ÁFRICA. ÁFRICAS. Sociedades e reinos africanos: diversidade! Colégio Pedro II São Cristóvão II 7º ano Professora: Robertha Triches
Diversidade de povos, paisagens, climas, religiões, rostos, linguagens...
O continente africano é bastante grande; compreende, em extensão, o terceiro maior continente. O território é cortado por dois grandes desertos, o Saara e o Kalahari, além de ser formado por savanas, florestas e estepes. A presença de alguns rios no continente, como o Nilo, o Níger, o Congo e o Zambeze, foram fundamentais para a sobrevivência dos povos, pois além de fornecerem água para usos diversos, foram utilizados como importantes meios de comunicação. Na África falam-se mais de dois mil dialetos e idiomas.
Diversidade de povos, paisagens, climas, religiões, rostos, linguagens... Desconhecimento Preconceito As principais narrativas construídas sobre os povos africanos desconsideram a sua diversidade cultural e social e o fato desses povos possuírem uma história muito anterior à presença dos europeus no continente. É necessário ouvi-los!
Importância das tradições orais: os griôs (griots),verdadeiras bibliotecas vivas Os griôs eram mulheres e homens encarregados de preservar e transmitir oralmente a memória dos acontecimentos históricos do seu povo. Usavam a música e a dança para narrar histórias e relembrar os feitos dos heróis africanos. Além disso, serviam de conselheiros a nobres e reis e de professores particulares de seus filhos, pois eram reconhecidos pelos seus conhecimentos. Ainda hoje vários povos africanos possuem os griôs como guardiães de sua história e eles representam para os pesquisadores uma importante fonte oral.
Antes da chegada dos europeus à África, já havia no continente grandes reinos e impérios, que possuíam diferentes formas de organização política, social e econômica.
África Saariana Sahel África Subsaariana
O deserto do Saara servia de zona de passagem no comércio de caravanas, feito pelos povos berberes, que ligava as cidades do sul às do norte e aos portos do Mediterrâneo. Nessas regiões, desenvolveram-se grandes cidades, que atuavam como mercados onde se concentravam as cargas que seguiam para a Árabia, para a Península Ibérica e para o mar Vermelho. O intenso comércio pelo deserto possibilitou um contato maior entre os povos africanos, a expansão do Islã e o desenvolvimento de uma série de reinos na África Subsaariana. Além das caravanas, os rios Níger, Gâmbia e Senegal e suas redes de canais também foram fundamentais para o desenvolvimento do comércio entre o norte e o sul do continente, e, consequentemente, para o enriquecimento de reinos e impérios.
Caravanas pelo Saara
Reino de Axum (séc. I a XIII) África Oriental: atual Etiópia. Comércio intenso com Egito, Índia, Pérsia: ouro, marfim, produtos agrícolas, etc. Formou um império, integrando as regiões situadas ao sul dos limites do Império Romano. Porto de Adúlis, centro cosmopolita em razão do comércio: contato com vários povos e culturas. Primeiro reino a cunhar moedas. Primeiro reino cristão da África (sec.iv): rei Ezana. Enfraqueceu-se após a expansão dos árabes no continente.
Reino de Gana: terra do ouro (séc. IV a XIII) África Ocidental: atuais Mali, Mauritânia, Senegal, Guiné. Principal grupo: soninkê. Riquezas: ouro e comércio transaariano (sal, tâmaras, tecidos, cereais etc.). Rei (gana) cobrava tributos para entrar e sair das cidades. Presença das religiões originais da África e do islamismo.
Império do Mali (séc. XIII-XVI) África Ocidental: atuais Mali, Mauritânia, Senegal, Guiné, Guiné- Bissau, Gâmbia, Burkina Fasso e Níger. Principal grupo: malinquê. Riquezas: ouro, cobre, sal, noz-de-cola, escravos, marfim, peles, plumas etc. Rei = mansa. A conversão ao Islã foi quase completa. Chegou a ser o Estado mais rico da África Ocidental.
Tombuctu: Patrimônio da Humanidade Além de centro comercial, a cidade se tornou um dos principais centros da cultura do continente africano. Possuía bibliotecas, universidades e mesquitas. Era também ponto de encontro de poetas, intelectuais e artistas da África e do Oriente Médio. A mesquista de Sankoré tornou-se uma universidade no séc. XV. Existe até hoje.
Reino do Congo (séc. XIV a XIX) África Centro Ocidental: atuais República Democrática do Congo, Congo e Angola. Principais riquezas: agricultura, metalurgia, comércio e pecuária. Além das religiões originais da África, presença do catolicismo através dos portugueses (séc. XV). Imperador: mani congo. Vários povos de língua banto. Região de onde veio a maior parte dos escravizados trazidos para o Brasil. Instrumentos como o berimbau, lutas como a capoeira, danças e cerimônias como a congada, caxambu, jongo, lundu são heranças do povo banto.
Reinos Iorubás Constituem um grande grupo étnicolinguístico da África Ocidental: parte dos atuais Nigéria, Togo, Benin e Serra Leoa. Hoje em dia, o termo iorubá identifica tanto a língua quanto o povo. Também chamados de nagôs, organizavam-se em cidades-estado, que falavam variantes de uma mesma língua e tinham tradições semelhantes. Deixaram forte marca na cultura afrobrasileira: o candomblé, instrumentos como o agogô e o atabaque, culinária (vatapá, acarajé etc.)
Bibliografia RODRIGUES, Joelza Ester Domingues. História em documento: Imagem e texto edição reformulada, 7º ano 2. Ed. São Paulo: FDT, 2012. SILVÉRIO, Valter Roberto (ed.). Síntese da Coleção História Geral da África : Pré-história ao século XVI. Brasília: UNESCO, MEC, UFSCar, 2013.