Carla Tavares Dulce Martins Mestrado em Educação Formação Pessoal e Social Metodologia da Investigação 2004/2005 - DEFCUL
1º- Definição de Observação e de Observador 2º - Observar, para quê? 3º - Observação Directa - Participante - Não Participante 4º - O processo de observação 5º - Considerações Éticas 6º- Bibliografia
Acto ou efeito de observar; reflexão explicativa; consideração atenta de um facto para o conhecer melhor (Grande Enciclopédia Universal, volume 14, p. 9493) A observação é uma etapa intermédia entre a construção dos conceitos e das hipóteses e o exame dos dados utilizados para as testar (Quivy et al, 1998, p. 163) Aquele que observa; cumpridor; respeitador; crítico; sensor; curioso e espectador (Grande Enciclopédia Universal, volume 14, p. 9493)
Observar, para quê? A Observação desempenha um papel fulcral em qualquer metodologia de investigação. Saber observar constitui, assim, uma etapa essencial na iniciação do investigador. Em termos educacionais, o professor deve ser capaz de observar para recolher e organizar criteriosamente a informação e para se adaptar continuamente aos elementos que fazem parte da sua investigação. É de salientar: Que a formação do observador é um aspecto essencial para a obtenção de dados úteis e significativos.
É o único método em investigação social que capta no momento os comportamentos em si mesmos, sem a mediação de qualquer documento ou testemunhos. O acto de observar é um acto aberto, surge das hipóteses que levamos para o terreno, portanto, é um acto in loco e in vivo.
Usualmente seguida quando se pretende estudar uma comunidade durante um longo período de tempo, participando na vida colectiva. Permite a interacção-inserção, ou seja, a intersubjectividadeempatia ou diálogo entre dois sujeitos. A observação participante é um método de recolha de dados mais utilizado na investigação qualitativa. A observação oferece informação sobre os comportamentos dos sujeitos. A observação participante consiste em recolher dados através da observação sobre os fenómenos em estudo ( Merrian, 1991, p. 87), o que implica que o investigador em primeiro lugar se envolva no contexto social que escolheu estudar (Marshall & Rossman, 1989, p. 79).
Há certas investigações em que o observador tem necessidade de participar da vida de um determinado grupo para que a sua investigação seja válida e fiável. ex.: Investigação de Patrick s em 1973 a um gang em Glasgow.
- Posicionamento do investigador como observador : O investigador coloca-se na posição dos observados que fazem parte do estudo; O grau de envolvimento do investigador perante quem está a ser observado pode variar bastante; O observador pode trabalhar a descoberto ou pode disfarçar os seus objectivos; A partir de todos os dados recolhidos, o observador obtém um conjunto de informações que lhe permitirá dar um sentido aquilo que está a ser estudado. - Dificuldades do observador participante: Só pode estudar pequenos grupos ou comunidades; Tem dificuldade em generalizar.
Vantagens: Desvantagens: Garante uma informação rica e profunda; Permite flexibilidade ao investigador; Realiza-se em contacto directo do observador com o fenómeno observado; Permite captar uma variedade de situações ou fenómenos. Acesso; Exigência/ Compromisso; Risco do observador Fiabilidade; Representatividade dos dados; Ética.
Usualmente seguida quando se pretende estudar uma comunidade durante algum período de tempo, não participando na vida colectiva, estando somente como mero espectador. - Posicionamento do investigador como observador : O investigador actua unicamente como espectador; O investigador deve abster-se de todo e qualquer contacto com os sujeitos observados; O investigador não deve interferir uma vez que a presença do investigador no terreno introduz neste uma série de novas relações sociais.
Vantagens: Garante uma informação rica; Realiza-se na presença directa do observador com o fenómeno observado; Permite captar uma variedade de situações ou fenómenos. Desvantagens: Acesso; O comportamento dos observados pode não ser autêntico; Não permite flexibilidade ao investigador; Fiabilidade; Representatividade dados. dos
Quanto ao processo de observação: Observação ocasional É realizada, geralmente, por uma testemunha que não está envolvida directamente nos acontecimentos. ex.: o professor recolhe dados. Posteriormente, outro colega vai testemunhar essa mesma recolha, com uma recolha dele próprio. Observação sistemática É uma observação que visa obtenção de dados cientificamente significativos; Os observadores precisam inicialmente definir o que e como irão realizar as suas observações.
Observação naturalista É uma forma de observação sistematizada, realizada em meio natural e utilizada desde o século XIX na descrição e quantificação de comportamentos do Homem e dos outros animais. Para Landsheere, é uma observação do comportamento dos indivíduos nas circunstâncias da sua vida quotidiana. O comportamento não constitui objecto de um controlo experimental. É utilizada na descrição e quantificação de comportamentos do Homem e de outros animais.
Considerações Éticas Dada a sua natureza, a observação levanta questões de ordem ética a ter em conta: O observador invade o espaço privado e a privacidade dos observados; O observador trata os observados instrumentalmente, como objectos de investigação; O investigador está numa posição em que pode deturpar algumas informações ou mesmo negá-las.
Bibliografia Cohen, L., Manion, L., e Morrison (2000). Research methods in education. 5ª Edição. Londres: Routledge. Estrela, Albano (1994). Teoria e Prática de Observação de Classes Uma Estratégia de Formação de Professores. 4ª Edição. Porto Editora Quivy, R., e Campenhoudt, L. (1992). Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva. http: read.adm.refrgs.br/read03/artigo/guia-4.htm http:www.esas.pt/dfa/sociologia/tecnicas_n_documentais.htm