Revista Iniciação Científica, v. 8, n. 1, 2010, Criciúma, Santa Catarina. ISSN

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IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE STRETCHING GLOBAL ATIVO NAS ATLETAS DE FUTSAL FEMININO DA UNESC Beatriz Naspolini Silvestri 1 Adriano Borges Polizelli 2 RESUMO O futsal é um esporte muito popular no Brasil com muitos adeptos tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino e com competições constantes, com isso, ocorre uma grande exigência osteomioarticular. Dessa forma, os atletas necessitam de um suporte fisioterapêutico realizando um trabalho de prevenção, para minimizar os desequilíbrios e sobrecargas musculares decorrentes do excesso de treinamento. O objetivo do trabalho foi realizar um programa de Stretching Global Ativo nas atletas do futsal feminino da UNESC, esta pesquisa foi realizada na Clinica de Fisioterapia de segunda a sexta após o treino, com 10 atletas do futsal feminino da UNESC, totalizando 1 mês de aplicação do programa de Stretching Global Ativo, composto por 6 posturas e cada uma delas foi mantida inicialmente por 30 segundos passando para 1 minuto no final da pesquisa. Os resultados da pesquisa foram o aumento da flexibilidade, analisado com o banco de well s e goniometria de membros inferiores. O trabalho obteve uma boa resposta, pois não houve relatos de lesões posteriores. Palavras chave: Futsal, Prevenção, Stretching Global Ativo, Flexibilidade. Introdução O futsal é uma modalidade esportiva cada vez mais praticada. Apesar de se tratar de uma modalidade em que tática, técnica e habilidades individuais são fundamentais, têm-se notado uma preocupação especial com o aprimoramento físico do atleta, e conseqüentemente, uma propensão maior dos atletas a sofrer algum tipo de lesão (KURATA, 2007) Por esse motivo vê-se a necessidade da implantação de um programa de prevenção de lesões. 1 Discente do Curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC. E-mail: beanaspolini@yahoo.com.br. 2 Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC. 136

No Brasil a presença feminina dentro das quatro linhas ainda busca as suas afirmações, assim como fora das quadras a mulheres também buscam seus espaços como treinadoras, preparadoras físicas e outras atividades ligadas ao futsal feminino. Incluindo o quadro de arbitragem da CBFS somente formado por mulheres, e vale ressaltar que até pouco tempo essas mulheres só apitavam jogos femininos, hoje algumas dessas arbitras apitam também jogos da categoria masculina, e já fazem parte do quadro de arbitragem da FIFA. Percebe-se que as mulheres estão cada vez mais ganhando esse espaço (SILVEIRA, 2007). Existem diferenças entre os sexos quanto à fisiologia do exercício, mesmo antes da puberdade, que aumentam durante a adolescência e a vida adulta. Estas ocorrem fundamentalmente em função de tamanho e composição corporal (LEITÃO et al. 2000). A prevenção, a potencialização máxima das funções do atleta e a orientação de treinamento estão diretamente relacionadas ao desempenho do atleta, tornando clara a necessidade da atuação do fisioterapeuta durante os treinamentos e não somente na reabilitação do atleta (KURATA, 2007). O Stretching Global Ativo é eficiente para melhorar o desempenho do atleta e para que ele compreenda a biomecânica do seu gesto no esporte. Promove um alongamento ativo global, aumentando a flexibilidade e a compreensão da biomecânica do futsal. Não se pode afirmar que a prática do stretching global ativo permite evitar todos os acidentes musculares ou de articulação, mas ela pode diminuir bastante seus riscos. Nesses problemas, podem intervir muitos outros fatores o estresse, o equilíbrio psicológico, as predisposições genéticas etc., que poderão ser tratadas com uso de outras técnicas (CARAZZATO, 1999). Este estudo teve como objetivo de Analisar quais os efeitos de um programa de Stretching Global Ativo nas atletas de futsal feminino da UNESC. Materiais e Métodos Participaram deste estudo, previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Extremo Sul Catarinense (CEP UNESC), 20 atletas de futsal feminino da UNESC, com idade entre 18 24 anos. Sendo que dez (10) atletas realizaram o 137

protocolo pré-estabelecido, e dez (10) foram consideradas grupo controle, por não realizarem a aplicação do programa. A divisão do grupo foi realizada de forma aleatória. Como critério de inclusão na pesquisa foram de todos os atletas contratados pela Universidade do Extremo Sul Catarinense Unesc que praticam futsal feminino. E, como critério de exclusão atletas com lesão osteomuscular, idade inferior a 18 anos. Os voluntários realizaram uma avaliação cinesio-funcional contendo identificação, anamnese, inspeção, testes especiais e testes funcionais. Para avaliação foram utilizados: fita métrica, goniômetro e banco de Wells. Em seguida, foram submetidas a um programa composto por seis posturas da técnica Stretching Global Ativo. Ao final do programa todas as atletas foram reavaliadas com a mesma avaliação inicial para averiguar os resultados e foi feita a comparação entre a flexibilidade antes e após aplicação do programa. Resultados e Discussão A amostra foi composta por 20 atletas do time de Futsal Feminino da UNESC com média de 20,45 ± 2,79 anos e tempo de prática de futsal com média de 8,55 ± 3,11 anos. A amostra foi subdividida em dois grupos, sendo o Grupo 1 o grupo controle, com 10 atletas e média de idade de 21,9 ± 3,14 anos e tempo de prática de futsal com média de 9,8 ± 3,42. O Grupo 2 é composto pelas atletas que foram submetidas ao protocolo de Stretching Global ativo com média de idade de 19 ± 1,41 anos e quanto a prática esportiva a média encontrada foi de 7,3 ± 2,31 anos. A idade ideal para o início da prática competitiva desse esporte seria a partir dos 14 anos e, apesar dos benefícios que esta pode trazer, o seu início em idades precoces e indevidas pode resultar em lesões e desequilíbrios osteomioarticulares (CARAZZATO, 1999). Com relação à dominância, no grupo controle somente 20% são sinistras e 80% são destras. No grupo submetido ao programa 100% da amostra é destra. Quanto ao posicionamento na quadra, das 10 atletas do grupo controle, 40% atuam na posição de pivô, 30% como ala, 20% delas são ala/fixa e 10% pivô/fixa. Já no grupo 138

submetido ao protocolo, 30% são goleiras, 20% atuam como ala/fixa, 20% fixa, 20% na posição de pivô e 10% ala. Goniometria de flexão de quadril Na goniometria de flexão de quadril observou-se que no grupo controle a média da flexão do quadril direito foi de 90,5 ± 7,61 na avaliação inicial, onde a amplitude mínima foi de 80 e a máxima de 100. Já na avaliação final foi de 91,5 ± 7,83, onde a amplitude mínima foi de 80 e a máxima de 105. Na flexão do quadril esquerdo do grupo controle, pôde-se observar que na avaliação inicial, que a média dos valores da amplitude de movimento era de 92 ± 8,23, Onde a menor amplitude era de 80 e a maior de 100. Na avaliação final, a média dos valores foi de 92,8 ± 8,32, mostrando uma menor amplitude de 80 e a maior de 105. No grupo controle a média da goniometria aumentou 1 no quadril direito e 0,8 no quadril esquerdo. No grupo que realizou o protocolo a média de flexão de quadril direito antes da realização das posturas de Stretching Global Ativo foi de 82,5 ± 7,90, com a amplitude mínima de 70 e a máxima de 90 e na avaliação final observou-se uma média de 102 ± 8,23, onde a menor amplitude era de 90 e a maior de 115. com um aumento de 19,5. No quadril esquerdo, do mesmo grupo, a avaliação inicial obteve uma média de flexão de 82,3 ± 9,34 onde a menor amplitude era de 70 e a maior de 100. Na avaliação final, observouse uma média de 102 ± 7,52, onde a menor amplitude foi de 90 e a maior de 110. Houve um aumento na média de amplitude de 19,7 (Gráfico 1). A amplitude de movimentação na flexão do quadril varia de 0 a 125 [7]. O que vem ao encontro com os achados do estudo. Goniometria de extensão de quadril No grupo controle, a média da amplitude de movimento na avaliação inicial do quadril direito foi de 12,5 ± 3,34 onde a menor amplitude foi de 10 e a maior de 15. Na avaliação final, observou-se uma média de 13,1 ± 3,51, e o menor valor encontrado foi 10 e o maior 20. Obtendo uma diferença não significativa de 1,4 na média da amplitude de movimento. No quadril esquerdo, durante a avaliação inicial, observou-se uma média na 139

amplitude de movimento de 14,2 ± 4,15, com a amplitude mínima de 10 e máxima de 20 e na avaliação final obteve-se a média de 14,9 ± 3,98, onde a amplitude mínima foi de 10 e máxima de 20. A diferença de 0,7 não é significante. No quadril direito do grupo onde foi aplicado o protocolo pré-estabelecido, observou-se uma média na amplitude de movimento de 10 ± 0,94 encontrando uma amplitude mínima de 8 e uma máxima de 12. Na avaliação final todas as atletas alcançaram uma amplitude de 15. A diferença da avaliação inicial para a final foi de 5 porém não mostra valor significativo segundo o teste T. No quadril esquerdo, observou-se uma media de 9,6 ± 0,84 na avaliação final, onde a menor amplitude foi de 8 e a maior de 10. Contudo na avaliação final, pode-se observar um aumento de 4,4 com uma média de 14 ± 1,41, onde o menor valor para a amplitude de extensão do quadril foi de 10 e a maior de 15. A diferença das médias não foi significativa (Gráfico 2). Para a extensão de quadril, a amplitude de movimento varia de 0 a 15 (MARQUES, 2003), já Palmer e Epler (2000) consideram que essa articulação pode variar em uma amplitude que vai de 0 a 15. O que vai ao encontro com os achados da pesquisa. Goniometria de flexão de joelho Na flexão do joelho, fica claro que em relação ao grupo controle, no que se refere ao joelho direito, observou-se uma média de 128,9 ± 12,6 na amplitude de movimento da avaliação inicial, sendo que o menor valor encontrado para essa amplitude foi de 100 e o maior foi de 140. Após a avaliação final, constatou-se um aumento nessa média de 0,6 alcançando uma média de 129,5 ± 11,4, e o valor mínimo de amplitude de movimento de joelho foi de 105 e o maior de 140. No que se trata de joelho esquerdo do grupo controle, após a avaliação inicial foi obtida uma média de amplitude de movimento de 127,5 ± 14,1, onde o menor valor encontrado na goniometria dessa articulação foi de 98 e o maior foi de 140. Com relação ao grupo submetido ao protocolo de Stretching Global Ativo, percebeu-se após a avaliação inicial que no joelho direito, a média da amplitude de movimento alcançou 125 ± 6,73, onde o menor valor encontrado na goniometria foi de 140

110 e o maior de 130. Relacionando com a avaliação final, observou-se um aumento de 13,3 atingindo uma média de 138,3 ±3,33, com a mínima amplitude registrada de 130 e a maior de 140. Esse aumento não foi significativo para o teste T. Em se tratando de joelho esquerdo, após avaliação inicial, obteve-se uma média de amplitude de movimento de 127,3 ± 4,16, com um valor mínimo de amplitude de movimento de 120 e o maior 130. Na avaliação final, a média encontrada foi de 139,5 ± 1,58, com a mínima amplitude de 135 e a máxima de 140. Observou-se um aumento na média de 12,2, porém não foi significativo esse aumento (Gráfico 3). Palmer e Epler (2000) afirmam que a amplitude de flexão do joelho, varia de 0 a 130 e a extensão é medida como a volta desse movimento, por essa razão, os valores são os mesmos, porém o sinal é invertido. Marques (2003) considera que essa articulação tem um arco de movimento que varia de 0 a 140. O que coloca todas as avaliadas em uma amplitude de movimento normal. Goniometria de dorsiflexão de tornozelo Em relação a dorsiflexão ou flexão dorsal do tornozelo, nota-se que no grupo controle, após a avaliação inicial foi encontrada uma média de 16,6 ± 2,17 no tornozelo direito, sendo que o menor valor da amplitude desse movimento encontrada foi de 15 e o maior de 20. Na avaliação final, obteve-se uma média de 16,8 ± 2,39, e o menor valor encontrado para essa goniometria foi de 15 e o maior de 20. Mostrando que houve um aumento na média de 0,2. No tornozelo esquerdo a média do arco de movimento do grupo controle após a avaliação inicial foi de 17,6 ± 2,06, o menor valor encontrado para a goniometria foi de 15 e o maior de 20. Após a avaliação final notou-se um aumento na média de 0,3 alcançando o valor de 17,9 ± 2,18, onde o menor valor para esse arco de movimento foi de 15 e o maior de 20. Em se tratando do grupo que realizou o protocolo, quanto à dorsiflexão de tornozelo direito, observou-se após a avaliação inicial, uma média da goniometria de 12,9 ± 2,33, com um valor mínimo de 10 e o maior de 15. Após a avaliação final foi encontrado uma média de 18,9 ± 1,66 com o menor valor de 15 e o maior de 20. Tendo um aumento de 6 na amplitude de movimento. Quanto ao tornozelo esquerdo, na avaliação inicial, obteve- 141

se uma média de 13,1 ± 1,44, considerando o menor valor encontrado de 12 e o maior de 20. Após a avaliação final a média variou para 19,3 ± 1,63 com a amplitude de movimento variando nos valores de 15 a 20. Apesar de o aumento da média ter atingido 6,2, o valor não foi significativo para o teste T (Gráfico 4). Tanto, Marques (2003), quanto Magee (2002) e Palmer e Epler (2000) consideram que a dorsiflexão é uma articulação que varia entre 0 e 20 graus na sua amplitude de movimento. Dessa forma, pode-se afirmar que os valores encontrados são normais. Goniometria de plantiflexão de tornozelo No que se refere a plantiflexão ou flexão plantar, observa-se do grupo controle, que no tornozelo direito a média de amplitude do arco de movimento após a avaliação inicial é de 38,2 ± 7,61, onde o menor valor registrado foi de 20 e o maior de 45. Na avaliação final, a média da amplitude de movimento encontrada foi de 39,1 ± 7,62, com os valores variando entre 22 e 48. O aumento da média alcançou 1,1. Em relação ao tornozelo esquerdo, encontrou-se inicialmente, uma média de 41,1 ± 6,15 com valores variando entre 30 e 48. Na avaliação final obteve-se uma média de 42,2 ± 6,46, onde o menor valor encontrado foi de 30 e o maior de 48. Portanto, o aumento da média comparando a avaliação inicial com a final foi de 1,1. Considerando o grupo que realizou o protocolo pré-determinado, em relação ao tornozelo direito obteve-se uma média inicial para a goniometria de plantiflexão de 36,6 ± 8,14 e seus valores variando entre 20 e 40. Na avaliação final, obteve-se uma média de 45,1 ± 5,70 e os valores da goniometria variaram de 35 a 50. O aumento da média comparando a avaliação inicial com a final foi de 8,5 (p= 0,01) sendo esse resultado significativo. Em relação ao tornozelo esquerdo, após a avaliação inicial, a média de valores encontrados na goniometria foi de 36,4 ± 7,87 e seus valores variando de 25 a 45. Na avaliação final, a média encontrada foi de 44,4 ± 6,56 e seus valores compreendidos entre 30 e 50. O aumento da média foi de 8 (p= 0,02) considerando essa diferença significativa. 142

Palmer e Epler (2000) consideram que a flexão plantar varia de 0 a 45. Já Magge (2002) afirma que essa amplitude de movimento pode chegar aos 50, indo ao encontro dos achados nessa pesquisa (Gráfico 5). Segundo Kurata (2007), o futsal exige dos jogadores força, flexibilidade e capacidade de suportar alta intensidade sem queda de rendimento com o aparecimento da fadiga. A harmonia entre força, velocidade, flexibilidade, resistência muscular, acompanhada de uma composição corporal adequada, leva o atleta a um alto e melhor rendimento esportivo, alem de prevenir lesões que comprometam a continuidade de sua prática. Por essa razão torna-se importante trabalhar a flexibilidade das atletas do futsal feminino da UNESC (Tabela 1). No grupo controle, pôde-se observar que a atleta 6 aumentou 1cm, a atleta 7 aumentou 0,5cm, a atleta 8 3cm e a atleta 10 aumentou 1cm. Podemos observar que 100% dos pacientes apresentaram um aumento nos valores do Banco de Well s, ou seja, na flexibilidade (Tabela 2). Segundo Santos (2001), a capacidade de força explosiva parece constituir-se como uma das bases fundamentais para a qualidade das ações a desencadear pelo futebolista e uma das características mais importantes do jogo de futebol quando essas ações se referem à solicitação dos membros inferiores, sendo a elasticidade muscular uma das qualidades fisiológicas mais importantes. Kurata (2007) relata que os critérios para o retorno à atividade esportiva dêem ser amplitude de movimento normal, força, potência e resistência muscular adequada, capacidade cardiovascular, flexibilidade, coordenação e propriocepção. Para Cohen e Abdalla (2003), é necessário melhorar a flexibilidade, realização de treinos de reequilíbrio muscular e habilidade, bem como mudança nos hábitos de vida. Quanto à satisfação das atletas em relação ao trabalho realizado 100% relataram satisfação no resultado. Observando a avaliação postural das atletas, o que ficou evidente na postura adotada por elas foi: encurtamento da musculatura de membros inferiores do lado dominante, hiperextensão de joelhos, hiperlordose da coluna lombar e anteropulsão de quadril. 143

Conclusão O estudo permitiu identificar as principais alterações musculoesqueléticas nas atletas de Futsal Feminino da UNESC e observar a sua flexibilidade. Todos os 10 membros da amostra que participaram do programa proposto apresentaram resultados satisfatórios em relação à goniometria e, sobretudo, em relação à flexibilidade. Com o programa abordado, foram trabalhados desequilíbrios musculares existentes fazendo com que o déficit de uma musculatura não venha a compensar o de outra, já que trabalha em cadeias musculares para aumentar a flexibilidade melhorando o gesto esportivo. Por essa razão foi elaborado um protocolo de alongamento de cadeias musculares que também trabalhasse contração muscular para que os desequilíbrios musculares fossem minimizados e dessa forma diminuísse a incidência de lesões, uma vez que 100% da amostra já sofreram alguma lesão pela prática esportiva. Assim sendo, o trabalho de prevenção é a melhor forma de trabalho do fisioterapeuta para minimizar a probabilidade de ocorrência de lesões e consequentemente procurar a melhora da performance, que é tão importante e decisiva para a vida atlética do praticante e sucesso da equipe. Referências CARAZZATO, J. G. Atividade física na criança e no adolescente. In: GHORAYEB, N.; NETO, T. O Exercício: preparação fisiológica, avaliação médica, aspectos especiais e preventivos. São Paulo: Ed Atheneu, 1999. COHEN, M; ABDALLA, R. J. Lesões nos esportes: diagnóstico, prevenção e tratamento. Rio de Janeiro: Revinter, 2003. GRAU, N. Stretching Global Ativo a serviço do esporte. São Paulo: Ed Realizações, 2003. KURATA, D. Incidência de lesões em atletas praticantes de Futsal. Iniciação Científica CESUMAR, v. 9, n. 01, p. 45-51, jan./jun., 2007. LEITÃO, M. et al. Posicionamento Oficial da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte: Atividade Física e Saúde na Mulher, Ver. Brás. Méd. Esporte, v. 6, n. 6, 2000. MAGEE, D. J. Disfunção musculoesquelética. 3. Ed. São Paulo: Manole, 2002. MARQUES, A. P. Manual de goniometria. 2. Ed. São Paulo: Manole, 2003. 144

PALMER, L. M.; EPPLER, M. E. Fundamentos das técnicas de avaliação musculoesquelética. 2. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. SANTOS, Ângela. Diagnóstico Clínico Postural: Um guia prático. 3. Ed. São Paulo: Summus Editorial, 2001. SILVEIRA, T. A preferência das jogadoras de Futsal com relação ao perfil de liderança dos treinadores. 2007.Monografia (Licenciatura em Educação Física) Universidade Luterana do Brasil ULBRA, Canoas. 2007. 145

GRÁFICOS E TABELAS Gráfico 1: Goniometria extensão de quadril (n=20). EXTENSÃO DE QUADRIL 16 14 12 10 8 6 4 2 0 14,2 14,9 15 12,5 13,1 14 10 9,6 PRÉ PÓS PRÉ PÓS CONTROLE EXTENSÃO QUADRIL D PROGRAMA EXTENSÃO QUADRILE Gráfico 2: Goniometria flexão de joelho (n=20). FLEXÃO DE JOELHO 145 140 135 130 125 120 115 138,3139,5 128,9 129,5 127,5 128,7 127,3 125 PRÉ PÓS PRÉ PÓS CONTROLE FLEXÃO JOELHO D PROGRAMA FLEXÃO JOELHO E 146

Gráfico 4: Goniometria dorsiflexão de tornozelo (n=20). DORSIFLEXÃO 25 20 15 16,6 17,6 16,8 17,9 12,9 13,1 18,9 19,3 10 5 0 PRÉ PÓS PRÉ PÓS CONTROLE DORSIFLEXÃO D PROGRAMA DORSIFLEXÃO E Tabela 1: Banco de Well s grupo controle (n=10). Avaliação Avaliação final Média inicial A1 40 40 40 A2 36 36 36 A3 42 42 42 A4 43 43 43 A5 40 40 40 A6 32 33 32,5 A7 35 35,5 35,25 A8 32 35 33,5 A9 27,5 27,5 27,5 A10 35 36 35,5 Média 36,25 36,8 36,52 147

Tabela 2: Banco de Well s grupo Stretching Global Ativo (n=10). Avaliação Avaliação final Média inicial A1 35,5 38 36,75 A2 42,5 45,2 43,85 A3 35,2 39,5 37,35 A4 39 44,5 41,75 A5 42,5 44 43,25 A6 38 44 41 A7 40 42,5 41,25 A8 36,5 39,5 38 A9 27,5 33,5 30,5 A10 46 54 50 Média 38,27 42,47 40,37 Legendas UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense. CBFS Confederação Brasileira de Futebol de Salão. FIFA Federação Internacional de Futebol. CEP UNESC Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Extremo Sul Catarinense. 148