Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) 3824-5400 opções 2 ou 3 (núcleo de relacionamento) Email: desenvolvimento@crcsp.org.br web: www.crcsp.org.br Rua Rosa e Silva, 60 Higienópolis 01230 909 São Paulo SP Presidente: Gildo Freire de Araujo Gestão 2016-2017 Palestra Aspectos contábeis e gestão do processo da Escrituração Fiscal Digital com ênfase no ICMS Interestadual JANEIRO/ Elaborado por: A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n.º 9610/1998). TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. JANEIRO/2016 Ademir Macedo de Oliveira O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a).
Tema Aspectos contábeis e gestão do processo da Escrituração Fiscal Digital com ênfase no ICMS Interestadual 1. Histórico 2. Operações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado. 3. Diferencial de alíquota nas operações e Estado beneficiário. 4. Responsabilidade pelo recolhimento. 5. Partilha do diferencial de alíquotas: 2016 até 2019. 6. Alíquotas nas operações internas. 7. Alíquotas nas operações interestaduais. 8. Diferencial de Alíquotas e Fundo Estadual de Combate à Pobreza. 9. Nota Técnica: 20015/003 e os ajustes na Nota Fiscal Eletrônica 10. Sistema de Arrecadação via GNRE- Guia Nacional de Recolhimentos Estaduais 11. Recolhimentos Antecipados. 12. Gia ST- Nacional. 13. Gia Estadual RPA e ST. (Previsões para 2016). 14. Portaria CAT 19/99 e a EFD-ICMS-IPI. 15. Hipóteses de ressarcimento do ICMS. 16. Os impactos das alterações na Escrituração Fiscal Digital 17. Questões elucidativas 1
Histórico Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação. Regulamentação: Lei Complementar 87 /96 O ICMS, tem como fato gerador a circulação de mercadorias, independente da transferência de propriedade. Operações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado. Em regra geral, nas operações interestaduais, o Imposto é debitado na origem, com transferência de crédito para o adquirente, nas operações de: Venda para revenda, em que não haja antecipação por protocolo e convenio, na condição de contribuinte substituto. Venda para Industrialização 2
Operações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado. Nas exceções, podem ocorrer as seguintes situações: Venda para revenda, com antecipação por protocolo e convenio, na condição de contribuinte substituto. Venda para uso e consumo com ou sem antecipação do diferencial de alíquota, com o IPI, incluso na base de cálculo do ICMS, quando o remetente for indústria. Diferencial de alíquota nas operações e Estado beneficiário Entendendo o conceito O DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS, foi criado a critério das Secretarias de Estado dos Negócios da Fazenda, com o objetivo de fazer com que as operações iniciadas em outros Estados, tenham o mesmo resultado econômico que as operações internas. Atualmente, as Empresas tributadas pelo SIMPLES NACIONAL, são as mais impactadas por essa regra, em todo país. 3
Diferencial de alíquota nas operações interestaduais a partir da Emenda Constitucional : 87/2015 Altera o 2º do art. 155 da Constituição Federal e inclui o art. 99 no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para tratar da sistemática de cobrança do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação incidente sobre as operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado...e : adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual. Partilha do diferencial de alíquota nas operações interestaduais a partir da Emenda Constitucional : 87/2015 O imposto será correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual e será partilhado entre os Estados de origem e de destino, na seguinte proporção: DISTRIBUIÇÃO PROPORÇÃO NO ESTADO DE DESTINO PROPORÇÃO NO ESTADO DE ORIGEM I ANO 2016 40% 60% II ANO 2017 60% 40% III ANO 2018 80% 20% IV ANO 2019 100% --- 4
Responsabilidade pelo recolhimento- Sujeição Passiva Recolhimento da diferença apurada entre as alíquotas Quando o destinatário for contribuinte Quando o destinatário não for contribuinte O destinatário deve recolher O remetente deve recolher Alíquotas nas operações internas 19% 18% 17% MG. RJ. ( 18+ 1) SP. ( 17 + 1) PR. Demais Estados As alíquotas básicas, são aplicáveis para a maioria das operações, no entanto, cada Estado implementa alíquotas por produto e essencialidade. 19,18,17, são exemplos. 5
Alíquotas nas operações interestaduais Resolução 22/1989 do Senado Federal ORIGEM ( remetente) DESTINO ( adquirente) ALÍQUOTA Estados da região: Sul e Sudeste, exceto Espírito Santo Estados da região: Sul e Sudeste Estados da região: Norte, Nordeste e Centro-Oeste Estados da região Sul e Sudeste 12% Estados da região: Norte, Nordeste e Centro-Oeste e Espírito Santo Alíquotas nas operações interestaduais Resolução 13/2012 do Senado Federal 7% Para qualquer Estado 12% ORIGEM ( remetente) DESTINO ( adquirente) ALÍQUOTA Aplica às operações interestaduais com produtos que, após o seu desembaraço aduaneiro: 4% a) não tenham sido submetidos a processo de industrialização; b) ainda que submetidos a qualquer processo de transformação, beneficiamento, montagem, acondicionamento, recondicionamento, renovação ou recondicionamento, resultem em mercadorias ou bens com conteúdo de importação superior a 40%. 6
Fundo Estadual de Combate à Pobreza- FECP Art. 82. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devem instituir Fundos de Combate à Pobreza, com os recursos de que trata este artigo e outros que vierem a destinar, devendo os referidos Fundos ser geridos por entidades que contem com a participação da sociedade civil. 1º Para o financiamento dos Fundos Estaduais e Distrital, poderá ser criado adicional de até dois pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, sobre os produtos e serviços supérfluos e nas condições definidas na lei complementar de que trata o art. 155, 2º, XII, da Constituição, não se aplicando, sobre este percentual, o disposto no art. 158, IV, da Constituição. ADCT- (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) Fundo Estadual de Combate à Pobreza- FECP Elevação da Tributação de Cerveja e Cigarros Redução da Carga Tributária de Itens da Cesta Básica e Medicamentos 7
Fundo Estadual de Combate à Pobreza- FECP Quando houver recolhimento para o Estado de destino, em que houver percentual para FECP (FUNDO ESTADUAL DE COMBATE À POBREZA), este deverá ser recolhido de forma apartada, em guia própria. Nota Técnica: 20015/003 e os ajustes na Nota Fiscal Eletrônica Campo da Nota Fiscal Eletrônica: ICMS em Operações Interestaduais Percentual ICMS relativo ao FCP na UF destino Conforme legislação do destinatário e produto Valor da base de cálculo na UF do destinatário Valor da operação Alíquota interna da UF do destinatário Conforme Regulamento do ICMS no destino Alíquota Interestadual 4%, 7% ou 12% Percentual provisório de partilha 40% em 2016 Valor ICMS de partilha para UF do destinatário 40 % do valor do diferencial calculado Valor ICMS de partilha para UF do remetente 60 % do valor do diferencial calculado Valor ICMS relativo ao FCP da UF do destino Conforme regulamentação do Estado de destino 8
Sistema de Arrecadação via GNRE- Guia Nacional de Recolhimentos Estaduais A Guia Nacional de Recolhimento Estaduais, sempre foi o principal meio, para a MAIORIA dos Estados, no tocante ao recolhimento do ICMS, nas seguintes condições: Antecipação Tributária Recolhimento por Substituição Tributária para as operações subsequentes Diferencial de Alíquotas quando implementado o recolhimento por meio de Protocolo / Convênios Observação: O Estado de Destino, pode implementar outro sistema (guia) de arrecadação. Sistema de Arrecadação via GNRE- Guia Nacional de Recolhimentos Estaduais Implementação São PAULO Código no Ambiente de Pagamentos 10008-0 9
Conversão interna após o recolhimento do Diferencial de Alíquota Geração da Guia de Recolhimento Código 10008-0 Outros Recolhimentos Que serão convertidos INTERNAMENTE o 100-4 ICMS recolhimento antecipado (outra UF) o 101-6 ICMS consumidor final não contribuinte por operação (outra UF) o 102-8 ICMS consumidor final não contribuinte por apuração (outra UF) o 119-3 ICMS recolhimentos especiais (outra UF) Recolhimentos Antecipados Artigo 426 e 426-A do RICMS-SP Na entrada, em território paulista, de mercadoria sujeita ao regime jurídico da substituição tributária procedente de outra unidade da Federação sem a retenção antecipada, o imposto devido deverá ser recolhido, em se tratando de: 10
Recolhimentos Antecipados I - recolhimento antecipado previsto no artigo 426-A do Regulamento do ICMS, por meio de Guia de Arrecadação Estadual - GARE-ICMS, com a indicação do código de receita 063-2 (outros recolhimentos especiais) e, no campo Informações Complementares, do número da Nota Fiscal a que se refere o recolhimento e do CNPJ do estabelecimento remetente. Recolhimentos Antecipados II - contribuinte sujeito às normas do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - Simples Nacional. Tratando-se de imposto a ser recolhido por antecipação, conforme previsto no artigo 426-A, admitir-se-á também o seu recolhimento em momento anterior ao da entrada da mercadoria em território paulista, ainda que por meio de Guia Nacional de Recolhimento de Tributos Estaduais GNRE. 11
Gia ST- Nacional A GIA-ST - Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS Substituição Tributária é a declaração utilizada por contribuintes de outros Estados que na condição de responsável efetuarem retenção do imposto a favor do Estado Deverá ser apresentada até o dia 10 (dez) do mês subsequente ao da apuração do imposto, ainda que no período não tenham ocorrido operações sujeitas à substituição tributária. Ressaltamos que se trata de uma obrigação que não tem tratamento uniforme pelos Estados, considerando: Prazos Informações Dispensa e Obrigatoriedade Hipóteses de ressarcimento do ICMS A substituição tributária, antecipa o recolhimento do ICMS, para toda cadeia, na modalidade de recolhimento para operações subsequentes, contudo há hipóteses, em que é devido o ressarcimento, pela quebra do mecanismo. Essa quebra, ocorre, nas seguintes situações: Venda para outra Unidade da Federação Perda ou Furto Saída Isenta Observação: Essa análise é importante, para que se valide a NÃO-CUMULATIVIDADE do ICMS. 12
Os impactos das alterações na Escrituração Fiscal Digital o Registros efetuados a título de baixa de estoque decorrente de perda, roubo ou deterioração das mercadorias CFOP: 5.927 Observação: Importante para o Bloco K ( Controle de Estoque) e Bloco H ( Controle do Custo e Apuração ) Os impactos das alterações na Escrituração Fiscal Digital o Controles de ressarcimento da Portaria CAT 17/99, passam a ser administrados e possíveis na EDF-ICMS- IPI. Teor da Portaria: Quando o contribuinte substituído tiver recebido mercadoria ou serviço com retenção do imposto e, observada a disciplina estabelecida pela SEFAZ, poderá ressarcir-se do valor do imposto retido, em hipóteses previstas a partir do Artigo 269 do RICMS-SP- 2000. Pontos a observar: A partir de 2016, fica mais fácil pela EFD-ICMS-IPI Períodos anteriores, continuarão atendendo as regras anteriores. 13
Questões elucidativas 1. Recolhimento por apuração: Trata-se do recolhimento mensal, com apuração finalizada por competência e sujeição passiva no Estado de destino. 2. Recolhimento por operação: É o recolhimento diário, ou D+1, após a emissão do documento fiscal, com comprometimento do fluxo de caixa. Questões elucidativas 3. O recolhimento do diferencial de alíquotas é uma estratégia onerosa? Sim, pois a Constituição Federal dá autonomia aos Estados. Isso precisaria ser revisto. 14
Questões elucidativas 4. Como fica a apuração do ICMS próprio e a diferença entre as alíquotas? O ICMS devido pelo remetente, é tratado na obrigação acessória interna, e o diferencial junto com a partilha, será tratado na EFD- ICMS-IPI. Questões elucidativas 5. As operações com produtos importados, possuem tratamento de alíquota menor e qual o impacto disso? O Convênio 93 de 17.09.2015, não é claro. Logo, presume-se que para operação interestadual de produtos importados a alíquota a ser destacada será a alíquota interestadual. Na Cláusula Primeira, regulamenta o termo: previsto para operação. Isso sugere que nas operações de produtos importados, a alíquota interestadual é de 4% e 7% ou 12% para os outros casos. O DIFERENCIAL, segue a regra. 15
Questões elucidativas 6. O recolhimento do diferencial de alíquotas, não poderia ser feito de maneira mais simplificada? Sim, e há discussões fortes para o tema, defendendo que o correto e menos burocrático seria uma câmara de compensação. Questões elucidativas 7. Como é apurada a Base de Cálculo do ICMS, com base na Lei Complementar 87/96? A base de cálculo, considerando que o ICMS é calculado por dentro, deve ser: VALOR DA OPERAÇÃO / (100 ICMS) Exemplo: Numa operação, em que a alíquota for 18%, a base de cálculo é: (VALOR DA OPERAÇÃO / 0,82 X 0,18) O QUE O FISCO DIZ QUE A ALÍQUOTA É 18% O QUE A CONTABILIDADE DE CUSTOS MOSTRA QUE A ALÍQUOTA É 22% 16
Referencias Legais: Nota Técnica 2015 003 de 17.12.2015 Versão 1.50 Convenio ICMS 93 de 21.09.2015 Emenda Constitucional 87 de 16.04.2015 Resolução 13 do Senado Federal de 25.04.2012 RICMS-SP- Decreto 45.490-2000 Resolução 22 do Senado Federal de 19.05.1989 Constituição Federal de 05.10.1988 17