ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA FACULDADE SETE DE SETEMBRO FASETE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO CLARISS DE FRANÇA SILVA



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Transcrição:

9 ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA FACULDADE SETE DE SETEMBRO FASETE CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO CLARISS DE FRANÇA SILVA O USO DA FILOSOFIA JUST IN TIME NA PRODUÇÃO PARA OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS NA MONTADORA DA FORD EM CAMAÇARI-BA PAULO AFONSO-BA 2014

10 CLARISS DE FRANÇA SILVA O USO DA FILOSOFIA JUST IN TIME NA PRODUÇÃO PARA OTIMIZAÇÃO DE PROCESSOS NA MONTADORA DA FORD EM CAMAÇARI-BA Monografia apresentada ao curso de Bacharelado em Administração da Faculdade Sete de Setembro FASETE, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob orientação do professor Caio Arruda. PAULO AFONSO-BA 2014

11 A Francisca Cecília ( in memorian ) e João Caetano ( in memorian ), por todos os ensinamentos, criação, dedicação, carinho e amor por mim. Aos meus avós, dedico.

12 AGRADECIMENTOS A Deus, por todas as minhas conquistas e bençãos, por guiar e iluminar os meus caminhos, por estar ao meu lado em todos os momentos. Aos meus pais, que sempre batalharam e abriram mão dos seus sonhos para que eu pudesse ter uma educação de qualidade. Serei eternamente grata por cada palavra de apoio, incentivo, gestos de carinho, amor e dedicação. Eu não poderia ir a lugar algum sem vocês. Aos meus queridos avós, que foram o meu alicerce, o meu muito obrigada. Palavras não são capazes de descrever o meu amor por vocês. Meus anjos! A todos da minha família, pelo apoio e por proporcionar a felicidade de tê-los por perto, em especial, a tio Messias, que cuida e apoia como um pai. Aos meus amigos, poucos mas suficientes para alegrar minha vida. São irmãs que pude escolher. Geneci, Gecineide, Leidemara, minha eterna gratidão por vocês exercerem lindamente a função de amigas. Ao meu noivo, por toda paciência, amor, respeito, carinho, estimulos para que eu me torne uma pessoa melhor cada vez mais em todos os sentindos. Obrigada por fazer parte da minha história e por construir a nossa família. Para você guardei o amor que eu sempre quis mostrar. Aos todos os meus professores, por todos os ensinamentos e dedicação, Seríamos como uma tábua rasa sem vocês. Obrigada meus mestres. Ao meu orientador, Caio Arruda, pelo apoio, incentivo, ensinamentos e por acreditar no meu trabalho. A você, desejo um futuro brilhante.

13 Tenho a impressão de ter sido uma criança brincando à beira mar, divertindo-me em descobrir uma pedrinha mais lisa ou uma concha mais bonita que as outras, enquanto o imenso oceano da verdade continua misterioso diante de meus olhos. (Isaac Newton)

14 SILVA, Clariss de França. O Uso da Filosofia Just in Time na Produção para Otimização de Processos na Montadora Ford em Camaçari-BA.2014. Curso de Bacharelado em Administração. Faculdade Sete de Setembro - FASETE. Paulo Afonso- BA. RESUMO As montadoras automobilísticas no Brasil atualmente estão em um mercado de constante variação e sujeito as oscilações da economia. As montadoras adotam as práticas da filosofia Just in Time procurando alta eficiência e estoques reduzidos. A filosofia do JIT surgiu como uma alternativa de coordenar a produção com a demanda, já que o principio dessa filosofia é puxar a produção a partir do mercado, tendo como principal resultado a racionalização dos recursos da produção. Assim, o presente trabalho tem como objetivo analisar como ocorre o uso do JIT dentro da montadora automobilística Ford em Camaçari-BA, analisando o fluxo e descrevendo seu processo. Para isso, será feito um acompanhamento de todo o processo JIT, as ferramentas auxiliares, o planejamento estratégico de produção. Para obtenção dos dados foram aplicados questionários com perguntas abertas para funcionários da empresa constituindo assim, a amostra da pesquisa, sendo de fundamental importância para o alcance dos objetivos desse trabalho. Os resultados desse estudo demonstram que processo ideal ainda não foi atingindo pela empresa estudada, mas a adoção a filosofia da melhoria constante tem atingido bons resultados, como o auxílio da ferramenta Lean. Palavras chave: Just in Time; Fordismo; Ford; Lean.

15 SILVA, Clariss de França. The Use of Philosophy Jusi in Time for the Production Process Optimization in carmaker Ford Camaçari-BA.2014. Curso de Bacharelado em Administração. Faculdade Sete de Setembro - FASETE. Paulo Afonso- BA. ABSTRACT The automobile manufacturers in Brazil are currently in a market of constant changes and subject to swings in the economy. Automakers adopt the practices of JIT philosophy looking for high efficiency and reduced inventories. The philosophy of JIT has emerged as an alternative to coordinate production with demand since the beginning of this philosophy is to pull the production from the market, with the main result of the rationalization of production resources. This study aims to examine how the use of JIT occurs inside the Ford automobile assembly plant in Northeastern Complex Camaçari - BA, analyzing and describing the flow process. This will be followed closely throughout the JIT process, auxiliary tools, and strategic planning production. To obtain questionnaires with open-ended questions to company officials thus, the research sample, which is paramount to achieving the objectives of this study were applied. The results of this study demonstrate that optimal process has not yet been reached by the company studied, but a philosophy of constant improvement has achieved good results, the aid of Lean tool. Key-words: Just in Time; Fordism; Ford; Lean.

16 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS BA: Bahia EUA: Estados Unidos da América FIAT: Fabbrica Italiana Automobili Torino GEIA: Grupo Executivo da Indústria Brasileira GM: General Motors IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística JIT: Just in Time TG: Tecnologia de Grupo TQM: Total Quality Management

17 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 10 1.1 Considerações Iniciais... 10 1.2 Definição do Problema... 12 1.3 Justificativa... 13 1.4 Objetivos... 14 1.4.1 Objetivo Geral... 14 1.4.2 Objetivos Específicos... 14 2. REFERENCIAL TEÓRICO... 15 2.1 História Automobilística... 15 2.2 Setor Automobilístico no Brasil... 17 2.3 Fordismo... 18 2.4 Toyotismo... 20 2.5 Just in Time... 22 2.6 Lean Manufacturing... 25 2.7 Gestão Qualidade Total... 26 2.8 Fator Brasil... 28 3.1 Método Científico... 31 3.2 Delineamento da Pesquisa... 31 3.3 Universo e Amostragem... 33 3.4 Instrumento de Coleta de Dados... 34 3.5 Estratégias de Análise de Dados... 35 4. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA... 36 5. ANÁLISE DOS DADOS... 37 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS... 45 REFERÊNCIAS... 47

10 1. INTRODUÇÃO 1.1 Considerações Iniciais O mundo capitalista renova-se com agilidade e frequência, exigindo dos profissionais e organizações cada vez mais capacidade para acompanhar as mudanças e crescer em um mercado altamente competitivo. Os consumidores tornaram-se mais exigentes, fazendo com que as empresas mais do que nunca se voltem para eles. Sendo o conhecimento das necessidades atuais e futuras dos clientes um ponto de partida na busca pela melhoria contínua da organização. Pois as estratégias, planejamentos e processos orientam-se em função da satisfação e da conquista da fidelidade dos clientes. Com a evolução do mercado automobilístico mundial as montadoras de veículos utilizam as ferramentas e técnicas da gestão de produção e qualidade com o intuito de atender as necessidades do mercado com produtos de alta qualidade e baixos custos. Não seria arriscado dizer que os maiores desperdícios de uma indústria concentramse na produção, podendo-se afirmar então que a manutenção dos negócios e grande parte do retorno de uma empresa estão relacionados as atividades de produção. Assim não adiantaria a empresa ter um departamento de marketing e vendas bem estruturado, se sua produção fosse mal planejada e ineficiente. Segundo Tubino (1999), um sistema produtivo eficiente, buscando um melhoramento contínuo no atendimento das necessidades dos clientes, com um sistema de relacionamento efetivo fornecedor / transportador / empresa, onde todos ganhem através da eliminação de atividades improdutivas (estoques, movimentações, inspeções, etc) é o que pode chamar de cadeia de abastecimento completa.

11 O modelo Toyotista de produção trouxe grandes benefícios como idealização de técnicas que buscam a otimização nos processos produtivos. Diante desse contexto, Moreira (2011), ressalta que uma dessas técnicas é a filosofia do Just in time (JIT) adotado pelo modelo japonês que por sua vez, refere-se á eliminação planejada e sistemática do desperdício, com o intuito de adquirir melhorias contínuas na produtividade. As técnicas e ferramentas da gestão da produção quando devidamente adaptado e aplicado a empresa para qual se destina, propicia excelentes resultados, pois são numerosas as fontes de oportunidades para a redução e eliminação de desperdícios. Podem ser citados como exemplos Kazen, 5 S, Kanbam, Just in time, TPM. De acordo com o site da Ford, tendo a visão de ser a empresa líder mundial na avaliação do consumidor em produtos e serviços automotivos, a Ford, surge em 1903 nos EUA, chegando ao Brasil em 1909. Tendo atualmente 4 fábricas no Brasil, sendo uma delas objeto de estudo para esse trabalho. De acordo com o site Lean Institute Brasil (2013), diz que a fábrica de Camaçari tornou-se um exemplo em manufatura e operações, apesar das dificuldades logísticas. Como resultado, a empresa tem colhido recentemente resultados positivos em lucratividade e aumento da participação do mercado. Pode até blindar da crise da matriz ou até mesmo levar práticas exitosas daqui para lá de forma mais intensa. A Ford vem há anos tentando copiar as técnicas e ferramentas da Toyota, principalmente o que se refere a produção. Porém a cultura dessa empresa não se modificou o suficiente para permitir a assimilação dos novos valores necessários para sustentar essas mudanças, pois um dos grandes problemas ainda enfrentado é a aplicação do conceito do sistema Lean (enxuto).

12 1.2 Definição do Problema Cada vez mais a competitividade e o mercado globalizado obrigam as empresas a buscarem ferramentas de respostas rápidas aos problemas do cotidiano enfrentados pelas organizações por falta de planejamento estratégico de produção. A abordagem e aplicação dos princípios fundamentais da gestão de produção começam a ganhar espaço após a segunda guerra mundial no setor automotivo com a filosofia baseada na eliminação de desperdícios na produção e o aumento da produtividade. As montadoras automobilísticas têm como finalidade principal a montagem dos veículos. Para tanto utilizam ferramentas de produção que auxiliam na eliminação dos desperdícios garantindo a qualidade dos seus produtos. No ambiente estudado, onde é usado o Just in time, a integração é fundamental, não podem ocorrer problemas causados por um planejamento ineficiente e pela falta de comunicação. Diante o aumento da competição causada por um mercado que não cresce como antes e que espera abertura de novas fábricas nos próximos anos, a Ford mantém plano de renovar toda a sua linha de modelos com veículos globais até 2015, com um investimento de aproximadamente 4,5 bilhões e incluem toda a capacidade produtiva das montadoras. Segundo Golfarb (2013), o mercado brasileiro pode enfrentar um quadro de excesso de capacidade em 2017, diante o descompasso atual entre vendas e produção. A expectativa da Ford é o que o setor tenha uma capacidade de produção de 6,32 milhões de veículos por ano em 2017, enquanto as vendas no mercado inteiro serão de 4,53 milhões de unidades. Desse modo, propõe-se analisar: Como ocorre o uso do Jus in Time na montadora automobilística Ford localizada na cidade de Camaçari-BA?

13 1.3 Justificativa Demonstrar que a gestão de produção precisa estar integralmente relacionada e alinhada com outras áreas funcionais da organização, e que muitas das ferramentas da produção estão sendo aplicadas nessas outras áreas funcionais, tais como marketing, finanças. Pode citar como exemplo o Just in time que é usado pela Ford para colocar no mercado produtos de consumo de massa que podem ser entregues as concessionárias com atrasos mínimos. De acordo com Ohno (1997), em 1913, acontecia uma das maiores inovações tecnológicas da era da máquina, a linha de montagem em movimento para fabricação de automóveis criada por Henry Ford. Antes de ser inventada cada carro era produzido por aproximadamente 12 horas, depois da linha de montagem esse tempo foi reduzido a 93 minutos. A empresa estudada é a Ford, uma fabricante multinacional no ramo automobilístico, que possui 4 filias no Brasil, sendo o objeto de estudo a que está localizada na cidade de Camaçari BA, que produz 250 mil carros por ano, 912 carros por dia, 1 carro produzido sai da linha de montagem a cada 80 segundos. Entregar ao consumidor um produto específico que vai ao encontro das suas necessidades tendo, um conjunto de atividades específicas solicitadas para produção de terminado produto requer da organização planejamento estratégico de produção com ênfase nas ferramentas e técnicas para otimização dos processos. A busca por processos eficazes leva muitas vezes a utilização de diferentes padrões e metodologias para otimizar a cadeia produtiva. É de suma importância o JIT como papel da estratégia de operações para que as empresas possam atingir suas metas e aumentarem sua competitividade. Desta forma, se tem um vasto campo para o desenvolvimento dessa monografia.

14 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral Analisar como é utilizado a filosofia Just in Time para otimização de processos no setor de produção na montadora automobilística Ford na cidade de Camaçari-BA. 1.4.2 Objetivos Específicos Identificar as ferramentas e técnicas da produção utilizadas na montadora; Analisar o planejamento estratégico de produção; Identificar o sistema de abastecimento JIT; Identificar possíveis problemas na execução do JIT.

15 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 História Automobilística A criação dos automóveis, meios de transporte imprescindíveis na vida de qualquer pessoa hoje em dia, não pode ser enquadrada em uma data específica. Pelo contrário, os primeiros automóveis que surgiram foram frutos de sucessivas aproximações e constantes adaptações tecnológicas. Segundo Corrêa (2007), em 1769, Nicolas Cugnot desenvolveu um sistema de carruagem que funcionava a motor e a vapor. Esta foi, sem dúvidas, uma das bases para o surgimento do automóvel. No entanto, podemos considerar que o carro mais antigo da história foi criado por Karl Benz, na Alemanha, em 1885. O alemão, fundador da empresa alemã Mercedes-Benz e considerado o pai do automóvel, introduziu o uso do motor de combustão interna a gasolina. Foi nesse momento que as pessoas começaram a considerar a viabilidade de um veículo autopropulsionado, que oferecesse condições maiores de comodidade, segurança e rapidez. A patente de Benz data de 29 de janeiro de 1886, na cidade de Mannheim. Ainda de acordo com Corrêa (2007), após o modelo apresentado pelo alemão, vários outros foram sendo desenvolvidos. Um deles, criado no ano de 1884 por Gottlieb Daimbler, possuía motores de dois tempos. Mais tarde, uma empresa francesa, Panhard et Levassor, iniciou sua própria comercialização de veículos. A Inglaterra largou atrás do resto do mundo devido à lei da bandeira vermelha em 1962, a qual permitia que apenas uma pessoa transitasse na parte da frente dos veículos, segurando uma bandeira vermelha como forma de aviso. A moda após a Primeira Guerra Mundial era a fabricação de carros populares, veículos compactos e produzidos em série. A suposta controvérsia a respeito de quem, de fato, foi o pai do automóvel se deu entre o alemão Karl Benz e o americano Henry Ford. Não é difícil ver pessoas e livros afirmando que foi Ford o

16 responsável por introduzir os veículos automotores, fato que não é verdade. O que acontece é que Ford, o qual começou a fabricar automóveis em 1908, iniciou muito depois que Benz, em um período em que o alemão já havia patenteado a invenção. Talvez, o fato responsável por este equívoco tenha sido o sucesso que o americano teve ao introduzir a produção do automóvel em larga escala. O primeiro modelo, Ford T", vendeu cerca de 15 milhões de unidades, uma marca impressionante para a época. Ohno (1997), afirma que os fabricantes partiram para uma linha de produção mais barata, os automóveis seriam mais compactos e fabricados em séries. Tanto Henry Ford, nos EUA, quanto Willian Morris, na Inglaterra, produziram modelos como: o Ford, o Morris e o Austin. Estes tiveram uma saída impressionante das fábricas. Impressionados com o resultado, logo outras fábricas começaram a produzir veículos da mesma forma, ou seja, em série. Este sistema de produção ficou conhecido como fordismo. Foi somente na Exposição Universal de 1889, realizada em Paris, que o automóvel foi divulgado em nível mundial. Antes disso, poucas pessoas conheciam a invenção e o interesse era pequeno e restrito. No Brasil e em praticamente toda a América Latina, a produção do carro em série só se concretizou após a Segunda Guerra Mundial. Nesse período, o Brasil viveu uma explosão da indústria automobilística. No governo de Juscelino Kubitschek, montadoras de carro de todas as partes do mundo se instalaram no país. Diferente de antigamente, hoje o automóvel possui características como conforto e rapidez, além de ser bem mais silencioso e seguro. Nos últimos anos, os carros vêm passando por inúmeras mudanças, e estas, os tornam cada vez mais cobiçados por grande parte dos consumidores. Todo o processo de fabricação gera milhões de empregos em todo o mundo e movimenta bilhões de dólares, gerando lucros para as multinacionais que os fabricam.

17 2.2 Setor Automobilístico no Brasil O primeiro veículo motorizado chegou ao Brasil em 1981, trazido pelo o pai da aviação, Santos Dumont, e foi um dos únicos automóveis do país por um longo período. Até meados da primeira década do século XX, o país possuía menos de 100 automóveis registrados. De acordo com Wood (1992), em 1919, Henry Ford enxergou a oportunidade e trouxe uma filial de sua empresa para o Brasil, sendo a primeira marca de veículos a estabelecer-se no país. Seis anos depois, o mercado automotivo brasileiro foi impulsionado, também, com a vinda da GM. Ambas as empresas apenas importavam modelos ou peças para montagem e comercialização. Ainda segundo Wood (1992), entre os anos 1920 e 1940, o mercado cresceu fortemente e o Brasil chegou ao número de 45.000 veículos de passeio e 22.000 caminhões. Porém, com a Segunda Guerra Mundial, esse crescimento é desacelerado e o país obrigado a parar de importar carros e peças por um período. É válido lembrar que o pós-guerra teve um papel importantíssimo na história da indústria mundial, pois deu origem à uma série de tendências e tecnologias que contribuem para as indústrias de todos os setores nos dias de hoje, como Lean, Just in time, Kanban, Kaizen, entre outras que nasceram na indústria automotiva. De acordo com Shingo (1996), até 1953, os veículos eram apenas montados no Brasil, até que na cidade de Santa Bárbara D Oeste foi instalada a primeira fábrica automotiva brasileira para produção da Romi-Isetta, um misto de carro e moto. Em meados dos anos 50, durante o mandado de Juscelino Kubitschek, a indústria brasileira foi impulsionada com a criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Brasileira). De 1956 à 1979, foram estabelecidas as fábricas das principais marcas de carro da atualidade: Volkswagen (1956), GM e Ford (1968) e Fiat (1976).

18 No final dos anos 60, o Brasil já contava com mais de 60.000 veículos produzidos e o estado de São Paulo tornou-se o maior parque industrial da América Latina, contribuindo para a economia de todo o país. Nos anos 90, o crescimento da importação de modelos estrangeiros incentivou a vinda de outros fabricantes, como Peugeot, Renault e Citroen. Segundo o IBGE (2013), a indústria automotiva brasileira é responsável pela produção de 5% do número total de veículos do mundo, ocupa a 4ª posição no ranking de produção mundial e possui instaladas as principais montadoras globais. No país, a indústria automotiva é responsável por 21% do PIB industrial e 5% do PIB total, gerando milhões de empregos e contribuindo direta e indiretamente para mais de 200.000 empresas. Apesar de várias tentativas com a Miura, Gurgel e Puma, hoje o Brasil não possui nenhuma montadora genuinamente nacional. 2.3 Fordismo Antes da introdução do Fordismo no início do século 20, a indústria de automóveis era voltada para o público rico. Os automóveis eram um artigo extremamente raro e luxuoso que somente os ricos poderiam ter, pois eles custavam o preço de uma casa e exigiam uma manutenção caríssima também. Corrêa (2007), afirma que como poucos eram vendidos, não havia estímulo para a evolução tecnológica dos carros, os automóveis do início do século 20, época em que Ford fundou a sua empresa, eram praticamente os mesmos de 50 anos atrás. Foi nesse cenário que Ford visualizou a sua grande chance de se destacar na administração de empresas e mudar o mundo ocidental. Fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford, cuja principal característica é a fabricação em massa. Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis, projetando um sistema baseado numa linha de montagem.

19 O objetivo principal deste sistema era reduzir ao máximo os custos de produção e assim baratear o produto, podendo vender para o maior número possível de consumidores. Dentro desse sistema de produção tinha uma esteira rolante que conduzia a produto, no caso da Ford os automóveis, e cada funcionário executava uma pequena etapa. Logo, os funcionários não precisavam sair do seu local de trabalho, resultando numa maior velocidade de produção. Também não era necessária utilização de mão de-obra muito capacitada, pois cada trabalhador executava apenas uma pequena tarefa dentro de sua etapa de produção. O fordismo foi o sistema de produção que mais se desenvolveu no século XX, sendo responsável pela produção em massa de mercadorias das mais diversas espécies. Entendemos o fordismo fundamentalmente como a forma pela qual a indústria e o processo de trabalho consolidaram-se ao longo desse século, cujos elementos consecutivos básicos eram dados pela produção em massa, através da linha de montagem e de produtos homogêneos; através do controle dos tempos e movimentos pelo cronômetro fordista; pela existência do trabalho parcelar e fragmentações das funções; pela separação entre elaboração e execução no processo de trabalho; pela existência de unidades fabris concentradas e verticalizadas e pela constituição/consolidação do operário-massa, do trabalhador coletivo fabril, entre outras dimensões. (ANTUNES, 2007, pág. 17). Segundo Shingo (1996), o auge do modelo do Fordismo se deu nas décadas de 1950 e 1960, nesta época, diversas outras indústrias copiaram o modelo. A General Motors e a Volkswagen, concorrentes da Ford, cresceram aplicando os conceitos do Fordismo. Enquanto para os empresários, o fordismo foi muito positivo, para os trabalhadores ele gerou alguns problemas como, por exemplo, trabalho repetitivo e desgastante, além da falta de visão geral sobre todas as etapas de produção e baixa qualificação profissional. O sistema também se baseava no pagamento de baixos salários como forma de reduzir custos de produção. A rigidez e a lógica do modelo Fordista que eram o seu ponto forte, foram também o motivo da sua decadência, os consumidores já não se contentavam mais com os modelos padronizados de carros Ford.

20 Segundo Ohno (1997), em 1970, a General Motors assume a liderança do mercado de carros fabricando automóveis mais chamativos, coloridos e variados. A GM também começou a aplicar novos conceitos de administração de empresas tais como a descentralização, o que diminuiu a burocracia e os custos. Nesta época o Fordismo com a sua produção industrial simples e massificada passam a ser substituídos pela produção industrial enxuta e administração de empresas baseadas na eficiência, conhecido como Toyotismo. Apesar do Fordismo ser a base de grande parte das teorias de administração de empresas modernas, o Fordismo em sua forma original já não é aplicado nas empresas dos dias de hoje. 2.4 Toyotismo Nos anos 50, o engenheiro japonês Eiji Toyoda passou alguns meses em Detroit conhecendo a indústria automobilística americana, sistema dirigido pela linha fordista de produção, onde o fluxo normal é produzir primeiro e vender depois quando já dispunham de grandes estoques. Toyoda ficou impressionado com as gigantescas fábricas, a quantidade de estoques, o tamanho dos espaços disponíveis nas fábricas e o alto número de funcionários. Para ele, naqueles moldes, seu país, arrasado por um período pós-guerra, não teria condições de desenvolver uma forma semelhante de produção,relatou isso quando escreveu à sede de sua empresa dizendo que ia ser necessário uma nova forma de organização do trabalho, mais flexível e que exigisse menor concentração de estoques, pois sabia que o Japão possuía um mercado pequeno, capital e matéria prima escassos, a compra de tecnologia no exterior era impossível e a possibilidade de exportação era remota.(wood, 1992, pág.72). Para conseguir competir então, nos grandes mercados, a Toyota precisaria modificar e simplificar o sistema da empresa americana Ford. Na procura de soluções para esse encaminhamento, Toyoda e seu especialista em produção Taichi Ohno, iniciaram um processo de desenvolvimento de mudanças na produção. Introduziram técnicas onde fosse possível alterar as máquinas rapidamente durante a produção, para ampliar a oferta e a variedade de produtos, pois para eles era onde se

21 concentrava a maior fonte de lucro. Obtiveram excelentes resultados com essa idéia e ela passou a ser a essência do modelo japonês de produção. O espaço para armazenamento da produção era outro obstáculo para os japoneses, por isso, as mercadorias deveriam ter giro rápido, e a eliminação de estoques, ainda que parecesse impossível, estava nos projetos de Toyoda. A partir de então, regras criteriosas foram incorporadas gradativamente à produção, caracterizando o que passou chamar toyotismo, (ou Ohnismo, devido aos nomes Toyoda e Ohno). Partiram do princípio de que qualquer elemento que não agregasse valor ao produto, deveria ser eliminado, pois era considerado desperdício e classificaram o desperdício em sete tipos principais: tempo que se perdia para consertos ou refugo, produção maior do que o necessário, ou antes, do tempo necessário, operações desnecessárias no processo de manufatura, transporte, estoque, movimento humano e espera. A partir do princípio acima citado, planejou-se um modelo de produção composto por: automatização, just-in-time, trabalho em equipe, administração por estresse, flexibilização da mão-de-obra, gestão participativa, controle de qualidade e subcontratação. (OCADA, 2004, p. 172). Um dos elementos de maior destaque dentro do modelo toyotista é o chamado justin-time. Foi inserido, pela primeira vez, na Toyota japonesa, em meados da década de 70 por Taichii Ohno. Surgiu da necessidade de criar uma alternativa aos poucos espaços para armazenar estoques, sejam eles matérias-primas, peças intermediárias ao processo produtivo ou mercadorias já produzidas, e da escassez de recursos para manter a produção parada. Consiste em detectar a demanda e a produção de bens em função da necessidade específica, ao contrário do fordismo. Assim, toda demanda tem que ser produzida após ter sido efetivada sua venda, mantendo um fluxo de produção contínuo. Para isso criam-se os sistemas visuais de informação, kanban, através deles é possível informar a quantidade de peças necessárias para o dia. (OCADA, 2004, p. 175). O trabalho em equipe é outra estratégia usada pela Toyota para racionalizar a utilização de mão-de-obra. A idéia consiste em agrupar os trabalhadores em equipes, com a orientação de um líder. Este trabalharia junto com os demais operários, com a função de coordenar o grupo e substituir qualquer um que venha faltar. Enquanto no fordismo cada trabalhador é responsável por uma parte da produção e após realizá-la passa adiante para que outro trabalhador realize a parte

22 que lhe cabe, no toyotismo é eliminado esse tempo entre um trabalhador e outro, considerado tempo morto e que não agrega valor à produção, adequando-se a cadeia de montagem. Se antes se preocupava em manter o operário longe das decisões organizacionais relacionadas a produção, no toyotismo há uma inversão de valores, com a valorização do operário participativo, integrado ao processo produtivo. Da mesma forma, se no modelo anterior a lei era o operário/uma máquina, no toytotismo para vigorar o operário polivalente e multifuncional, capaz de trabalhar com diversas máquinas simultaneamente. (BORGES, 2011, pág.42). O controle de qualidade, que no fordismo era determinado por um único setor que deveria se responsabilizar pelo controle após a produção dos produtos, no toyotismo é feito diferentemente, ou seja, durante o processo de produção dos produtos, e com isso evita-se defeitos ao final da produção reduzindo a margem de erros e a necessidade de refazer o produto. 2.5 Just in Time O sistema Just in Time (JIT), foi desenvolvido no inicio da década de 50 na Toyota Motors Company, no Japão, como um método para aumentar a produtividade, apesar dos recursos limitados. A tradução do termo Just in Time significa a tempo. No entanto, o termo conforme Shingo(1996), sugere muito mais que se concentrar apenas no tempo de entrega, por isso poderia estimular a superprodução antecipada e daí resultar em esperas desnecessárias. Cada processo deve ser estabelecido com os itens necessários, na quantidade necessária, no momento necessário, Just in Time, ou seja, no momento certo, sem geração de estoque. Toda atividade que consome recursos e não agrega valor ao produto é considerado um desperdício. Dessa forma, estoques que custam dinheiro e ocupam espaço, transporte, paradas intermediárias, retrabalhos, são formas de desperdícios e consequentemente devem ser eliminadas ou reduzidas ao máximo.

23 Segundo Uhlmann (1997), o conceito do Just in Time se expandiu, e hoje é uma filosofia gerencial que procura não apenas eliminar os desperdícios, mas também colocar o componente certo, no lugar certo na hora certa. As partes são produzidas em tempo de atenderem as necessidades. O JIT leva a estoques bem menores, custos mais baixos e melhor qualidade do que os sistemas convencionais. O JIT baseia-se na percepção que se chegar tarde há paralisação do processo produtivo, e chegando muito cedo haverá acúmulo de material sem utilidade naquele momento, requerendo espaço e capital, entre outros. Segundo Bonifácio (2004), afirma que um dos principais objetivos do JIT é a redução de estoques, e consequentemente, de recursos imobilizados. Além disso, a partir da redução de estoques em processo, os problemas são percebidos de forma mais rápida e corrigidos de forma mais eficaz. Um outro objetivo do JIT é a melhoria contínua do processo produtivo, referindo-se também a serviços, levando em consideração que se trata de uma filosofia de trabalho. Reduzir estoques nessa filosofia pode tornar alguns problemas visíveis. Ressaltando que com os estoques altos é difícil a visualização da proporção de alguns problemas. Funcionam como amortecedor da produção enquanto os problemas existem. Corrêa (1993), classifica os problemas da produção em três grandes grupos: problemas de qualidade; problemas de máquina; problemas de preparação em máquina. Tudo isso serve para que o sistema produtivo passe a trabalhar melhor e portanto alcance melhores índices de qualidade, flexibilidade, confiabilidade própria e de seus parceiros, produção em lotes menores. Em contrapartida se reduzem os custos e aumentam os lucros. Onde está implantado o Just in Time o estoque de matérias primas é mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Para que isto seja possível, os

24 fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que possam fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada. De acordo com Cheng (1996), a melhor maneira de prevenir esta situação é selecionar cuidadosamente os fornecedores e arranjar uma forma de proporcionar credibilidade dos mesmos de modo a assegurar a qualidade e confiabilidade do fornecimento. A redução do número de fornecedores para o mínimo possível é um dos fatores que mais contribui para alcançar os potenciais benefícios da filosofia do Just in Time. Esta redução, gera, porém, vulnerabilidade em eventuais problemas de fornecimento, já que fornecedores alternativos foram excluídos. O layout é um elemento de grande importância para os sistemas de produção. Com um layout eficiente é possivel racionalizar os esforços para agregação de valor aos produtos, através da diminuição de atividades que não contribuem para esta adição de valor. Corrêa (1993), afirma que no sistema JIT, o layout industrial, além de reduzir o número de atividades que não agragam valor, deve também possibilitar a flexibilização dos meios de produção e a integração da manufatura, atributos que podem implicar em vantagem competitiva em relação a empresas concorrentes, pois dotam a fábrica de uma grande velocidade de resposta frente as exigências do mercado. De acordo com Arnold (2009), o lead time de fabricação é o tempo decorrido na produção de um item em uma quantidade típica de lote. Tecnologia de grupo destaca-se como técnica presente na filosofia Just-in-Time que proporciona uma considerável redução no lead time de fabricação. Segundo Mears (1993), tecnologia de grupo (TG) é uma filosofia que torna possível que peças semelhantes sejam reunidas por famílias e os processos necessários para suas fabricações sejam alocados em células de trabalho especializadas. Ao invés de realizar a transferência de um departamento para outro, a TG considera

25 para trabalhadores especializados, todas as operações necessárias para produzir uma peça e assim agrupa as máquinas. Com ênfase nas mudanças rápidas e menores lotes, o colaborador multifuncional torna-se necessário. Nesse novo esquema produtivo não há lugar para o preparador de máquinas, pois esse trabalho deverá ser feito pelo próprio operador, que deverá estar preparador para efetuar as manutenções de rotina e também pequenos reparos na máquina. Isso requer uma maior amplitude das habilidades dos colaboradores do que a manufatura tradicional. O JIT requer não somente mais habilidade, mas muito mais espírito de equipe e coordenação, já que estoques não estão disponíveis para cobrir problemas no sistema. 2.6 Lean Manufacturing O Lean Manufacturing se norteia dos fundamentos do Sistema Toyota de Produção. No entanto, existem diferentes definições e exposições tais como: manufatura enxuta, sistema enxuto ou simplesmente produção enxuta. Flinchbaugh (2003) atenta para o caso de que algumas empresas e até mesmo alguns autores interpretam enxuto como uma simples aplicação de práticas, tais como: 5S, Just in Time (JIT), Kanban, Poka-yoke, etc. Outros autores propõem o sistema enxuto como sendo um trabalho aplicado por pessoas capacitadas introduzindo melhorias através de Kaizen ou Gerenciamento da Qualidade Total. Para que uma fábrica seja genuinamente enxuta ela precisa transferir, ao máximo, tarefas e responsabilidades para os trabalhadores que agregam valor ao produto e, deve possuir um sistema que identifique os defeitos, assim que eles ocorram e que descubram a causa raiz desses. É promover um fluxo harmônico de materiais e informações, entre postos de trabalho e operadores, para que se produza na quantidade e no momento certo. Em um sistema de produção enxuto é necessário, de acordo com Womack & Jones (2004), que se possa processar prontamente qualquer produto em produção, em

26 qualquer combinação, de modo a adequar imediatamente as mudanças na demanda. Ou seja, a empresa deve amoldar-se de acordo com as necessidades dos clientes externos, entendendo que os mesmos são responsáveis por puxar a demanda. Definindo de forma clássica a manufatura puxada. O sistema de produção puxada é uma maneira de conduzir o processo produtivo, de tal forma que cada etapa de produção chame a etapa a operação anterior, e os componentes e materiais para sua implantação, somente para quantidade necessária e no momento que se faz pontual. De acordo com Souza (2007), no sistema de produção puxada, quem define o que vai ser industrializado é o cliente, uma vez que o processo de puxar a produção transmite a necessidade de demanda particular para cada etapa do processo. 2.7 Gestão Qualidade Total Sendo um assunto fundamental para o crescimento das organizações, a qualidade, tanto em produtos quanto em serviços, mostra-se um tema altamente importante, afinal se vive em uma época de alta concorrência, e a qualidade revela-se como um dos principais diferenciais competitivos das empresas da atualidade. O modelo de gestão de qualidade total surge com destaque, para administração ocidental apenas na última década e como uma forma de resposta a um ambiente econômico cada vez mais competitivo. Qualidade total é uma forma de ação administrativa, que coloca a qualidade dos produtos ou serviços, como o principal foco para todas as atividades da empresa. De acordo com Mears (1993), a gestão pela qualidade total é um sistema permanente e de longo prazo, voltado para o alcance da satisfação do cliente através de um processo de melhoria contínua dos produtos e serviços gerados pela empresa. Sendo que, uma gestão de qualidade total que efetivamente tenha

27 controle sobre a qualidade, tem como necessidade a participação de todos os membros da empresa na busca do objetivo de melhoria contínua. A gestão da qualidade total procura tratar o processo manufatureiro como um gerador potencial de vantagem competitiva para as organizações, funcionando como um motor competitivo das empresas. Com esse enfoque, ocorre um enorme processo de influência na definição das estratégias de manufatura que deve passar a visar obtenção de produtos sem erros, entregas rápidas ao consumidor, cumprimento de prazos prometidos de entrega, habilidades em mudar quantidades ou datas de entrega conforme demandado pelo mercado e habilidade para produzir em custo compatível. As grandes empresas se empenham na implementação de programas de qualidade, cujos os resultados não só garantem a plena satisfação dos clientes como também reduzem os custos de operação, minimizando as perdas, diminuindo consideravelmente os custos com serviços externos e otimizando dos recursos existentes. (CERQUEIRA, 1991, pág. 43). Entende-se que uma boa gestão pela qualidade de produtos e serviços reflete-se em uma melhor imagem e custos menores, com reduções de refugo e retrabalho, estoques e tempo de processamento. Com uma imagem de qualidade dos produtos e serviços da organização, tende-se a um aumento das vendas, garantindo economia e aumentando receitas, diminuindo a necessidade de competir em preço. Para atingir estes objetivos, aumento de receitas e redução de custos, surgiu o TQM, como uma maneira de fazer a gestão pela qualidade da organização completamente. Paladini (1994) comenta que muitos dos fracassos cometidos pela implantação de um TQM, são decorrentes de equívocos no conceito de qualidade, dificuldades originadas pelo confronto entre teoria e prática, falta de confiabilidade nos resultados do programa, resistência a mudança e grande dificuldade de os gerentes se adaptarem a democracia da qualidade. Paladini (1994), destaca ainda que a qualidade total só obterá sucesso quando muito bem entendida e isto envolve implantação a partir de decisões firmes e conscientes da alta administração, prioridade absoluta a clientes, políticas e objetivos claros, adesão e motivação de

28 todos os elementos da organização, melhoria contínua e interação entre empresa e empregado. 2.8 Fator Brasil A economia fornece conhecimento e intuições fundamentais sobre o funcionamento das atividades econômicas, das sociedades e da economia global, ajuda a perceber as decisões dos indivíduos, das famílias e das empresas, do comportamento humano, das estruturas das sociedades e da disponibilidade de recursos. O Brasil possui atualmente uma economia forte e sólida. O país é um grande produtor e exportador de mercadorias de diversos tipos, principalmente commodities minerais, agrícolas e manufaturados. As áreas de agricultura, indústria e serviços são bem desenvolvidas e encontram-se, atualmente, em bom momento de expansão. Considerado um país emergente, o Brasil ocupa o 7º lugar no ranking das maiores economias do mundo segundo o IBGE (2012). O Brasil possui uma economia aberta e inserida no processo de globalização. O setor de transportes brasileiro vem enfrentando grandes problemas ao longo das últimas décadas. Isso porque, aproximadamente, 95% do volume de mercadorias transportadas seguem por via rodoviária e os investimentos em infraestrutura ainda são insuficientes para garantir que os custos de transporte por outros meios possam se manter em níveis aceitáveis. Na prática, o grande desafio do setor de transportes está na distribuição, no trajeto das fábricas às mãos do cliente. Mas este processo envolve muito mais do que apenas carregar e descarregar produtos. Um dos maiores desafios da área de logística é descobrir qual o melhor modal a ser utilizado. Para cada rota há uma possibilidade de escolha, que deve ser feita mediante análise profunda de custos. Nessa escolha é preciso considerar vários fatores: o transporte ferroviário, por exemplo, é muito lento, mas é comum utilizá-lo para transportar matérias-primas e manufaturados de baixo valor para longas distâncias. Comparado ao rodoviário, ele

29 oferece fretes mais baratos, mas com desempenho inferior. E, assim, cada transporte segue com sua especificidade. O Brasil é um país extremamente heterogêneo, com diferenças ressaltadas pela sua extensão, pela influência de povos de inúmeros países, pela grande miscigenação, somando ainda as diferenças regionais com suas culturas próprias. Mesmo havendo essas culturas típicas diferentes de cada região, não seria justo pensar a cultura nacional de forma fragmentada, mas sim como a integração de todos esses traços culturais. De acordo com Freitas (1991), o conhecimento dos traços brasileiros, que são características gerais e comuns à maioria do povo brasileiro, são de suma importância para realizar uma análise organizacional. Os traços brasileiros que se destacam são: a hierarquia representada pela tendência a centralização do poder dentro dos grupos sociais, o distanciamento nas relações entre diferentes grupos sociais e a passividade e aceitação dos grupos inferiores; o personalismo, que é caracterizado pela sociedade baseada nas relações pessoais, a busca de proximidade e afeto nas relações e o paternalismo; a malandragem incutida no típico jeitinho brasileiro e a adaptabilidade e flexibilidade como meio de navegação social; o sensualismo, caracterizado pelo gosto do erótico e do social nas relações sociais; e, finalmente, o traço aventureiro que define o tipo que tem aversão ao trabalho manual e metódico e é mais sonhador do que disciplinado. Ferreira (1994), afirma que não pode, nem deve colocar um modelo japonês, americano ou de qualquer outra nacionalidade sem antes fazermos uma análise profunda para extrairmos o que deve e o que não deve ser aproveitado. A influência da cultura nacional brasileira pode se dar de forma diferente na cultura de cada organização. Quando os modelos e práticas de gestão importados não apresentam respaldo em algum traço de cultura nacional, pode ocorrer um conflito de pressupostos e valores culturais. Sendo assim, ao propor mudanças em uma organização é imprescindível conhecer os traços da cultura nacional. O que ocorre no caso de algumas multinacionais, que apresentam dificuldades em reconhecer os valores que dão parâmetros ao modo de sentir, pensar e agir dos indivíduos que

30 formam a organização, baseando sua gestão em preceitos que não correspondem à realidade local. Portanto, somente com o conhecimento desses traços culturais é possível fazer uma adaptação dos modelos de gestão importados às organizações brasileiras.

31 3. METODOLOGIA Para adentrar na metodologia utilizada nesse trabalho, é relevante conhecer-se o que é metodologia, conforme Andrade (1999), é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento. Sendo assim, pode-se considerar a metodologia como um planejamento e descrição das formas pelas quais se busca extrair o conhecimento pretendido. 3.1 Método Científico Para dar validade a toda e qualquer pesquisa é imprescindível a utilização de métodos científicos. Lakatos & Marconi (2001), definem métodos de pesquisa como um conjunto das atividades sistêmicas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo, conhecimentos válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, dectando erros e auxiliando as decisões do cientista. De acordo com Fachin (2011), todo trabalho cientifico deve ser pautado em procedimentos metodológicos, pois propicia ao pesquisador inúmeras vantagens, que descrevem e explicam o percurso a ser realizado em um determinado estudo. A partir da metodologia utilizada nesse trabalho é possível explicar o processo de construção e desenvolvimento da investigação científica desempenhada, tendo como escopo dar embasamento e confiabilidade as informações e resultados apresentados. 3.2 Delineamento da Pesquisa De modo geral a pesquisa é uma ação que busca respostas seguras para determinadas indagações. Conforme Fachin (2011), a pesquisa pode ser conceituada como um procedimento intelectual para adquirir conhecimentos pela investigação de uma realidade e busca de novas verdades sobre um fato (objeto, problema).

32 Para levantamento de dados, nesse estudo foram realizadas pesquisas documentais nos arquivos da Ford, localizada em Camaçari-Ba, por meio de auxílio de coordenadores da empresa, além de pesquisas bibliográficas em livros, revistas, sites especializados, dissertações, teses, dentre outros meios que disponibilizam assuntos relacionados a este estudo. Segundo Prestes (2002), a pesquisa bibliográfica é aquela que se efetiva tentando resolver um problema ou adquirir conhecimento a partir do emprego predominante de informações provenientes de material gráfico, sonoro ou informatizado. Desse modo, trata-se da consulta de informações e conceitos já existentes, que auxiliam na fundamentação teórica e entendimento do assunto explorado nesse estudo. Foram ainda aplicados questionários, os quais têm suas características evidenciadas no tópico 3.4 desse mesmo capítulo. O questionário foi aplicado a 2 funcionários da área de coordenação de produção da fábrica Ford em Camaçari/BA, no período de 01 de outubro de 2014 a 10 de outubro de 2014, com a finalidade de coletar dados que evidenciem a aplicação do Just in Time e de outras ferramentas nas atividades de produção automobilística da empresa. Por sua vez, esta pesquisa caracteriza-se como exploratória e descritiva. Coforme Andrade (1999), a pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo o trabalho cientifico. São finalidades desse tipo de pesquisa, sobretudo quando bibliográfica, proporcionar maiores informações a respeito de determinado assunto; facilitar a delimitação de um tema de trabalho; determinar os objetivos ou formular as hipóteses de uma pesquisa ou ainda descobrir novo tipo de enfoque para o trabalho que se tem em mente. Assim, foi possível reunir um conjunto de conceitos a respeito de fatores relacionados com o objeto de estudo explorado. Ainda segundo Andrade (1999), a pesquisa descritiva observa os fatos, registra, analisa, classifica e interpreta, sem que o pesquisador interfira. Isso denota que os fenômenos são estudados, mas não manipulados pelos pesquisadores. Cervo e Berviain (2002), acrescentam que a pesquisa descritiva desenvolve-se,

33 principalmente, nas ciências humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados e cujo registro não consta de documentos. Esta pesquisa objetivou-se na investigação de variáveis qualitativas. Fachin (2001), assegura que as variáveis qualitativas são caracterizadas pelos seus atributos e relacionam os aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente, ao contrário das quantitativas que são determinadas em relação ao dado proporção numérica, que envolve um sistema lógico, sustentando a atribuição de números para alcançar resultados eficazes. Este delineamento permitiu a obtenção de informações consideradas essenciais sobre a ferramenta JIT na área de produção de uma montadora automobilística. 3.3 Universo e Amostragem O conceito de universo e amostra é de fundamental importância para qualquer estudioso que deseja fazer o levantamento de informações acerca de determinados elementos. Segundo Gil (1999), universo ou população é o conjunto definido de elementos que possuem certas características. Neste estudo detectou-se um universo bastante amplo, constituído por toda a Ford de Camaçari-BA. Ainda segundo Gil (1999), amostra é um subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estimam características desse universo ou população. Levando em consideração a amplitude e complexidade do universo, foi selecionado a técnica não- probabilística por conveniência, que ainda segundo Samara & Barros (2002), é uma técnica em que os elementos são selecionados de acordo com a conveniência do pesquisador, ou seja, são os elementos que estão ao alcance do estudioso e disposto a responder a um questionário.

34 A escolha por esse tipo de amostra se justifica pelo fato dos elementos que compõem a população serem situados em diferentes cidades e Estados, dificultando o acesso as informações essências para a pesquisa. 3.4 Instrumento de Coleta de Dados De acordo com Cervo & Bervian (2002), existem diversas formas de coleta de dados, sendo que cada uma apresenta suas respectivas vantagens e desvantagens. No entanto, na decisão do uso de forma ou de outra o pesquisador levará em consideração o que menos apresentar desvantagens, respeitando os objetivos e tipo da pesquisa. O questionário é a forma mais utilizada para coleta de dados, possibilitando mensurar com exatidão o que se deseja alcançar. Cervo & Bervian (2002), afirma que de modo geral, a expressão questionário refere-se a um meio de obter respostas as questões através de um procedimento que o próprio informante preenche. Este instrumento contém um conjunto de questão, todas logicamente interligadas com o problema central. Nesta pesquisa foi aplicado questionário composto de perguntas abertas, que foram elaboradas de acordo com a necessidade de se obter respostas com eficácia e validade. Lakatos e Marconi (2001) conceitua a categoria de perguntas abertas, também chamadas livres ou não limitadas, são as que permitem ao informante responder livremente as questões, usando linguagem própria, emitindo suas respectivas opiniões. O questionário confeccionado é composto por 17 perguntas, cuja categoria já foi exposta acima, e foi aplicado por um funcionário da área de qualidade que possui vínculos com a pesquisadora a 2 colaboradores da área de produção da montadora que estão ligados diretamente ao tema proposto desse estudo entre os dias 01 a 10 de outubro de 2014.