE (Diretiva IVA) Tribunal de Justiça da União Europeia Acórdão de 10 de novembro de 2016 RESUMO: I. A diretiva IVA deve ser interpretada no sentido de que existe o direito de deduzir a integralidade do IVA pago a montante no âmbito das operações relativas à preparação e à participação em corridas dos cavalos que pertencem ao sujeito passivo, que cria e treina os seus próprios cavalos de corrida assim como cavalos de terceiros, pelo facto de os custos relativos a essas operações fazerem parte dos custos gerais ligados à sua atividade económica, desde que as despesas efetuadas para cada uma das operações em causa tenham uma ligação direta e imediata com o conjunto. II. Poderá ser esse o caso se os custos gerados disserem respeito a cavalos de corrida efetivamente destinados a venda ou se a participação dos cavalos nas corridas for, de um ponto de vista objetivo, uma forma de promover a atividade económica, o que cabe ao tribunal de reenvio verificar. III. Se o direito a dedução existir, o prémio eventualmente ganho pelo sujeito passivo pela classificação de um dos seus cavalos numa corrida não deve ser incluído na base de tributação do IVA. IV. De acordo com o artigo 98. da diretiva IVA, em conjugação com o ponto 14 do anexo III da mesma diretiva, uma prestação de serviços complexa única, composta por vários elementos, que consistem, designadamente, no treino dos cavalos, na utilização de instalações desportivas e na estabulação dos cavalos, na sua alimentação e nos outros cuidados prestados aos cavalos, não pode ser sujeita à taxa reduzida de IVA quando a utilização das instalações desportivas no sentido do referido ponto 14 do anexo III desta diretiva e o treino dos cavalos constituam dois elementos equivalentes dessa prestação complexa ou quando o treino dos cavalos constitua o elemento principal da referida prestação, o que cabe ao tribunal de reenvio apreciar.
B CIVIL LIVRANÇA RESPONSABILIDADE DOS CO-AVALISTAS Código Civil ( CC ) Tribunal da Relação do Porto Acórdão de 30 de janeiro de 2017 RESUMO: I. Na falta de convenção em contrário, há direito de regresso entre os avalistas do mesmo avalizado numa livrança, o qual segue o regime geral previsto para as obrigações solidárias e não o regime das relações entre cofiadores, constante do artigo 650.º do Código Civil. II. O Código de Processo Civil de 2013 tomou posição na polémica suscitada no domínio do anterior Código sobre o meio de defesa processual que deve ser utilizado pelo demandado para opor uma situação de compensação de créditos, tendo optado por exigir que esta fosse deduzida através de reconvenção independentemente do valor dos créditos em causa, quando o crédito compensatório não se encontre ainda judicialmente reconhecido. NOTÍCIAS DE INTERESSE GERAL
Recordamos que termina no presente mês de fevereiro o prazo para o cumprimento das obrigações declarativas e de entrega de imposto referidas nas Notícias da Semana n.º 308. Na eventualidade de necessitar de qualquer esclarecimento adicional a respeito das matérias abordadas na presente informação, ou de outras com elas relacionadas, queira por favor endereçar a sua questão para os seguintes contactos: MARLA BRÁS Advogada Tel.:(+351) 21 195 22 39 marlabras@ajsa.pt O presente documento tem fins exclusivamente informativos. O seu conteúdo não constitui aconselhamento jurídico nem implica a existência e uma relação entre advogado e cliente. A reprodução total ou parcial do respetivo conteúdo depende de autorização expressa da AJ&A.