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Transcrição:

FUDAÇÃO IRMÃO JOSÉ OTÃO ESTUDO SOBRE O TERCEIRO SETOR NO RIO GRANDE DO SUL TÍTULO DA PESQUISA: Conhecendo as organizações da sociedade civil vinculadas à Comissão Regional de Assistência Social da região Partenon/Porto Alegre 1. APRESENTAÇÃO O presente relatório trata dos resultados da pesquisa que foi realizada como parte do projeto de intervenção de estágio em Serviço Social da PUCRS na Fundação Irmão José Otão (FIJO). Esse estudo é um recorte microrregional da pesquisa estadual que vem sendo desenvolvida pelo Observatório do Terceiro Setor (OTS) da FIJO. O objetivo foi realizar um estudo sobre as organizações da sociedade civil vinculadas à Comissão Regional de Assistência Social (CORAS) da região Partenon, a fim de conhecer as organizações e contribuir com subsídios para o fortalecimento e articulação da rede social local e a gestão de políticas públicas na região. Para realização desta pesquisa considerou-se a adesão das organizações vinculadas à CORAS/Partenon ao Estudo sobre o Terceiro Setor no Rio Grande do Sul (ETSUL), respondendo o questionário que encontra-se disponível on line no site www.fijo.org.br. 2. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 2.1. Problemática da pesquisa A pesquisa se propõe a responder a seguinte questão: como estão configuradas as organizações da sociedade civil da Comissão Regional de Assistência Social da região Partenon de Porto Alegre/RS, no que se refere ao perfil, ao processo de gestão do trabalho e aos impactos sociais das ações desenvolvidas, no período de novembro de 2009 a maio de 2010? 2.2. Metodologia da pesquisa O estudo se dividiu em três etapas: sensibilização e mobilização das entidades; monitoramento e avaliação do processo de participação destas no estudo; elaboração do relatório final, socialização dos dados e proposições coletivas. Como instrumento de coleta

de dados foi utilizado o questionário de auto-preenchimento do ETSUL do OTS da FIJO. O tipo de pesquisa é de caráter quanti-qualitativo. 2.3. Caracterização da amostra Os sujeitos participantes foram os gestores das organizações ou seus representantes na CORAS, os quais se apresentaram como: assistente social, gerente administrativo, tesoureiro, coordenador pedagógico e coordenador de projetos sociais. A abrangência do estudo é local e refere-se à região Partenon de Porto Alegre. De acordo com a divisão do Orçamento Participativo (OP), a região Partenon, se compõe de cinco bairros: Aparício Borges, Vila João Pessoa, Santo Antônio, São José e Partenon. 3. RESULTADOS Em outubro de 2009 havia, no mínimo, 39 organizações vinculadas a CORAS da região Partenon. Destas, 13 começaram a responder ao questionário de estudo e 11 finalizaram o preenchimento, representando 28% do total mínimo de organizações. As informações apresentadas a seguir tratam-se de uma amostra, referente às 11 organizações finalistas. 3.1. Perfil das entidades: caracterização Gráfico 1: Forma jurídica: número de organizações Como podemos observar no gráfico 1, o número de associações predomina sobre o de fundações. De modo geral, uma associação surge por união de idéias coletivas, sem que necessariamente haja posse de um patrimônio a ser investido ou tenha um instituidor (FIJO, 2009). O fato de a maioria das entidades serem associações pode caracterizar o perfil sócio-econômico da região e a sua potencialidade no que se refere às iniciativas coletivas de mobilização, em prol do atendimento das necessidades da população. Tal

potencialidade consiste num dos elementos que contribuem para o desenvolvimento local. Segundo Dowbor (2009), o desenvolvimento local refere-se também, às transformações de nível social, político, econômico e cultural, provenientes das iniciativas organizadas de determinado grupo social, comunidade, cidade, município, região ou nação, os quais dispõem de criatividade, riqueza cultural, motivação, entre outros. Gráfico 2: Período de surgimento: número de organizações.. Referente ao período de surgimento, conforme o gráfico 02, a maioria das organizações foram fundadas entre os anos 1970 e 2000. De acordo com o gráfico 2, identifica-se que três (28%) das Organizações da região foram fundadas a partir dos anos 70, período em que o Brasil estava sob o regime militar. Segundo Gohn (2005, p.70), nesta época a sociedade civil se organizava predominantemente, através de movimentos. Entretanto, os dados mostram que na região Partenon, já começavam a surgir também um processo de institucionalização das organizações da sociedade civil. Quadro 1: Registro em Conselhos de controle social Referente ao registro em Conselhos de Controle Social, predominam as inscrições no Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA) e no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS). Cabe ressaltar que a pergunta é de múltipla escolha e que, portanto, os valores totais não somam 100 por cento, pois uma mesma organização pode estar inscrita em mais de um conselho, dependendo do segmento de atuação e da população beneficiada. Observa-se uma incidência nos Conselhos de Assistência Social o que indica o desenvolvimento de projetos, programas e ações voltadas a gestão da Política de Assistência Social.

Conselho de controle social Número de Organizações Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) 9 Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) 9 Conselho Federal de Assistência Social (CFAS) 5 Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS) 4 Conselho Municipal de Educação (CME) 2 Conselho dos Direitos Humanos (CDH) 1 Conselho Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente CEDICA 1 Conselho Estadual de Educação (CEE) 1 Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) 1. Gráfico 3: Público beneficiado mensalmente: número de pessoas De acordo com o gráfico acima, o público beneficiado que apresenta maior demanda na região são crianças e adolescentes, somando 1.624 pessoas; seguido de pessoas com deficiência (PCD s), 564 pessoas; mulheres, 420; jovens, 319; famílias, 260; Idosos, 63 e pessoas em situação de rua, 40. A categoria outros refere-se aos egressos do sistema penitenciário, 50 pessoas atendidas. O total mínimo de atendidos mensalmente é de 3.340

pessoas, representando 2,7% do total da população regional, a qual é composta de 120.338 habitantes. O atendimento aos egressos do sistema penitenciário pode ser considerado uma iniciativa de caráter inovador, no contexto regional, ao mesmo tempo em que desvela a existência de novas demandas, antes, pouco visualizadas. Em relação ao número de crianças e adolescentes atendidos, os dados indicam que, a proteção social tem sido prioridade na região uma vez que apresenta uma demanda significativa de atendimento que visa à superação das situações de risco e vulnerabilidade social. Gráfico 4: Atividades desenvolvidas: número de organizações Como ilustra o gráfico 4, entre as atividades desenvolvidas destacam-se a educação infantil, 06 organizações; o serviço de apoio socioeducativo (SASE), 05 organizações; o programa sócio cultural, 04 organizações; reabilitação de PCD s, inclusão digital e programa família, 03 organizações e, atenção à saúde, 01 organização. A categoria outros se refere à inclusão social, como uma atividade desenvolvida por 01 organização. Cabe ressaltar que a pergunta é de múltipla escolha e que, portanto, os valores totais não somam 100 por cento.

Gráfico 5: Política pública desenvolvida: número de organizações A partir dos dados do gráfico 05, pode-se dizer que, entre as políticas públicas desenvolvidas na região, predominam as políticas de Assistência Social e a de Educação, representando cada uma 35% do total de organizações. Isto é, 09 Organizações desenvolvem a política de assistência social e 09 a política de educação; 04, de cultura; 02, de saúde; 01, de esporte e 01 organização desenvolvem outro tipo de política. Constata-se a incidência do desenvolvimento de ações no campo da política de assistência social e da política da educação, demonstrando a gestão destas políticas com o poder público municipal. Cabe ressaltar que a pergunta é de múltipla escolha e que, portanto, os valores totais não somam 100 por cento. 2. GESTÃO DO TRABALHO Para análise da gestão do trabalho nas entidades foram elaborados 13 (treze) indicadores, os quais consideram os seguintes aspectos: coerência da missão com os projetos desenvolvidos; capacidade de planejamento; adequação da organização às normas jurídicas; transparência da gestão; modelo de gestão (democrático-participativo); monitoramento e avaliação dos processos de gestão do trabalho e dos projetos sociais. Referente ao processo de gestão do trabalho: 100% (11) das organizações declararam que a sua missão é o principal propósito a ser atingido. Entretanto, 36% (04) apontam priorizar a captação de recursos como sua principal meta. Ao mesmo tempo em que 90% (10) afirmam que os projetos desenvolvidos atendem à sua missão, 72% (08) declaram também encontrar alguma dificuldade em elaboração de projetos sociais. Sobre o planejamento estratégico, 64% (06) afirmam realizar planejamento estratégico e 36% (04) realiza em parte. O planejamento estratégico significa o contrário de improvisação, é uma ação que permite traçar o caminho mais adequado para se alcançar os objetivos propostos. É considerado como um dos elementos do processo de mudança

organizacional, sendo um plano que manifesta intenções: planejar significa pensar o futuro, contrapondo-o ao presente, e isso pela ação de pessoas, que são os autores que buscam a passagem de um estado de realidade para outro. (Fritsch, 1995, p.130). A resposta das organizações, referente à realização parcial de planejamento estratégico, pode ser entendida a partir da fala da gestora de uma das organizações participantes, quando no Ciclo de Debates/FIJO foi lançado o seguinte questionamento: - O que significa realizar parcialmente o planejamento estratégico?. A resposta foi: - significa que a gente até planeja, mas não consegue executar o que foi planejado, aquilo não sai do papel. [representante, 2010] 1. Ou ainda: A mudança de gestão, muitas vezes interrompe as ações e planos da gestão anterior. [representante, 2010] 2. Ou seja, as organizações planejam suas ações, mas por diversos fatores, nem todas executam o que foi planejado. Quanto à elaboração e publicização da prestação de contas dos recursos recebidos, 72% (08) das organizações elaboram e publicizam suas contas, e 28% (03) não o fazem. Tais ações indicam o nível de transparência da gestão da organização (FIJO, 2010). As respostas referentes às reuniões sistemáticas de equipe de trabalho e à participação dos trabalhadores no processo de tomada de decisões são consideradas aqui, indicadores de uma gestão dialogada e participativa: ao mesmo tempo em que 100% (11) das organizações realizam reuniões de equipe, apenas 36% (04) consideram que os trabalhadores participam do processo de tomada de decisão. Em 63% (07) das organizações, existem espaços instituídos para a participação dos usuários nos processos decisórios. 2.1. Recursos humanos Gráfico 6: Tipo de vínculo dos trabalhadores: número de trabalhadores F uncionários 177 Voluntários E s tagiários 31 30 1 Intervenção de uma gestora no ciclo de debates. FIJO: Porto Alegre, 25/maio, 2010. 2 Intervenção da representante de uma organização no Seminário Conhecendo as Organizações da sociedade civil da CORAS/ Partenon, realizado na FIJO: Porto Alegre, 16/jun. 2010.

Referente aos trabalhadores das organizações, conforme o gráfico 06 (acima) destaca-se um número significativo de funcionários sobre o de voluntários e estagiários. Em relação aos cargos ocupados, observou-se que a maioria dos funcionários ocupa a função de educador social (38 trabalhadores) e oficineiros (12 trabalhadores), ambos com nível médio de escolaridade. Referente aos profissionais com nível de escolaridade superior destaca-se: 13 psicólogos, 08 assistentes sociais, 08 advogados, 07 pedagogos, 07 nutricionistas, 07 administradores, 06 médicos, 05 contadores e 02 enfermeiros. Os dados demonstram que há um processo de profissionalização das organizações com uma forte tendência à necessidade de contratação de profissionais de diferentes áreas do conhecimento para o desenvolvimento de programas e projetos voltados às políticas sociais em foco nesta pesquisa. 2.2. Recursos financeiros Gráfico 8: Origem dos recursos financeiros: número de organizações Gráfico 9: Montante mensal dos recursos financeiros (valor em reais) R ecurs os P róprios Doações de E mpres as P rivadas Doações de P es s oas F ís icas R ecurs os P úblicos Municipais R ecurs os P úblicos E s taduais R ecurs os P úblicos F ederais R ecurs os Internacionais 12.610,00 20.143,75 12.200,00 48.485,37 61.203,94 66.745,00 88.082,27

Conforme apontam os gráficos 8 e 9, a maioria das organizações desenvolve suas atividades com recursos públicos municipal e doações de empresas privadas, seguido de recursos próprios. De modo geral, esta realidade caracteriza-se pelo desenvolvimento da gestão social por meio das parcerias e convênios estabelecidos entre as organizações e as esferas estatais e com as iniciativas privadas, contribuindo com o desenho do cenário atual. Cabe ressaltar que a pergunta é de múltipla escolha e que, portanto, os valores totais não somam 100 por cento. 3. IMPACTO SOCIAL DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS Esta parte do estudo trata dos projetos sociais (conforme descrição da entidade) e analisa os impactos sociais das ações e experiências vivenciadas nas entidades. Para responder aos itens propostos, cada entidade escolheu e descreveu sistematicamente, de acordo com as orientações do questionário, um projeto por ela executado. Entre as onze entidades participantes, 10 responderam esta parte. Sobre o foco das temáticas dos projetos desenvolvidos, tivemos: educação e capacitação, assistência social, geração de trabalho e renda, saúde e inclusão social. Os demais aspectos, apresentamos a seguir: Gráfico 10: Identificação de necessidades e demandas sociais Ao sistematizar seus projetos sociais, sete organizações (gráfico 10) descreveram quais eram as necessidades e demandas da população, demonstrando conhecimento da realidade a ser transformada. Na descrição de duas organizações não foi possível identificar este item, no caso de uma organização identificou-se em parte. A identificação de necessidades e demandas sociais não atendidas é o ponto de partida para a iniciativa de todo projeto social, o qual é uma condição técnica operativa necessária para o

enfrentamento das múltiplas expressões da questão social. (MACIEL E FERNANDES, 2009, p.54). Gráfico 11: Alteração da situação inicial apresentada Conforme o gráfico 11, oito entidades apontaram claramente em sua descrição quais foram os impactos sociais de suas ações a partir do projeto desenvolvido. Uma organização apontou de modo indireto, e na descrição de uma das organizações não foi possível identificar (não se aplica). Tais conclusões não significam necessariamente que as ações desenvolvidas pelas entidades não tenham causado nenhum tipo de impacto social, mas que na descrição do projeto não havia elementos suficientes para que pudéssemos avaliar este aspecto. Gráfico 12: Uso de metodologias participativas

Referente à participação, como mostra o gráfico 12, cinco organizações relataram fazer uso de metodologias participativas; quatro, em parte e uma, não foi possível identificar. A participação de todos os envolvidos no processo de elaboração e gerenciamento de um projeto oferece maiores possibilidades de que o projeto dê certo, cause impacto. (Armani, 2009, p. 90). 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS As informações apresentadas nesse relatório se constituem em importantes instrumentos e subsídios para o controle social da política de assistência social na região. Aos poucos as organizações vêm se apropriando destas informações e coletivamente vêm construindo estratégias para associar a pesquisa à melhoria da gestão da política pública de assistência social no âmbito organizacional e na região, bem como das demais políticas públicas desenvolvidas. Conhecer as organizações da sociedade civil vinculadas à Comissão Regional de Assistência Social da região Partenon/Porto Alegre tonou-se um desafio coletivo, pois a adesão destas organizações ao estudo possibilitou a realização da pesquisa, mas para além disso, demonstrou o compromisso destas organizações com o controle social na região. Durante o processo de pesquisa, a cada informação coletada era possível constatar que esse estudo só faz sentido na medida em que as organizações e os diferentes atores sociais, que atuam no controle social das políticas públicas,seja em nível municipal ou regional, dão significado às informações produzidas, fazendo uso dos resultados aqui publicizados, em benefício da comunidade e em defesa da garantia dos direitos e da democratização das políticas públicas. Como desdobramento da pesquisa criou-se na FIJO um grupo de assessoria coletiva às organizações vinculadas à CORAS/Partenon. Atualmente o grupo se reúne quinzenalmente, até o final de setembro de 2010. O objetivo é oferecer subsídios e informações que atendam as necessidades identificadas a partir do estudo, nos referentes aspectos: gestão do trabalho e impacto social das ações desenvolvidas. Como parte de nosso compromisso ético, os resultados da pesquisa foram e estão sendo socializados em diferentes espaços acadêmicos e comunitários, através de: Seminário (Fijo), reunião da CORAS/Partenon, Salão e Mostra de Iniciação Científica (PUCRS, UNISINOS), Seminário de supervisão coletiva na Faculdade de Serviço Social, e agora a publicação eletrônica do relatório final para acesso ao público interessado. Também será entregue uma cópia impressa à coordenação da CORAS da região Partenon.

Por fim, temos ao certo que este diagnóstico só foi possível devido ao compromisso e participação das entidades respondentes do questionário, conforme a narrativa do gestor: Nosso trabalho é em rede, em parceria. Se a gente não socializar o que se está desenvolvendo, a gente acaba se esfacelando, se fragmentando. Precisamos trabalhar a motivação para participação de mais entidades, [Representante de entidade. Seminário de Socialização. Fijo, 15/jun, 2010]. 5. REFERÊNCIAS ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos sociais?: guia prático para elaboração e gestão de projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2009. CARVALHO, Maria do Carmo B. de. Gestão Social: alguns apontamentos para o debate. In: RICO, Elizabeth de Melo e RAICHELIS, Raquel D. Gestão social: uma questão em debate. São Paulo: EDUC; IEE, 1999. FERNANDES, Rubens C. Privado, porém público: o Terceiro Setor na América Latina. 2ª ed. Rio de Janeiro: Remule-Dumará, 2002. Fundação Irmão José Otão (FIJO). Projeto Observatório do Terceiro Setor. Porto Alegre, 2009.. Estudo sobre o Terceiro Setor no estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2009. FRITSCH, Rosângela. Planejamento estratégico: Instrumental para a intervenção do serviço Social? Serviço Social e Sociedade, São Paulo, v.52. 1996. GOHN, Maria da Glória. O protagonismo da sociedade civil: movimentos sociais, ONGs e redes solidárias. São Paulo: Cortez, 2005. MACIEL, Ana L. S. e FERNANDES, Rosa M. C. Requisições para o trabalho do assistente social. Porto Alegre: Gaturck, 2009. BRASIL. Constituição: Republica Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Centro Gráfico, 1988; Assembléia Legislativa: Texto consolidado, Fev/ 2010. Disponível em: http://www.al.rs.gov.br. Acesso em: 29/05/2010. 11h30min. DOWBOR, Ladislau. Política Nacional de Apoio ao Desenvolvimento Local. (doc.) Mar/2009. Artigos on line. [atualizado em 15/03/2009]. Disponível em: http://dowbor.org/artigos.asp. Acesso em: 20/05/09. Responsáveis: Maria da Glória de Paula (Estagiária de Serviço Social FIJO/PUCRS) Rosa Maria Castilhos Fernandes (Supervisora de Estágio e Coordenadora de Desenvolvimento Social FIJO) Porto Alegre, agosto de 2010.