Sessão Clínica do Internato

Documentos relacionados
Peculiaridades do Hemograma. Melissa Kayser

EXAME HEMATOLÓGICO Hemograma

INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DO HEMOGRAMA

A síntese do grupamento heme é realizada nas mitocôndrias tendo como coenzima o fosfato de piridoxina (B6) estimulado pela eritropoetina.

ABORDAGEM DOS PRINCIPAIS ASPECTOS RELACIONADOS À ANEMIA FERROPRIVA

31/10/2013 HEMOGRAMA. Prof. Dr. Carlos Cezar I. S. Ovalle. Introdução. Simplicidade. Baixo custo. Automático ou manual.

Hematologia Geral. Anemias Classificação Morfológica das Anemias NORMOCÍTICAS MICROCÍTICAS E E MACROCÍTICAS NORMOCRÔMICAS HIPOCRÔMICAS SIDEROBLÁSTICA

Método: RESISTIVIDADE - IMPEDÂNCIA - MICROSCOPIA

TALASSEMIAS ALFA NA POPULAÇÃO EM DEMANDA DO LABORATÓRIO MONTE AZUL NA CIDADE DE MONTE AZUL-SP

HEMOGRAMA ANEMIA FERROPRIVA. Hemoglobina. PDF created with pdffactory Pro trial version Ferro

Sessão televoter anemias. Joana Martins, Manuel Ferreira Gomes António Pedro Machado

Aulas e discussão dos casos.

Alegre. CâmaraMunicipal. de Porto PROC. Nº 7351/05 PLL Nº 331/05 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

Leia estas instruções:

Distúrbios Nutricionais na infância

Hemograma. Exame laboratorial que expressa a quantidade e a qualidade dos elementos figurados do sangue periférico em 1 microlitro

Avaliação Nutricional - Profa. Raquel Simões

Avaliação Hematológica, Interpretação e Importância em Nutrição

Sangue: funções gerais

Classificação das Anemias

FACULDADE PITÁGORAS TÓPICOS ESPECIAIS EM NUTRIÇÃO I SOLICITAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS

EFEITO DA CONDIÇÃO CORPORAL SOBRE A DINÂMICA DE HEMOGRAMA NO PERIPARTO DE VACAS DA RAÇA HOLANDÊS

DISCIPLINA DE PATOLOGIA CLÍNICA I 5º período CASOS CLÍNICOS. A.A., 68 anos de idade, sexo feminino, natural e residente em Contagem, MG

Curso de Hematologia RCG0448 Lista de Hemogramas para discussão

UTILIZAÇÃO DOS ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE ANEMIAS MICROCÍTICAS

DISCIPLINA DE PATOLOGIA CLÍNICA I - 5º período CASOS CLÍNICOS. A.A., 68 anos de idade, sexo feminino, natural e residente em Contagem, MG

Parte I ABORDAGEM LABORATORIAL DAS ANEMIAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS CIARLINI, PC LCV - FMVA. Prof. Adjunto Paulo César C

ANEMIA NO PACIENTE IDOSO L A R I S S A T O R R E S

INTERPRETAÇÃO DO HEMOGRAMA

A N E M I A S H E M O L Í T I C A S

Diagnóstico Diferencial e Tratamento

MINERAIS. 9/4/2013 Profª Doutora Brígida D oliveira. Profª Doutora Brígida

Prontuário de Pediatria Ambulatorial SOPERJ/SBP

03/08/2016. Patologia Clínica e Análises Laboratoriais Prof. Me. Diogo Gaubeur de Camargo

ANEMIA FERROPRIVA E SUA PREVENÇÃO NO PERÍODO GESTACIONAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA

Prevenção A estratégia baseia-se na combinação de diferentes métodos em função das causas determinantes da anemia por carência em ferro:

AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA NO IDOSO

A AVALIAÇÃO DO PERFIL FÉRRICO DOS PACIENTES ATENDIDOS NO CENTRO HEMATOLÓGICO E LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLINICAS (HEMOCLIN)

A PRODUÇÃO DE ERITRÓCITOS

Questionário - Proficiência Clínica

PATOLOGIA CLÍNICA I - 5º Período 09/08/2016

Insulinoterapia no Diabetes tipo 1. Profa. Fernanda Oliveira Magalhães

PROVA OBJETIVA. b) Cite o diagnóstico do quadro clínico apresentado pelo doente e liste quais medidas imediatas devem ser tomadas a partir do mesmo.

Principais Doenças do Sistema Hematológico

Anemia da Doença Renal Crônica

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) a anemia é definida

#Id: R.S.S, feminino, 84 anos, natural e procedente de Fortaleza, viúva, ex-costureira, católica. #Fonte da história: Filha. #Q.P.

Claudia Bley 23/06/2012

Valores Referenciais: Resultado: 180 mg/dl

PROJETO DE LEI Nº 244/2007 Deputado(a) Raul Carrion

Confira se os dados contidos na parte inferior desta capa estão corretos e, em seguida, assine no espaço reservado para isso.

Hospital de dia de Pediatria. Consulta Externa

DOSAGEM DE 25 - HIDROXIVITAMINA D

RESIDENCIA MÉDICA UFRJ

O estudo laboratorial da série vermelha é composto de vários testes que serão comentados a seguir. Ele é chamado de eritrograma.

b) caso este paciente venha a ser submetido a uma biópsia renal, descreva como deve ser o aspecto encontrado na patologia.

SISTEMA SANGUINEO. Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: Alegrai-vos Fl. 4,4

Alterações do equilíbrio hídrico Alterações do equilíbrio hídrico Desidratação Regulação do volume hídrico

Residência Médica Seleção 2014 Prova Pediatria. Expectativa de Respostas. Caso Clínico 1 (2 pontos)

Faculdade de Medicina da UFMG Departamento de Propedêutica Complementar PATOLOGIA CLINICA I CASOS CLÍNICOS -ALUNOS

Carolina Dias Mundim Oliveira Ferreira Biomédica RESUMO

Universidade Federal da Bahia SESSÃO DE PEDIATRIA

ANEMIA E ANTIANÊMICOS CMF-4. PDF created with pdffactory Pro trial version

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA PROGRAMA: ALERGIA E IMUNOLOGIA PEDIÁTRICA (CÓD. 606)

ANEMIAS CARENCIAIS NO BRASIL: ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL

Sessão Clínica do Departamento de Pediatria

Doença dos Eritrócitos

ESPECÍFICO DE ENFERMAGEM PROF. CARLOS ALBERTO

DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA CURSO DE HEMATOLOGIA

TÍTULO: DIFERENÇAS DE VOLUME SANGUÍNEO COLETADO E SUA INFLUÊNCIA NO HEMOGRAMA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

GRUPO SANGUÍNEO e FATOR Rh VDRL. ANTÍGENO p24 e ANTICORPOS ANTI HIV1 + HIV2. Grupo Sanguíneo: "O" Fator Rh: Positivo. Resultado: Não Reagente

Faculdade de Medicina da UFMG Departamento de Propedêutica Complementar PATOLOGIA CLINICA I CASOS CLÍNICOS (ALUNOS)

ORGANIZADOR. Página 1 de 9

HEMOGRAMA COMPLETO Método : Análise realizada por Citometria de fluxo fluorescente e impedância "XE2100-Sysmex" Material: SANGUE TOTAL COM EDTA

Valores de Referencia (Adultos - Homens) HEMACIAS: 4.85 milhoes/mm3. Relativo (%) /mm3 VR (%) VR (mm3) LEUCOCITOS: 4.400

FERRINI (ferro aminoácido quelato)

CONCURSO PÚBLICO DE SELEÇÃO PARA RESIDÊNCIA MÉDICA

Diarréia Persistente

D e s n u t r i ç ã o. Prof. Orlando Antônio Pereira Pediatria e Puericultura FCM - UNIFENAS

ANEMIA FERROPRIVA CARLOS EDUARDO PIZZINO

DISCIPLINA DE HEMATOLOGIA HEMATÓCRITO

Identificação K.G.R.A, feminino, 4 anos de idade, residente no Município A, Bairro Nova América.

Prontuário de Pediatria Ambulatorial SOPERJ/SBP IDENTIFICAÇÃO

Bactéria isolada: Não houve crescimento bacteriano nos meios utilizados. Bactéria isolada: Não houve crescimento bacteriano nos meios utilizados

CASO CASO--CL CLÍNICO

Hemoglobina. Uma mulher com Hb de 11,5 a vida toda pode ser considerada normal e não anêmica.

Aprendizado baseado na prática clínica... Caso Clínico

PATOLOGIA DO SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

Interpretação de Exames Laboratoriais nas Deficiências de Minerais

1/100 RP Universidade de São Paulo 1/1 INSTRUÇÕES PROCESSO SELETIVO PARA INÍCIO EM ª FASE: GRUPO 5: VETERINÁRIA

Contagem eletrônica automatizada realizada em equipamento Sysmex XE-D 2100 Roche.

Tetania da. Lactação e das. Pastagens

Plaquetopenia. Felippe Schirmer

INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA EM CÃES

Nutrição Aplicada à Educação Física. Cálculo da Dieta e Recomendações dietéticas. Ismael F. Freitas Júnior Malena Ricci

HEMATOLOGIA CASOS CLÍNICOS

INTRODUÇÃO AO LINFOMA EM GATOS

Nome do medicamento: FORTEVIT Forma farmacêutica: Solução Oral Concentração: 3,00 mg/ml ferro quelato + 0,05 mg/ml cloridrato de piridoxina + 0,80

Transcrição:

Universidade Federal da Bahia Faculdade de Medicina Internato de Pediatria Sessão Clínica do Internato Internas : Larissa Alvim, Luciana Freire e Renata Lopes Orientadora : dra. Silvana Fahel

Identif: E.O.S., sexo feminino, 3 meses, negra, atural e procedente de Salvador - BA QP: tosse e dispnéia há 2 dias HMA : criança vinha bem quando há 2 dias passou a ursar com tosse seca e desconforto respiratório. ega febre, vômitos, obstrução nasal ou coriza. efere diminuição da ingesta alimentar e ritabilidade neste período. Procurou assistência édica em Unidade de Saúde sendo transferida para CPPHO-UFBA. IS : ndn

ONN : G4 P2 A2 ( provocados). Refere pré-nata ompleto sem intercorrências. PSNV a termo, sem tercorrências. Peso:3500 g Alt: 48 cm. Sem dados obre Apgar ou PC. Encaminhado a alojamento onjunto logo ao nascer.nega icterícia ou patologias o período neonatal. AA : Leite materno exclusivo até 1 mês. Após esse eríodo foi introduzido Leite Ninho + Cremogema AV: Recebeu as 2 doses de BCG e Hepatite B, além a 1ª dose de HIB, Polio e DPT. M : nega alergias,cirurgia, internamentos,acidentes u episódios de dispnéia anteriores

AF: irmão de 4 anos sadio HS: Pais casados. Pai:pedreiro. Mãe :dona de casa. Moradia própria com saneamento básico,onde residem 4 pessoas. Renda familiar de R$ 200,00. Ao exame físico Em REG e N, afebril, ativa, descorada ++/IV, hidratada, acianótica, anictérica,taquidispnéica com TIC e TSD Peso: 5040 g (p 10-25) FR : 55 ipm

AR : MV rude, com sibilos expiratórios difusos bilaterais, estertores grosseiros, móveis, bilaterais ACV : BRNF em 2T sem sopros Abd : plano, flácido, indolor. Fígado palpável a 3cm do RCD. Baço não palpável. RHA presentes. EXT :sem edemas, bem perfundidas.

SD : 1 - Broncoespasmo sec bronquiolite? Broncopneumonia? 2 - Anemia

Hemograma ( 30/08) RBC : 4.030.000 Hb: 9,8 g/dl Hct: 27,6% VCM : 79,7 HCM : 28,3 CHCM : 35,5 RDW : 12% Leucograma : 3700 Bt- 2% Seg- 69% Eo - 1% Linf- 26% M-2%

Evolução : Rx tórax: hiperinsuflação pulmonar Foi aumentado aporte hídrico, e introduzido hidrocortisona e nebulizações, tendo evoluído afebril, com melhora do desconforto respiratório, e alguns episódios de vômitos póstosse. O resultado do ferro sérico = 15 µg/dl foi visto no dia 04/09/02 e nesse mesmo dia introduzido Sulfato Ferroso na dose de 1,5 mg/kg/dia (3 gotas antes do almoço e jantar) além de Protovit 5 gotas 12/12h.

A criança recebeu alta dia 09/09/02 com orientação de uso domiciliar de Prednisolona, Sulfato Ferroso e Protovit, com marcação de retorno para o ambulatório de Pneumologia Pediátrica.

Discussão do Caso

SD : 1 - Broncoespasmo sec Bronquiolite? Broncopneumonia? 2 - Anemia a. fisiológica? b. ferropriva? c. a ou b agravadas pela infecção? d. Síndrome Blackfan - Diamond?

Exames a serem solicitados : Hemograma Reticulócitos Saturação de transferrina ou Ferritina

emograma ( 30/08) RBC : 4.030.000 Hg :9,8 Hct: 27,6% VCM : 79,7 HCM : 28,3 CHCM : 35,5 RDW : 12% Valor normal para idade ( Nathan- Woski ) RBC : 3.100.000-4.500.00 Hg : 9,5-13,5 g/dl ( >11) Hct : 29-41 % VCM : 74-108 HCM : 25-35 CHCM : 30-36 RDW: 11,5-14,5%

Anemia Ferropriva Diagnóstico e Tratamento Maria José Baruzzi - UNICAMP / CIPOI

Introdução A deficiência de ferro na infância constitui um grave problema de saúde pública devido à alta prevalência e às significativas repercussões no desenvolvimento das crianças afetadas

Fatores que contribuem para a deficiência de ferro na infância Necessidade de ferro para o crescimento Dieta pobre em ferro Limitada capacidade de absorção do ferro da dieta Alta prevalência de parasitose intestinal Perda sanguínea gastrointestinal

Avaliação clínica inicial História detalhada com antecedentes gestacionais (sangramentos) e de parto Prematuridade, gemelaridade História dietética Tendência a perda sanguínea Retardo do crescimento Natureza e frequência de infecções Antecedentes familiares de anemia

Estágios da deficiência de ferro A manifestação da anemia é o último estágio da deficiência de ferro Atenção deve ser dada para os casos de carência leve de ferro onde o nível de hemoglobina ainda pode ser normal, assim como a morfologia dos eritrócitos

1º Estágio Consiste na depleção do estoque de ferro É caracterizado pelo decréscimo na concentração de ferritina sérica, que reflete o declínio da concentração do estoque de ferro no fígado, baço e medula óssea

2º Estágio Decréscimo de transporte de ferro, que é caracterizado pelo declínio na concentração de ferro sérico e um aumento na capacidade de transporte Decréscimo na saturação de transferrina calculada a partir do ferro sérico e da capacidade de transporte

3º Estágio O suprimento e o transporte de ferro decrescem suficientemente para restringir a produção de hemoglobina Caracterizado pela elevação da protoporfirina eritrocitária livre e o gradual desenvolvimento de anemia e microcitose

I II III Ausência de estoque Ausência de estoque Decréscimo na de ferro circulante produção de Hg Ferritina sérica Ferro sérico TIBC Saturação transferrina Hb VCM PEL

Avaliação Laboratorial Hemograma Hb/ Ht VCM / HCM / CHbCM Ferro sérico Capacidade de transporte do ferro (TIBC) Saturação da transferrina Protoporfirina eritrocitária livre (PEL) Ferritina sérica

Hemoglobina e Hematócrito Testes mais usados na prática barato, simples, de fácil interpretação Determinação de anemia valor abaixo do esperado, queda de 2g/dl na Hb, de 1g/dl após teste terapêutico Valores normais variação conforme raça ( 0,3 a 1 g/dl mais baixa entre negros), idade e sexo.

Volume, Hemoglobina e Concentração de Hemoglobina Corpuscular Médio Valores abaixo do normal sugerem anemia por deficiência de ferro VCM e HCM se alteram com a idade maiores ao nascimento decrescem durante os seis primeiros meses de vida crescem durante a infância Determinação eletrônica - muito precisa manual - pouco valor CHbCM ultimo índice que se altera na progressão da deficiência de ferro

Ferro Sérico Equilíbrio entre a entrada e saída do íon na circulação ( absorção x estoque ) Queda importante em infecções agudas Sujeito a variações circadianas 140mg/dl pela manhã 40mg/dl à noite Determinação manual valores normais na presença de deficiência de ferro

Capacidade de Fixação do Ferro (TIBC) Menos sujeito a variações biológicas Aumenta quando o estoque de ferro é depletado Queda do ferro sérico leva a maior avidez na ligação da transferrina ao íon ferro

Saturação da Transferrina Ferro sérico / TIBC X 100 (%) Mais útil do que os valores de ferro sérico e TIBC separadamente Menos sujeito às variações Valores dependentes da idade >16% em adultos >12%em crianças

Ferritina Sérica Composto intracitoplasmático de armazenamento de ferro Reflete o estoque de ferro no organismo Método sensível e reprodutivo determinado através de radioimunoensaio Valores dependentes da idade >12 mg/dl em adultos >10 mg/dl em crianças

Protoporfirina Eritrocitária Livre (PEL) Via da síntese do Heme - antes da incorporação do ferro Acúmulo nas células vermelhas com a deficiência de ferro Método simples através de fluorometria Método caro, não disponível em muitos serviços Distingue as causas de anemia microcítica normal na Talassemia Minor na anemia ferropriva na intoxicação por chumbo

Esfregaço do Sangue Periférico Método direto, simples e barato Mostra microcitose e hipocromia 6% de falso positivo 51% de falso negativo (manual)

Alterações Laboratoriais na Anemia Ferropriva DETERMINAÇÃO LABORATORIAL ALTERAÇÃO RESULTADOS HEMOGLOBINA DIMINUIDA < 11 g/dl VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM) DIMINUIDO < 70 mm3 FERRO SÉRICO DIMINUIDO < 50 µg/dl CAPACIDADE TOTAL DE AUMENTADO >400 µg/dl TRANSPORTE DE FERRO (TIBC) SATURAÇÃO DE TRANSFERRINA DIMINUIDA < 10% PROTOPORFERINA ERITROCITÁRIA AUMENTADA > 50 µg/dl LIVRE (PEL) FERRITINA SÉRICA DIMINUIDA < 12 ng/ml

Valores limites de referência na anemia IDADE (ANOS) E SEXO Hb (g/dl) HT (%) VCM (m3) HCM (pg) 0,5-4 11 32 72 24 5-10 11 33 75 25 11-14 fem. 11,5 34 78 26 masc. 12 35 78 26 15-19 fem. 12 35 79 27 masc. 13 39 79 27 20-44 fem. 12 35 80 27 masc. 13,5 40 80 27

Valores de Ferritina, Saturação de Transferrina e Protoporfirina Eritrocitária IDADE (ANOS) FERRITINA SATURAÇÃO DE PEL SÉRICA (ng/mg) TRANSFERRINA (%) (mg/dl) 0,5-4 < 10 < 12 > 80 5-10 < 10 < 14 > 70 11-14 < 10 < 16 > 70 15 < 12 < 16 > 70

História e exame físico sugestivo de deficiência de ferro Hemograma com reticulócitos Ferritina Saturação da transferrina Protoporfirina Eritrocitária Livre

Tratamento da Anemia Ferropriva Eliminar a causa Administrar o elemento carencial - ferro restaurar o valor normal de Hb e Ht restaurar os estoques normais de ferro do organismo

Via Oral Via fisiológica de absorção do ferro Variedade de formas de apresentação sais ferrosos ( sulfato, gluconato, fumarato...) sais férricos (hidroxicitrato, sulfato...) Sulfato ferroso - melhor relação custo/benefício 3 a 5mg/Kg,1h antes das refeições, divididas em 2 tomadas/dia, durante 3 meses absorvido de forma rápida e completamente menor custo no comércio

Resposta ao Tratamento Oral Desaparecimento dos sintomas em 1 a 2 dias Resposta medular detectável em 24h Reticulocitose no sangue periférico em 2 ou 3 dias de 0,25 a 0,4g/dL/dia na Hb de 1%/dia no Ht

Transfusão Sanguínea Anemia severa com descompensação cardíaca Uso de concentrado de Hemácias Dose - 10ml/kg com monitorização cardíaca

Reconhecer e tratar a causa!!! Causa mais comum- BAIXA INGESTA Corrigir os erros alimentares Estimular o aleitamento materno exclusivo até 6 meses ingesta de alimentos ricos em ferro heme (carne, peixe, frango, fígado, miúdos...) ingesta de alimentos ricos em ferro não heme (beterraba, feijão...) incentivar o uso de frutas cítricas ricas em vitamina C que melhora a absorção de ferro não heme

Suplementação profilática de ferro Recém Nascido Início Dose Recomendada Duração Prematuro e 30 dias de 2mg Fe/Kg 2 meses depois a termo com vida de peso/dia 1mg/dia até baixo peso ao 24 meses nascer (2500g) A termo com Desmame 1mg Fe/Kg Até peso normal (5 a 6 meses) de peso/dia 24 meses ao nascimento

Nós somos culpados de muitos erros e muitas faltas, mas o nosso pior crime é o de abandonar as crianças, negligenciando a fonte de vida. Muitas coisas que necessitamos podem esperar. A criança não pode. É justamente agora que seus ossos estão se formando, seu sangue está sendo feito e seus sentidos estão se desenvolvendo. Para elas não podemos responder Amanhã Seu nome é Hoje. Gabriela Mistral

Protocolo para diagnóstico e seguimento de Anemia Ferropriva Anamnese e exame físico Sugestivos de anemia Hemograma + reticulócitos Anemia hipocrômica/microcítica e reticulócitos baixos Ferritina ou saturação de transferrina ANEMIA FERROPRIVA Ferritina <10 ou Saturação <10% ulfato ferroso 3-5 mg/kg/d, 3 meses em 2 tomadas diárias 1 mês Ht/Hb