ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2017 CRIA NOVO IMPOSTO ADICIONAL AO IMI

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1 INFORMAÇÃO DEZEMBRO INFORMAÇÃO ABRIL

2 ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2017 CRIA NOVO IMPOSTO ADICIONAL AO IMI O OE2017 cria um novo imposto no âmbito do Código do IMI, o designado adicional ao IMI 1 e revoga a Verba 28 da Tabela Geral do Imposto de Selo, que previa a tributação, à taxa de 1%, dos prédios urbanos e terrenos para construção afetos a habitação com valor patrimonial tributário igual ou superior a Na proposta inicial de Orçamento do Estado para 2017, o Governo introduziu a criação do adicional ao IMI, com a qual pretendia aplicar uma taxa de 0,3% aos contribuintes que detivessem património imobiliário (excluindo imóveis industriais e afetos ao turismo) avaliados em mais de Durante a discussão da proposta OE2017 na especialidade, o grupo parlamentar do PS apresentou uma proposta de substituição ao artigo 168.º da proposta de Lei do OE2017, excluindo os imóveis afetos ao comércio e serviços e introduzindo taxas diferentes consoante se trate de um contribuinte particular ou de uma empresa e em função do valor patrimonial tributável (VPT) global em causa. Esta proposta de alteração do grupo parlamentar do PS (n.º 402-C) foi aprovada em plenário no dia 28/11/2016. Incidência Subjetiva São sujeitos passivos do adicional ao imposto municipal sobre imóveis as pessoas singulares ou coletivas 2 que sejam proprietários, usufrutuários ou superficiários de prédios urbanos situados no território português. O adicional ao IMI não é aplicável aos prédios rústicos. Não são sujeitos passivos do adicional do IMI as empresas municipais. 1 Capítulo XY, artigos 135.º- A a 135.º-K 2 São equiparados a pessoas coletivas quaisquer estruturas ou centros de interesses coletivos sem personalidade jurídica, que figurem nas matrizes como sujeitos passivos do imposto municipal sobre imóveis, bem como a herança indivisa representada pelo cabeça de casal. CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL DEZEMBRO 2016 PAG 2

3 Incidência Objetiva O Adicional ao IMI incide sobre a soma dos valores patrimoniais tributários dos prédios urbanos, situados em território português de que o sujeito passivo seja titular. São excluídos do adicional ao IMI os prédios urbanos classificados como comerciais, industriais ou para serviços e outros. O adicional ao IMI abrange os prédios urbanos classificados como habitacionais e terrenos para construção. Valor Tributável O valor tributável corresponde à soma dos valores patrimoniais tributários reportados a 1 de janeiro de cada ano a que respeita o adicional ao IMI, dos prédios urbanos que constam nas matrizes prediais na titularidade do sujeito passivo. Ao valor tributável são deduzidas as seguintes importâncias: ,00, quando o sujeito passivo é uma pessoa singular; ,00, quando o sujeito passivo é uma herança indivisa; Não são contabilizados para a soma de apuramento os prédios que no ano anterior foram isentos de tributação. Sujeitos passivos casados ou em união de facto Os sujeitos passivos casados ou em união de facto, podem optar pela tributação conjunta do adicional ao IMI, somando-se os VPT dos prédios na sua titularidade e considerando-se a dedução de ,00. Os sujeitos passivos casados sob os regimes de comunhão de bens que não optem pela tributação conjunta do adicional ao IMI podem identificar, através de declaração conjunta, a titularidade dos prédios, indicando aqueles que são bens próprios de cada um deles e os que são bens comuns do casal. CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL DEZEMBRO 2016 PAG 3

4 Não sendo apresentada a declaração no Portal das Finanças 3, entre 1 de abril e 31 de maio, o adicional ao IMI incide, relativamente a cada um dos cônjuges, incide sobre a soma dos valores dos prédios que já constavam da matriz na respetiva titularidade. Heranças indivisas Por opção, pode ser apresentada declaração do cabeça de casal (1 a 31 março) e dos herdeiros (1 a 30 abril), que identifique todos os herdeiros e as respetivas quotas, com confirmação por parte dos herdeiros, com vista à atribuição do valor tributável de cada herdeiro e à sua tributação individual, somando-se aos restantes valores patrimoniais. Taxa Ao valor tributável apurado, e após as deduções é aplicada a taxa de 0,4% às pessoas coletivas e de 0,7% às pessoas singulares e heranças indivisas. Ao valor tributável apurado superior a 1 milhão de euros, ou dobro desse valor quando seja exercida a opção de tributação conjunta do adicional ao IMI, é aplicada a taxa marginal de 1%, quando o sujeito passivo seja uma pessoa singular. Na prática ao valor apurado entre ,00 e ,00 é aplicável a taxa de 0,7% e ao valor superior a 1 milhão de euros é aplicável a taxa de 1%. O valor dos prédios detidos por pessoas coletivas afetos ao uso pessoal dos titulares do respetivo capital, dos membros dos órgãos sociais ou de quaisquer órgãos de administração, direção, gerência ou fiscalização ou dos respetivos cônjuges, ascendentes e descendentes, fica sujeito à taxa de 0,7%, sendo sujeito à taxa marginal de 1% para a parcela do valor que exceda um milhão de euros. Para prédios que sejam propriedade de entidades sujeitas a um regime fiscal mais favorável 4 a taxa do adicional ao IMI é 7,5%. A liquidação do adicional ao IMI é efetuada em junho, com referência aos valores que constem das matrizes a 1 de janeiro de cada ano, e o pagamento é realizado no mês de setembro. 3 Declaração de modelo a aprovar por portaria. 4 A que se refere o n.º 1 do artigo 63.º-D da Lei Geral Tributária CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL DEZEMBRO 2016 PAG 4

5 Dedução à coleta do IRS e IRC O Adicional ao IMI é dedutível à coleta do IRS e do IRC, consoante o caso, até à concorrência da parte da coleta correspondente aos rendimentos prediais ou de arrendamento auferidos dos imóveis sobre os quais este adicional incide. Para as pessoas coletivas esta dedução deverá ser integrada na regra do resultado mínimo da liquidação de IRC, a qual limita um conjunto agregado de deduções e benefícios fiscais a um máximo de 10% do IRC liquidado. Situações especiais O artigo 23.º do Decreto-Lei n.º 287/2003, de 12 de novembro, definiu que os sujeitos passivos do IMI, caso ainda não o tenham feito, devem, no prazo de seis meses após a entrada em vigor desse decreto-lei, proceder à identificação dos prédios com o respetivo número de identificação fiscal. Para as situações em que não tenha sido dado cumprimento a esta situação são aplicáveis as regras das pessoas coletivas para efeitos adicional ao IMI. CONFEDERAÇÃO DOS AGRICULTORES DE PORTUGAL INFORMAÇÃO DO SECTOR FISCAL DEZEMBRO 2016 PAG 5