RELATÓRIO DE GESTÃO AVONPREV Março/2018
No Brasil, o Banco Central (BCB) cortou os juros em 25 p.b, levando a taxa Selic para 6,50% a.a., em linha com o consenso. No comunicado emitido após a reunião, o BCB deixou em aberto a possibilidade de um corte adicional na próxima reunião em maio. Nesse sentido, o documento corrobora a confiança da autoridade monetária na recuperação consistente da atividade doméstica e na continuidade do crescimento da economia global desde a última reunião. Por outro lado, as expectativas de inflação do mercado continuaram sendo revisadas levemente para baixo. As projeções do mercado para 2018 recuaram de 3,9% para 3,6%. E por sua vez, as expectativas para 2019 caíram de 4,25% para 4,2%. Dessa maneira, entendemos que a retomada ainda gradual da economia doméstica, combinado com um comportamento benigno da inflação, são favoráveis para um corte adicional de 0,25% na próxima reunião, com a taxa Selic alcançando 6,25% e mantendo-se nesse patamar até o fim deste ano. Segundo o BC, os riscos para esse cenário continuam sendo pautados pela possibilidade de frustração das reformas, assim como pela reversão do ambiente externo favorável aos países emergentes. Em termos de dados econômicos, a atividade moderou no início do ano, enquanto a inflação se manteve em patamar comedido. Enquanto a produção industrial (PIM) de janeiro reverteu parte da alta de dezembro, com contração de 2,4% no mês (ante alta de 3,1% em dezembro), o volume de vendas no comércio ampliado (inclui automóveis e material de construção) apresentou recuo de 0,1% na margem. Ao incluirmos a queda de 1,9% no volume de serviços transacionados, o Indicador Mensal de Atividade do Banco Central (IBC-Br) apontou contração de 0,6%, após alta de 1,4% em dezembro. Apesar das quedas na margem, é importante salientar que a tese de retomada da atividade se mantém. Nesse sentido, o IBC-Br cresceu 2,5% em relação ao mesmo período em 2017, ante crescimento de 2,1% em dezembro. Na questão da inflação, o IPCA-15 de março subiu 0,10%, levemente abaixo das expectativas de mercado de 0,11%. Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 2,8%, permanecendo abaixo do piso do intervalo de tolerância do BC (3,0%). Analisando o IPCA sem a volatilidade de alimentos, o indicador de inflação continua mostrando uma composição benigna no curto prazo. Nos Estados Unidos, o Banco Central americano subiu a taxa de juros em 25 p.b para 1,75% a.a, conforme esperado pela maioria dos analistas. A mediana das projeções dos membros do comitê em relação aos juros permaneceu em 2,1% (duas altas adicionais) neste ano e subiu para 2,9% e 3,4% em 2019 e 2020, respectivamente. Esse movimento vem acompanhado de uma melhora no cenário de crescimento, que foi revisado para 2,7% em 2018 e 2,4% ano que vem. Assim como a taxa de desemprego recuou ainda mais nos anos que seguintes. Dessa maneira, acreditamos que o cenário favorável da atividade econômica, que recebeu um impulso adicional do pacote fiscal aprovado no começo do ano, deve seguir corroborando o ciclo gradual de aperto monetário. Nesse sentido, nosso cenário base continua projetando mais três altas adicionais em 2018. FONTE: BRAM 2
Na Zona do Euro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve o escopo da política monetária, mas alterou o seu comunicado. Conforme o esperado, o BCE manteve a taxa principal de juros em zero e a taxa de depósito negativa em 0,4% a.a. Já a taxa de empréstimos segue em 0,25% a.a. Nessa mesma linha, o programa de compra de títulos foi mantido em 30 milhões de euros até setembro. A novidade ficou por conta do comunicado, o qual contou com a retirada da menção sobre a possibilidade de aumento do atual programa de compras de títulos, caso o cenário piore. Em sua coletiva após a reunião, o presidente do BCE, Mário Draghi, reforçou o quadro de melhora da atividade na região como justificativa para a alteração no comunicado, mas frisou que mudanças efetivas na condução da política monetária dependerão da evolução da inflação, o que exige cautela. Avaliamos que nos próximos meses o BCE irá anunciar que não prorrogará para além de setembro o atual programa de compra de títulos. Na China, a produção industrial e os investimentos intensificaram o ritmo de expansão no início do ano. A produção industrial avançou 7,2% no primeiro bimestre do ano, resultado acima da expectativa do mercado (6,2%) e acelerando frente a expansão de dezembro (6,6%). Os investimentos fixos também registraram ritmo mais intenso de crescimento no período. Eles avançaram 7,9% no primeiro bimestre após crescerem 7,2% em dezembro. O resultado também ficou acima da expectativa do mercado (7,0%). Por seu turno, as vendas no varejo apresentaram ligeira moderação no início do ano. O varejo apurou expansão de 9,7% frente crescimento de 10,2% em dezembro. Embora os indicadores de atividade tenham iniciado em ano em alta, acreditamos em gradual moderação ao longo do ano. Projetamos expansão de 6,5% para a economia chinesa em 2018 após avanço de 6,9% em 2017. FONTE: BRAM 3
Renda Fixa O fundo BRAM Renda Fixa Target rendeu 0,54% no mês de março, o equivalente a 101,22% do CDI (0,53%). O FI Avonprev apresentou retorno de 1,12%, acima do seu benchmark IMA-Geral que rendeu 0,96% no mês nos últimos 12 meses, o FI Avonprev acumula retorno de 11,32% enquanto o IMA-Geral apresentou retorno de 10,86%. A preocupação do potencial impacto das tensões comerciais entre China e Estados Unidos contribuiu para a continuidade do movimento de redução de risco dos investidores nos Estados Unidos com desvalorização da principal bolsa de valores, enquanto as expectativas de taxas de juros permaneceram estáveis. Esse movimento não comprometeu nosso cenário de crescimento forte, inflação comportada e gradualismo no processo de normalização da política monetária, num contexto de mercado de trabalho bastante aquecido. No mercado local, a gradual recuperação da economia, a inflação muito comportada e a ancoragem das expectativas deram espaço para o Banco Central realizar mais um corte na taxa de juros, indicando a possibilidade de um corte adicional na reunião de maio, encerrando o ciclo de afrouxamento monetário. As taxas de juros pré-fixadas de curto prazo incorporaram as expectativas de taxas mais baixas, enquanto as taxas de longo prazo mantiveram um elevado prêmio de risco. O resultado da estratégia de renda fixa no mês foi positivo, com destaque para as posições aplicadas em taxas de juros intermediárias e as de arbitragem na curva de juros dos vértices intermediários em relação aos longos. Após o aumento de risco realizado em janeiro e fevereiro, migramos parte das posições de vencimentos curtos para vencimentos mais longos, mantendo o mesmo nível de risco adotado em fevereiro. Acreditamos que os prêmios das curvas de juros permanecem razoavelmente atrativos, porém, acreditamos que é importante manter uma margem de liquidez nos portfólios para momentos de aversão ao risco. FONTE: BRAM 4
Renda Variável Mesmo com a queda dos demais índices pelo mundo, o Ibovespa se manteve praticamente estável no mês de março, o que demonstra certa resiliência da bolsa de valores brasileira, considerando ainda que o fluxo de saída de investidores estrangeiros foi significativo. Assim, o índice IBrX teve retorno de +0,08% no mês, mantendo valorização de +11,3% em 2018. O índice S&P 500 teve retorno negativo de -2,6% no mês, acumulando -0,9% de desvalorização em 2018 (em moeda original). O investidor estrangeiro reduziu sua exposição na Bovespa em R$ 5,3 bilhões no mês, anulando o saldo que era positivo no ano, enquanto o investidor institucional local aumentou sua exposição em R$ 4,1 bilhões no mês, passando a apresentar saldo positivo no ano de R$ 3,5 bilhões. No cenário externo, os fatores advindos dos EUA como, a preocupação com a dinâmica de aperto monetário, a queda expressiva de ações das empresas de tecnologia e novas notícias relacionadas a política comercial com a China foram os principais fatores que aumentaram a aversão ao risco dos investidores. Ainda é cedo para prever eventuais impactos provenientes destes eventos, assim, ao menos por enquanto, permanece nosso cenário base de otimismo com o crescimento dos Estados Unidos, sincronizado com as principais economias do mundo. No mercado local, o cenário eleitoral volta a trazer volatilidade, reforçando a necessidade de maior seletividade em nossos portfolios e de privilegiar empresas com resultados resilientes. O ambiente interno de taxas de juros baixas, inflação sob controle, recuperação gradual da economia, crescimento de lucros e a baixa exposição dos investidores locais ao segmento de renda variável, reforça nossa visão otimista para o mercado de ações. Em março, o setor de Papel & Celulose foi o grande destaque devido o anuncio da compra da Fibria pela Suzano, podendo se transformar na maior fabricante de papel e celulose do mundo. No lado negativo, podemos mencionar mais uma vez o setor de Alimentos & Agronegócio, devido, especialmente, à uma nova fase da Operação Carne Fraca que envolve a Brasil Foods. FONTE: BRAM 5