I-DIREITO TRIBUTÁRIO e o DIREITO FINANCEIRO 1
I - O DIREITO TRIBUTÁRIO E O DIREITO FINANCEIRO 1- A atividade financeira do Estado 2- O Direito Financeiro e o Direito Tributário 3- A autonomia do Direito Financeiro e do Tributário 4- O Direito Tributário como Direito Público 5-Relações do D. Tributário com os demais ramos 6- A codificação do Direito Tributário 2
1- A Atividade Financeira do Estado Financiamento do Estado obedece a vários métodos através dos tempos: a) extorsões sobre outros povos; b) recolhem as rendas produzidas pelo Estado; c)exigem coativamente tributos ou penalidades; d) forçam empréstimos; e) fabricam dinheiro metálico ou de papel. 3
Movimentação financeira do Estado Entradas (ou ingressos) Receitas públicas 4
Atividade Financeira do Estado nos 1- Receitas Públicas tempos modernos 2- Despesa Pública 3- Orçamento 4- Crédito Público 5
Receita Pública Aliomar Baleeiro - Receita Pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. A receita pública, sempre provoca um aumento no patrimônio estatal. 6
Receitas Públicas Não estão sujeitas a cláusulas devolutivas. Incorporam-se ao patrimônio estatal com ânimo definitivo. Produzem um acréscimo patrimonial. Originárias Classificação Derivadas 7
Receitas Públicas Originárias Estado age como ente particular (Jus Gestiones). Explora o seu próprio patrimônio. Estas receitas, em geral, são voluntárias. Comerciais, industriais, de serviços e próprias. 8
Receitas Públicas Derivadas O Estado age com o poder de império (Jus Imperii). Obtêm a receita explorando do particular. o patrimônio São receitas obrigatórias. A mais importante receita pública derivada, no mundo moderno, é o tributo. 9
Despesa Pública Aliomar Baleeiro - Despesa é o conjunto de dispêndios do Estado, para o funcionamento dos serviços públicos. É também a aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade, dentro de uma autorização legislativa, para execução de fim a cargo do governo. 10
Orçamento É a lei que contém a previsão das despesas e a estimada das receitas do Estado para o período, que em geral, é de um ano. Esta lei demonstra a vontade política do Estado, os setores que terão prioridade, mais verbas, que obras serão construídas, etc. No direito brasileiro a vigência do orçamento é de 1º de janeiro a 31 de dezembro de cada exercício (anualidade). Tribunais de Contas órgãos fiscalizadores. 11
Crédito Público Processo financeiro através do qual o Estado obtém dinheiro sob a obrigação jurídica de restituí-lo por todo o tempo em que retiver os capitais, com ou sem o pagamento de juros. Tais recursos são obtidos de forma voluntária ou coercitiva. Atividade de controle de política monetária e/ou combate à recessão. 12
2 - O Direito Financeiro e o Direito Tributário 13
Direito Financeiro É o ramo da Ciências Jurídicas que tem por objeto o estudo das relações jurídicas entre o Estado e o particular, decorrente da atividade financeira do Estado. Esta atividade financeira é realizada por todas as pessoas políticas de direito público interno, sendo fundamental à sua existência. 14
Direito Financeiro - objeto Receita Pública originária (comerciais, industriais, de serviços e próprias). Despesa Pública. Orçamento. Crédito Público. 15
Direito Tributário Ramo das Ciências Jurídicas que tem por objeto as relações jurídicas entre o Fisco e o particular, no que concerne à instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos (receitas públicas derivadas). As Receitas Públicas derivadas, compreendem os tributos e outras fontes de receita por parte do Estado. 16
Direito Tributário - denominação Inglês - Tax Law. Espanhol - Derecho Tributario. Francês - Droit Fiscal. Alemão - Steuer Recht. Português - Direito Tributário. Portugal - Direito Tributário - sentido mais amplo que Direito Fiscal. Italiano - Diritto Tributario. 17
3- Autonomia do Direito Financeiro e do Direito Tributário 18
Direito Financeiro - autonomia Autonomia Didática - livros, matéria restrita, publicações. Autonomia Científica - Constituição Federal (art. 24, I), princípios específicos, métodos próprios e institutos peculiares. 19
Direito Tributário - autonomia didática Lecionado na área de Cências Sociais Aplicadas e Ciências Humanas Livros e Publicações. Peculiaridades distintas dos demais ramos das Ciências Jurídicas. 20
Direito Tributário - autonomia científica Constituição Federal (Sistema Tributário). Princípios específicos. Métodos peculiares. Congressos Científicos. Institutos próprios. Código Tributário Nacional. Jurisprudência específica. 21
Direito Tributário - evolução Instituto Latino-Americano de Derecho Tributario ILADT. Instituto Brasileiro de Direito Tributário IBDT. International Fiscal Association IFA. Associação Brasileira de Direito Financeiro ABDF. Academia Brasileira de Direito Tributário ABDT. APET Associação Paulista de Estudos Tributários. 22
4 - O Direito Tributário como Direito Público Em geral há alguns critérios de classificação, sendo os mais relevantes os seguintes: Pessoa titular do direito; Natureza do interesse protegido; Natureza dos efeitos da norma jurídica. 23
5 - Relações do Direito Tributário com os demais ramos jurídicos 24
O Direito Tributário e o Direito Constitucional Relações íntimas em virtude do regime federativo predominante no Brasil. Constituição Brasileira traz: As espécies e sub-espécies tributárias; Os princípios tributários; As competências tributárias; A discriminação de rendas. 25
O Direito Tributário e o Direito Financeiro O Direito Tributário surgiu do Direito Financeiro. Até a CF 1946, a cobrança do tributo dependia de sua prévia autorização orçamentária (anualidade). Empréstimos Públicos originam os Empréstimos Compulsórios (tributos). Direito Tributário precede o Financeiro. Direito Financeiro, como regra, depende da regularidade do Direito Tributário, uma vez que a receita é fundamental para as atividades estatais. 26
O Direito Tributário e o Direito Administrativo D. Administrativo - regula as atividades da Administração Pública. Os princípios gerais de Direito Administrativo, também se aplicam ao Processo Administrativo Tributário. Funcionários, órgãos e repartições fiscais encontramse no Poder Executivo e submetidos ao Direito Administrativo. O lançamento tributário, atividade realizada pela Administração Tributária, para a cobrança do tributo, é um ato administrativo vinculado. 27
Direito Internacional Público Estados Soberanos celebram Tratados, Acordos e Convenções Internacionais. Brasil - celebrou várias Convenções e Tratados em matéria tributária. Convenções para se evitar a dupla tributação internacional; sobre a cooperação internacional em matéria fiscal. Após validamente aprovadas pelo Congresso Nacional e publicadas, terão influência na legislação interna tributária. 28
O Direito Tributário e o Direito Penal Ambos os ramos possuem normas coercitivas. As normas relativas aos crimes tributários, são previstas em leis penais, porém com efeitos tributários. O Direito penal tributário, portanto, compõe-se de leis tributárias e penais. Relações- Direito Penal, Direito Tributário, Direito Penal Tributário e Direito Tributário Penal. 29
O Direito Tributário e o Direito Processual Civil Lei de Execução Fiscal - 6830/80. Ações Tributárias, em grande parte, são previstas no Código de Processo Civil em vigor. Subsidiariamente aplicam-se à Lei de Execuções Fiscais as normas processuais civis em vigor. Direito processual tributário. 30
Direito Tributário e o Direito Comercial As leis tributárias podem se utilizar de conceitos do Direito Comercial, embora com alcance diferenciado. Institutos do Direito Comercial podem ter variadas consequências na área tributária. Como exemplo: Fusão, Cisão, Incorporação, comerciante, Transformação, Falência, Recuperação de Empresa, etc. 31
Direito Tributário e o Direito Civil Institutos de Direito Civil são muito utilizados pela lei tributária. Ex. compensação, transação, dação em pagamento, remissão, compra e venda, repetição do indébito, parcelamento, etc.. 32
6 -A Codificação no Direito Tributário Brasileiro 33
Código Tributário Nacional Lei Federal no 5172/66. Segue o movimento codificador iniciado na AL em fins da década de 50. Aproveita vários princípios do Código Tributário Modelo p/ a América Latina. Atualmente tem força de Lei Complementar de caráter nacional (CF. art. 146, c). Aplica-se à todas as entidades tributantes. 34