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- SEGUNDA TURMA DA JUNTA DE REVISÃO FISCAL - CONSELHEIRO MARCOS DOS SANTOS FERREIRA

Transcrição:

PUBLICADA A DECISÃO DO ACÓRDÃO No D.O. de / / Fls. Proc. nº: E04/548.367/1995 SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES Sessão de 07de agosto de 2001 PRIMEIRA CÂMARA RECURSO N.º - 18.182 ACÓRDÃO N.º 4.086 I. E. N.º - 83.368.640 RECORRENTE - VIDRARIA RIO MINAS S/A RECORRIDA - JUNTA DE REVISÃO FISCAL RELATOR - Conselheiro José Augusto Di Giorgio Participaram do julgamento os Conselheiros: José Augusto Di Giorgio, Dinorá Bauer Cesar, Antonio Silva Duarte e Mário Cezar Franco. ICMS CRÉDITO DECORRENTE DE DESGASTE DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO. Comprovado nos autos, que os produtos intermediários, muito embora não integrem o processo de industrialização, mas se consomem no processo de fabricação, tais como facas grandes, pequenas e óleo, devem ser considerados para efeito de crédito do ICMS. RELATÓRIO Adoto o relatório de fls. 29/31 da Colenda Junta de Revisão Fiscal, que passo a ler. Inconformado com a decisão singular, fls. 31/32 que julgou procedente o auto de infração de fls. 02, recorre o Autuado, às fls. 33 "usque" 72, com os mesmos argumentos aduzidos em sua peça impugnatória de fls. 10/22.

PRIMEIRA CÂMARA - Ac. nº: 4.086- fls.2/5 A Douta Representação da Fazenda, às fls. 94, opina pelo desprovimento do recurso. É o relatório. VOTO DO RELATOR A Recorrente foi autuada por ter compensado indevidamente, nos confrontos, créditos de ICMS decorrente das entradas de bens destinados a consumo ou ativo permanente que, embora utilizados, não são consumidos no processo industrial e não integram o produto final na condição de elementos indispensáveis à sua composição, conforme quadro demonstrativo anexo ao auto de infração. Irresignada com a autuação de fls. 02, robustecida pela decisão da Colenda Junta de Revisão Fiscal, recorreu, tempestivamente Vidraria Rio Minas S/A, através de seus brilhantes cultos advogados, aduzindo assertivas e razões às fls. 33 usque 42 demonstrando o procedimento adequado às normas jurídicas que regulam e disciplinam a matéria sub-censure. A douta Representação da Fazenda, através do parecer do Ilustre Dr. Procurador do Estado Fernando Lemme Weiss, em parecer de fls. 94, opina no sentido de que seja negado provimento ao recurso. Porém, apesar dos expressivos fundamentos deduzidos pelo douto Representante da Fazenda, entendo que integral razão assiste a empresa recorrente, em sua pretensão à improcedência do Auto de Infração. Concessa Maxima Venia, na análise meticulosa das razões expendidas pela Recorrente e pelo criterioso exame dos autos, entretanto, acolho os argumentos desenvolvidos pela Recorrente e, assim, como corolário de justiça, dou provimento ao Recurso Voluntário e julgo improcedente, por via de conseqüência, o auto de Infração nº 593700-8 de 24/07/95, lavrado pelos dignos Fiscais de Rendas, sem que isso importe em qualquer demérito aos dedicados e zelosos Fiscais. Os ilustres Fiscais de Rendas consideraram indevido o creditamento do ICMS relativo à aquisição de produtos intermediários facas grandes e pequenas (FACAS), que integram o processo de industrialização realizada pela Recorrente cortando a massa vítrea na quantidade exata para moldagem de artefatos de vidro

PRIMEIRA CÂMARA - Ac. nº: 4.086- fls.3/5 (copos, garrafas etc., bem como o óleo biosol blue (ÓLEO), que é pulverizado sobre as FACAS, com a finalidade de refrigerá-las sob o argumento de que o produto se destinou a uso e consumo próprio. Entretanto, esse entendimento é improcedente, na medida em que se verifica, na análise meticuloso dos elementos comprobatórios e da farta documentação, pareceres e jurisprudência trazidos pela Recorrente, que os referidos produtos, que em função da alta temperatura em que trabalham (entre 1.200 º e 1.300 º C) e do contato direto com o produto em industrialização, as facas sofrem desgastes que provocam a perda de suas propriedades físicas e químicas, tornandose imprestáveis às finalidades que lhe são próprias, ao cabo de 20 (vinte dias); o óleo, por sua vez, funciona como agente refrigerante, sendo o seu consumo imediato, vez que são pulverizados sobre as facas de forma a refrigerá-las. Assim, tendo os referidos produtos, facas grandes e pequenas, uma vida útil estimada em 20 dias, e o óleo consumido imediatamente, são impedidos de que sejam contabilizados no ativo permanente da Recorrente, segundo os princípios gerais de contabilidade. Consequentemente, como estes produtos intermediários participam do processo de industrialização dos artefatos de vidro fabricados pela recorrente e nele se consomem, em obediência ao princípio constitucional da não cumulatividade, a Recorrente tem do direito ao crédito relativo às respectivas entradas. Outrossim, de modo peremptório, cabal e insuscetível de gerar dúvidas, o Supremo Tribunal Federal (STF), julgou não ser necessário exigir a integralidade e o imediatismo do consumo como pressupostos para creditamento do imposto, conforme se infere na ementa abaixo transcrita: ICM Não cumulatividade. Produtos intermediários que se consomem ou se inutilizam no processo de fabricação, como cadinhos, lixas, feltro, etc., não são integrantes ou acessórios das máquinas em que se empregam, mas devem ser computados no produto final para fins de crédito do ICM, pelo princípio da não cumulatividade deste. Ainda que não integrem o produto final, concorrem direta e necessariamente para este porque utilizados no

PRIMEIRA CÂMARA - Ac. nº: 4.086- fls.4/5 processo de fabricação, nele se consumindo (STF, Recurso Extraordinário nº 79.601-RS, Relator Ministro Aliomar Baleeiro, DJ de 08.01.1975, pag. 75). Note-se, ainda, que, em recente decisão, o STF, reconhecendo o desgaste natural de máquinas utilizadas no processo de industrialização, legitimou o creditamento de bens, mesmo que contabilizados no ativo permanente ( e antes da edição da Lei Complementar nº 87, de 13.09.l996), como se depreende da respectiva ementa: ICMS Máquinas Ativo Fixo Desgaste na Industrialização de Mercadorias Crédito. Uma vez comprovado nos autos, em confirmação ao que normalmente ocorre, o desgaste de máquina na produção da mercadoria, cumpre reconhecer o direito ao crédito do ICMS recolhido quando da aquisição. A ordem natural das coisas direciona no sentido de, no preço das mercadorias, inserir-se o custo decorrente do desgaste. Recurso Extraordinário nº 200.376-4, Relator Ministro Marco Aurélio, DJ de 11.09.1999). Assim, Data Venia, do entendimento da eminente Auditor Tributário prolator da respeitável decisão singular, não enseja acolhida seu ponto de vista, dada a imperatividade da lei vigente segundo o art. 5º da Constituição Federal, ao dispor sobre direitos e garantias individuais e coletivas, ninguém poderá fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei. Deste modo, Egrégia Turma, tendo em consideração todos os fatos e argumentos expendidos no processo, acolho as razões de recurso e dou provimento ao mesmo, tornando totalmente insubsistente o auto de Infração lavrado, ressaltando e dando ênfase, entretanto, que esta decisão não desmerece ou denigre a atuação desempenhada pelos operosos fiscais autuantes. Assim, em consonância com o ideal de justiça, que deve sempre nortear o procedimento deste Colegiado, inclino-me no sentido de prover o recurso.

PRIMEIRA CÂMARA - Ac. nº: 4.086- fls.5/5 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que é Recorrente VIDRARIA RIO MINAS S/A e Recorrida a JUNTA DE REVISÃO FISCAL. Acorda a PRIMEIRA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, à unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator PRIMEIRA CÂMARA do Conselho de Contribuintes do Estado do Rio de Janeiro, em de de 2001. MÁRIO CEZAR FRANCO PRESIDENTE JOSÉ AUGUSTO DI GIORGIO RELATOR Kcr/