Reinos da África Ocidental

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1 Reinos da África Ocidental A África é um continente imenso e com muita diversidade. As rotas comerciais adentraram a região oeste em busca de ouro. Com isso, as aldeias que serviam de ponto de intermediação de comércio se transformaram em centros urbanos maiores e mais organizados. As principais mercadorias transportadas pelas rotas transaarianas eram ouro, escravos e sal, este último muito usado como moeda nas trocas comerciais. O comércio era realizado principalmente por árabes islamizados.

2 Reinos da África Ocidental Por todo o continente africano havia povos nômades e outros organizados em grandes aldeias ou cidades. Os povos que viviam na região denominada Sael (território de savanas ao sul do deserto do Saara) eram chamados de sudaneses, pois essa região havia sido chamada pelos árabes de Sudão ( que significa em árabe terra de negros ). A formação de reinos organizados na região se deve em grande medida ao comércio transaariano. Os principais reinos sudaneses foram: Gana, Mali, Songai.

3 Reino Gana O Reino Gana foi o reino sudanês com maior duração, do século IV ao século XIII. Nesse reino, a sociedade estava dividida entre nobres, homens livres, servos e escravos. Em termos políticos, a sociedade era subordinada a um rei, que era o soberano e o líder militar. O rei era venerado pela população, que lhe atribuía uma caráter divino. O rei e seus súditos mantinham a religiosidade tradicional de seu povo, mas há relatos de que não havia nenhuma proibição das crenças islâmicas.

4 Reino Gana Gana ficou conhecido como o país do ouro devido às minas de Bambuk, localizadas entre os rios Falemé e Senegal. O sal, mercadoria rara nesse período, tinha quase o mesmo valor que o ouro e era outro produto altamente comercializado. Seu declínio foi ocasionado pela invasão de um grupo de muçulmanos ortodoxos, os almorávidas, que causou a fragmentação do reino. Assim, o Reino de Gana foi superado pelo Reino de Mali, antiga província ganesa, no século XIII.

5 Reino de Mali O rei de Mali tinha o título de mansa, se converteram ao islamismo e tornaram islâmico o reino. Mesmo assim, algumas populações de camponeses não se converteram e, aos poucos, o governo foi perdendo o controle sobre esses povoados. Com a islamização do reino, mesquitas, bibliotecas e escolas foram construídas nessas cidades. A sociedade de Mali dividia-se hierarquicamente. No topo estava o rei, seguido pelas famílias reais, nobres, homens livres, homens de ofício tradicional (ferreiros, carpinteiros, etc.), servos e escravos.

6 Ao final do século Xiv, o Reino de Mali entrou em declínio devido a disputas internas pelo poder e rebeliões de diversos povos, entre eles os tuaregues. No século XV, os songais, habitantes de uma das províncias de Mali, dominaram a região e tomaram o poder, formando um imenso reino, bastante superior ao de Mali. Reino de Mali

7 Reino de Songai O reino de Songai emergiu no século XV, se expandiu, e se manteve como o mais forte dos Estados do Sudão até 1591, quando exércitos vindos de Marrocos invadiram e conquistaram a região. O reino de Songai era liderado pelo ásquia (chefe supremo), que dominou e conquistou as grandes cidades do reino Mali. As cidades de Songai mantinham certa autonomia e pagavam tributos ao ásquia. Havia centros de contato dos mercadores, o que possibilitou a expansão territorial. A base econômica do Reino de Songai era a pesca e o comércio de ouro e sal.

8 Reino de Songai O grande comércio de ouro pelo Saara, que foi o sustentáculo dos reinos da região, começou a decair a partir do século XV por causa da presença dos portugueses na costa atlântica da África, onde comercializavam ouro e outros produtos pelo mar. O fim de Songai se deve ao conflito com Marrocos pelo controle das fontes de sal no Saara central. Tumba de Askia Mohammed, governante do Reino de Songai entre 1493 e 1528, em Gao