Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz



Documentos relacionados
O Fluxo de Caixa Livre para a Empresa e o Fluxo de Caixa Livre para os Sócios

METODOLOGIA PROJEÇÃO DE DEMANDA POR TRANSPORTE AÉREO NO BRASIL

VALOR DA PRODUÇÃO DE CACAU E ANÁLISE DOS FATORES RESPONSÁVEIS PELA SUA VARIAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA. Antônio Carlos de Araújo

Universidade Federal de Pelotas UFPEL Departamento de Economia - DECON. Economia Ecológica. Professor Rodrigo Nobre Fernandez

DEMANDA BRASILEIRA DE CANA DE AÇÚCAR, AÇÚCAR E ETANOL REVISITADA

Valor do Trabalho Realizado 16.

AJUSTES NOS MERCADOS DE ÁLCOOL E GASOLINA NO PROCESSO DE DESREGULAMENTAÇÃO

TOMADA DE DECISÃO EM FUTUROS AGROPECUÁRIOS COM MODELOS DE PREVISÃO DE SÉRIES TEMPORAIS

Estudo comparativo de processo produtivo com esteira alimentadora em uma indústria de embalagens

OTIMIZAÇÃO ENERGÉTICA NA CETREL: DIAGNÓSTICO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃO DE GANHOS

ELASTICIDADES DE CURTO E LONGO PRAZOS DA DEMANDA POR ÁLCOOL HIDRATADO NO BRASIL

Centro Federal de EducaçãoTecnológica 28/11/2012

Palavras-chave: Posição Relativa do Mercado; Vantagem Comparativa; Constant-Market-Share; Competitividade.

OS EFEITOS DO CRÉDITO RURAL E DA GERAÇÃO DE PATENTES SOBRE A PRODUÇÃO AGRÍCOLA BRASILEIRA hfsspola@esalq.usp.br

Análise econômica dos benefícios advindos do uso de cartões de crédito e débito. Outubro de 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO MESTRADO EM ECONOMIA APLICADA FLAVIANE SOUZA SANTIAGO

Dados do Plano. Resultado da Avaliação Atuarial. Data da Avaliação: 31/12/2010

COMPORTAMENTO DOS PREÇOS DO ETANOL BRASILEIRO: DETERMINAÇÃO DE VARIÁVEIS CAUSAIS

MÉTODO MARSHALL. Os corpos de prova deverão ter a seguinte composição em peso:

Ordenamento Territorial para Expansão da Cana-de-açúcar no Brasil Zoneamento Agroecológico da Cana-de-açúcar

Curso de preparação para a prova de matemática do ENEM Professor Renato Tião

Espaço SENAI. Missão do Sistema SENAI

Modelo ARX para Previsão do Consumo de Energia Elétrica: Aplicação para o Caso Residencial no Brasil

Guia de Recursos e Atividades

Boom nas vendas de autoveículos via crédito farto, preços baixos e confiança em alta: o caso de um ciclo?

exercício e o preço do ativo são iguais, é dito que a opção está no dinheiro (at-themoney).

EFEITO DA VARIAÇÃO DOS PREÇOS DA MANDIOCA EM ALAGOAS SOBRE O VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO 1

FORMAÇÃO DE PREÇOS NO SETOR SUCROALCOOLEIRO DA REGIÃO CENTRO-SUL DO BRASIL: RELAÇÃO COM O MERCADO DE COMBUSTÍVEL FÓSSIL

Taxa de Juros e Desempenho da Agricultura Uma Análise Macroeconômica

ANÁLISE DO ARMAZENAMENTO DE MILHO NO BRASIL COM UM MODELO DINÂMICO DE EXPECTATIVAS RACIONAIS

1 Introdução. Onésio Assis Lobo 1 Waldemiro Alcântara da Silva Neto 2

A RELAÇÃO ENTRE OS PREÇOS DE AÇÚCAR NOS MERCADOS DOMÉSTICO E INTERNACIONAL

Equações Simultâneas. Aula 16. Gujarati, 2011 Capítulos 18 a 20 Wooldridge, 2011 Capítulo 16

Influência de Variáveis Meteorológicas sobre a Incidência de Meningite em Campina Grande PB

MATEMATICA Vestibular UFU 2ª Fase 17 de Janeiro de 2011

Função definida por várias sentenças

GUIA DE ADEQUAÇÃO AMBIENTAL PARA DISTRIBUIDORES DE VEÍCULOS. Instruções para a Alta Direção e o Responsável Ambiental (RA)

Modelos Econométricos para a Projeção de Longo Prazo da Demanda de Eletricidade: Setor Residencial no Nordeste

FORMAÇÃO DE PREÇO DO AÇÚCAR CRISTAL EMPACOTADO AO VAREJO DA REGIÃO CENTRO-SUL DO BRASIL

Relações Comerciais e de Preços no Mercado Nacional de Combustíveis 1

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS DE AÇÚCAR DEFLACIONADOS NOS PERÍODOS DE 1998 ATÉ 2008 E ELABORAÇÃO DE MODELO DE ESTIMATIVAS DE PREÇOS FUTUROS p33108@hotmail.

12 Integral Indefinida

Previsão de Demanda. Métodos de Previsão. Demanda: disposição ao consumo Demanda versus Vendas Fatores que afetam a Demanda (Vendas)

Análise da competitividade do algodão e da soja de Mato Grosso entre 1990 e 2006

ENGENHARIA ECONÔMICA AVANÇADA

PROJEÇÃO DO PREÇO FUTURO DE UMA AÇÃO DA USIMINAS: UMA ABORDAGEM ECONOMÉTRICA

CAPÍTULO 9. y(t). y Medidor. Figura 9.1: Controlador Analógico

Relações de troca, sazonalidade e margens de comercialização de carne de frango na Região Metropolitana de Belém no período

COMPORTAMENTO DO PREÇO NO COMPLEXO SOJA: UMA ANÁLISE DE COINTEGRAÇÃO E DE CAUSALIDADE

Pessoal Ocupado, Horas Trabalhadas, Jornada de Trabalho e Produtividade no Brasil

Com base no enunciado e no gráfico, assinale V (verdadeira) ou F (falsa) nas afirmações a seguir.

Universidade Federal de Pelotas Departamento de Economia Contabilidade Social Professor Rodrigo Nobre Fernandez Lista de Exercícios I - Gabarito

ETENE. Energias Renováveis

O IMPACTO DOS INVESTIMENTOS NO ESTADO DO CEARÁ NO PERÍODO DE

Influência da Taxa de Câmbio e do Dólar sobre os Preços da Borracha Natural Brasileira

Teste de estresse na ligação macro-risco de crédito: uma aplicação ao setor doméstico de PFs. Autores: Ricardo Schechtman Wagner Gaglianone

Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes

CHOQUES DE PRODUTIVIDADE E FLUXOS DE INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS PARA O BRASIL * Prof a Dr a Maria Helena Ambrosio Dias **

UM MODELO PARA PROJEÇÕES PARA DEMANDA POR ENERGIA ELÉTRICA, E A EVOLUÇÃO DO CUSTO SOCIAL E TARIFA ÓTIMA PARA O BRASIL

MUDANÇAS CAMBIAIS E O EFEITO DOS FATORES DE CRESCIMENTO DAS RECEITAS DE EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE SOJA 1 2

LEONARDO BORNACKI DE MATTOS DEMANDA DE ENERGIA ELÉTRICA NO ESTADO DE MINAS GERAIS: 1970/2002

Comentários sobre o. Plano Decenal de Expansão. de Energia (PDE )

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DO PREÇO DA SÉRIE DE CANA-DE-AÇÚCAR

ANÁLISE ESTRUTURAL DA SÉRIE DE PREÇOS DO SUÍNO NO ESTADO DO PARANÁ, 1994 A 2007

A ELASTICIDADE-RENDA DO COMÉRCIO REGIONAL DE PRODUTOS MANUFATURADOS Marta R. Castilho 1 e Viviane Luporini 2

Mecânica dos Fluidos. Aula 8 Introdução a Cinemática dos Fluidos. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DOS COMPONENTES QUE AFETAM O INVESTIMENTO PRIVADO NO BRASIL, FAZENDO-SE APLICAÇÃO DO TESTE DE RAIZ UNITÁRIA.

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO PESSOAL E HABITACIONAL NO BRASIL: UMA ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS FATORES MACROECONÔMICOS NO PERÍODO PÓS-REAL RESUMO

Fatores de influência no preço do milho no Brasil

= + 3. h t t. h t t. h t t. h t t MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA CURSO DE MESTRADO

2 Fluxos de capitais, integração financeira e crescimento econômico.

ANÁLISE DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR QUE CARACTERIZA A QUANTIDADE DE SAL EM UM RESERVATÓRIO USANDO DILUIÇÃO DE SOLUÇÃO

APLICAÇÃO DE SÉRIES TEMPORAIS NA PREVISÃO DA MÉDIA MENSAL DA TAXA DE CÂMBIO DO REAL PARA O DÓLAR COMERCIAL DE COMPRA USANDO O MODELO DE HOLT

Capacidade dos Portos Brasileiros Soja e Milho

MARLON RODRIGO BRUNETTA

Escola E.B. 2,3 / S do Pinheiro

Escola Secundária Dom Manuel Martins

FACULDADE DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA APLICADA EDUARDO DESSUPOIO MOREIRA DIAS

COMISSÃO DE INTEGRAÇÃO ENERGÉTICA REGIONAL COMITÊ NACIONAL BRASILEIRO

Composição Ótima da Dívida Pública Federal: Definição de uma Referência de Longo Prazo

Modelos de séries temporais aplicados a índices de preços hospitalares do Hospital da Universidade Federal de Santa Catarina

Análise da Interdependência Temporal dos Preços nos Mercados de Cria Recria e Engorda de Bovinos no Brasil

Giuliana Aparecida Santini, Leonardo de Barros Pinto. Universidade Estadual Paulista/ Campus Experimental de Tupã, São Paulo.

2 Relação entre câmbio real e preços de commodities

Dinâmica de interação da praga da cana-de-açúcar com seu parasitóide Trichogramma galloi

Elasticidades da demanda residencial de energia elétrica

José Ronaldo de Castro Souza Júnior RESTRIÇÕES AO CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL: UMA APLICAÇÃO DO MODELO DE TRÊS HIATOS ( )

1 INTRODUÇÃO. 1 O argumento da inconsistência dinâmica apóia-se na idéia de que os agentes conhecem o incentivo

O mercado brasileiro da soja: um estudo de transmissão, causalidade e cointegração de preços entre 2001 e 2009

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PPGA CURSO DE MESTRADO ANDRÉ MAURO SANTOS DE ESPÍNDOLA

CURVA DE KUZNETS AMBIENTAL ESTIMATIVA ECONOMÉTRICA USANDO CO2 E PIB PER CAPITA

CONTRATO N.º 026/2.015

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA MESTRADO EM ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

ANÁLISE ECONOMÉTRICA DA PRODUÇÃO DE MADEIRA SERRADA NO BRASIL

Taxa de Câmbio e Taxa de Juros no Brasil, Chile e México

CURSO ENERGIAS RENOVÁVEIS BIOMASSA

Economia e Finanças Públicas Aula T21. Bibliografia. Conceitos a reter. Livro EFP, Cap. 14 e Cap. 15.

Variabilidade e pass-through da taxa de câmbio: o caso do Brasil

Transcrição:

Universidade de São Paulo Escola Superior de Agriculura Luiz de Queiroz Os programas de álcool como combusíveis nos EUA, no Japão e na União Européia e as possibilidades de exporação do Brasil Sérgio Rangel Figueira Tese apresenada, para obenção do íulo de douor em Ciências, Área de Concenração: Economia Aplicada Piracicaba 2005

Sérgio Rangel Figueira Economisa Os programas de álcool como combusível nos EUA, no Japão e na União Européia e as possibilidades de exporação do Brasil Orienadora: Prof a Dr a. HELOISA LEE BURNQUIST Tese apresenada, para obenção do íulo de douor em Ciências, Área de Concenração: Economia Aplicada. Piracicaba 2005

Dados Inernacionais de Caalogação na Publicação (CIP) DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP Figueira, Sérgio Rangel Os programas de álcool como combusível nos EUA, no Japão e na União Européia e as possibilidades de exporação do Brasil / Sérgio Rangel Figueira. - - Piracicaba, 2005. 245 p. : il. Tese (Douorado) - - Escola Superior de Agriculura Luiz de Queiroz, 2005. 1. Álcool como combusível 2. Brasil 3. Esados Unidos 4. Exporação 5. Japão 6. União Européia I. Tíulo CDD 338.4766182 Permiida a cópia oal ou parcial dese documeno, desde que ciada a fone O auor

3 Dedico ao meu pai, José Francisco e minha mãe, Maria Conceição

4 AGRADECIMENTOS À orienadora Heloisa Lee Burnquis, pela dedicação em odas as eapas desse rabalho. Agradecimeno especial à professora Mirian Bacchi, pelo fundamenal apoio na uilização do modelo de Box-Jenkins e pelas paricipações no seminário e qualificação. À professora Sílvia Miranda, pela paricipação no seminário e qualificação, e ao professor Geraldo San ana, pela paricipação na qualificação. Ambos forneceram preciosas sugesões para a realização dese rabalho. Ao professor Marcos Jank, pelas sugesões para a escolha do ema. Aos professores do Deparameno de Economia, Adminisração e Sociologia, oda a minha graidão pelos conhecimenos ransferidos. À CAPES, pela bolsa concedida. À Maielli, pela paciência e dedicação no aendimeno. À Ligiana e ao Álvaro pelo aendimeno na biblioeca. A odos os funcionários da ESALQ, que propiciaram a esruura para a realização dos cursos e da ese. Ao Luiz Carlos Corrêa Carvalho e ao professor Guilherme Dias, pelas conversas ao longo dese rabalho. Aos colegas do douorado: Cárlion, Humbero, Kleber, Samuel, Piedade e Alivinio, pelo qual comparilhamos inúmeros cursos oferecidos no deparameno, pela amizade e companheirismo. Ao Jonas, pelas conversas a respeio da ese. Ao pessoal da República: Humbero, Ary, Mauro, Lucilio, Emerson, Marcelo e a odos os demais evenuais moradores. Ao grupo de esudos em comércio inernacional (GECINT), pelo qual enho o prazer e orgulho de paricipar, pelas discussões e rocas de informações. À odos os colegas da ESALQ, pelo companheirismo esalqueano. À oda a família e amigos, pelo apoio na realização de mais esá jornada na minha vida.

5 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS... 12 LISTA DE TABELAS... 17 RESUMO...... 25 ABSTRACT.... 26 1 INTRODUÇÃO... 27 1.1 O problema e sua imporância... 27 1.2 Objeivos... 30 1.3 Jusificaiva... 31 2 DESENVOLVIMENTO... 39 2.1 Revisão da lieraura... 39 2.1.1 A evolução do programa do álcool combusível no Brasil... 40 2.1.2 Exporações brasileiras de álcool... 48 2.1.3 O mercado de açúcar... 51 2.1.4 O efeio esufa e o proocolo de Quioo... 55 2.1.4.1 O proocolo de Quioo... 56 2.1.5 Exernalidades posiivas ambienais relacionadas à uilização do álcool combusível... 58 2.1.5.1 Redução da emissão de CO 2 aravés da uilização do álcool como combusível... 59 2.1.5.2 Redução da uilização de MTBE, principalmene nos EUA... 61 2.1.5.2.1 O impaco do MTBE na água nos Esados Unidos da América... 63 2.1.6 Insabilidade na ofera de peróleo... 66 2.1.7 Programas americano, japonês e europeu para se uilizar o eanol como combusível... 67 2.1.7.1 O programa americano do eanol para combusível... 68 2.1.7.1.1 O programa da gasolina oxigenada de inverno dos EUA... 68

6 2.1.7.1.2 O programa de gasolina reformulada nos EUA... 71 2.1.7.1.3 O programa de gasolina renovável nos EUA (Renewable Fuels Sandard RFS)... 75 2.1.7.1.4 O programa de eanol E 85... 77 2.1.7.1.5 Ofera de eanol nos Esados Unidos... 79 2.1.7.2 O programa do eanol no Japão... 81 2.1.7.3 Os programas de eanol na União Européia... 83 2.1.7.3.1 Demanda por eanol na União Européia... 85 2.1.7.3.2 Ofera de eanol na União Européia... 87 2.1.8 Modelos de demanda por gasolina... 91 2.2 Meodologia, procedimenos e dados... 96 2.2.1 Meodologia... 96 2.2.1.1 Modelos univariados... 97 2.2.1.2 Modelos de função de ransferência... 101 2.2.2 Procedimenos... 102 2.2.2.1 Eapas para a realização de previsões em um modelo univariado uilizando-se da meodologia de Box-Jenkins... 102 2.2.2.1.1 Idenificação... 103 2.2.2.1.1.1 Idenificação da ordem de inegração do filro... 103 2.2.2.1.1.1.1 Idenificação da ordem de inegração da série pela visualização gráfica... 104 2.2.2.1.1.1.2 Idenificação da ordem de inegração da série pelo ese de Dickey-Fuller... 105 2.2.2.1.1.1.3 Idenificação, pela visualização gráfica, de séries cuja sazonalidade não é esacionária... 108 2.2.2.1.1.1.4 Tese de raiz uniária sazonal... 109 2.2.2.1.1.2 A Idenificação dos modelos ARMA... 109

7 2.2.2.1.1.2.1 Idenificação do Modelo Auo Regressivo AR... 110 2.2.2.1.1.2.2 Idenificação do modelo de médias móveis MA... 112 2.2.2.1.1.2.3 Idenificação do Modelo auo-regressivo de médias móveis (ARMA)... 114 2.2.2.1.1.3 Idenificação do modelo ARMA sazonal... 115 2.2.2.1.2 Esimação e checagem de diagnósico... 115 2.2.2.1.2.1 Análise dos resíduos... 115 2.2.2.1.2.1.1 Tese de auocorrelação residual... 115 2.2.2.1.2.1.2 Tese de Box Pierce...116 2.2.2.1.2.1.3 Tese de correlação cruzada... 116 2.2.2.1.2.2 Avaliação da ordem do modelo... 117 2.2.2.1.2.3 Menor erro quadráico médio... 117 2.2.2.1.3 Previsão... 117 2.2.2.2 Eapas para a realização de previsões em um modelo de função de ransferência... 121 2.2.2.2.1 Idenificação... 121 2.2.2.2.2 Esimação e checagem de diagnósico... 123 2.2.2.2.2.1 Análise dos resíduos... 123 2.2.2.2.2.2 Tese de superajusameno e de subajusameno... 124 2.2.2.2.2.3 Menor erro quadráico médio... 124 2.2.2.2.3 Previsão... 124 2.2.3 Dados... 124 2.3 Resulados e discussão... 125 2.3.1 Projeções sobre consumo de eanol nos Esados Unidos... 126 2.3.1.1 Previsão do consumo de gasolina nos EUA... 126 2.3.1.1.2 Seleção do modelo... 126

8 2.3.1.1.2.1 Idenificação... 126 2.3.1.1.2.2 Esimação... 132 2.3.1.1.2.3 Verificação... 132 2.3.1.1.2.3.1 Tese de auocorrelação residual... 132 2.3.1.1.2.3.2 Tese de Box-Pierce... 133 2.3.1.1.2.3.3 Tese de correlação cruzada... 134 2.3.1.1.2.3.4 Erro quadráico médio... 134 2.3.1.1.3 Previsão do consumo de gasolina... 135 2.3.1.2 Cenários para o consumo de eanol nos EUA... 136 2.3.1.2.1 Primeiro cenário: subsiuição da adição do MTBE na gasolina, pelo eanol carburane, em 17 esados nore-americanos... 136 2.3.1.2.2 Segundo cenário: subsiuição da adição do MTBE na gasolina, pelo eanol carburane, em odos os esados nore-americanos... 137 2.3.1.2.3 Terceiro cenário: Programa de combusíveis renováveis... 138 2.3.1.3 Discussão: impacos dos cenários de consumo de eanol nos Esados Unidos na uilização de milho e os subsídios à produção da maéria prima... 139 2.3.2 Projeções sobre o consumo de eanol no Japão... 142 2.3.2.1 Previsão sobre o consumo de gasolina no Japão... 142 2.3.2.1.1 Seleção do modelo... 142 2.3.2.1.1.1 Esimação... 142 2.3.2.1.1.2 Verificação... 143 2.3.2.1.1.2.1 Tese de auocorrelação residual... 143 2.3.2.1.1.2.2 Tese de Box-Pierce... 144 2.3.2.1.1.2.3 Tese de correlação cruzada... 144

9 2.3.2.1.1.2.4 Menor erro quadráico médio... 144 2.3.2.1.2 Previsão do consumo de gasolina... 145 2.3.2.2 Projeção do consumo de eanol... 146 2.3.2.3 Discussão: possibilidade de exporação de eanol do Brasil para o mercado japonês.. 146 2.3.3 Projeções sobre o consumo de eanol na Alemanha, França, Iália, e Reino Unido.... 147 2.3.3.1 Projeções sobre o consumo de gasolina na França, Iália, Alemanha e Reino Unido... 147 2.3.3.1.1 Previsão sobre o consumo de gasolina na Alemanha... 148 2.3.3.1.1.1 Seleção do modelo... 148 2.3.3.1.1.1.1 Esimação... 148 2.3.3.1.1.1.2 Verificação... 148 2.3.3.1.1.1.2.1 Tese de auocorrelação residual... 148 2.3.3.1.1.1.2.2 Tese de Box-Pierce... 149 2.3.3.1.1.1.2.3 Tese de correlação cruzada... 149 2.3.3.1.1.1.2.4 Menor erro quadráico médio... 149 2.3.3.1.1.2 Previsão do consumo de gasolina... 150 2.3.3.1.2 Previsão sobre o consumo de gasolina na Alemanha, Iália, França e Reino Unido.. 151 2.3.3.1.2.1 Seleção do modelo... 151 2.3.3.1.2.1.1 Esimação... 151 2.3.3.1.2.1.2 Verificação... 151 2.3.3.1.2.1.2.1 Tese de auocorrelação residual... 151 2.3.3.1.2.1.2.2 Tese de Box-Pierce... 152 2.3.3.1.2.1.2.3 Tese de correlação cruzada... 152 2.3.3.1.2.1.2.4 Menor erro quadráico médio... 152 2.3.3.1.2.2 Previsão do consumo de gasolina... 153

10 2.3.3.2 Inferências sobre o consumo de gasolina na França, Alemanha, Iália e Reino Unido... 154 2.3.3.3 Projeções sobre o consumo de eanol na Alemanha... 157 2.3.3.4 Projeções sobre o consumo de eanol na França, Iália, Reino Unido e Alemanha... 158 2.3.4 Projeções sobre o consumo de álcool anidro no Brasil... 159 2.3.4.1 Previsões sobre o consumo de gasolina no Brasil uilizando-se da função de ransferência.... 159 2.3.4.1.1 Idenificação... 160 2.3.4.1.1.1 Modelo Univariado sobre o consumo de gasolina no Brasil... 161 2.3.4.1.1.1.1 Esimação... 161 2.3.4.1.1.1.2 Verificação... 161 2.3.4.1.1.1.2.1 Tese de auocorrelação residual... 161 2.3.4.1.1.1.2.2 Tese de Box-Pierce... 162 2.3.4.1.1.1.2.3 Tese de correlação cruzada... 162 2.3.4.1.1.1.2.4 Menor erro quadráico médio... 162 2.3.4.1.1.2 Modelo univariado para a evolução do PIB no Brasil... 163 2.3.4.1.1.2.1 Verificação... 164 2.3.4.1.1.2.1.1 Tese de auocorrelação residual... 164 2.3.4.1.1.2.1.2 Tese de Box-Pierce... 164 2.3.4.1.1.2.1.3 Tese de correlação cruzada... 164 2.3.4.1.1.2.1.4 Menor erro quadráico médio... 165 2.3.4.1.1.2.1.5 Análise da função de correlação cruzada enre o PIB e o consumo de gasolina..166 2.3.4.1.1.2.2 Esimação... 166 2.3.4.1.1.3 Verificação... 167 2.3.4.1.1.3.1 Análise das funções de auocorrelações dos resíduos... 167

11 2.3.4.1.1.3.2 Tese de Box-Pierce... 167 2.3.4.1.1.3.3 Tese de correlação cruzada enre o resíduo e a variável explicaiva... 167 2.3.4.1.1.3.4 Menor erro quadráico médio... 168 2.3.4.2 Cenários para o consumo de gasolina no Brasil... 169 2.3.4.3 Considerações sobre as projeções do consumo de gasolina no Brasil... 170 2.3.4.4 Projeções sobre consumo de álcool anidro no Brasil... 171 2.3.5 Previsão sobre o consumo de álcool hidraado no Brasil... 172 2.3.5.1 Seleção do modelo... 172 2.3.5.1.1 Esimação... 172 2.3.5.1.2 Verificação... 173 2.3.5.1.2.1 Tese de auocorrelação residual... 173 2.3.5.1.2.2 Tese de Box-Pierce... 174 2.3.5.1.2.3 Tese de correlação cruzada... 174 2.3.5.1.2.4 Menor erro quadráico médio... 174 2.3.5.2 Previsão do consumo de álcool hidraado... 175 3 CONCLUSÕES... 177 REFERÊNCIAS... 183 ANEXOS... 193

12 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Fluxo simplificado do processo de produção de açúcar e álcool... 33 Figura 2 - Evolução mensal do preço do barril de peróleo, em US$, período: jan/70 aé dez/03... 40 Figura 3 - Evolução da produção brasileira de álcool, período:1970 aé 2002... 43 Figura 4 - Evolução da produção de carros a álcool e a gasolina/diesel no Brasil, período: 1979 aé 2003... 44 Figura 5 - Desino da cana de açúcar volada para a produção de álcool e de açúcar, período: 1975/1976 aé 1999/2000... 45 Figura 6 - Vendas e expecaivas de vendas de carros bicombusíveis, período: 2003 aé 2010.. 47 Figura 7 - Exporações brasileiras de álcool, período: 1996 aé 2004... 48 Figura 8 - Principais desinos das exporações brasileiras de álcool, milhões de liros, no ano de 2004... 49 Figura 9 - Comércio mundial de eanol, milhões de liros, períodos: 1998 aé 2002... 50 Figura 10 - Exporações brasileiras de açúcar, período: 1990 aé 2003... 53 Figura 11 - Desenho ilusraivo das formas de conaminação da água pelo MTBE... 63 Figura 12 - Projeções sobre a ofera mundial de Peróleo, período: 1960 aé 2040... 67 Figura 13 - Hisórico da produção de eanol nos EUA, período: 1980 aé 2004... 79 Figura 14 - Milho uilizado nos EUA para a produção de eanol, período: 1980 aé 2004... 80 Figura 15 - Evolução da produção de biodiesel na União Européia, milhares de oneladas, período: 1993 ae 2001... 88 Figura 16 - Produção de eanol na União Européia, milhares de oneladas, períodos: 1993 aé 2001.... 88

13 Figura 17 - Produção de biodiesel nos países da União Européia, milhares de oneladas, no ano de 2001... 89 Figura 18 - Produção de eanol nos países da União Européia, milhares de oneladas, no ano de 2001... 89 Figura 19 - Gráficos conendo as FACs de uma série inegrada de segunda ordem... 105 Figura 20 - Procedimenos para se efeuar o ese de raiz uniária... 107 Figura 21 - Função de auocorrelação com uma série sazonalmene não esacionária... 108 Figura 22 - Exemplos de Função de Auocorrelação e Auocorrelação Parcial para modelos Auo Regressivos de ordem 0 (represenado como AR(0)) e de ordem 1(AR(1))... 110 Figura 23 - Exemplos de Função de Auocorrelação e Auocorrelação Parcial para modelos AuoRegressivos de ordem 2 (AR(2))... 111 Figura 24 - Exemplos de função de auocorrelação (FAC) e de auocorrelação parcial (FACP) para modelos de Média Móvel (MA) de ordem 0 e 1... 112 Figura 25 - Exemplos de Função de Auocorrelação (FAC) e Auocorrelação Parcial (FACP) modelos de Média Móvel (MA) de ordem 2.... 113 Figura 26 - Gráficos relaivos ao modelo ARMA (1,1)... 114 Figura 27 - Função de auocorrelação esimada para o consumo de gasolina nos EUA, período da série: 1980 aé 2003... 126 Figura 28 - Auocorrelação da demanda de gasolina nos EUA após a diferença, período da série: 1980 aé 2003... 129 Figura 29 - Auocorrelação do consumo de gasolina nos Esados Unidos com diferença e diferença sazonal, período da série: 1980 aé 2003... 131 Figura 30 - Auocorrelação parcial do consumo de gasolina nos Esados Unidos após a exração da diferença e da diferença sazonal, período da série: 1980 aé 2003... 131 Figura 31 - Valores esimados, previsos e os inervalos de confiança do consumo de gasolina nos Esados Unidos, período: 1 ri 1995 aé 4 ri 2003... 135

14 Figura 32 - Resulado da previsão do consumo de gasolina para os EUA, período 2004 aé 2012... 136 Figura 33 - Resulado dos cenários I, II e III de consumo de eanol nos EUA, períodos: 2004 aé 2012... 138 Figura 34 - Valores observados e previsos de consumo de gasolina no Japão, em bilhões de liros 1 ri. 2000 aé 4 ri. 2003... 145 Figura 35 - Previsão anual da ofera de gasolina no Japão, em bilhões de liros, período: 2004 aé 2012... 145 Figura 36 - Valores observados e previsos, em bilhões de liros, período: 2001 aé 2003... 150 Figura 37 - Previsão da ofera de gasolina na Alemanha, período: 2004 aé 2012... 150 Figura 38 - Valores observados e previsos, período: 1 ri. 2001 aé 4 ri 2003... 153 Figura 39 - Previsão de ofera rimesral de gasolina na Alemanha, França, Iália e Reino Unido, período: 2004 aé 2012... 154 Figura 40 - Evolução das porcenagens de consumo de gasolina e de óleo diesel para auomóveis no Reino Unido, período: 1989 aé 2003... 155 Figura 41 - Evolução das porcenagens de consumo de gasolina e óleo diesel na Alemanha, período: 1989 aé 2003... 155 Figura 42 - Evolução das porcenagens de consumo de gasolina e óleo diesel na França, período: 1989 aé 2003... 156 Figura 43 - Evolução das porcenagens de consumo de gasolina e óleo diesel na Iália, período: 1989 aé 2003... 157 Figura 44 - Comparação enre os valores previsos e os observados, período: 1 ri. 2001 aé 4 ri. 2003... 163 Figura 45 - Valores esimados e previsos do PIB, período: 1 ri 2001 aé 4 ri 2003... 165 Figura 46 - Análise comparaiva enre o valor observado e o previso, período: 1 ri 2001 aé 4 ri 2003... 168

15 Figura 47 - Resulados de simulação de Cenários relaivos ao crescimeno do consumo de gasolina no Brasil, período: 2004 aé 2012... 169 Figura 48 - Valores observados e previsos para o consumo de gasolina na economia brasileira, em bilhões de liros, período: 1 ri 2001 aé 4 ri 2004... 175 Figura 49 - Curva de aprendizagem relaiva à produção de eanol no Brasil... 194 Figura 50 - Cenários oimisa e muio oimisa com relação a imporação de eanol... 195 Figura 51- Gráfico sobre a produção de eanol no mundo, em milhões de liros... 196 Figura 52 - Evolução da Produção Mundial nos Principais Países Produores, período: 1998 aé 2002... 197 Figura 53 - Imporação de eanol uilizada para combusível e ouros fins... 198 Figura 54 - Mapa da localização das planas indusriais de produção de eanol nos Esados Unidos... 199 Figura 55- Função de Auocorrelação do consumo de gasolina no Japão... 210 Figura 56 - Auocorrelação da demanda de gasolina no Japão após a diferença... 213 Figura 57 - Auocorrelação da demanda de gasolina no Japão com diferença e diferença sazonal... 215 Figura 58 - Auocorrelação parcial da demanda de gasolina no Japão após a diferença e a diferença sazonal... 215 Figura 59 - Função de auocorrelação do consumo de gasolina na Alemanha... 216 Figura 60 - Auocorrelação da demanda de gasolina na Alemanha após a diferença... 219 Figura 61 - Auocorrelação da demanda de gasolina na Alemanha com diferença e diferença sazonal... 221 Figura 62 - Auocorrelação parcial da demanda de gasolina na Alemanha com diferença e diferença sazonal... 221 Figura 63 - Função de auocorrelação do consumo de gasolina na Alemanha, Reino Unido, França e Iália.... 222

16 Figura 64 - Auocorrelação da demanda de gasolina na França, Alemanha, Reino Unido e Iália após a aplicação de duas diferenças... 225 Figura 65 - Auocorrelação da demanda de gasolina na França, Alemanha, Reino Unido e Iália com diferença e diferença sazonal... 226 Figura 66 - Auocorrelação parcial da demanda de gasolina na Alemanha, França, Iália e Reino Unido com duas diferenças e diferença sazonal... 227 Figura 67 - Auocorrelação do consumo de gasolina no Brasil... 229 Figura 68 - Auocorrelação do consumo de gasolina no Brasil após a diferença... 233 Figura 69 - Auocorrelação parcial da demanda de gasolina no Brasil após a diferença... 233 Figura 70 - Auocorrelação do PIB no Brasil... 235 Figura 71 - Auocorrelação do PIB no Brasil após a diferença... 238 Figura 72 - Função de Auocorrelação do PIB após se exrair a diferença e a diferença sazonal... 239 Figura 73 - Auocorrelação parcial do PIB após se exrair a diferença e a diferença sazonal... 239 Figura 74 - Função de auocorrelação do consumo álcool hidraado no Brasil... 241 Figura 75 - Auocorrelação do consumo de álcool hidraado após a diferença e a diferença sazonal... 245 Figura 76 - Auocorrelação parcial do consumo de álcool hidraado após a diferença e a diferença sazonal... 245

17 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Produção de cana-de-açúcar no Brasil principais esados produores -; em 1000... 32 Tabela 2 - Produção de álcool no Brasil por região e Esado; em milhões de liros, safras: 1996/97 aé 2002/03.......33 Tabela 3 - Produção de cana-de-açúcar nos 10 maiores países produores em 2003; período: 1996 aé 2003... 35 Tabela 4 - Produividade dos 10 principais países produores de cana de açúcar, período: 1996 aé 2003... 36 Tabela 5 - Produividade dos esados produores de cana-de-açúcar no Brasil; períodos: 1997 aé 2003... 37 Tabela 6 - Consumo per capia dos maiores consumidores mundiais de açúcar, período: 1994 aé 2001... 52 Tabela 7 - Gases responsáveis pelo efeio esufa... 55 Tabela 8 - Gases do efeio esufa e suas principais fones anropogênicas... 56 Tabela 9 - Redução necessária dos principais países emissores de CO 2... 58 Tabela 10 - Redução da emissão de CO2 pela uilização de álcool, no ano de 1996... 59 Tabela 11 - Balanço das emissões líquidas de CO 2 devido à produção de cana-de-açúcar e uilização de eanol, no ano de 1996... 60 Tabela 12 - Balanço da ofera e da demanda de MTBE nos EUA, período: 1995 aé 2001... 62 Tabela 13 - Consumo esimado de MTBE em gasolina reformula e oxigenada de inverno por esado, período: 1995 aé 2001... 65 Tabela 14 - Áreas com programas de gasolina de inverno dos Esados Unidos, aé julho de 1999... 70

Tabela 15 - Áreas redesignadas dos Esados Unidos: inicialmene pariciparam do programa de gasolina oxigenada de inverno, no enano abandonaram o programa por deixar de apresenar problemas de excesso de monóxido de Carbono no ar, aé julho de 1999... 71 Tabela 16 - Programa de gasolina reformulada de inverno dos EUA... 73 Tabela 17 - Programa de gasolina reformulada de verão dos EUA... 74 Tabela 18 - Volume aplicável de combusível renovável nos EUA, período: 2005 aé 2012... 77 Tabela 19 - Principais fones alernaivas de energia para veículos nos Esados Unidos, período: 1995 aé 2004.... 78 Tabela 20 - Evolução do consumo de E-85 nos Esados Unidos; Milhões de Galões; nos anos de 1998, 2000 e 2002... 78 Tabela 21 - Tendências da ofera oal de energia primária no Japão e porcenagens por fones de energia... 82 Tabela 22 - Tese de raiz uniária para séries individuais, para a série de consumo de gasolina nos EUA, período da série: 1980 aé 2003... 127 Tabela 23 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ μ e τ αμ, para a série de gasolina americana, período da série: 1980 aé 2003... 128 Tabela 24 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, para a série de consumo de gasolina dos Esados Unidos, período da série: 1980 aé 2003... 128 Tabela 25 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, considerando-se a segunda diferença, para a série de gasolina americana, período da série: 1980 aé 2003.... 129 Tabela 26 - Valores uilizados para o ese de raiz uniária sazonal, período da série: 1980 aé 2003... 130 Tabela 27 - Valores esimados do processo gerador do consumo de gasolina americano, período da série: 1980 aé 2003... 132 18

19 Tabela 28 - Valores das auocorrelações residuais para a série do consumo de gasolina nos Esados Unidos, período da série: 1980 aé 2003... 133 Tabela 29 - Correlações cruzadas enre o resíduo e o consumo de gasolina, período da série: 1980 aé 2003... 134 Tabela 30 - Milhões de oneladas de milho necessárias para a produção de eanol nos Cenários I, II e III, referenes ao consumo do combusível na economia nore- americana, período: 2004 aé 2012... 140 Tabela 31- Desino do milho nore-americano por forma de uilização, no ano de 2003... 140 Tabela 32 - Cenários sobre a possibilidade de imporação de eanol dos países caribenhos, período: 2004 aé 2012... 141 Tabela 33 - Esimaiva de subsídios concedidos para a produção de eanol nos EUA, em bilhões de dólares, para os rês cenários, período: 2004 aé 2012... 142 Tabela 34 - Valores esimados do processo gerador do consumo de gasolina no Japão, período da série: 1990 aé 2003... 143 Tabela 35 - Valores das auocorrelações do consumo de gasolina no Japão, período da série: 1990 aé 2003... 143 Tabela 36 - Correlação cruzada enre o resíduo e o consumo de gasolina no Japão, período da série: 1990 aé 2003... 144 Tabela 37 - Consumo anual de eanol no Japão, caso a misura se orne compulsória, período: 2004 aé 2012... 146 Tabela 38 - Projeção da necessidade de cana-de-açúcar para a exporação do álcool pelo Brasil, período 2004 aé 2012... 147 Tabela 39 - Valores esimados do processo gerador do consumo de gasolina na Alemanha, período da série: 1990 aé 2003... 148 Tabela 40 Valores das auocorrelações do consumo de gasolina na Alemanha, período da série: 1990 aé 2003... 149

20 Tabela 41 - Correlação cruzada enre o resíduo e o consumo de gasolina na Alemanha, período da série: 1990 aé 2003... 149 Tabela 42 - Valores esimados do processo gerador do consumo de gasolina na Alemanha, França, Reino Unido e Iália, período da série: 1990 aé 2003... 151 Tabela 43 Valores das auocorrelações do consumo de gasolina na Alemanha, França, Reino Unido e Iália, período da série: 1990 aé 2003... 151 Tabela 44 - Correlação cruzada enre o resíduo e o consumo de gasolina na Alemanha, França, Reino Unido e Iália, período da série: 1990 aé 2003.... 152 Tabela 45 - Consumo esimado de eanol na Alemanha, período: 2004 aé 2012... 158 Tabela 46 - Consumo esimado de eanol nos quaro países da União Européia, período: 2004 aé 2012... 159 Tabela 47 - Valores esimados do processo gerador do consumo de gasolina no Brasil, modelo univariado; período da série 1991 aé 2003... 161 Tabela 48 - Valores das auocorrelações do consumo de gasolina no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 162 Tabela 49 - Correlação cruzada enre o resíduo e o consumo de gasolina no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 162 Tabela 50 - Valores esimados do processo gerador do PIB no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 163 Tabela 51 - Valores das auocorrelações, período da série: 1991 aé 2003... 164 Tabela 52 - Correlação cruzada enre o resíduo e a evolução do PIB brasileiro, período da série: 1991 aé 2003... 165 Tabela 53 - Resulados da função de correlação cruzada enre o consumo de gasolina no Brasil e o PIB, período da série: 1991 a 2003... 166 Tabela 54 - Valores esimados do processo gerador do consumo de gasolina no Brasil, período da série: 1990 aé 2003... 166

21 Tabela 55 - Valores das auocorrelações para a Função de Transferência do consumo de gasolina no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 167 Tabela 56 - Correlação cruzada enre o resíduo e o consumo de gasolina no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 168 Tabela 57- Resulados das projeções do consumo anual de álcool anidro no Brasil, considerando-se os seguines cenários: Cenário I (crescimeno do PIB de 1,22%); Cenário II (crescimeno do PIB de 2,9%); e Cenário III (crescimeno do PIB de 4,6%), período: 2004 aé 2012... 172 Tabela 58 - Valores esimados para o processo gerador do consumo de álcool hidraado no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 173 Tabela 59 - Valores das auocorrelações do consumo de álcool hidraado no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 173 Tabela 60 - Correlação cruzada enre o resíduo e o consumo de álcool hidraado no Brasil, período da série: 1991 aé 2003... 174 Tabela 61 - Projeções sobre o consumo de álcool hidraado no Brasil, período: 2004 aé 2012... 175 Tabela 62 - Capacidade de produção de eanol nos esados produores em 2003... 200 Tabela 63 - Ofera de gasolina para moores nos EUA (milhões de barris por dia),... 201 Tabela 64 - Quanidade vendida de gasolina para uilização comercial no Japão, unidade de medida: milhões de liros, período: 1º ri. 1990 aé 4º ri. 2003... 202 Tabela 65 - Consumo de gasolina rimesral na França, unidade de medida: bilhões de liros, período: 1 ri. 1990 aé 4 ri. 2003... 203 Tabela 66 - Consumo rimesral de gasolina na Alemanha: Bilhões de liros, período: 1 ri. 1990 aé 4 ri de 2003... 204 Tabela 67 - Consumo rimesral de gasolina na Iália: Bilhões de liros, período: 1 ri. 1990 aé 4 ri.2003... 205 Tabela 68 - Consumo rimesral de gasolina no Reino Unido: Bilhões de liros, período: 1 ri. 1990 aé 4 ri de 2003... 206

Tabela 69 - Consumo de gasolina rimesral no Brasil. Esimaiva de quanidade média de barris consumidos por dia, período: 1 ri. 1991 aé 4 ri. 2003... 207 Tabela 70 - Evolução do PIB no Brasil adoando-se a Base Móvel, período: 1 ri. 1991 aé 4 ri de 2003... 208 Tabela 71 - Tese de akaike e shwarz para a série americana.... 209 Tabela 72 - eses de Akaike e Schwarz... 211 Tabela 73 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ τ e τ βτ, para a série de consumo de gasolina no Japão... 211 Tabela 74 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ μ e τ αμ, para a série de consumo de gasolina no Japão... 212 Tabela 75 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, para a série de consumo de gasolina no Japão... 212 Tabela 76 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, considerando-se a segunda diferença, para a série de consumo de gasolina no Japão... 213 Tabela 77 - Valores uilizados para o ese de dickey-fuller sazonal... 214 Tabela 78 - Teses de Akaike e Schwarz... 217 Tabela 79 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ τ e τ βτ, para o consumo de gasolina na Alemanha... 217 Tabela 80 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ μ e τ αμ, para o consumo de gasolina na Alemanha... 218 Tabela 81 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, para o consumo de gasolina na Alemanha... 218 Tabela 82 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, considerando-se a segunda diferença, para o consumo de gasolina na Alemanha... 219 Tabela 83 - Valores uilizados para o ese de dickey-fuller sazonal... 220 22

23 Tabela 84 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ τ e τ βτ, para o consumo de gasolina na França, Alemanha, Reino Unido e Iália... 223 Tabela 85 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ μ e τ αμ, para o consumo de gasolina na França, Alemanha, Reino Unido e Iália... 223 Tabela 86 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, para o consumo de gasolina na França, Alemanha, Reino Unido e Iália... 224 Tabela 87 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, considerando-se a segunda diferença, para o consumo de gasolina na França, Alemanha, Reino Unido e Iália... 224 Tabela 88 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, considerando-se a segunda diferença, para o consumo de gasolina na França, Alemanha, Reino Unido e Iália... 224 Tabela 89 - Valores uilizados para o ese de dickey-fuller sazonal... 226 Tabela 90 - Variação real do PIB... 228 Tabela 91 - Teses Akaike e Schwarz... 230 Tabela 92 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ τ e τ βτ... 230 Tabela 93 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ μ e τ αμ... 231 Tabela 94 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ... 231 Tabela 95 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, considerando-se a segunda diferença... 232 Tabela 96 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, considerando-se a segunda diferença... 232 Tabela 97 - Resíduo enre os valores previsos e os observados, no período: 4 ri. 1993 e 4 ri. 2003... 234

Tabela 98 - Teses Akaike e Shwarz... 236 Tabela 99 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ τ e τ βτ... 236 Tabela 100 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ μ e τ αμ... 237 Tabela 101 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ... 237 Tabela 102 - Tese de raiz uniária para séries individuais, considerando-se a segunda diferença... 238 Tabela 103 - Valores dos resíduos... 240 Tabela 104 - Os eses akaike e Schwarz para a série de consumo de álcool hidraado aponaram para a uilização de 12 lags no ese de Dickey-Fuller... 242 Tabela 105 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ τ e τ βτ, para o consumo de álcool hidraado no Brasil... 242 Tabela 106 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ μ e τ αμ, para o consumo de álcool hidraado no Brasil... 243 Tabela 107 - Tese de raiz uniária para séries individuais τ, para o consumo de álcool hidraado no Brasil... 243 Tabela 108 - Tese de raiz uniária para séries individuais, considerando-se a segunda diferença, para o consumo de gasolina no Brasil... 244 Tabela 109 - Tese de raiz uniária para séries individuais, considerando-se a erceira diferença, para o consumo de álcool hidraado no Brasil... 244 24

25 RESUMO Os programas de álcool como combusível nos EUA, no Japão e na União Européia e as possibilidades de exporação do Brasil O presene rabalho eve como objeivo delinear cenários para o consumo de eanol uilizado como combusível em países idenificados como fundamenais no desenvolvimeno do mercado inernacional de eanol, como é o caso dos Esados Unidos, Japão, União Européia e Brasil, considerando-se um horizone aé o ano de 2012, ano pelo qual os países raificaram, pelo Proocolo de Quioo, o compromisso de reduzir a emissão de gases causadores do efeio esufa. Para cumprir al objeivo, uilizou-se do modelo Box-Jenkins de séries emporais para se efeuar as projeções do consumo de gasolina neses países, no caso da União Européia projeou-se o consumo da Alemanha, isoladamene, e do conjuno das quaro maiores economias européias: Alemanha, França, Iália e Reino Unido. Após a realização das projeções, uilizaram-se as meas de misura de eanol, em processo de discussão nos países em quesão, obendo-se os cenários de consumo de eanol. No caso brasileiro, projeou-se o consumo de álcool anidro, misurado na gasolina, e o consumo de álcool hidraado. Para os Esados Unidos, consrui-se rês cenários alernaivos: no primeiro esimou-se um consumo de aproximadamene 7,2 bilhões de liros de eanol no ano de 2012; no segundo, um consumo de 12,3 bilhões de liros; e, no erceiro, um consumo de 18,9 bilhões de liros no ano de 2012. Neses rês cenários, os produores americanos de milho eriam plena capacidade de suprir a ofera, manendo-se o sisema de subsídios para os produores domésicos e arifas incidenes sobre a imporação de eanol. O Japão foi o país desenvolvido analisado com maior poencial para se ornar um grande imporador de eanol brasileiro. Caso a misura compulsória de 3% aé 2007 e 10% a parir de 2008 venha a ser efeivada, iso implicaria em uma grande expansão no consumo de eanol para cerca de 6,5 bilhões de liros no ano de 2012. O monane de eanol consumido deve ser basicamene imporado, devido à indisponibilidade do país em produzir eanol. Na União Européia, caso a Alemanha venha a adoar uma misura de 2% de eanol na gasolina, iso implicaria em consumo de aproximadamene 360,5 milhões de liros no ano de 2012. Caso os quaro países europeus analisados adoem a misura de 2 % de eanol na gasolina, o consumo seria da ordem de 1,36 bilhões de liros no ano de 2012. Projeou-se, ainda, o consumo de álcool anidro e hidraado no Brasil. Apesar da poencialidade do mercado japonês e da possibilidade de exporar para a Alemanha, o mercado brasileiro coninua sendo o maior mercado poencial para o seor sucroalcooleiro brasileiro. Caso o preço do álcool hidraado se manenha compeiivo em relação ao da gasolina, ese mercado possui um grande poencial de crescimeno, principalmene com a possibilidade de expansão da froa de carros bicombusíveis. Manendo-se a rajeória de crescimeno de 2002 e 2003, o consumo do álcool hidraado poderá aingir 17,4 bilhões de liros em 2012. Palavras chave: Álcool combusível; Esados Unidos; Japão; União Européia; Brasil.

26 ABSTRACT The ehanol fuel programs in he Unied Saes, Japan and European Union and Brazil's exporaion possibiliies. The presen work aimed o delineae scenarios for ehanol consumpion used as fuel in counries idenified as fundamenal for he growh of he inernaional marke of ehanol, such as he Unied Saes, Japan, European Union and Brazil, considering a horizon unil he year of 2012, when he counries raified, hrough he Kyoo Proocol, he commimen o reduce he emission of gases which cause he greenhouse effec. In order o do so, a Box-Jenkins model of ime series was delineaed and esimaed o forecas he gasoline consumpion in hese counries. In he case of he European Union he consumpion of Germany was firs projeced separaely, and hen he consumpion of he group of he four bigges European economies: Germany, France, Ialy and Unied Kingdom was also projeced as a group. Afer figuring ou he projeced consumpion levels, he goals of mixure of ehanol were used, along wih he counries in quesion, esablishing heir own scenarios of ehanol consumpion. In he Brazilian case, he consumpion anhydrous alcohol, mixed wih he gasoline, was projeced separaely from he hydraed alcohol consumpion. For he Unied Saes, hree alernaive scenarios were projeced: he firs esimaed a consumpion of roughly 7.2 billion liers of ehanol in he year of 2012; he second, a consumpion of 12.3 billion liers; and he hird, a consumpion of 18.9 billion liers for he year of 2012. In hese hree scenarios, he American maize producers would have full capaciy o supply he demand, considering ha he exising subsidies for domesic producers and ariffs upon ehanol impors remain. The resuls showed ha Japan was he developed counry wih greaer poenial o become a Brazilian imporer of ehanol. In case he compulsory mixure of 3% up o 2007 and 10% unil 2008 becomes effecive, he consumpion of ehanol would expand by 6.5 billion liers in he year of 2012. The amoun of ehanol consumed in Japan mus basically be impored, since he counry does no produce he fuel. In he European Union, considering ha Germany adops a mixure of 2% of ehanol in he gasoline, a consumpion of approximaely 360.5 million liers would resul in 2012. In case he four European counries considered for he analysis adop he mixure of 2 % of ehanol in he gasoline, he consumpion would be abou 1.36 billion liers by 2012. The anhydrous and hydraed alcohol consumpion was also projeced for Brazil. Despie he poenial of he Japanese marke and he possibiliy o expor o Germany, he Brazilian marke coninued o be he bigges poenial marke for he Brazilian sugar-ehanol secor. In case he price of he hydraed alcohol remains compeiive compared o gasoline, i has a grea poenial of growh, mainly wih he possibiliy of expansion of he flee of flex fuel cars. If he growh rae ha prevailed for 2002 and 2003 is susained, he consumpion of he hydraed alcohol is likely o reach 17.4 billion liers by 2012. Keywords: Fuel Ehanol, Unied Saes; Japan, European Union, Brazilian expors

27 1 INTRODUÇÃO 1.1 O problema e sua imporância O Brasil foi pioneiro na uilização do álcool como combusível em larga escala. No ano de 1975, o país passou a implemenar o Programa Nacional do Álcool com o objeivo de reduzir a imporação de peróleo. Poseriormene, em 1980, os EUA adoam um programa de uilização do eanol como combusível, produzido principalmene a parir do milho. O programa de eanol nore americano foi implanado com o objeivo de esabilizar o preço do milho, além de implemenar uma fone alernaiva de combusível. No final da década de 1990 e início de 2000, ouros países desenvolvidos e em desenvolvimeno passam a analisar a possibilidade de implemenação de programas de biocombusíveis, podendo-se considerar como faores moivadores desses programas: o impaco ambienal, redução da emissão dos gases causadores do efeio esufa, e a esraégia dos países em diversificar sua mariz energéica, ornando-a menos dependene do peróleo. 1 As elevadas e crescenes emissões de dióxido de carbono (CO 2 ) 2 são as principais responsáveis pelo efeio esufa. Considera-se, aualmene, que o principal elemeno propulsor de emissão de CO 2 é o modelo de produção e de consumo energéico, que se baseia no uso inensivo dos recursos fósseis não renováveis: carvão mineral, peróleo, gás, ec, que é adoado como base do processo produivo prevalecene. Além do modelo energéico, vem conribuindo para o efeio esufa a desruição de floresas e ecossisemas, que funcionam como sumidouros e reservaórios naurais de absorção do dióxido de carbono. 1 Com as crises sociais e políicas nos principais países produores de peróleo e alguns esudos aponando para a redução da ofera de peróleo no médio prazo, a excessiva dependência do peróleo na mariz energéica passou a ser considerado um faor de risco para muios países desenvolvidos. 2 O dióxido de carbono (CO 2 ) não é um gás óxico, não sendo considerado, porano, um poluene amosférico local. Embora não óxico, o CO 2 é um dos principais gases responsáveis pelo efeio esufa; desa forma, considera-se o CO 2 como um poluene global.

28 Em Quioo, no Japão, em 1997, realizou-se uma conferência enre 154 países membros das Nações Unidas 3, endo como resulado o Proocolo de Quioo, com uma proposa concrea de início do processo de esabilização das emissões de gases geradores do efeio esufa. O Proocolo dividiu os países em dois grupos: o Anexo 1 (países mais indusrializados, grandes emissores de CO 2 ) e os países do Não-anexo 1 (países que podem aumenar suas emissões, pois provavelmene necessiam aumenar a sua ofera energéica, para aender às necessidades básicas de desenvolvimeno). De acordo com o Proocolo de Quioo, os países do Anexo I ficam obrigados a reduzir suas emissões de gases geradores de efeio esufa, para que elas se ornem 5,2% inferiores aos níveis de emissão de 1990. O Proocolo esabeleceu ainda que essa redução deverá ser realizada enre 2008 e 2012 (fase definida como o primeiro período de cumprimeno do Proocolo). Os 39 países que compõem o Anexo I do Proocolo de Quioo devem promover, ao longo do período de 2008 a 2012, reduções diferenciadas, omando por base as emissões regisradas em 1990. Para a União Européia, por exemplo, prevê-se uma redução de 8%, para o Japão, uma redução de 6%, e os EUA deverão reduzir, caso venha a raificar o acordo, 7% de suas emissões. Tendo como impulso inicial o esímulo para os países do Anexo I adoarem uma mariz energéica mais limpa, com menores emissões de gases geradores do efeio esufa e menos dependenes do peróleo em sua mariz energéica, alguns países desenvolvidos, ais como Ausrália, Japão e alguns países da União Européia esão analisando projeos para misurar o álcool na gasolina. Apesar dos Esados Unidos não erem raificado o Proocolo de Quioo, aé 2005, o seu programa de uso do eanol como combusível vem-se expandindo, endo as seguines moivações: - adoar uma mariz energéica mais limpa, em ermos de emissão de poluenes; - a descobera de MTBE (Meil-Tércio-Buil-Éer), considerado cancerígeno e poluidor dos lençóis freáicos, na água de alguns esados americanos, principalmene na Califórnia, que forçou a subsiuição do MTBE pelo eanol em alguns esados americanos; - o lobby dos produores de milho americanos; e a esraégia para reduzir a dependência por imporação de peróleo. 3 A discussão sobre as mudanças climáicas e os efeios dos gases poluenes na camada de ozônio, iniciaram na conferência de Torono em 1988. Em 1992, no Rio de Janeiro, 154 países membros das Nações Unidas, raificaram um compromisso de reduzir aé 2012 para os níveis de 1990 a emissão de gases geradores do efeio esufa. As pares envolvidas na reunião se compromeeram a realizar uma série de enconros para avaliar o seu desempenho quano a redução de emissão de CO 2. Esses enconros foram denominados de conferências das pares. As primeiras duas conferências foram realizadas em Berlim, Alemanha em 1995, e em Geneva na Suíça, em julho de 1996. A erceira conferência foi realizada em dezembro de 1997, em Quioo, no Japão (ENVIRONMENT CANADA, 2001).

29 Na União Européia, esipularam-se prazos para a implanação dos biocombusíveis. Esses esabelecem que aé 2005, 2% de odos os combusíveis devem ser originários de biomassa, e aé 2010, esse percenual deve se elevar para 5,75%. No Japão esá em curso um programa para misurar álcool na gasolina para reduzir a emissão de CO 2. Foi aprovada, pelo minisro japonês do meio ambiene, uma políica para reduzir os gases causadores do efeio esufa aravés de uma misura de álcool na gasolina da ordem de 10% aé 2008. Aualmene, a legislação japonesa permie, mas não obriga, a misura de 3% de álcool na gasolina. Além dos países do Anexo I, muios países em desenvolvimeno, ais como Colômbia, China e Índia, ambém esão implanando programas de misura do eanol na gasolina com o inuio de ornar sua mariz energéica mais limpa, reduzir a dependência do peróleo e gerar renda para seus produores agrícolas. O Brasil em ineresse em acompanhar eses programas de uilização do álcool como combusível endo como inuio explorar esse mercado como um poencial exporador do produo, pois apresena as seguines vanagens comparaivas: o Brasil foi pioneiro na uilização do álcool como combusível, garanindo ao país o conhecimeno desa ecnologia da produção e da comercialização do álcool, permiindo redução dos cusos de produção (ver Anexo A); o seor sucroalcooleiro brasileiro apresena grande compeiividade inernacional, ano na produção de açúcar, como de álcool; e o país ainda apresena área com poencial para ampliar a produção de cana de açúcar.

30 1.2 Objeivos O objeivo geral dese rabalho consise em delinear cenários para o consumo de eanol em países idenificados como fundamenais no desenvolvimeno do mercado inernacional de eanol, como é o caso dos Esados Unidos, Japão, União Européia e Brasil, considerando-se um horizone aé o ano de 2012, ano pelo qual os países raificaram o compromisso de reduzir a emissão de gases causadores do efeio esufa pelo Proocolo de Quioo. Deverão ser avaliadas, ainda nesse conexo, as possibilidades de exporação brasileira de álcool anidro. Para cumprir o objeivo geral, o presene rabalho assume como objeivos específicos: Apresenar um panorama da siuação correne dos programas de eanol nos EUA, Japão e União Européia no que se refere às suas meas para a misura de eanol na gasolina. Uilizar modelos de previsão de Box-Jenkins para ober previsões de consumo de gasolina nesses mesmos países aé 2012, ano em que os países se compromeeram a reduzir a emissão de CO 2 pelo Proocolo de Quioo. Com base nessas previsões da demanda por combusível e as caracerísicas dos programas de eanol nos países selecionados, serão feias projeções sobre o consumo de eanol para os EUA, Japão e União Européia. Pesquisar a evolução da ofera de eanol nos EUA, França, Espanha e Suécia, países desenvolvidos produores de eanol. Com base nas projeções de demanda e de ofera de eanol neses países, avaliar poenciais necessidades de imporação. No caso brasileiro preende-se projear o consumo de álcool anidro e hidraado. Será uilizada a meodologia de Box-Jenkins para prever o consumo de gasolina e álcool hidraado no Brasil aé 2012. Com base na previsão do consumo de gasolina será projeado o consumo de álcool anidro.

31 1.3 Jusificaiva Vários países do mundo, ano os desenvolvidos, como os países em desenvolvimeno, esão adoando programas para a uilização de biocombusíveis em sua mariz energéica. A perspeciva de que o Brasil venha a se ornar ambém um grande exporador de eanol apresena-se posiiva para a economia nacional, por criar imporane poencial para a enrada de divisas e geração de renda e emprego. O seor sucroalcooleiro possui uma grande imporância para a economia nacional, paricularmene para o esado de São Paulo que concenra cerca de 60% da produção nacional. Além do esado de São Paulo, são imporanes esados produores de cana-de-açúcar na região Cenro-Sul do país, o Paraná, Minas Gerais, Mao Grosso e Goiás. Na região Nore- Nordese, desacam-se os esados de Alagoas e Pernambuco (Tabela 1).

32 Tabela 1 - Produção de cana-de-açúcar no Brasil principais esados produores -; em 1000 oneladas, safras: 1990/91 aé 2003/04 Safras (mil oneladas) Esados 90/91 94/95 99/00 02/03 03/04 PARÁ 184 75 521 311 420 MARANHÃO 595 260 938 1105 1304 PIAUÍ 464 328 218 284 323 R. G. NORTE 2169 2064 1893 2682 2614 PARAÍBA 4570 3240 3418 4336 5017 PERNAMBUCO 18679 16478 13320 14891 17003 ALAGOAS 22617 20067 19315 22645 29537 SERGIPE 1395 620 1163 1430 1526 BAHIA 1053 1156 2098 2214 2137 NORTE-NORDESTE 52235 44629 43017 50243 60195 MINAS GERAIS 9850 9485 13599 15600 18916 ESPÍRITO SANTO 1194 1913 2127 3293 2953 RIO DE JANEIRO 4522 5480 4953 4478 4577 SÃO PAULO 131815 148942 194234 192487 207811 PARANÁ 10751 15519 24351 23893 28486 MATO GROSSO 3325 4907 10111 12384 14350 MATO GROSSO DO SUL 3978 3725 7410 8247 8893 GOIÁS 4258 5831 7163 9922 13041 CENTRO-SUL 170195 196084 263949 270407 299121 BRASIL 222429 240713 306966 320650 359316 Fone: União da Agroindúsria Canavieira de São Paulo - UNICA (2005) Noa: O seor sucroalcooleiro esá insalado no Cenro-Sul e no Nore-Nordese, permiindo-se a produção de cana e seus derivados o ano odo, em dois períodos inercalados. Na região Cenro-Sul, a colheia da cana ocorre de maio a ouubro, enquano na região Nore-Nordese, esse período compreende ouubro a abril. Dadas essas caracerísicas, a safra é represenada em dois anos. Como exemplo, represena-se a safra de 90/91. Aualmene, a maioria das usinas insaladas no Brasil produzem álcool anidro e hidraado, além de açúcar, dando ao sisema um grande grau de flexibilidade (BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - BNDES, 2003), conforme sisema ilusrado na Figura 1.

33 Álcool Cana-deaçúcar Traameno do caldo Fermen ação Desilação Lavagem da cana Exração Traameno do caldo Produção do açúcar Açúcar Figura 1 - Fluxo simplificado do processo de produção de açúcar e álcool Fone: Moreira; Goldemberg (2000) O Brasil cona com 284 usinas fabricando álcool, das quais 234 produzem ano álcool anidro como hidraado (Tabela 2). A região Nordese, radicional na produção de açúcar, cona hoje com 70 usinas produzindo álcool. O Nore do país possui duas usinas produzindo ese produo. A região Cenro-Sul coném 212 usinas. Dese oal, 172 usinas produzem anidro e hidraado e 40 produzem apenas hidraado (BNDES, 2003). O Esado de São Paulo desaca-se como o maior produor de álcool do Cenro-Sul e do país, com 128 usinas produoras de álcool, sendo responsável pela produção de 3/4 do açúcar e 2/3 do álcool fabricado na região (a produção esimada de álcool na região Cenro-Sul, na safra 2002/2003, é de 11,014 bilhões de liros). O Paraná é o segundo maior produor da região, conando com 26 usinas produzindo álcool. Minas Gerais vem em erceiro, com 16 usinas. O esado de Goiás produz em 11 usinas, enquano no Mao Grosso a produção é realizada por cerca de 10 usinas. O esado do Mao Grosso do Sul compreende 9 usinas, no Rio de Janeiro exisem 6 usinas em operação, no Espírio Sano são 5 usinas e no Rio Grande do Sul apenas 1 usina maném produção no Esado (BNDES, 2003). Além de ser o maior produor e apresenar vanagem comparaiva na produção de álcool, o Brasil apresena poencial de crescimeno na produção dese produo. Acredia-se que o país enha capacidade insalada para a produção de 16 bilhões de liros por ano (BNDES, 2003). Como a produção na safra 2003/2004 foi de 14,8 bilhões, conforme se verifica na Tabela 2, o

Brasil ainda eria o poencial de ampliar a produção de álcool em pouco mais de 1 bilhão de liros, sem a necessidade de novos invesimenos nas planas indusriais. No enano, deve-se considerar a flexibilidade das planas indusriais para a produção de açúcar, álcool anidro, e álcool hidraado. Daí se infere que qualquer avaliação da capacidade insalada para produção de álcool deve levar em cona ambém à quanidade de açúcar a ser produzido. Tabela 2 - Produção de álcool no Brasil por região e Esado; em milhões de liros, safras: 1996/97 aé 2002/03 Esados Safras (milhões de liros) 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 NORTE/ 2.266 2.144 1.631 1.368 1.528 1.359 1.471 1.740 NORDESTE PARÁ 16 16 15,5 25,5 31,2 24,9 26,4 35 MARANHÃO 39 64 71,9 57,1 46,9 75 83,5 89,8 PIAUÍ 21 25 22,7 15,4 16,6 18,6 22,8 22,3 RIO G. DO 127 131,7 110,1 68,5 93,8 79,8 99 NORTE 94,8 PARAÍBA 332 310,2 257 201,5 218,3 226,6 240,3 277,7 PERNAMBU 665 549,5 433,5 339,8 297,3 261,9 306,9 CO 378,2 ALAGOAS 874 838,5 561,2 550,5 712,6 562,2 567,8 725,5 SERGIPE 67,9 78 64,1 46,8 58,6 52 61,3 62 BAHIA 92 101,6 76,3 60,1 48,4 54,4 57,8 49,6 CENTRO/ 12.113 13.262 12.280 11.634 9.064 10.160 11.152 13.068 SUL MINAS 471 641,6 636 643,6 485 524,4 635,8 799,2 GERAIS ESPÍRITO 108 176,8 119 126,2 150 131 202,5 183,9 SANTO RIO DE 105 134,7 105 117,8 92,5 64,7 109 107,9 JANEIRO SÃO PAULO 8.971 9.493 9.072 8.486 6.439 7.118 7.690 8.828 PARANÁ 1.233 1.311 1.023 1.031 799 960,2 980 1.224 MATO 468 595,9 527,9 542 464,3 580,1 653,9 792,1 GROSSO MATO 287 393,5 345,4 371 314,7 396,5 418 480,5 GROSSO DO SUL GOIÁS 464 512,5 447,9 314 318,4 379,2 455 646,3 BRASIL 14.379 15.407 13.912 13.002 10.593 11.515 12.623 14.808,7 Fone: UNICA (2005) 34