Gestação - Alterações Hormonais e Metabólicas Durante o Exercício
Alterações Metabólicas Durante o Exercício na Gestação Durante a gestação as alterações são direcionadas para a manutenção da gestação e um bom desenvolvimento fetal. As alterações metabólicas são direcionadas para uma boa disponibilidade energética principalmente para o feto.
Carboidratos, Proteínas e Lipídios ATP Tais substratos podem vir da dieta ou de reservas corporais. O ganho de peso materno está inversamente relacionado ao ganho na gestação: as mulheres obesas ganham proporcionalmente menos peso que as magras
Proteínas O aumento de proteínas maternas parecem ser exclusivamente para feto, placenta e útero.
Carboidrato Glicose combustível para o metabolismo aeróbio e anaeróbio Glicose Sistema nervoso central
Interconversão de Substratos Glicogênio Insulina Epinefrina Insulina Glicose Ác. Graxo Lipídios Cortisol ACTH Aminoácidos Cortisol ACTH Insulina Proteínas
Mecanismo de Estresse Hormônios são mobilizados para poupar glicose. lipólise e glicogenólise causado pela epinefrina Resultado: hiperglicemia, hiperlipidemia, cetonemia, acidemia lática, diminuição do bicarbonato de sódio plasmático e queda no ph. Insulina hormônio anabólico Resultado: síntese de glicogênio, proteínas e gorduras glicemia, aminoácidos no sangue, cetose, ácidos graxos livres
Mecanismo de Estresse Se o estresse permanece... Ação do Cortisol e ACTH (ação lenta) degradação de proteínas e aminoácidos gliconeogênese Na gestação os hormônios direcionam o metabolismo para que exista sempre um suprimento adequado de substrato para o feto, por meio do catabolismo materno aumentado.
Hormônios e substratos energéticos na gestação ACTH e cortisol porém há resistência hipotalâmica ao cortisol na gestação. A gestante permanece no estágio II do estresse. Há um aumento significante de estrógeno aumenta a lipólise e a degradação proteíca, melhora a tolerância a glicose por interagir com a insulina o que corrobora com o aumento da insulina no final da gestação. A progesterona também contribui para o aumento da insulina O lactogênio placentário mobiliza os ácidos graxos tendo portanto um efeito diabetogênico. A prolactina tem um efeito antiinsulínico
Adaptações Metabólicas No início da gestação ocorre um aumento no armazenamento de gordura corporal e de síntese proteíca. Na segunda metade da gestação cessa o acúmulo de gordura e pode até ocorrer uma diminuição da gordura depositada. A gestante responde rapidamente ao jejum sendo que os sintomas do mesmo aparecem apenas após 4hs. A síntese de lipídios pelo feto ocorre principalmente por meio da glicose e aminoácidos maternos.
Adaptações Metabólicas
Adaptações Metabólicas A sensibilidade à insulina é de 1/5 quando comparada a não gestante. A cetose gestacional é protegida pelos níveis aumentados de insulina, além do fato do feto poder usar cetonas como fonte energética.
Adaptações Metabólicas O consenso é que a cetose deve ser evitada de qq forma. Para isso o jejum deve ser evitado Não deixar de ingerir o desjejum Alimentar-se em intervalos de no máximo 4hs.
Utilização da Glicose Todos os substratos são usados para consumo energético da mãe e filho no final da gestação. As necessidades energéticas do feto no final da gestação são as mesmas da mãe por quilograma de massa. A necessidade total de energia do feto ao final da gestação é de 110Kcal/dia 66g
A glicose materna é preferencialmente direcionada ao feto, de forma contraria que no início da gestação, onde as necessidades fetais são praticamente nulas. No início da gestação grande parte da glicose é convertida em lipídios e uma pequena parte em glicogênio. No final da gestação o consumo de glicose pelo músculo está aumentado, pelo maior período absortivo e altos índices de insulina circulante. Os músculos em exercícios absorvem glicose independente da insulina.
Utilização da Glicose
Respostas Hormonais ao exercício na Gestação Durante a gestação a necessidade de suprimento energético ao feto é primordial A hiperinsulinemia na gestação aumenta o consumo periférico de glicose e a síntese de glicogênio e diminuição da liberação de glicose hepática No final da gestação há uma diminuição do consumo de glicose pela mãe e um na produção de ácidos graxos e cetonas. Durante o exercício de qualquer intensidade sempre há o consumo de glicose a partir do sangue.
Respostas Hormonais ao Exercício na Gestação da atividade simpática adrenégica Glucagon plasmático Insulina plasmática
Efeito do Exercício Sobre as concentrações Maternas de Glicose, Glucagon e Insulina 100 80 60 40 20 0 0 30 45 75 Tempo (min) glicose glucagon insulina Comparação das Concentrações de Norepinefrina, Epinefrina e Cortisol antes e após o Exercício 1600 1400 1200 1000 800 600 Noerpinefrina Epinefrina Cortisol 400 200 0 0 Exercício 75 Tempo (min)
Respostas Hormonais ao Exercício na Gestação Nos exercícios leves a fonte de energia é predominantemente lipídica Com o aumento da intensidade do exercício os carboidratos passam a ter uma contribuição importante. A diminuição da glicemia é proporcional a duração do exercício. Com o aumento da intensidade do exercício aumenta também os níveis de glucagon e assim a disponibilidade de glicose pela glicogenólise e gliconeogênese. O estado de jejum ou pós-prandial interferem nas respostas hormonais ao exercício. As alterações hormonais são sensíveis ao tipo, duração e intensidade do exercício
Comparação do R em Gestantes e Não Gestantes durante o exercício suave, moderado e extenuante 1,5 R 1 0,5 Gestante Não Gestante 0 Suave Moderado VO2 max R VCO 2 / VO 2 quoeficiente respiratório no exercício determina o principal substrato utilizado
Alteração da Glicose Plasmática com exercício suave, moderado e máximo glicose (mg/dl) 15 10 5 0-5 -10-15 Suave Moderado Máximo Gestante Não Gestante
Comparação da Alteração de Norepinefrina Plasmática com exercício suave, moderado e extenuante 2500 2000 ng/ml 1500 1000 Gestante Não Gestante 500 0 Suave Moderado VO2 max.
Alterações hormonais no exercício A ativação simpática progressiva no exercício promove um aumento também progressivo na liberação de norepinefrina. As catecolaminas podem agir de forma a estimular as funções uterinas. Nos exercícios suave e moderado as liberações são pequenas não oferecendo riscos. Nos exercícios exaustivos o aumento da norepinefrina não é tão expressiva
Comparação da Alteração da Epinefrina plasmática no Exercício Suave, Moderado e Exaustivo 200 150 dg/ml 100 50 Gestante Não Gestante 0 Suave Moderado Exaustivo
Alterações Hormonais no Exercício A menor elevação da epinefrina na gestante no exercício exaustivo facilita a utilização da glicose no exercício. As alterações no exercício suave e moderado retornam aos níveis de repouso em 15 min. e no exercício exaustivo em 30 min. Os glicocorticóides liberados durante o exercício aumentam a disponibilidade de glicose e assim aumentam a performance A liberação do cortisol durante o exercício aumenta mas não parece exercer grande aumento na performance da gestante e da não gestante.
Alterações Hormonais no Exercício A liberação da prolactina se mantém até uma hora após o término da sessão de exercício. E é importante para o balanço eletrolítico. Os hormônios ovarianos, estradiol, progesterona também aumentam durante o exercício e de forma mais pronunciada no exercício exaustivo, porém parece não promover aumento da performance da gestante. As alterações hormonais durante a gestação e exercício são transitórias e não trazem prejuízo materno-fetal. Todas as alterações hormonais são menos drásticas em mulheres gestantes treinadas.
Liberação do Cortisol durante o Exercício 1150 1100 1050 n mol/litro 1000 950 Cortisol 900 850 800 exercício 15 30 45 60 75
Liberação de Prolactina no Exercício 220 200 180 ng/ml 160 140 120 100 exercício 15 30 45 60 75
Alteração do Estriol durante o Exercício 35 34 33 32 31 n mol/litro 30 29 28 27 26 Estriol 25 exercício 15 30 45 60 75
Alteração da glicemia no exercício prolongado 5,5 5 mmol/l 4,5 4 Glicemia 3,5 3 0 15 30 45 60 75 exercício repouso
Alteração da insulinemia durante o exercício prolongado 40 35 30 25 U/ml 20 15 insulina 10 5 0 0 15 30 45 60 75 exercício repouso