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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2014.0000019038 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0004675-13.2011.8.26.0554, da Comarca de Santo André, em que é apelante PAULO JOSÉ PIACENTINI ZAGATTO, é apelado GAMEMAXX COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM JOGOS E MIDIA LTDA. ACORDAM, em 35ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Rejeitada a preliminar, negaram provimento, nos termos que constarão do acórdão. V. U. Fará declaração de voto convergente o 3 juiz.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MENDES GOMES (Presidente sem voto), JOSÉ MALERBI E ARTUR MARQUES. São Paulo, 27 de janeiro de 2014. Melo Bueno RELATOR Assinatura Eletrônica

COMARCA: SANTO ANDRÉ APELANTE: PAULO JOSÉ PIACENTINI ZAGATTO APELADA: GAMEMAXX COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM JOGOS E MÍDIA LTDA. VOTO Nº 28781 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE DISPONIBILIZAÇÃO DE JOGOS ON LINE AÇÃO INDENIZATÓRIA Autor que se aproveitou de fraude praticada por terceiros jogadores Laudo pericial conclusivo Situação que impõe a resolução contratual Indenização descabida Ação improcedente - Recurso desprovido. Apelação contra a r. sentença de fls. 219/223 que julgou improcedente ação de indenização por danos materiais e morais fundada em contrato de prestação de serviços de disponibilização de jogos on line. O apelante alega fazer jus aos danos materiais e morais, sustentando que a perícia concluiu que ele não teve qualquer participação na fraude ocorrida no site da apelada, sendo que terceiro se aproveitou da falha de segurança do sistema, bem como não teve, por parte da apelada, qualquer chance de defesa ou de esclarecimento. A apelada, em contrarrazões, suscita seja declarado deserto o recurso de apelação, por insuficiência no recolhimento das custas de preparo. O recurso (fls. 236/241), que é tempestivo, foi regularmente processado e respondido (fls. 246/271).

É o relatório. A preliminar suscitada não merece acolhida. O recurso não é deserto, uma vez que a soma do recolhimento das custas de preparo e de porte de remessa e retorno dos autos, pelo apelante (R$844,91 fls. 242/244), é maior do que a soma destas despesas processuais, certificada pela Serventia (R$840,61 fls. 224); atendendo-se, portanto, ao requisito formal de admissibilidade recursal. sorte. No mérito, o recurso também não merece melhor O apelante assevera que, de maneira injusta, foi impedido, a partir de novembro de 2010, de acessar o jogo virtual de RPG (role playing game) on line e gratuito fornecido pela apelada, tendo sido acusado por esta de ter cometido fraude, cuja punição é o banimento permanente. Alega, também, que a prova pericial comprovou que ele não participara de referida fraude, razão pela qual faz jus à reparação por danos materiais pelos gastos que teve ao longo de cinco anos de participação e aquisição de itens para seus personagens virtuais, e por danos morais, face aos dissabores por ter sido arbitrariamente banido do ambiente virtual. No entanto, não lhe assiste razão. Com efeito, o conjunto probatório, sobretudo a prova pericial (fls. 168/180), demonstrou que ele, usuário virtual denominado 'opira2', embora não tenha praticado a fraude perpetrada pelo titular da conta virtual 'balabr' e outros -, aproveitou-se do resultado dessa operação envolvendo transações com o direito virtual do jogo ('alzes'). Nesse sentido, os esclarecimentos do

experto: Quesito 6 Caso o software permita tal transferência entre os personagens do jogo, houve alguma fraude praticada pelo Autor? Qual e por que tal transferência é permitida no jogo? Resposta: Sim, o Autor praticou a fraude quando aceitou a transferência de 'alzes' proveniente de fraude. De acordo com os registros (logs) apresentados, o 'Character index 33505', correspondente ao usuário 'opira2', recebeu o montante de 3.000.000.000 (3 Bilhões de alzes) através de transferência, demonstrada na Figura 4, efetuada pelo 'Character index 3247546' correspondente ao usuário Caio, de nível 4, conforme demonstrado na Figura 5. Usualmente, os jogadores experientes detêm o conhecimento de que não é possível um jogador, entre os níveis 1 a 4, obter um volume alto de moeda virtual. No momento da troca/transferência, o jogador que recebe os 'alzes' tem a ciência do nível do personagem como qual está negociando a troca/transferência, conforme demonstrado na Figura 6. (fls. 175). Ainda, ao responder os quesitos da apelada, informou que, com respeito à específica transação supra: Quesito 3 A quantidade recebida pela conta opira2 é uma quantidade pequena de dinheiro virtual? Resposta: A conta 'opira2' recebeu o montante de 3.000.000.000 (três bilhões) de 'alzes'. Quesito 4 A conta opira2 pagou pelo montante recebido com algum item? Resposta: Não há elementos que permitam afirmar se houve o pagamento pelo montante recebido. (fls. 179/180). Assim, restou comprovado que o apelante recebeu quantia significativa de dinheiro virtual ('alzes') proveniente de fraude praticada por terceiros, sem quaisquer justificativas quanto ao recebimento dessa alta soma de terceiros jogadores abaixo do seu nível de experiência, e sem dar nada em troca. Referida conduta, de acordo com a Tabela de Punições anexa às regras de conduta do jogo fornecido pela apelada (fls. 87/90) e, sobretudo, às cláusulas 13.1 a 13.5 do 'Contrato de licença de uso de software online com servidor de acesso gratuito' (fls. 91/101), prevê

que, para o caso em discussão, qual seja, 'Interceptar ou receptar itens/gmaxx provenientes de fraude de pagamento', a punição é a de banimento permanente do jogador (fls. 103). Ressalte-se que o apelante não infirmou o fato de que possuía prévio conhecimento das regras do jogo tampouco alegou não ter tido acesso às condições estabelecidas no contrato supramencionado, razão pela qual não pode alegar que a apelada tenha agido de maneira arbitrária ou desproporcional, mesmo sob a óptica da legislação consumerista. Ainda, o apelante trata-se de jogador experiente, tendo jogado assiduamente por quase cinco anos, e cuja condição intelectual (engenheiro formado pela Escola Politécnica USP); não pode invocar ter sido vítima de boa-fé da ação de terceiros, diante do modo como veio a receber a enorme quantidade de dinheiro virtual, tal como detalhado na perícia. Portanto, forçoso reconhecer que se trata de situação que enseja a resolução contratual em questão, podendo a apelada, parte inocente, impedir o acesso do apelante ao ambiente virtual em questão; consequentemente, restam descabidos os pedidos indenizatórios pleiteados na inicial. provimento ao recurso. Ante o exposto, rejeito a preliminar e nego FERNANDO MELO BUENO FILHO Desembargador Relator

Apelação Cível nº 0004675-13.2011.8.26.0554 Apelante(s): PAULO JOSÉ PIACENTINI ZAGATTO Apelado(s): GAMEMAXX COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM JOGOS E MIDIA LTDA Comarca: SANTO ANDRÉ 6ª V. CÍVEL Magistrado(a): Carlos Alexandre Aiba Aguemi V O T O Nº 25505 1. Trata-se de ação de reparação de danos que PAULO JOSÉ PIACENTINI ZAGATTO promove em face de GAMEMAXX COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM JOGOS E MIDIA LTDA, julgada improcedente pela r. sentença de fls. 219/233, cujo relatório se adota. Inconformado, recorre o autor ao fundamento de que não pode ser prejudicado por fraude perpetrada por terceiro. Ademais, teria sido excluído de grupo virtual que se reúne em sítio mantido pela apelada sem que lhe fosse disponibilizado o direito ao contraditório. Após o voto do eminente Des. relator pelo improvimento do apelo, ao que foi secundado pelo em. Des. revisor, pedi vista dos autos. É o relatório. 2. O fundamento do pedido de vista decorre da relevante tese recursal no sentido de que o autor estaria sendo punido por fraude perpetrada por terceiro, de modo que a ruptura imotivada do contrato estabelecido entre as partes consistiria ilícito do qual decorreria

perdas e danos. De fato, a perícia é enfática ao apontar que o usuário Jefferson seria o autor da fraude pela qual, mediante compra de um único crédito, conseguiu replicá-los valendo-se de uma vulnerabilidade do sistema. Nesse caso, como apresentado no quesito de nº 4, não haveria qualquer relação direta entre o fraudador e o demandante. Do mesmo modo, sendo possível a transferência dos créditos entre os usuários, como consignado no quesito nº 5, não haveria razão para que o autor fosse penalizado em razão de ser o destinatário dos créditos transferidos pelo fraudador. Ocorre que a perita apresentou em seu trabalho uma informação de extrema relevância que justifica a ruptura motivada do vínculo contratual e, por consequência, remete à improcedência da pretensão reparatória, qual seja, a de que não seria possível a um usuário avançado ignorar a origem fraudulenta de uma grande quantidade de créditos em poder de um usuário iniciante (quesito nº 6). Sobrevindo infração contratual, tem-se que a ruptura do vínculo jurídico prescinde de prévio contraditório, daí porque me animo a aderir integralmente ao voto da lavra do em. Des. relator. 3. Ante o exposto, meu voto acompanha o em. Des. relator para negar provimento ao recurso de apelação. ARTUR MARQUES DA SILVA FILHO Relator

Este documento é cópia do original que recebeu as seguintes assinaturas digitais: Pg. inicial Pg. final Categoria Nome do assinante Confirmação 1 5 Acórdãos FERNANDO MELO BUENO FILHO 606A1A Eletrônicos 6 8 Declarações de Votos Artur Marques da Silva Filho 607848 Para conferir o original acesse o site: http://esaj.tjsp.jus.br/pastadigitalsg5/sgcr/abrirconferenciadocumento.do, informando o processo 0004675-13.2011.8.26.0554 e o código de confirmação da tabela acima.