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Transcrição:

REOAC Nº 394383 - SE (2005.85.01.002180-4) PARTE AUTORA: ATONIEL BATISTA DOS SANTOS ADVOGADO(S): TEREZINHA PACHEO FREDERICO e outros PARTE RÉ: INSS INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL REPRESENTANTE: PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE ORIGEM: JUÍZO FEDERAL DA 6ª VARA - SE RELATOR: DES. FEDERAL LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA EMENTA PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. ATIVIDADE PENOSA. COMPROVAÇÃO. DIREITO. 1. O Decreto nº 611/92, ao regulamentar a Lei nº 8.213/91, repristinou a eficácia jurídica do anexo dos Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79, que elencavam as atividades sujeitas à aposentadoria especial. 2. Hipótese em que o conjunto probatório dos autos demonstra que o autor exerceu os ofícios de tratorista e motorista de veículo de grande porte, previstas nos Decretos acima referidos, atividades consideradas penosas por presunção legal, fazendo jus à aposentadoria proporcional, uma vez comprovado o exercício de 30 anos de serviço, após a conversão do tempo especial, completados antes da EC 20/98. 3. Remessa oficial improvida. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos em que figuram como partes as acima identificadas, DECIDE a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento à remessa oficial, nos termos do Relatório, do Voto do Relator e das Notas Taquigráficas constantes dos autos, que passam a integrar o presente julgado. Recife, 25 de setembro de 2007 (data de julgamento). LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA Desembargador Federal Relator

REOAC Nº 394383 - SE RELATÓRIO DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA (RELATOR): Cuida-se de remessa oficial de sentença em que foi julgado procedente o pedido inicial, reconhecendo tempo de serviço especial do autor e concedendo-lhe aposentadoria proporcional, a partir do requerimento administrativo (20.04.98), devendo as parcelas vencidas serem atualizadas pela contadoria do foro, fixados os honorários em R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais). É o relatório. SLD14 AC394383 2

REOAC Nº 394383 - SE VOTO DESEMBARGADOR FEDERAL LUIZ ALBERTO GURGEL DE FARIA (RELATOR): Trata-se de remessa oficial de sentença que determinou a conversão do tempo de serviço especial prestado pelo autor, em tempo de serviço comum, de acordo com tabela própria, com a conseqüente concessão da aposentadoria proporcional. Sobre a matéria, observo que o Decreto nº 611/92, ao regulamentar a Lei nº 8.213/91, repristinou, em seu art. 292, a eficácia jurídica dos anexos dos Decretos nº s 53.831/64 e 83.080/79, os quais elencavam as ocupações sujeitas à aposentadoria especial aos 25 anos de serviço. Ressalte-se que apenas o segurado da Previdência Social que tenha laborado efetivamente na atividade considerada penosa, perigosa ou insalubre, durante o lapso previsto, é que faz jus à aposentadoria especial. Não obstante, é assegurado ao trabalhador a contagem do referido tempo, acrescido de fator de correção na hipótese de mudança para atividade comum, como forma de compensar o desgaste sofrido no desempenho da atividade nociva à saúde. Acerca do tema, assim leciona Wladimir Novaes Filho (Conversão de tempo de serviço especial em comum na contagem recíproca de tempo de serviço, in Temas Atuais de Previdência Social, coord. Wladimir Novaes Martinez, São Paulo: LTR, 1998, p. 297): (...) a atividade especial vale mais do que a comum para a contagem de tempo de serviço, por isso, o mecanismo da conversão de tempo de serviço é importante, evitando-se injustiças, com quem sofreu desgastes ou corre riscos em seu trabalho. Com a entrada em vigor da Lei nº 9.032, de 28/04/95, que deu nova redação ao 4º, do art. 57, da Lei nº 8.213/91, passou a ser exigido, para fins de concessão da aposentadoria especial, a comprovação da exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. SLD14 AC394383 3

Vê-se, assim, que antes do início da vigência da Lei nº 9.032/95, o desempenho da atividade em tela, obedecidos os prazos legais de tempo de serviço e idade, gerava direito à aposentadoria especial, independentemente de qualquer outra exigência. Em outras palavras, havia presunção legal da periculosidade ou da insalubridade. Com o advento dessa lei, teve fim essa presunção legal de exposição a agentes nocivos, tendo a aposentadoria especial deixado de ser direito extensivo a todos os integrantes da categoria profissional. Passou a ser exigida a comprovação do tempo de serviço permanente em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. No caso em tela, pela análise dos vínculos laborais do autor, constantes de sua CTPS (fls. 82/95), verifico que ele exerceu a atividade de tratorista e operador de patrol, durante a maior parte do seu tempo de trabalho, profissão esta classificada como penosa e que se encontra prevista como operadores de pás mecânicas no código 2.3.4 do Decreto 83.080/79. Exerceu, também, o ofício de motorista de veículo de grande porte, que está elencado no código 2.4.2 do referido decreto, sendo que, neste caso, foram consideradas as informações complementares dos formulários SB 40 anexados aos autos, as quais comprovam que o autor dirigia veículos maiores, p. ex. caminhões, realizando transporte de cargas. Sobre o tema, vale conferir o seguinte julgado desta Corte: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS INFRINGENTES. APOSENTADORIA PROPORCIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. MOTORISTA. ATIVIDADE CONSIDERADA ESPECIAL. CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL EM TEMPO COMUM. POSSIBILIDADE. PERÍODO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.032/95. CRITÉRIO DE COMPROVAÇÃO. LEGISLAÇÃO EM VIGOR NO MOMENTO DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE LABORAL. DECRETOS Nº. 53.831/64 E 83.080/79. DIREITO ADQUIRIDO. COMPROVAÇÃO MEDIANTE FORMULÁRIOS EMITIDOS PELA EMPRESA. 1. As profissões elencadas nos róis dos Decretos nºs 53.831/64 e 83.080/79 possuem caráter meramente exemplificativo, não tendo o condão de obstar o reconhecimento de outras atividades como insalubres, se devidamente demonstradas as condições nocivas à saúde do trabalhador. SLD14 AC394383 4

2. Antes do advento da Lei nº 9.032/95, a legislação previdenciária estabelecia que a comprovação do exercício de atividades em condições insalubres dar-se-ia mediante formulários SB-40 e, bastava que a atividade exercida pelo trabalhador, ou a substância prejudicial à sua saúde estivesse contida no rol dos decretos nºs 53.831/64 ou 83.080/79, dispensando-se, inclusive, a apresentação de laudo técnico. 3. Aceitação dos formulários DSS8030 (antigos SB-40), como instrumento hábil à comprovação de tempo de serviço em condições insalubres. Parte autora que logrou demonstrar que exercera a atividade de motorista, sob condições especiais. 4. O segurado que presta serviço em condições consideradas como insalubres, penosas ou perigosas tem direito à contagem deste tempo especial nos moldes previstos na legislação vigente à época em que se executou a atividade e a eventual alteração ocorrida posteriormente, mesmo que não mais reconheça aquela atividade como especial, não retira do trabalhador o direito à contagem do tempo de serviço na forma anterior, porque já inserida em seu patrimônio jurídico. 5. "Não há empeços a que o tempo de atividade de motorista de carga e de tratorista seja caracterizada como de tempo de serviço especial, a ser convertida em comum, uma vez que o labor ocorreu antes 28.05.1998". (TRF 3ª Região, AC nº 766627/SP, primeira Turma, DJU de 21-10-2002, p. 318, rel. Des. Fed. Santoro Facchini). 6. Comprovado que o trabalho exercido era comprometedor da integridade física, há de se reconhecer a atividade prestada como perigosa, por presunção legal, conforme o código 2.4.4, do Decreto nº 53.831/64, c/c o código 2.4.2, do anexo II, do regulamento dos benefícios da previdência social, aprovado pelo Decreto nº 83.080/79, uma vez que o cálculo do tempo de trabalho desempenhado sob condições especiais deve-se guiar pela norma vigente e contemporânea à prestação do serviço. 7. Embargos infringentes improvidos. Prevalência do voto vencedor. Desse modo, considerando o conjunto probatório dos autos, não merece reparo a sentença que reconheceu o tempo de serviço especial exercido pelo demandante, passível de conversão pelo fator 1,4, o qual, somado ao período de atividade SLD14 AC394383 5

comum, resulta em tempo suficiente à concessão de aposentadoria proporcional, uma vez que computava 30 (trinta) anos de serviço na data do requerimento administrativo (20.04.98), antes da Emenda Constitucional nº 20/98, devendo este ser considerado o termo a quo da condenação. OFICIAL. Com essas considerações, NEGO PROVIMENTO À REMESSA É como voto. SLD14 AC394383 6