Impacto clínico da tripla positividade dos anticorpos antifosfolípides na síndrome antifosfolípide trombótica

Documentos relacionados
Síndrome Antifosfolípido

TROMBOPROFILAXIA DURANTE A GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO

Registro Brasileiros Cardiovasculares. REgistro do pacientes de Alto risco Cardiovascular na prática clínica

densidade óptica está ilustrada na Figura 1. O grupo anti-lpl positivo (anti- LPL+) foi detectado em 25 dos sessenta e seis pacientes com LES (37,8 %)

TABELA 1. Médias e desvios padrão da média (x±dp) das variáveis clínicas e laboratoriais das mulheres com diabetes gestacional

Lipoproteína(a) na síndrome antifosfolípide primária

Vigilância Epidemiológica, Sanitária e Ambiental

Marcos Sekine Enoch Meira João Pimenta

Avaliação da pesquisa de anticorpos antifosfolipídios para o diagnóstico da síndrome antifosfolípide

Trombocitopenia induzida pela heparina

Tipos de Estudos Epidemiológicos

Epidemiologia Analítica. AULA 1 1º semestre de 2016

IMPLICAÇÕES DA CLASSE DE ÍNDICE DE MASSA CORPORAL E OBESIDADE ABDOMINAL NO RISCO E GRAVIDADE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL EM PORTUGAL

Projeto BPC: Conceitos Gerais. Sabrina Bernardez Pereira, MD, MSc, PhD

Síndrome antifosfolípide primária e infecções por hepatites B e C

CATETERISMO CARDÍACO. Prof. Claudia Witzel

Lúpus eritematoso sistêmico com acometimento neurológico grave: Relato de Caso

Perfil FAN e AUTO-ANTICORPOS. Qualidade e precisão para diagnóstico e acompanhamento clínico.

Avaliação do Risco Cardiovascular

Trombose Trombofilias Hereditárias e Adquiridas. Elbio Antonio D Amico Paula Ribeiro Villaça

Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial Director: Dr. Luis Dias

Tratamento anticoagulante a longo prazo do tromboembolismo venoso (TEV)

Verónica Gómez, Milene Fernandes, Violeta Alarcão, Cristiana Areias, Diana Souto, Elisa Lopes, Paulo Nicola, Evangelista Rocha

Preditores de lesão renal aguda em doentes submetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea

Maria José Santos Ana Cordeiro Ana Lemos J. Canas da Silva ANTICORPOS ANTIFOSFOLÍPIDOS NUMA POPULAÇÃO PORTUGUESA DE DOENTES COM LÚPUS

aula 12: estudos de coorte estudos de caso-controle

Utilização de diretrizes clínicas e resultados na atenção básica b

ESTADO NUTRICIONAL E FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

PERFIL NUTRICIONAL E PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM PACIENTES ATENDIDOS NO LABORATÓRIO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA DA UNIFRA 1

Hiper-homocisteinemia e síndrome antifosfolípide primária

Impacto do Grau de Controlo da Asma na Utilização de Cuidados de Saúde em Portugal

Na hipertensão arterial

Introdução Descrição da condição

FATORES DE ADESÃO MEDICAMENTOSA EM IDOSOS HIPERTENSOS. Nilda Maria de Medeiros Brito Farias. Contexto. População mundial envelhece

Mylene Martins Lavado. Declaração de conflito de interesse

Como selecionar o tipo de stent e antiplaquetários para cirurgias não cardíacas. Miguel A N Rati Hospital Barra D Or - RJ

Sysmex Educational Enhancement & Development

Úlceras de Perna. Definição Epidemiologia Etiologia Manifestações Clínicas Diagnóstico Diferencial Tratamento 2015 ENF.

Síndrome Antifosfolipídica: Uma Revisão a Propósito de Três Casos Clínicos

Noções de Epidemiologia

Epidemiologia. Tipos de Estudos Epidemiológicos. Curso de Verão 2012 Inquéritos de Saúde

LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) UMA REVISÃO 1

Vieses e Confundimento. Prof. Dr. Octavio Marques Pontes Neto

Desenhos de estudos científicos. Heitor Carvalho Gomes

ESTUDO DO PERFIL LIPÍDICO DE INDIVÍDUOS DO MUNICÍPIO DE MIRANDOPOLIS/SP

RESUMO SEPSE PARA SOCESP INTRODUÇÃO

COMO CONTROLAR HIPERTENSÃO ARTERIAL?

Rede Nacional de Vigilância de Morbidade Materna Grave. Frederico Vitório Lopes Barroso

Glomerulonefrite pós infecciosa

Lesões de Tronco de Coronária Esquerda

Delineamentos de estudos. FACIMED Investigação científica II 5º período Professora Gracian Li Pereira

DIRETRIZES SOBRE COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS EM DEPENDÊNCIA AO ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS

Trombose coronariana como primeira complicação da aíndrome antifosfolípide

Referenciação à Consulta de Reumatologia

CNC-CENTRO DE NEFROLOGIA DE CANINDÉ

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU ORIENTAÇÃO TÉCNICA N.º 019/ CESAU

IMPORTÂNCIA DA CONSULTA DE ENFERMAFGEM PARA PREVENÇÃO DA TROMBOSE VENOSA PROFUNDA EM PUÉRPERAS

Situação das Arboviroses no MRJ

a epidemiologia da doença que mais mata

Relevância Clínica da Síndrome Metabólica nos Indivíduos Não Obesos

M.C.R 20 anos Casada Ensino médio completo Prendas domésticas Natural e procedente de Botucatu

Hipoalbuminemia mais um marcador de mau prognóstico nas Síndromes Coronárias Agudas?

DOENÇA DE GRAVES EM IDADE PEDIÁTRICA: AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DOS ANTITIROIDEUS

Manejo do Diabetes Mellitus na Atenção Básica

XXXV Congresso Português de Cardiologia Abril ú ç

CASO CLÍNICO. Medicina-UFC. Everton Rodrigues

VARIZES DE MEMBROS INFERIORES. Dr Otacilio Camargo Junior Dr George Kalil Ferreira

BENEFIT e CHAGASICS TRIAL

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM NEOPLASIA DE MAMA EM TRATAMENTO COM TRANSTUZUMABE EM HOSPITAL NO INTERIOR DE ALAGOAS

Uso do AAS na Prevenção Primária de Eventos Cardiovasculares

Caso clínico. S.A.G, 35 anos

Simone Suplicy Vieira Fontes

HEMORRAGIA MAJORNO ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO COM ELEVAÇÃO DO SEGMENTO ST: CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO, PREDITORES E IMPACTO NO PROGNÓSTICO

Introdução à busca de artigos científicos

Hipertensão Arterial. Educação em saúde. Profa Telma L. Souza

Tipos de Estudos Clínicos: Classificação da Epidemiologia. Profa. Dra. Maria Meimei Brevidelli

Estratégias Hemodinâmicas na Prevenção e Tratamento do

Fatores relacionados a prevalência e exclusividade do Aleitamento Materno em Portugal nos primeiros 6 meses de vida

Atraso na admissão hospitalar de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico: quais fatores podem interferir?

APRESENTAÇÃO E-PÔSTER DATA: 18/10/16 LOCAL: SALAS PRÉDIO IV

Tutorial de Pesquisa Bibliográfica- BVS. 2ª. Versão 2012

Estatística Vital Aula 1-07/03/2012. Hemílio Fernandes Campos Coêlho Departamento de Estatística UFPB

Após um episódio de ITU, há uma chance de aproximadamente 19% de aparecimento de cicatriz renal

Hemograma, plaquetas, creatinina, uréia. creatinina, uréia. Lúpus induzido por drogas, gestantes, lactantes e crianças devem ser tratados por médicos

- termo utilizado para designar uma Dilatação Permanente de um. - Considerado aneurisma dilatação de mais de 50% num segmento vascular

SIASS: PROMOÇÃO DE SAÚDE AO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL

PREVALENCIA DA INCONTINÊNCIA COMBINADA AUTO-RELATADA EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

DIAS E HORÁRIOS DAS APRESENTAÇÕES DOS TRABALHOS ENFERMAGEM TODOS OS AUTORES DEVERÃO CHEGAR IMPRETERIVELMENTE NO HORÁRIO MARCADO.

ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES COM CÂNCER Modelo de Riscos proporcionais de COX

VANESSA MARCON DE OLIVEIRA

B I B L I O T E C A D E C I Ê N C I A S D A S A Ú D E O QUE SE DEVE SABER PARA MONTAR UMA ESTRATÉGIA DE BUSCA

Serviço de Cardiologia, Hospital do Espírito Santo de Évora. Serviço de Cardiologia, Hospital Distrital de Santarém

TROMBOFILIAS HEREDITÁRIAS E ADQUIRIDAS

ABORTAMENTO HABITUAL CASO I5

Transcrição:

Impacto clínico da tripla positividade dos anticorpos antifosfolípides na síndrome antifosfolípide trombótica Autores: Sabrina S. Saraiva, Bruna Mazetto, Ingridi Brito, Fernanda Talge, Laís Quinteiro, Marina Pereira Colella, Erich Vinicius de Paula, Simone Appenzeller, Joyce Annichino-Bizzachi, Fernanda Andrade Orsi Congresso Brasileiro de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular Florianópolis, 10 de novembro de 2016

Introdução Conceitos gerais e critério diagnóstico da SAF Condição autoimune, pró-trombótica, descrita em 1983 por Hughes Espectro clínico heterogêneo diversos leitos vasculares acometidos (venoso, arterial, capilar) prognóstico variado Critério diagnóstico: evento trombótico ou morbidade gestacional evidência laboratorial persistente de anticorpos antifosfolípides (anticoagulante lúpico, anticardiolipina ou anticorpo anti-beta2 glicoproteína I) Critérios de Sapporo. Adaptado de Miyakis et al.

Introdução Definição dos perfis de positividade para apl Proposta de 4 perfis de apl pela Classificação SAF/2006: Categoria I mais de 1 critério laboratorial presente (qualquer combinação) Categoria IIA- Presença isolada do anticoagulante lúpico Categoria IIB- Presença isolada da anticardiolipina Categoria IIC Presença isolada da antib2gpi Caracterização da tripla positividade Pengo et al. Thromb Haemost. 2005 Miyakis 2006. JTH

Introdução Importância clínica dos perfis de positividade para apl Perfil de apl Incidência anual de trombose Risco relativo para qualquer evento trombótico Risco relativo para 1 o trombose venosa Risco relativo para 1 o trombose arterial Anticoagulante Lúpico 0,65%- 1,3% 4,5 (1,2-16,6) 1,9 (0,6-5,9) 1,7 (0.5-5.6) 6,1 (2,7-13,8) 4,1 ( 0.8-19.9) 3,6 (1,3-9,9) Anticardiolipina (IgG ou IgG/IgM) -x- 1,7 (0.5-5.6) 3,1 (1,2-7,9) 1,3 (0.4-3.5) 1.4 (1,1-2,0) 2,2 (0.7-6.7) 2,6 (1,7-4,0) Anti-B2 glicoproteína I -x- 4,3 ( 1.16-16.0) 1,2 ( 0.45-3.1) 2,9 (1.1-8.4) 3,1 (1,5-6,4) Duplo positivo (LAC + ab2gp1) 1,3% 4,1 (1,3 13,5) 1,5 (0,6-3,4) 2,4 (1.0-6.0) Tripla positividade 1,3% - 5,3% 3,11 (0,65-15,04) 2,47 (0,45-13,40) 3,20 (0,60-17,18) Carolyn Neville et al.thromb Haemost.2003; Galli M. et al. Blood 2007; Reynaud Q et al. Autoimmun Rev.2014,Mustonen Lupus 2014

Introdução Valor prognóstico da tripla positividade Em relação a complicações da SAF (obstétricas e recidiva) Maior risco de perda fetal e tromboembolismo durante a gestação na tripla positividade Incidência cumulativa de retrombose na tripla positividade 12.2% (95%CI, 9.6 14.8) em 1 ano 26.1% (95%CI, 22.3 29.9) após 5 anos A incidência de retrombose nas outras categorias de apl não foi avaliada Amelia Ruffatti et al. Thromb Haemost 2006 Pengo et. Al. Journal of Thrombosis and Haemostasis,2015

Justificativa Exposição do problema: fatores de risco relacionados ao perfil de anticorpos A tripla positividade de anticorpos antifosfolípides é um possível marcador de gravidade na evolução clínica da SAF Porém, os impactos clínicos da tripla positividade na SAF trombótica são controversos pela ausência de estudos clínicos que comparem os diferentes perfis de anticorpos

Objetivo Objetivo: Avaliar o impacto da tripla positividade na apresentação clínica e na evolução dos pacientes com SAF trombótica, comparando com outros perfis de anticorpos

Metodologia Estudo clínico observacional análise retrospectiva dos dados Levantamento de dados: Questionário e exame físico na data de inclusão do estudo Prontuário médico Foram consideradas as informações clínicas e laboratoriais registradas na ocasião do diagnóstico

Resultados Distribuição da população 130 pacientes acompanhados no ambulatório de Hemostasia Hemocentro/UNICAMP com diagnóstico de SAF 2 pacientes excluídos por não apresentarem avaliação completa de anticorpos

Resultados Distribuição da população 130 pacientes acompanhados no ambulatório de Hemostasia Hemocentro/UNICAMP com diagnóstico de SAF 2 pacientes excluídos por não apresentarem avaliação completa de anticorpos

Resultados Dados demográficos e clínicos relacionados à TP x Não-TP Coorte N=128 TP N= 32 Não-TP N= 96 P Follow up, anos 4,9 (2 9,2) 6,6 (3,2-8,7) 4,1 (1,6-8,7) 0,05 Idade ao diagnóstico, anos (IQ) 29 (21,5-41) 28,9 (21,1-34,5) 30 (21-44) 0,15 Tabagismo (%) 21,8 15,4 28,6 0,2 HAS (%) 34,3 31,2 35,4 0,83 Dislipidemia (%) 39,8 31,2 42,7 0,31 Obesidade (%) 25,7 25 28,9 0,81 DM (%) 8,5 3,1 10,4 0,28 Histórico familiar (%) 42 43,3 44 0,37

Resultados Dados clínicos referentes a SAF relacionados à TP x Não-TP Coorte N=128 TP N= 32 Não-TP N= 96 P Trombose arterial:venosa(n) 41:87 33% : 67% 9:23 28% : 72% 32:64 33% : 67% 0,66 Morbidade gestacional* (%) 29,6 34 33 1 Eventos recorrentes (%) 34 34 33 1 Incidência de eventos trombóticos/ paciente-ano Compl. C4 mg/dl mediana (IQ) 0,4 (0,1-4,2) 0.47 (0,1-3,2) 0,39 (0.1-4.2) 0,8 0,22 (0,14-0,27) 0,2 (0,12-0,27) 0,23 (0.16-0.27) 0,15 * Avaliada em 52 mulheres com antecedente de pelo menos 1 gestação.

Resultados Pacientes com TP eram em sua maioria mulheres e apresentavam maior prevalência de doenças autoimunes comparados aos pacientes não-tp P=0,02 Sexo Triplo Positivo Não TP Feminino n=29 n=67 Masculino n=3 n=29 Triplo Positivo Não TP Primária n=16 n=64 Secundária n=16 n=32

Resultados Pacientes com TP apresentavam maior prevalência de FAN positivo e consumo da fração C3 do complemento comparados aos pacientes não-tp P=0.01 FAN Triplo Positivo Não TP Positivo n=22 n=43 Negativo n=10 n=53 C3 (mg/dl) Triplo Positivo Não TP Mediana 1,03 1,19 IQ 0,91-1,21 1,02-1,38

Resultados Análise multivariada dos parâmetros associados à tripla positividade Análise univariada Análise multivariada OR (IC 95%) P OR (IC95%) P Sexo feminino 4,2 (1,2-14,8) 0,02 3,6 (1,1-13,7) 0,04 FAN positivo 2,6 (1,1-6,2) 0,02 1,46 (0,4 4,9) 0.14 LES 2,0 (0,9-4,5) 0,09 1,2 (0,4 3,9) 0,79 C3 0,2 (0,4-1,0) 0,05 0,5 (0,8-2,6) 0,45

Foram avaliados os parâmetros significativos conforme diferentes perfis de apl Optamos por avaliar os parâmetros que diferenciavam TP da não TP em diferentes categorias de perfis de apl Dividimos os pacientes em 4 perfis Presença do anticorpo anticoagulante lúpico isolado Presença do anticorpo anticardiolipina ou anti-b2gpi isolado Dupla positividade Tripla positividade

Resultados Distribuição da população Sexo/ FAN Sexo LAC isolado acl ou ab2gpi isolado Duplo positivo Triplo positivo Feminino n=31 n=11 n=25 n=29 Masculino n=23 n=2 n=4 n=3 FAN LAC isolado acl ou ab2gpi isolado Duplo positivo Triplo positivo FAN positivo n=22 n=3 n=18 n=22 FAN negativo n=32 n=9 n=11 n=10

Resultados Distribuição da população - Doenças autoimunes sistêmicas Doenças autoimunes SAF secundária LAC isolado acl ou ab2gpi isolado Duplo positivo Triplo positivo n=15 n=4 n=13 n=16 SAF primária n=39 n=9 n=16 n=16 Mediana (mg/dl) 1.26 1.21 1.08 1.03 IQ 1.11-1.42 0.95-1.33 0.92-1.29 0.91-1.21

Conclusão Este é um dos primeiros estudos que comparou os desfechos clínicos da SAF trombótica entre os diferentes perfis de apresentação de anticorpos Pacientes com tripla positividade: Maioria mulheres Maior prevalência de FAN positivo Maior prevalência de doenças autoimunes Maior consumo do C3

Conclusão A presença desses fatores não esteve relacionada pontualmente à tripla positividade, mas sim ao aumento gradual da complexidade do perfil de autoanticorpos Positividade isolada Dupla positividade Tripla positividade Sexo feminino 62,7% 86,2% 90,6% FAN positivo 37,8% 62% 68,7% LES 28,3% 44,8% 50% Mediana de C3 1,24 (mg/dl) 1,08 1,03

Conclusão Entretanto, em nossa coorte, a tripla positividade de anticorpos não influenciou: - apresentação clínica da SAF trombótica em relação ao sítio da trombose (arterial x venosa) - incidência de retrombose - ocorrência de complicações gestacionais Dessa forma, a TP poderia eventualmente discriminar pacientes assintomáticos com maior risco para um primeiro evento trombótico, mas, a partir do diagnóstico da SAF, a TP não teria valor prognóstico.

Conclusão Não foi possível validar, em nossa coorte, a presença da tripla positividade como um marcador prognóstico Particularidades clínicas da população Variações interlaboratorias nos ensaios dos anticorpos antifosfolípides É necessária validação da tripla positividade como marcador prognóstico para que seja considerado definidor de pacientes com SAF trombótica de alto risco.

Conclusão A TP foi associada a um perfil de anticorpos mais complexos Seguimento clínico mais pormenorizado destes pacientes, atentando ao risco de desenvolvimento de manifestações autoimunes adicionais à SAF (plaquetopenia, alterações cutâneas, neurológicas e renais)

Hemocentro de Campinas UNICAMP Obrigada!