IMPORTANCIA ECONÔMICA DA CULTURA DA ERVA MATE 1

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Transcrição:

IMPORTANCIA ECONÔMICA DA CULTURA DA ERVA MATE 1 Alberto Tiago Bender 2, Jardelina Bueno Neris 3, Paula Böttcher 4. 1 Projeto de pesquisa realizado no curso de Economia por bolsistas do grupo PET 2 Bolsista PET, aluno do curso de Economia da Unijui 3 Bolsista PET, aluno do curso de Economia da Unijui 4 bolsista PET, aluna do curso de Economia da Unijui É indiscutível o valor social e econômico da erva-mate (Ilex paraguariensis) no fornecimento das folhas que são utilizadas na produção de chá-mate e na forma mais popular como é o caso do chimarrão. Nos três estados do sul do Brasil, importantes grupos de pesquisadores realizam trabalhos significativos na área da genética, da produção e da industrialização da erva-mate. Por outro lado, centros de pesquisas e indústrias da Europa atentam para a erva-mate, principalmente na tentativa de sua aplicação em produtos químicos, farmacêuticos e na forma de refrigerantes, compartilhando inclusive de trabalhos de pesquisa em parceria com pesquisadores da Região Sul do Brasil (Coelho, 1995). A pesquisa é fundamental para a melhoria da produtividade, sendo que a correta avaliação dos resultados, expresso pelas tabelas. A publicação de parâmetros indicadores da precisão, obtidos com base no maior número de experimentos semelhantes possíveis, torna-se necessária para a avaliação da qualidade da produção. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi estabelecer limites de classe que sejam utilizados para orientar o pesquisador quanto a precisão dos experimentos com erva-mate. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado com base em artigos publicados em revistas científicas, anais de congressos e teses. Foram analisados dados no período de 2001 a 2012 organizados e catalogados. Os parâmetros utilizados foram: produção, consumo, extração. RESULTADO DA DISCUÇÃO A cadeia produtiva da erva-mate (ilex paraguariensis) destaca-se no cenário nacional por contribuir ao processo de desenvolvimento regional através das esferas econômica, social e ambiental. No Brasil, os ervais são cultivados em torno de 180 mil propriedades, a maioria em pequenos estabelecimentos agropecuários (de 1 a 15 hectares), congregando cerca de 600 empresas e mais de 700.000 empregos. Vale ressaltar que grande parte da produção de erva-mate se origina de ervais nativos onde não se aplicam produtos químicos.

A produção da erva-mate no país está distribuída em uma área de 540 mil km², abrangendo os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (EMBRAPA, 2010). No caso específico da produção no Rio Grande do Sul, está organizada em cinco polos, a saber, o polo ervateiro Planalto Missões, o Alto Uruguai, Nordeste Gaúcho, o Vale do Taquari e o Alto Taquari. O principal concorrente brasileiro no mercado da erva-mate é a Argentina, que se caracteriza por imensas áreas de produção e poucas, mas grandes empresas ervateiras determinando, desse modo, uma economia de escala para o setor. No Brasil, a característica do setor é a existência de pequenas áreas de ervais, formando inúmeras propriedades de pequeno porte que, na sua quase totalidade, constituem-se em empresas familiares de pequeno e médio porte. Segundo pesquisas 91,18% das empresas brasileiras de erva mate são classificadas como micro ou pequenas empresas. Esta característica imprime maior competitividade no mercado interno, bem como distribui melhor a riqueza gerada pelo setor industrial, embora acabe por dificultar a competitividade no mercado externo, especialmente à concorrência com o setor ervateiro argentino. O setor ervateiro compreende cerca de 450 municípios dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul e cerca de 750 indústrias e mais de 700.000 trabalhadores diretos, tendo no paradigma da globalização da economia e em especial no MERCOSUL, um competidor importante, que é a Argentina. O porte da planta de erva mate faz lembrar a laranjeira. O caule é um tronco de cor acinzentada, geralmente com 20 a 25 centímetros de diâmetro, podendo chegar aos 50 centímetros. A altura é variável, dependendo da idade e do tipo de sítio. Podem atingir 15 metros de altura, mas geralmente, quando podadas, não passam de 7 metros. As folhas (parte mais importante do vegetal) são colocadas de forma alternada nos ramos. Mostramse estreitas na base e ligeiramente obtusas no vértice. Suas bordas são providas de pequenos dentes visíveis, principalmente, da metade do limbo para a extremidade. O pecíolo é relativamente curto, medindo mais ou menos 15 milímetros de comprimento e mostra-se um tanto retorcido. A folha inteira mede de oito a dez centímetros de comprimento por quatro ou cinco de largura. Na floração apresenta cachos de 30 a 40 flores brancas com quatro pétalas. Sua semente é lisa ou sulcada, de cor vermelho-violeta, que se assemelha muito ao grão de pimenta. As flores são pequenas e dispostas na axila das folhas superiores. Em relação ao comportamento das flores, a erva mate é uma planta dioica (ou seja, têm 2 casas ou ambos os sexos). O fruto é uma baga-dupla globular muito pequena, medindo somente 6 a 8 milímetros. É de cor verde quando novo, passando a vermelho-arroxeado em sua 48 maturidade. Nesta fase, os frutos atraem os pássaros que deles se alimentam, expelindo depois as sementes envolvidas em dejeções, o que favorece a disseminação das plantas. O fruto bem maduro compõe-se de quatro sementes pequeninas, apresentando tegumento (casca) áspero e duro. Muito se fala em erva-mate nativa e erva-mate tradicional para o preparo do chimarrão. Mas você sabe qual é a diferença entre as duas? A diferença básica entre a erva-mate nativa e a aquela que é

popularmente chamada de "tradicional" é que a primeira nasce naturalmente e a outra é plantada pelo homem. Quando os desbravadores, exploradores e padres Jesuítas chegaram aqui no Brasil, eles encontraram os nativos tomando erva-mate nativa, experimentaram e logo se apaixonaram pelo sabor e benefícios. Os índios usavam erva-mate nativa! A erva-mate nativa é plantada pelos passarinhos. Esses pássaros comem as sementes de erva-mate, que passam por um processo enzimático no estômago do passarinho, é adubada e preparada no seu intestino e depois é depositada no solo com todos os ingredientes necessários para o seu desenvolvimento infantil. O resultado desse processo natural de plantio é o crescimento de uma árvore de erva-mate "feliz" com folhas foscas verde escuras. O processamento dessa folha nativa produz uma erva-mate de cor verde-vivo, com sabor suave, extremamente agradável. É quase possível sentir "o doce desse amargo que faz bem." O chimarrão fica espumante e cremoso, o sabor é suave, amanteigado, não arde na boca, dá para tomar diversas cuias sem que a erva fique lavada. Essa folha de erva-mate nativa é resultado de um processo harmônico que só a natureza consegue produzir. Em geral, depois que árvore de erva-mate nativa é podada, pode demorar até 3 anos até que ela possa ser podada novamente. O mate é primeiramente uma bebida estimulante, elimina a fadiga, aumentando a atividade física e mental e atuando, beneficamente, sobre os nervos e músculos, favorecendo o trabalho intelectual. Pelo efeito estimulante central da cafeína junto com a ativação de substâncias de reserva, o trabalho cardíaco, circulação do sangue, reforça o organismo. A cafeína exerce um efeito conhecido sobre o sistema nervoso central, estimulando o vigor mental. Com vitaminas do complexo B, o mate participa do aproveitamento do açúcar nos músculos, nervos e atividade cerebral do homem; vitaminas C e E agindo como defesa orgânica e como benefício sobre os tecidos do organismo; sais minerais, juntamente com a cafeína, ajudando o trabalho cardíaco e a circulação do sangue, diminuindo a tensão arterial, pois a cafeína atua como vasodilatador. Em tais situações também pode ser suprida a sensação de fome. A ação estimulante do mate é mais prolongada que a do café não deixando, porém, efeitos colaterais ou residuais como irritabilidade e insônia. Segundo dados divulgados por Pondé (1996), pesquisas do Instituto Pasteur de Paris atribuem também ao mate um papel importantíssimo no processo de regeneração celular. O Brasil teria um mercado consumidor gigantesco lá fora, contudo, a sazonalidade da erva-mate e a sua produção em pequena escala impedem que o produto consiga competir com o chá inglês no abastecimento contínuo do mercado externo. A atual preferência mundial por produtos naturais oferece à erva-mate a chance de cair no paladar de novos mercados consumidores; especialmente por a planta ser estimulante, o que a torna uma alternativa aos energéticos industrializados e às bebidas à base de cola. A nível mundial, a produção de erva-mate está presente na Argentina na Província de Misiones, parte da Província de Corrientes e em pequena parte da Província de Tucumã com 701 mil toneladas de erva-mate verde (INYM Instituto Nacional do Mate, 2011), no Brasil com 513 mil toneladas de erva-mate verde, (IBGE, 2012) e Paraguai, onde ocorre na área situada entre os rios Paraná e Paraguai, segundo a EMBRAPA.

Atualmente, apesar de grande parte de a área ervateira estar localizada no Brasil, o país maior produtor é a Argentina com 94 mil toneladas (MAG Ministério da Agricultura e Pecuária, 2012). A erva-mate, como espécie nativa, tem ocorrência documentada nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e, em menor proporção, em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de folha verde de erva-mate com uma produção média de 260.866 toneladas/ano em 2012 50,8% da produção nacional, seguido do Paraná com 180.853 toneladas/ano, Santa Catarina com 69.064 toneladas/ano e Mato Grosso do Sul com 2.473 toneladas/ano. Localizados no norte do Estado, os municípios maiores produtores são: Ilópolis com 51.133 toneladas/ano e Arvorezinha com 40.733 toneladas/ano, seguidos dos municípios de Palmeira das Missões, Venâncio Aires e Fontoura Xavier com produções médias anuais variando entre 18.200 e 12.250 toneladas. De acordo com o economista Marcelo Gomes, da Faculdade de Ciências Econômicas da Ufrgs, quase 600 municípios brasileiros possuem plantação de erva-mate. As lavouras e a produção costumam gerar 710 mil empregos diretos. Para os agricultores, é uma das poucas opções de emprego e renda na zona rural. Apenas a erva rende, de forma direta, mais de R$ 175 milhões ao ano. Os principais consumidores internos do mate brasileiro são os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Durante a década de 1970, o Rio Grande do Sul apresentava-se como o principal estado produtor do mate brasileiro. A análise da evolução das exportações brasileiras, em nível dos três estados produtores (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), demonstra que desde 1980, praticamente todas as exportações brasileiras de erva mate cancheada destinava-se ao Uruguai. Apenas em 1988, as exportações para outros países tiveram alguma importância. De uma produção brasileira de aproximadamente 150.000 t/ano, apenas 20.000 t são exportadas para o Chile e Uruguai. Mas a erva mate brasileira atinge também os mercados da Síria, Alemanha e começa a conquistar o Japão e os Estados Unidos. Para o pequeno produtor conseguir atingir as vantagens do processo mecânico, o sistema de cooperativa é o meio mais viável, pois diminui o preço das instalações fazendo-se o cancheamento mecânico em conjunto. A erva-mate é submetida a normas legais para o processamento industrial, desde a área produtiva até atingir o consumidor final. São estabelecidas pelo Governo Federal, através do Ministério da Saúde e do IBAMA e pelo Governo dos Estados onde é produzida, através da Secretaria da Saúde e da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. A portaria nº 118, de 12 de novembro de 1992, do IBAMA regulariza a exploração e a comercialização da erva-mate. A exploração da erva-mate deve seguir técnicas que visem aumentar a produção de folhas e diminuir os danos aos ervais.

Os processos industriais ervateiros muito pouco mudaram com o decorrer dos tempos, ou quase não mudaram. Uma das mudanças foi a adoção de engenhos e barbaquás automáticos com grande capacidade de processamento. De maneira geral, os processos produtivos são os mesmos desde o início do ciclo do mate. A despeito destas diferenças, três etapas são claramente definidas até a obtenção do produto final: o sapeco, a secagem e o cancheamento. CONCLUSÃO O processo de produção, extração e comercialização da erva-mate, tem um papel fundamental na cultura e consequentemente na economia do estado e do Brasil. Desde os primórdios do processo extrativista, bem como o inicio do habito inicialmente formado pelos índios, o Brasil tem um papel fundamental no desenvolvimento de novas formas de beneficiamento e desenvolvimento de tecnologia que vai desde agro negócio ao novos processos de farmacológicos.