Estratégias de Alimentação Anual de Rebanhos Bovinos Leiteiros e de Corte e Ovinos MAÍRA SCHEID THIAGO LUIS ROCKENBACH

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Transcrição:

Estratégias de Alimentação Anual de Rebanhos Bovinos Leiteiros e de Corte e Ovinos MAÍRA SCHEID THIAGO LUIS ROCKENBACH PELOTAS, 16 DE JUNHO DE 2011

BOVINOS DE LEITE IMPORTÂNCIA - Reduzir custo do alimento que representa de 40 a 60% do custo de leite; - Sustentabilidade da produção leiteira brasileira. PRODUÇÃO DE LEITE COM QUALIDADE E MENOR CUSTO

BOVINOS DE LEITE - Produção de leite baseado em pastagens = incluir forragem conservada de boa qualidade (silagem e feno) e grãos, através de rações balanceadas; - Espécies tropicais (capim elefante, gramas tifton, quicuio, sorgos e milheto) = 12 kg leite/vaca/dia sem suplementação; - Espécies temperadas (trigo, centeio, cevada, triticale, aveia, azevém e trevos)= 20 kg leite/vaca/dia. O maior problema está em manter oferta elevada de forragem de lâminas foliares verdes nas pastagens durante todos os dias do ano

BOVINOS DE LEITE

BOVINOS DE LEITE AUMENTO DA OFERTA DE FORRAGENS: Estabelecer forrageiras perenes de inverno como a festuca com trevos e cornichão e melhorar as pastagens nativas e as perenes tropicais pela introdução, via semeadura direta, de espécies de estação fria como o centeio, aveia preta, azevém anual, ervilhaca, cornichão e trevos.

BOVINOS DE LEITE

BOVINOS DE LEITE

BOVINOS DE LEITE O QUE DEVEMOS LEVAR EM CONTA PARA IMPLANTAÇÃO DE UMA PASTAGEM? - ÉPOCA DO ANO (CLIMA); - NÚMERO DE ANIMAIS; - MANEJO DE ÁREA; - CONDIÇÕES DO SOLO.

BOVINOS DE LEITE Planejamento forrageiro com espécies anuais de inverno e de verão singulares incluindo período de semeadura e distribuição de forragem.

BOVINOS DE LEITE

BOVINOS DE LEITE O período crítico outonal pode ser amenizado utilizando-se: - Feno ou silagem; - Silagem pré-secada; - Diferimento de pastagens de verão visando o acúmulo de forragem; - Escalonamento de semeadura de espécies anuais de verão (sorgos e milheto), até janeiro/fevereiro; - Espécies perenes de inverno, como festuca, trevos e cornichão, que bem manejadas possibilitam pastejo de março/abril até o final de primavera, (não devem ser pastejadas durante o verão).

BOVINOS DE LEITE Planejamento forrageiro com duas duas pastagens perenes de inverno e de verão consorciadas já estabelecidas (P) = pastejo (X) = semeadura (C) = períodos críticos (déficit forrageiro) (F) = pastejo somente em anos favoráveis

BOVINOS DE LEITE Pastagens tropicais produzem de 2 a 3 vezes mais forragem que as de inverno. As pastagens de verão, em média, tem capacidade de suporte de 6 a 8 vacas/ha recebendo suplementação de 4 a 8 kg de grãos/dias, enquanto as de inverno é de 2 a 3 vacas/ha.

CONDIÇÃO PARA O ALTO DESEMPENHO ANIMAL EM PASTAGENS Produção de grande quantidade de forragem de bom valor nutritivo Distribuição estacional deve coincidir com a curva de exigências nutricionais dos animais. SIM NÃO Queda na produção e remuneração da atividade www.cpt.com.br

BOVINOS DE CORTE CRIAÇÃO DE GADO A PASTO Potencial da Forrageira Planta X Ambiente Potencial do Animal Valor Genético X Alimentação www.cpt.com.br

BOVINOS DE CORTE 1 ESTRATÉGIAS DE ALIMENTAÇÃO TERMINAÇÃO DE BOVINOS EM SISTEMA DE CONFINAMENTO ou SEMICONFINAMENTO Estratégia para engorda de animais no período de escassez de forragem; Liberação de áreas para outras categorias dentro da propriedade, ou mesmo como forma de garantir melhor acabamento de carcaça e redução da idade de abate.

BOVINOS DE CORTE 2 PASTEJO DIFERIDO Reserva e vedação de áreas no final da estação chuvosa Forrageiras indicadas para pastejo diferido: Brachiaria decumbens, Brachiaria brizantha e Brachiaria humidicola

BOVINOS DE CORTE 3 CAPINEIRA NA ALIMENTAÇÃO DOS BOVINOS Área da propriedade reservada para cultivo de plantas forrageiras de elevado potencial produtivo, que são manejadas para serem utilizadas, principalmente, no período de escassez de pasto. Plantas mais utilizadas capim elefante (Napier, Camerum, Mineiro)

BOVINOS DE CORTE 4 UTILIZAÇÃO DA CANA-DE-AÇÚCAR Alta produção por área; Pronta para consumo dos animais justamente na época seca do ano, quando há falta de forragens; Adapta-se bem em diferentes tipos de solo e clima.

OVINOS - Capacidade de aproveitar alimentos fibrosos e grosseiros como capins, ramos e palhas; - Fornecimento mínimo de 50 a 70% da MS da dieta na forma de volumoso; - Seleção da dieta na pastagem; - Capacidade de sobreviver em áreas mais pobres.

OVINOS Verão - Ovelha está seca e tem uma prioridade mais baixa, em relação à alimentação, que o cordeiro; - Utilizadas para limpar campo, resultando em perda de peso; - Pode afetar a taxa de ovulação mais tarde; - Cordeiro é a categoria mais exigente (Produção de Carne); - As cordeiras de reposição precisam atingir em torno de 60% a 70% do peso adulto no outono, para que possam ser encarneiradas.

OVINOS Outono - Fase do encarneiramento (Peso 3 semanas antes); - Flushing (taxa de ovulação e parição); - Gestação Multipla; - Cordeiros para venda e cordeiras de reposição precisam continuar a ganhar peso; - Disponibilidade de forragem conservada e concentrado (custo).

OVINOS Inverno - Início da gestação (pequena restrição no consumo); - Alimentação de maior qualidade e quantidade no terço final da gestação (ovelhas EEC baixo e que estão gestando gêmeos); - Planejar uma pastagem de melhor qualidade para o final do inverno.

OVINOS Primavera -Ovelha com cordeiro deve ter prioridade; - Pastagem de boa qualidade (deficências nutricionais, produção de leite e fonte de alimento do cordeiro; - Forrageiras florescem, reduzindo a qualidade da pastagem; - O uso de roçadeira ou pastejo pesado com bovinos pode ser benéfico para melhorar a qualidade da pastagem.

OVINOS

OBRIGADO PELA ATENÇÃO!